quarta-feira, 21 de junho de 2006

Ah, o dia 21 de junho...

Mortos vão se levantar das tumbas para lembrar o que aconteceu há 36 anos.

Eu nem era nascido - vim para este mundo em 1971.

Mas sei e todos nós que gostamos de futebol ou torcemos pela seleção sabemos que em 21 de junho de 1970, ganhávamos da Itália por 4 x 1 no México para conquistar definitivamente a Taça Jules Rimet.

Foi uma exibição de antologia, especialmente no segundo tempo, quando Pelé e cia. aproveitaram que a resistência física dos italianos atingira o seu limite.

Ninguém esquece, naquele jogo, do gol de cabeça de Pelé, o "Deus de todos os Estádios", como bem definira o saudoso locutor Waldir Amaral.

O zagueiro Burgnich, certa vez foi perguntado sobre aquele gol e ele respondeu.

"Eu subi para cabecear e quando desci, Pelé ainda estava no ar."

Viu Dadá... não são apenas você, beija-flor e helicóptero a pararem no ar não...

***

Em contrapartida, quem é da minha geração viveu, dezesseis anos depois, um momento de tristeza do nosso futebol.

Brasil x França, no Estádio Jalisco. Um jogo dramático, com todos os ingredientes de um grande espetáculo de futebol. E que por conta da incompetência de alguns dos nossos jogadores (especialmente Zico e Sócrates) e dos franceses, que literalmente "cozinharam o galo", a partida foi para os pênaltis.

O mesmo Sócrates que perdeu um gol debaixo das traves, cobrou um pênalti de forma ridícula para Joël Bats defender.

A França seguiu em vantagem até que, ora vejam, o craque Michel Platini mandou uma bola para o espaço.

Aí veio o zagueiro Júlio César, no fulgor dos seus 23 anos, para cobrar o pênalti que seria decisivo.

Até ali o jogador do Guarani de Campinas fazia uma Copa impecável. E com uma bomba, na trave, nossas esperanças ficaram nas mãos do goleiro Carlos e num erro do meio-campo Luis Fernandez.

Nada feito.

Fernandez, mesmo cansado, cobrou bem e deslocou Carlos, eliminando o Brasil daquela Copa.

Era o fim de uma geração que já fracassara em 82 e que Telê Santana insistiu em pôr jogando no México.

Tal como em 5 de julho, quatro anos antes, choramos a dor de mais uma derrota.

E nos emocionamos com as lágrimas derramadas, em pleno Jornal Nacional, pelo então apresentador da Globo, Fernando Vannucci.

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