Por vezes ouvi dizer que o futebol é um esporte tremendamente injusto.
Faltava isso acontecer na Copa da Alemanha. Hoje, foram injustiças em dobro.
Pobres seleções da Austrália e da Suíça...
Guerreiras, limitadas tecnicamente, mas batalhadoras. Os Socceroos fizeram muito mais do que se esperava deles depois de 32 anos fora de um Mundial.
Os suíços se orgulhavam de seu paredão defensivo - nenhum gol sofrido em 270 minutos na primeira fase.
E eis que as duas equipes já compram as passagens de volta para casa.
Até gostaria de vê-las numa improvável partida de quartas-de-final. Onde estaria a graça do esporte se não houvesse uma zebra do tamanho do mundo? Se as duas seleções passassem adiante, poderíamos dizer que nesta Copa, sim, houve surpresas - que até agora não aconteceram e duvido muito que venham a acontecer.
Os australianos podem culpar o soprador de apito (ops... árbitro) Luis Medina Cantalejo, que inventou um pênalti em Grosso aos 48 do segundo tempo. Típica decisão pra matar o torcedor - italiano e australiano - do coração.
A imagem é clara quando mostra que o lateral da Azzurra tropeça nas pernas do zagueiro Lucas Neill. Totti cobrou a penalidade e fez o gol que classificou a covarde seleção italiana entre as oito melhores desta Copa. Um tremendo castigo para os australianos, que jogaram melhor mas não tiveram chances cristalinas de conclusão.
À tarde, a novela se arrastou até a prorrogação e depois para as cobranças de pênaltis - o que não acontecia desde a final da Copa dos EUA, quando exorcizamos nossos fantasmas derrotando a Itália.
A Suíça ampliou seu recorde para 390 minutos invicta. O goleiro Zuberbühler começou herói defendendo um pênalti cobrado por Andriy Shevchenko. Mas não pôde fazer mais nada diante da incompetência de Streller, Barnetta e Cabanas.
Um por um, os helvéticos desperdiçaram suas cobranças. E os ucranianos a seguir foram mais felizes. Gusiev executou o tiro de misericórdia que deixa de fora a única seleção que sai da Alemanha sem ter levado um gol sequer no tempo regulamentar.
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