segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Carnavalescas - I

O carnaval carioca segue a todo vapor. Sábado e ontem já tivemos apresentações de Escolas de Samba na Sapucaí com algumas surpresas, muitas decepções e situações que não são mais novidade nenhuma na maior festa popular do planeta.

Eu vi pela televisão as sete primeiras escolas do Grupo de Acesso e vou emitir alguns pitacos:

O sábado abriu com a Acadêmicos da Rocinha, rebaixada no ano passado do Especial para a segunda divisão do samba. Não vi nada demais na apresentação (ainda por cima desfilaram com 38 baianas - o limite mínimo é 60) e arrisco dizer que a agremiação permanece por lá em 2008.

Em seguida entrou o Arranco do Engenho de Dentro, que notoriamente tinha problemas financeiros, com alegorias mais pobres e pouco mais de 2 mil sambistas. Deram conta do recado, mas correm o risco de cair para o Grupo B.

A União da Ilha do Governador, como sempre, arrancou aplausos, gritos de "é campeã", mas seu desfile foi repleto de falhas. A Comissão de Frente se apresentou com a roupa incompleta e, segundo soube, com menos integrantes que o previsto pelo regulamento. Em evolução e harmonia, a agremiação pode perder pontos preciosos também.

Quarta escola, a Renascer de Jacarepaguá não empolgou ninguém como diz o jornal "O Globo" em seu caderno especial nesta segunda-feira (acho que quem escreveu a resenha estava doidão). O enredo sobre o bairro onde a escola foi fundada não foi dos melhores. As alegorias estavam paupérrimas e o desfile foi fraco. A Renascer é séria candidata ao descenso.

"Barrados no Baile" foi o enredo da sempre irreverente São Clemente, que fez a alegria dos gays e provocou comentários irônicos e engraçados de Milton Cunha, carnavalesco da Porto da Pedra que comentava o desfile pela CNT. A escola de Botafogo passou bem, alegre, com o samba cantado por todo mundo e é candidata ao título.

A Império da Tijuca surpreendeu com o melhor enredo do Grupo de Acesso. "O Intrépido Santo Guerreiro" conseguiu a façanha de levar para a avenida as imagens de São Jorge sem que a igreja católica estrilasse. O samba também ajudou, de letra fácil e contagiante, foi o melhor da noite. A escola teve pequenos problemas no acabamento de alguns carros alegóricos, mas no tocante ao resto, foi praticamente perfeita. Se bobear, poderá até ser campeã na quarta-feira de cinzas.

A Acadêmicos de Santa Cruz, sempre luxuosa, deixou a desejar desta vez no acabamento de alegorias e fantasias, embora com soluções criativas. Segundo consta, a bateria atravessou algumas vezes, o que pode tirar alguns pontos da escola. O samba rendeu bem na avenida e a evolução foi o ponto forte do desfile.

Cansado, daí pra diante, fui é pra cama. Não posso então comentar sobre as três escolas seguintes: Cubango, Tradição e Caprichosos. Mas um amigo meu esteve lá e afirmou que a Tradição fez uma apresentação sofrível e só um milagre a mantém no Grupo A em 2008.

Em tempo: melhorou muito a qualidade da imagem da transmissão da CNT no chamado "Carnaval do Povão". Mas o falatório durante o desfile é muito grande. E o som estava péssimo, como sempre. Pouco se ouvia da bateria e dos intérpretes. Se a emissora mudar de fato seu nome para JBTV - que é o que deve acontecer ainda em 2008 - muita coisa terá que melhorar ainda para que a transmissão seja melhor.

E cá pra nós, com todos os defeitos, ainda prefiro ver o Grupo A ao carnaval de São Paulo...

Um comentário:

Anônimo disse...

Rodrigo,
Eu estive no desfile sábado, pois depois que deixei de sair no Salgueiro, minha escola, só acompanho meu filho e minha esposa na Unidos e vou aos desfiles de sábado. Realmente a Império foi surprendente e a São Clenmente também foi, aliá para tristeza do Filho e da esposa que saí­ram na Império, acho que é a que vencerá. Tradiçãoo foi muito ruim e a Caprichosos foi chata. O Samba mais bonito era o da Cubango (falo da melodia que é minha área).