domingo, 6 de agosto de 2006

A Fórmula 1 como sempre tinha que ser...


Muito será dito sobre este GP da Hungria que acaba de terminar lá no Leste Europeu.

Em 20 anos de história, foi a primeira corrida de todas com pista molhada.

E como é bom ver o jeito que os pilotos se comportam em condições adversas! Especialmente uns e outros incensados pela mídia e que claramente não sabem acertar carro pra chuva.

Assim como foi muito bom ver um pódio totalmente diferente - Button enfim vencendo depois de 114 provas, Pedro de la Rosa (quem diria!) e Nick Heidfeld - o que provavelmente derrubou muito bolão e deixou os gatomestres de cabelo em pé.

Principalmente pelas falhas e erros dos três principais nomes da Fórmula 1.

O primeiro foi Kimi Raikkönen, que calculou mal uma ultrapassagem sobre o retardatário Vitantonio Liuzzi, da Toro Rosso, e encheu a traseira do italiano.

Depois, Fernando Alonso, que já caminhava célere para a vitória que signifcaria àquela altura dos acontecimentos um puta respiro face a pressão de Michael Schumacher nas últimas provas, foi vítima de um erro imperdoável da equipe - dois mecânicos apertaram mal as porcas das rodas do carro no lado direito.

E o príncipe das Astúrias terminou a corrida melancolicamente, estampando a Renault numa proteção de pneus. Ainda tentou defender a equipe, dizendo que fora "a quebra da junta homocinética." Mas Flavio Briatore, numa sinceridade de dar gosto, ao sair de Hungaroring desabafou.

"Foi erro da equipe de mecânicos no box."

A liderança caiu no colo de Button, que largou em décimo-quarto (Barrichello não vai estrilar, mas ele provavelmente gostaria de estar ali. Culpa dele ou da equipe em escolher pneus biscoito no início da prova?) e Schumacher, acredite quem quiser, mesmo depois de levar uma volta do grande rival Alonso, chegou ao segundo lugar com o pit stop de Nick Heidfeld.

Aí o alemão virou o demo. Suas defesas de posição mostraram que, além de ser um grande piloto, debaixo do capacete reina uma cara-de-pau inexcedível. A defesa de posição contra o ataque de Pedro de la Rosa mostrou o quanto ele é capaz de ser mau-caráter, cortando a chicane e pior, jogando a sua Ferrari para cima do espanhol.

Como desgraça pouca é bobagem, de tanta cagada dentro da pista, o alemão foi punido com o travamento do volante (segundo a explicação da equipe) no fim da prova. Provavelmente o que houve foi uma quebra da direção.

Bom para Alonso, bom para a Renault, ótimo para a Fórmula 1, que dá um tempo de três semanas sem testes, sem nada. Férias coletivas até o GP da Turquia, em Istambul. Lá eu aposto francamente que Alonso crava sem dó no Schumacher e se recupera da má fase.

***

Rapidinhas

A Honda venceu pela primeira vez em sua nova fase como construtora e a terceira de sua história. Foram 39 anos de intervalo entre a última conquista, de John Surtees, no circuito de Monza e esta vitória de Jenson Button. O detalhe é que o carro não era um Honda legítimo naquela época. Os japoneses encomendaram um chassi para Eric Broadley, da Lola, que o desenhou e o concebeu.

Robert Kubica justificou a confiança da BMW mesmo com duas saídas de pista que lhe custaram um resultado ainda melhor. Mas seu fim de semana foi excelente. Marcaria dois pontos e se tornaria o 55º piloto da história a conseguir esse feito numa corrida de estréia. Porém, na vistoria técnica foi desclassificado. Ele veio mesmo pra ficar, apesar do contratempo...

São Pedro, faça-nos dois favores:

O primeiro - mande pra nós mais água em alguma das cinco corridas finais.

O segundo - ajude nosso Cristiano da Matta a sair dessa. Ele não merece isso.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nada mais justo que o Button ser o primeiro a vencer nessa volta da Honda, pois ele é um dos responsáveis pelo crescimento da antiga BAR nos últimos anos. Depois de hoje, certamente sua posição de primeiro piloto ficou bem evidente, pois em todos os momentos esse ano quando teve um carro minimamente competitivo, sempre esteve competitivo e cometendo poucos erros, ao contrário do seu companheiro que equipe, que por tudo o que andou falando nos últimos tempos, deveria estar pelo menos andando em corrida no nível do companheiro. Se continuar assim, o Barrichello vai parar mesmo ano que vem e entrará para galeria dos pilotos que foram eternas promessas que nunca vingaram, como Michele Alboreto e Jean Alesi.

Anônimo disse...

Coitado do Kubica! Esqueceu de ouvir o Luciano Burti e não passou por cima dos marbles na volta aos boxes após a bandeirada...

Agora:

Alonso 100pts
Schumacher 90pts

Daqui a 3 semanas vamos ver o que acontece...

Anônimo disse...

Corrida boa né Mattar. Concordo com vc , o alemão retornou aos tempos das fechadas em todo mundo, cortou a chicane e outras coisas +.
Só o Alonso, pra fazer aquela passada por fora. A briga vai ser de cachorro grande, até o final.