sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Cante a canção comigo

Estou em tempo de descobertas musicais e tive uma agradável surpresa nesta semana ao achar os primeiros discos de um dos melhores grupos do rock progressivo nacional: O Terço.

Formado no fim dos anos 60 no Rio de Janeiro por Sérgio Hinds, Jorge Amiden e Vinícius Cantuária, o grupo lançou seu primeiro álbum em 1970 - ano em que concorreram no V FIC da Rede Globo com "Um Milhão de Olhos" (Tributo Ao Sorriso). Foi o único disco em que Amiden participou do Terço, pois no segundo trabalho que veio à luz em 72, César de Mercês assumiu os vocais e a maioria das letras e composições do grupo.



Entretanto, quando foram para São Paulo e ganharam o reforço do mineiro Flávio Venturini e de Sérgio Magrão é que O Terço estourou. Gravaram o excecpcional Criaturas da Noite, considerado uma referência do rock progressivo brasileiro. Com oito faixas, incluindo duas instrumentais, o grupo deitou e rolou nos arranjos do mestre Rogério Duprat, desconstruindo sons ao estilo do que fez o Som Nosso de Cada Dia (outra pedra fundamental do prog rock nacional), além de um mix bem-sucedido com uma "levada" que diversos grupos teriam ao longo daquela década.

Um exemplo disso é a canção "Queimada", gravada depois por Zizi Possi.

Vira poeira
Vira fogueira
Vira poeira
Fogo fogueira

Vira o chão
Vira fogueira
Vira o chão
Vira poeira
De carvão, de carvão

Não por acaso no fim de 1976, mesmo com todo o sucesso do disco, que estourou no círculo roqueiro, Sérgio Magrão e Flávio Venturini foram embora e criaram... o 14-Bis. E quem ouvir o Criaturas da Noite perceberá que O Terço já tinha um quê do grupo que surgiu depois.

Com Hinds e Mercês à frente de outra nova formação, a banda sobreviveu gravando o disco Mudança de Tempo, de 78. Mas para surpresa geral, Flávio resolveu colaborar com a banda em 83, compondo a maioria das faixas de Som Mais Puro. Aí foi a vez de César das Mercês sair e Sérgio Hinds continuou com a carreira do grupo, sempre com novos músicos.

Mais surpreendente ainda é saber que, desde aquela época dos anos 80, o grupo foi esquecido no Brasil e faz muito sucesso nos EUA e Europa, incluindo um CD tributo à Raul Seixas com doze dos maiores sucessos do baiano mais abusado do rock nacional.

3 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Rodrigo, Este LP que traz Tributo ao Sorriso já está lançado em CD? pois procuro já a algum tempo, da mesma forma que procuro Quebra-Cabeça com Antonio Adolfo e Tibério Gaspar.
Se puder me informe.

Anônimo disse...

Rodrigo,

Outro Grupo que vale a pena um CD (este eu tenho) é o do BACAMARTE.