segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Ah... o espírito natalino...

Ah... o espírito natalino...

Época de presentes, de shopping centers absolutamente cheios e com gente mal-educada, de uma parada canhestra na Praia de Copacabana, só para tornar a vida do trabalhador carioca mais complicada, onde as pessoas ficam desejando "Boas Festas" umas às outras via e-mails e quejandos, naquelas mensagenzinhas repletas de vazio sobre a existência humana, o nascimento de Cristo e et cetera.

Antes que me acusem de herege, não, eu não sou. Acredito em Deus e em vida depois da morte. O que eu não tolero nessa época de fim de ano é a hipocrisia reinante em famílias depauperadas e naquela falsidade característica que sempre rola quando um povo que não se vê faz uma cara, se reúne pra comer, beber e falar um monte de besteira.

Há um motivo que me faz ficar triste nessa época do ano.

Em 1982, quando meus pais já estavam a caminho da separação - que felizmente não resultou em divórcio litigioso - tentou-se uma patética tentativa de reunir a família (em esmagadora maioria, composta pelas irmãs e o irmão dele, primas e primos) lá em casa. E na noite de Natal, meu pai bebeu mais do que deveria. A rebordosa do dia seguinte não o impediu que ele continuasse enchendo a cara no dia 25 e, pior, pagando mico como um Papai Noel de terceiro mundo, com espuma de barba na cara e um nariz vermelho como o de um palhaço, cortesia de um batom roubado da minha mãe.

Olhei para tudo aquilo e achei simplesmente ridículo, patético. Para uma criança de 10 anos, aquilo significou o começo do fim.

Papai Noel o caralho. Coelhinho da Páscoa os colarinhos. Dali em diante, todas essas lendas que permeavam a minha infância deixaram de existir.

E o Natal pra mim, dali em diante, nunca mais foi o mesmo.

Ainda prefiro mil vezes o ano novo. Pelo menos é uma ótima ocasião para entrar em nova fase com o pé direito. Pois de pé esquerdo já basta 2007, um dos piores anos que vivi sem dúvida alguma, tanto no campo pessoal como no profissional.

Mas só de continuar com saúde para poder trabalhar TODOS os dias possíveis na minha vida e até mesmo nos impossíveis, acredito que viver ainda vale a pena.

E as férias estão chegando.

Ainda bem.

8 comentários:

Anônimo disse...

E para "melhorar"... nao tem futebol, nao tem corrida e tudo na TV é reprisado.

Anônimo disse...

É Rodrigo, então estamos nessa "mood" sobre 2007, foi foda tambem, não consegui por em prática UM projeto sequer que tinha em mente, por várias razões, a maioria alheia a mim e minhas falhas, foi pra esquecer, mesmo

Luly disse...

Eu já passei muitos natais ruins. Sozinha, trabalhando, morando em lugares no fim do mundo. Nos últimos anos tenho passado com meus pais e minhas irmãs. A gente se dá muito bem e tem sido ótimo: sem festas e badalações, mas com muito amor e união. Não temos mais papai noel porque não tem mais criança em casa... mas eu consegui resgatar o espírito do natal em mim: ficar com as pessoas que amo e que me amam incondicionalmente.
Em todo caso, feliz verdadeiro natal pra você! Que você um dia reencontre este espírito também.
Beijos
:)

SAVIOMACHADO disse...

Rodrigo, não considero-me um vencedor, mas um guerreiro. E sei bem o que sentes. A vida mostra detalhes tão íntimos que as vezes ficamos até com vergonha do que realmente o que aconteceu com algum familiar ou até mesmo com a gente em algum Natal, ou em alguma páscoa que vivenciamos.
Tudo tem seu tempo. Você sabe disso. Agora é hora de mudar.
O tempo acabou.
Feliz Natal.

Obrigado.
SAVIOMACHADO

L-A. Pandini disse...

Camarada, compartilho seus sentimentos e os compreendo perfeitamente. Detesto esta época do ano, de consumismo desenfreado em que a razão de ser da festa mal chega a ser lembrada. Nesta época do ano afloram músicas e propagandas absolutamente piegas. Sem contar as indefectíveis cenas de pura hipocrisia, com gente que briga durante todo o ano se abraçando e chorando e dizendo que "de agora em diante vai ser diferente".

E, como você bem escreveu, Papai Noel o caralho! Neve o cacete! O Brasil tem uma natureza exuberante e vive na época do Natal o verão mais resplendoroso, mas as mentes colonizadas insistem em enfiar goela abaixo que Natal é época de neve, comidas gordurosíssimas (que caem muito bem em lugares de clima frio, é verdade) e papais noéis repletos de agasalhos.

Então, prefiro desejar "bom final de ano e um ótimo 2008" a todos. (LAP)

Anônimo disse...

Cacilda, tô começando a ver que 2007 foi mesmo um ano, digamos assim, cheio de "urucubaca" pra mim e pelo visto para os outros tambem. Foi um ano realmente esquisito, estranho, não sei se cabe o adjetivo, mas o classificaria como "rançoso", sei lá... mas com certeza foi MUITO ruim para mim alguns aspectos, foi uma uruca atrás da outra, sendo que a ultima aconteceu no domingo, vixé !

Sinceramente não vejo a hora de 2008 começar...

abs

Filipe W

Anônimo disse...

Ei Filipe, converso com uma galera que sentiu o mesmo sobre este 2007, que estranho né ? Foi foda, mesmo

Anônimo disse...

R/T,

sei lá, foi meio "zicado" mesmo esse ano, não sei se é agora que já aconteceu tanta coisa comigo, que agora esteja com essa sensação de "ranço", mas acho que desde o início do ano eu já estava achando estranho, é muito esquisito qualificar, ou descrever essa sensação, mas acho que foi um ano que já vai tarde.

Bem pelo menos falam que depois de um ano ruim vem um ano bom.

tomara !!!! hehehe