domingo, 9 de dezembro de 2007

Rafael Sperafico

Estou de volta. E é muito difícil, pra mim que sou um apaixonado por automobilismo, escrever sobre algo tão aterrador, grave, impressionante e triste pra mim, quanto foi ver um piloto morrer em plena pista. E isto aconteceu hoje, há algumas horas, em Interlagos.

Rafael Sperafico, integrante de tradicionalíssima família do esporte-motor, primo dos gêmeos Ricardo e Rodrigo - este vice-campeão da Stock V-8 - faleceu durante a corrida da Stock Light, a última da temporada.

Durante a gravação da corrida, eu tinha comentado repetidas vezes que esta corrida tinha que ser disputada com respeito entre os pilotos, até porque seria a decisão do campeonato entre Norberto Gresse Fº e André Bragantini Júnior.

E tudo o que faltou entre grande parte dos 32 participantes daquela competição foi respeito.

Houve um festival de toques, batidas e rodadas. E o ponto culminante, o ponto lamentável, aconteceu no fim da sexta volta, quando a plena velocidade o piloto de Toledo entrou na proteção de pneus e foi atingido a pleno por Renato Russo.

Imagens impressionantes pra quem, como eu e o colega Daniel Pereira, que conduzia a narração, viram do estúdio. Imagino para quem estava no autódromo. Pior ainda, para os pilotos, amigos de Rafael - uma figura muito querida na comunidade da Stock Car. E mais doloroso para a equipe médica, que teve que cumprir o dever de tentar reanimar o piloto e tentar tornar o impossível um fio de esperança.

O acidente vai dar munição aos detratores que vêem a categoria como Stock-Crash. Mas por outro lado, dá a pensar no seguinte: por que é que uma pista com homologação FIA não tem uma área de escape decente num ponto muito rápido do seu traçado?

São questões que virão com certeza à baila.

Mas neste momento de imensa dor para a família Sperafico, me solidarizo com todos: Rodrigo, Ricardo, Dilso, Milton, Elói, Fabiano, Guilherme, Alexandre, todos os que estiveram na pista em algum momento de suas vidas, e também mães, tias, demais primos, primas, avôs e avós.

Por hoje, é só.

10 comentários:

Anônimo disse...

Realmente um acidente muito feio, e foi da pior maneira que poderia acontecer. Ele rodou, voltou pra pista, e o ele ficou na reta do Renato.
Com certeza, um domingo trágico para o automobilismo no Brasil.

Gustavo Castro disse...

Uma pena a morte dele. Deve ter sido difícil pra você e pro Daniel ter feito uma transmissão com um piloto morto.

Anônimo disse...

sei que vc deve estar sentindo muito
fique bem

Anônimo disse...

Rodrigo, a corrida será exibida?

Anônimo disse...

Rodrigo , te admiro muito como narrador sou carioca , tricolor ,estou sempre aqui no seu Blog...mas acho que por problemas vocais ,vc hoje ficou de comentarista ...e realmente não era o seu dia... mas é assim , bola pra frente....sobre o acidente...mostra gue gastam milhões em um Autódromo defasado...e destroem o melhor Autódromo do Brasil...

abraços

Dinho

Amanda Roldan disse...

Sabe qual é o pior disso tudo? As questões só surguem depois que já aconteceu.

SAVIOMACHADO disse...

Olá Rodrigo. Li teu post e também acho que a Stock tem muita falta de respeito. Pra falar a verdade acho que isso nem é falta de respeito. Penso que isso é irresponsabilidade mesmo. Tanto dos pilotos como dos dirigentes. Muitos toques nos carros, sem punições. Não consegui ver a corrida da Stock Ligth. Até acredito que Rodrigo tenha perdido o controle do carro sozinho. Mas existem muitas coisas que precisam ser mudadas, principalmente a segurança. Um grande abraço.
SAVIOMACHADO

Alexandre Carvalho disse...

A morte do Rafael faz parte de uma tragédia que vinha sendo anunciada há muito tempo, tendo como principais divulgadores os próprios pilotos, que confundem a pista com um front de guerra.

Mas o Rodrigo, claro, nunca vai concordar de que a Stock faz jus à alcunha de Stock Crash, por motivos óbvios.

O fato é que a categoria é criticada por motivos bastantes justos, uma vez que atualmente não tem a menor graça e é vista hoje como uma excelente máquina de lavar dinheiro (e teve gente do Sportv me confirmando isso, em off).

Muitos sabem que, por conta da força da Globo, a Stock acabou atraindo a atenção de todos os pilotos com grana no bolso, fazendo que com que boa parte deles perdesse o interesse em outras categorias.

Não é à toa que o automobilismo de hoje está muito pior do que era há alguns anos. Às vezes chego a me perguntar se na época do Bufaiçal era melhor do que esta palhaçada que estamos vendo agora.

Anônimo disse...

Concordo com o Alexandre.E digo que
o detestável "jeitinho brasileiro" foi vítima de si próprio matando mais um piloto.Lamentáve e até quando ?

João Garays disse...

Estava lá no autódromo, era uma das pessoas que mais estava próximas do acidente pq a maioria das pessoas vão lá pro começo da arquibancada eu como não gosto de ficar abarrotado nos outros estava lá no final da arquibancada perto da curva do café embaixo da sombra que a árvore fazia. Foi o acidente mais forte que já vi ao vivo, foi horrível, fiquei muito impressionado no dia, acontece tudo muito rápido, tenho certeza que as imagens impressiona à todos, mas pra quem viu ao vivo e escutou o som da batida e depois o silêncio no autódromo foi algo apavorante, quando a equipe medica estava na pista tirando o corpo do carro tive que ir para um lugar isolado e fiquei com aquele nó na garganta de choro. Vi muitas pessoas impressionadas também outras pessoas por falta de sei lá o que, continuavam com suas diversões de fim de semana rindo comprando cachorro-quente e cerveja, será que é esse público que a Stock tem orgulho de levar para o autódromo, será que um público de 35 mil pessoas que não sabem nada de automobilismo vale mais apena do que um público de mil ou dois mil que amam o esporte e querem ver corridas de verdade, com carros de verdade. Não sei nada sobre negócios aliás eu odeio negócios e homens de negócios pq quando tem muito dinheiro envolvido sempre estraga as coisa. por isso que fim de semana que vem vou lá no autódromo assisti pick-up racing, F3 sul-americana, copa clio, copa maserati, e vou me divertir pra carambá o público vai ser quase inesistente, mas sempre nessas corridas conheço algum sujeito que entende de corrida e ficamos convesando, principalmente os mais velhos como sou muito jovem adoro ouvir as histórias que esses caras têm para me contar.