segunda-feira, 17 de abril de 2006

Música, humana música

Chove... chove...

São Pedro resolveu mandar água, a temperatura no Rio caiu... uma droga!

Enfim, vamos em frente.

Pra começar a semana, que tal música no Saco de Gatos?

Eu sempre digo que se não fosse jornalista esportivo talvez fosse crítico musical - ou seja, seria um músico frustrado. E de fato nunca consegui aprender ou tocar um instrumento decentemente.

Enfim, tenho alguns DVDs com documentários de artistas e shows como a reunião do Cream no Royal Albert Hall e a Elevation Tour do U2.




Um dos meus prediletos é o do festival da Ilha de Wight, realizado no ano de 1970.

O documentário de Murray Lerner, lançado vinte anos depois, é um tanto quanto incompleto, mas é um ótimo registro do espírito que norteou aquele evento que é chamado o Woodstock da Europa.

Num descampado em Afton, por cinco dias e pela quantia módica de três libras - o que ocasionou, aqui e ali, protestos isolados - mais de 400 mil pessoas, homens e mulheres, se reuniram para curtir a música.

Como eu sou muito curioso, resolvi dar uma fuçada na internet para conseguir informações de quem tocou e quando, nos cinco dias de shows. E qual não foi a minha surpresa quando vejo na lista de atrações o nome de... Gilberto Gil!

Isso mesmo... o Ministro da Cultura, então exilado na Inglaterra por causa da ditadura, fez parte do cast do festival, fechando o dia 27 no mesmo dia onde tocou um grupo desconhecido até então, chamado Supertramp.

No dia 28, o terceiro, tocaram dois grupos cujos guitarristas se consagrariam como dos melhores de todos os tempos: o Taste do falecido e brilhante Rory Gallagher e o Procol Harum, grupo de rock progressivo do ótimo Robin Trower.

Os dois últimos dias (sábado e domingo) da maratona musical foram sem dúvida os mais bacanas. O dia 29 foi aberto com o bicho-louco John Sebastian. Quem veio depois e arrasou foi Joni Mitchell, que emocionou tocando "Woodstock" sozinha ao piano. Teve até o genial Miles Davis, liderando um grupo onde despontava Chick Corea como pianista e o brasileiro Airto Moreira, na percussão.

Alvin Lee fez distorções sensacionais em "I can't keep from crying" na apresentação do Ten Years After, enlouquecendo o público. Com a platéia ganha, os estreantes Emerson, Lake & Palmer e os já veteranos The Doors e The Who não deixaram a peteca cair.



No domingo, muitas vaias para Kris Kristofferson, que abandonou o palco depois de cantar (cantar?) "Me and Bobby McGee". Como contraponto, ótimas performances do grupo Free - especialmente em "All Right Now", num show particular do guitarrista Paul Kossoff, do bardo Donovan Leitch, de Ian Anderson (foto acima) e seu Jethro Tull, do Moody Blues e principalmente de Jimi Hendrix - que driblou graves problemas de som para proporcionar um show memorável, o último de sua carreira.



No dia 18 de outubro, o brilhante guitarrista morreu de overdose de psicotrópicos.

2 comentários:

Anônimo disse...

vc, como sempre, trazendo minhas emoções a flor da pele.
que saudades do Emerson,Lake&Palmer, The Doors, The Who. como curti esses caras!viagens mil...
mil beijos, por me lembrar deles neste dia cheio de compromissos.
te amo por isso!
coisa linda Na minha vida.
tuelha

Luly disse...

Sou obrigada a repetir um comentário:
É muito bom vir aqui ter umas aulinhas de cultura musical!
E você pode ser crítico musical também. Que tal uma nova meta para o futuro?
Bjo,
Luly.