Esta quarta-feira amanheceu bonita no Rio de Janeiro.
Mas o dia está com certeza muito mais triste para quem, como eu, teve infância.
Morreu o palhaço Carequinha.
George Savalla Gomes, nascido em Rio Bonito, interior do estado, em 1915, teve vida de cigano - como convém a filhos de artistas - ingressando no picadeiro com cinco anos de idade. E desde então, incorporou o personagem Carequinha, isto porque já havia o palhaço Careca e não poderia haver dois com a mesma alcunha.
Ao lado de Arrelia, outra lenda do picadeiro, Carequinha permaneceu por muito tempo no coração das crianças - felizes de nós que pudemos ir ao circo e nos divertir, já que no Rio de Janeiro infelizmente o espaço da Praça Onze agora é o Terreirão do Samba, quase sempre vazio.
O palhaço contabilizou também um imenso sucesso na música. Foram 27 discos gravados e 184 compactos. Carequinha gravou diversas canções infantis, foi o primeiro a pôr voz em "Atirei o pau no gato" e fez sucesso com "O bom menino", vendendo 2,5 milhões de cópias.
Nos anos 80, ganhou até uma atração televisiva, Circo Alegre, onde apresentava ao lado do palhaço-anão Rolinha uma série de atrações circenses entremeadas por desenhos animados. Isso foi na extinta TV Manchete.
Casado com Elpídia desde 1940, Carequinha, ou melhor, George, viveu os últimos anos de sua vida em São Gonçalo, próximo à Niterói.
Morreu em casa, na manhã desta quarta, em decorrência do sem-número de problemas pulmonares que vinha enfrentando desde o ano passado.
Descanse na paz de Deus, Carequinha.
Que seus colegas lhe recebam com todo o carinho no andar de cima.
Porque aqui embaixo, o Circo chorou...
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