Por incrível que pareça, antes dos carros de corrida, esses veículos grandes e pesados me chamavam muito a atenção - especialmente os ônibus de viagem, com as empresas caprichando no visual e mostrando pinturas bacanas e carrocerias de última geração.
Na minha memória estão sempre os velhos Mercedes-Benz o-355 (foto abaixo) - primeiros com carroceria monobloco. Fui num destes para Marataízes, no interior do Espírito Santo, passar as férias de julho em 1978, se não me engano. A companhia era a Itapemirim.
Mas eu me amarrava mesmo no Ciferal da Cometa (primeira foto do tópico), que rebatizava seus veículos como Dinossauro. E ficava eu imaginando o quanto aqueles ônibus seriam confortáveis. Realmente, nos antigos GM (abaixo) da empresa que um dia pertenceu a João Havelange, havia até rodomoça e se serviam cafés, balas, biscoitos. As poltronas, ultra reclináveis, tinham mantas e travesseiros.
Tudo muito bacana, mas o mercado de aeronaves no Brasil cresceu nos anos 70 e as empresas de ônibus deixaram de investir em conforto. Os passageiros sofreram um bocado e eu sei disso porque fiz duas viagens para Brasília em 85 e 86 que não foram das melhores - dezoito horas sacolejando num ônibus Caio da Itapemirim sem ar condicionado - só com o sanitário químico, que exalava um mau cheiro daqueles!
Passei muito tempo sem viajar e quando voltei, usei avião - cortesia dos meus patrões. Eu sempre me pelei de medo de aeronaves e era daqueles que se sentia muito mais seguro com os pés próximos da terra. Não é sempre assim, mas ainda acho que viagens de ônibus são um grande barato. Dependendo da rota e pra onde você vai, dá pra curtir uma paisagem bacana, como agora em fevereiro, quando fui pra Paraty.
Antes, porém, fiz duas ou três viagens para São Paulo de ônibus. Na primeira, se não me engano em 2001, peguei um Double Class da Viação 1001. Nossa... parecia que eu estava na primeira classe de um boeing. A poltrona reclinando 70%, filme rolando na TV (na ida e na volta), travesseiro, balinhas, guloseimas, água e café. E com todo esse conforto, a viagem é non-stop - são cinco horas e vinte minutos direto daqui pra terra da garoa.
Em 2004, cismei que ia ver as Mil Milhas e fui mesmo. Não faltavam opções porque o trecho Rio-São Paulo é operado por quatro empresas: Viação 1001, Expresso Brasileiro, Viação Itapemirim e Expresso do Sul, substituindo a Cometa. Como esta, lamentavelmente, saiu de cena na linha, peguei o Golden da Itapemirim.
Rapaz, outro conforto danado! Fui vendo "Assassinos por natureza", de Oliver Stone, enrolado numa manta macia e com a cabeça descansada num travesseiro muito bom. Ainda tinha revista, bala, biscoito, bolinho, água e café. Inacreditavelmente, capotei durante a viagem e só fui acordar em São Paulo, fim da madrugada, quando o ônibus encostou no Terminal do Tietê.
O mais bacana disso tudo é saber que tem gente que gosta não só de viagens como também de colecionar relíquias como os ônibus do passado. O site Miniaturas de Ônibus traz diversos modelos do presente também, sem esquecer dos caminhões e dos ônibus urbanos.
Vale muito a pena fazer uma visita.
E viajar, é sempre bom!
3 comentários:
cara....qdo eu era mais novo eu adorava onibus...meu sonho já foi ser motorista de um!!!kkk...tinha esse onibus de metal tb. brinquei muito de rodoviaria coisa e tal...revivendo..nossa.abraços.
Também tive esses ônibus. E mais... também sonhei em ser motorista de um... genial reviver essas lembranças!
Olá, visite nossa loja de miniaturas, Minimundi e confira os modelos e marcas de miniaturas onibus que temos à oferecer. Abraço.
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