sábado, 25 de agosto de 2007

O operário-padrão agora é líder

Lembro que um locutor se referia ao eterno Roberto Pupo Moreno como "Operário da Velocidade". Pois bem: o epíteto se aplica com todas as letras para outro dos nossos pilotos, agora um da nova geração - Lucas di Grassi.

O paulistano construiu uma bela carreira no kart, passando pela Fórmula Renault, Fórmula 3 sul-americana, inglesa e européia, colecionando poles, pódios, vitórias, troféus e títulos como o do GP de Macau, a Copa do Mundo de F-3. Comeu o pão que o diabo amassou ano passado, na escuderia italiana Durango, em sua estréia na série GP2 e chegou a ser questionado acerca de seu talento.

Mas a resposta, mesmo um tanto quanto tardia, não demorou a acontecer. Lucas escolheu a campeã ART Grand Prix em detrimento da iSport International, que fez os melhores resultados da pré-temporada. E apesar da perda (por morte) de um engenheiro, peça-chave nas estratégias e também do afastamento do big boss Fréderic Vasseur, o piloto brasileiro realizou um excelente trabalho até aqui.

Somou pontos sempre que pôde, porque sabe que seu carro está muito aquém tecnicamente em relação aos bólidos de Timo Glock e Andreas Züber - que são pilotos rápidos, mas inconstantes e - por que não dizer - burros e despreparados.

Di Grassi, pelo contrário, é inteligente, regular e muito seguro. E provou isto na manhã deste sábado, ao vencer a prova longa da GP2 na Turquia, resultado que lhe deu a liderança do campeonato. E não precisou de nenhum marketing, nenhum tipo de sobrenome de peso para chegar onde chegou.

Sem alarde, Lucas vai construindo seu caminho para a Fórmula 1. E se eu fosse você que está lendo esse texto, passaria a acreditar que ao invés de uns dois ou três aí que acham que tem talento, é o piloto da ART que tem muito potencial para fazer uma belíssima carreira na categoria máxima.

Quem viver, verá.

2 comentários:

Anônimo disse...

Por enquanto, esse é o cara...

Felipe Maciel disse...

Também considero o Lucas um excelente piloto. Ele tem muita postura nas pistas, não é tão arrojado ou agressivo, mas é muito bom, bastante regular. Tomara que ocupe a posição do Nelsinho como piloto de testes da Renault no ano que vem, já que o Piquet deve assumir o cockpit titular. Vai ser muito bom ver o di Grassi na F-1, o que deve acontecer mesmo em 2 ou 3 anos como você disse.
Boa sorte pra ele.