sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Há 32 anos...


Acredite, mas este é um Williams - de 1975 - com Jacques Laffite ao volante

Três de agosto de 1975. Naquele dia, há 32 anos, aconteceu o Grande Prêmio da Alemanha de Fórmula 1 no velho Nordscheleife de Nürburgring, com 22,8 km de extensão e mais de 180 curvas.

Foi também nesse dia que uma equipe da atualidade chegou ao seu primeiro pódio, num dos mais improváveis resultados da época: a Williams.

Nos anos 70, Frank Williams vinha lutando com dificuldade para tentar se firmar como construtor na categoria máxima. Em anos anteriores, comprou carros Brabham e March de segunda mão, contando com pilotos do naipe de Piers Courage, José Carlos Pace e Henri Pescarolo.

Em 1973, associou-se ao construtor de carros esporte Iso e com apoio da Marlboro, conquistou alguns razoáveis resultados, especialmente com o italiano Arturo Merzario.

Na temporada de 75, Merzario começou como um dos pilotos titulares, ao lado do quase estreante Jacques Laffite, campeão europeu de F-2 do ano anterior. Porém, o folclórico piloto italiano foi apeado de sua vaga após o confuso GP da Espanha, em Montjuich. E Laffite ficou como o primeiro e às vezes único piloto da equipe Williams, que usava o chassi FW04 - projeto de Ray Stokoe.

Foi assim no GP da Alemanha, onde apesar de dois carros estarem inscritos, o britânico Ian Ashley, escalado para andar no #20, não alinhou. Laffite era o décimo-quinto num grid de 24 pilotos.

O austríaco Niki Lauda, líder absoluto do campeonato, saiu na pole position e liderou o pelotão na primeira volta pelo longo circuito, enquanto Laffite vinha num modesto décimo-sétimo lugar.

Com o passar da corrida, quebras e principalmente furos de pneu foram se sucedendo e o francês galgava posições com competência, inclusive passando a dupla de pilotos da Embassy-Hill, formada por Alan Jones e Tony Brise.

Na nona volta, já decorrida mais da metade da prova, Lauda liderava célere e Laffite entrava na zona de pontuação. Foi aí que a sorte começou a sorrir para o piloto da Williams, pois o austríaco entrou nos boxes na passagem seguinte com um pneu furado. Ao mesmo tempo, Regazzoni abandonou com o motor estourado e Laffite já era o quarto.

Na volta seguinte, James Hunt, que vinha em segundo atrás de Carlos Reutemann, também deixou a disputa - o que já garantia à Williams um pódio inédito e histórico. E Laffite custou a acreditar quando na antepenúltima volta o Shadow de Tom Pryce se arrastou para o box com um pneu furado.

Carlos Reutemann venceu sem muito esforço e Laffite, a exatos 1'37"7 do argentino (a volta na pista durava pouco mais de 7 minutos) cruzou no segundo lugar, com Lauda ainda completando o pódio. Pryce foi o quarto, com Alan Jones em quinto e Gijs Van Lennep - outra tremenda zebra, com o Ensign - chegando em sexto a mais de 5 minutos de Reutemann. Além deles, apenas Lella Lombardi, Harald Ertl e Patrick Depailler completaram a prova.

Para nenhuma surpresa, a Williams não marcaria mais um único ponto nas etapas restantes e passou todo o ano de 1976, quando associou-se ao milionário Walter Wolf, em branco. Frank Williams voltou à condição de comprador de carros de segunda em 77, alinhando um March para Patrick Neve, patrocinado pela cerveja Bellevue e o seu último ano de penúria seria este.

Pois em 1978, com o patrocínio dos árabes, tudo começou a ser "ouro sobre azul" para Frank, que daí em diante experimentou como poucos o gosto do sucesso.

E pensar que tudo começou com o carrinho feio da foto lá em cima...

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