sábado, 11 de novembro de 2006

Suíço bom de braço

Nunca o vi correr, mas sei que ele era fera. Joseph "Jo" Siffert era bom com qualquer tipo de carro - Fórmula 2, Fórmula 1 e Esporte Protótipo.

Era brilhante na condução dos Porsche, quer seja o modelo 908 ou então o velocíssimo 917. E na Fórmula 1, também mostrou classe competindo entre 1962 e 1971 com carros Lotus, Brabham e Cooper pertencentes a escuderias particulares e depois como piloto oficial da March e da BRM.

Por esta última, disputou o Mundial de 71 vencendo pela segunda e última vez na carreira, no circuito austríaco de Zeltweg. Ao fim da temporada em que o piloto chegou em 5º no Mundial de Pilotos, as equipes se reuniram para o Victory Trophy, um evento para homenagear o bicampeão Jackie Stewart, no dia 24 de outubro, no circuito de Brands Hatch.

Siffert vinha em quarto até perder o controle do BRM P160 na décima-quarta volta, desgarrar e bater numa barreira. O carro capotou duas vezes e Emerson Fittipaldi, que estava na prova, viu que Siffert tentava se desvencilhar do cinto e sair do BRM.

Mas ele não teve tempo para isso. O fogo imediatamente consumiu o carro com o piloto ainda dentro do cockpit. Siffert, aos 35 anos, morreu tragicamente - por suprema ironia, na pista onde vencera pela primeira vez em 1968, com o Lotus 49 da equipe de Rob Walker e Jack Durlacher.

Em tributo, posto dois vídeos que achei no Youtube, claro. O primeiro, com imagens da Victory Race de 1971 e o segundo, claro, com os melhores momentos da última vitória do helvético em Zeltweg. Na ocasião, quem chegou em segundo foi Emerson Fittipaldi.

6 comentários:

Anônimo disse...

Bela lembrança Mattar!
Sempre li nas revistas que o Siffert era uma grande pessoa,muito querido por todos.
Este ano de 71 foi o ultimo em que a BRM era realmente competitiva,pois aquela vitoria de 72 em Monaco se deve mais as condições atmosfericas(o diluvio!!).
Grande Jo Siffert!!

Jonny'O

Anônimo disse...

Tem no Youtube também uma sequencia chamada Era dos Campeões.

O "Rato" se emociona imeditamente ao lembrar da cena e descrever o que viu!

É de arrepiar, e a cena, triste!

Anônimo disse...

Jo Siffert foi um dos maiores pilotos de sport protótipos de sua época, tempo em que pontificavam Pedro Rodriguez (seu maior rival, talvez(, Brian Redman, Vic Elford, David Hobbs, Nino Vaccarella, Umberto Maglioli, Ludovico Scarfiotti, Udo Schutz, Gerard Mitter, Richard Attwood, Hans Hermann,J. P. Beltoise, Henri Pescarolo, entre outros. Ou seja uma concorrência de respeito a bordo de Porsches 908, 910 e 917; Ford Gt-40; Ferrari P3/4; Alfas P-33; Matra-Simca, etc. Uma época de ouro!!

Anônimo disse...

Rodrigo,

O Siffert pra mim foi o Rei dos 917. Um Piloto bom em todas as categorias e parecia que era um sujeito bem tranquilo.

Anônimo disse...

Como o Caio eu vi o "Era dos Campeões" e esse depoimento do Emmo. Sem brincadeira, nem consigo imaginar o que sentia um piloto de Fórmula 1 da década de 1970 e nas décadas anteriores quando era certo que 25% do grid morreria no final do ano.

Ainda tem babaca que acha frescura quando a GPDA reclamou da segurança do último GP da Itália e a Fia queria cassar a superlicença dos pilotos caso não corressem. Aí quando um piloto figurão morre começa aquelas campanhas ridículas por mais seguranças nas pistas que beiram a psicose. A prevenção evita as grandes tragédias.

Anônimo disse...

realmente foi uma boa lembrança, o suiço era um tremendo nome que faz falta. no filme le mans quem esta guiando o carro do macquem na primeira volta e ele.
a cena ao encerrar a primeira volta em que um dos porches da uma beliscada na terra na chicane, entra na reta com o piloto corrigindo o volante e socando o pe no acelerador ilustra o suiço ao volante.
eu li no site do argentino sobre o 917 que siffert morreu sufocado pela fumaça, não sei se e verdade, mas torna ainda mais triste saber que ele poderia ter sido facilmente salvo.