Como o próprio nome diz, um balaio de gatos onde todo assunto vale a pena para ser comentado e discutido por quem escreve e por quem passa aqui: esporte, música, cinema, poesia, livros, amor, sexo, justiça, dinheiro e todos os temas e problemas do nosso cotidiano.
segunda-feira, 3 de julho de 2006
MERCI, ZIDANE!
Passamos a Copa inteira, até o jogo do último sábado, rezando pela aposentadoria precoce de Zinedine Zidane.
Quiseram os Deuses do futebol e o talento por eles concedido, que o francês tenha que esperar até o próximo final de semana para o adeus definitivo.
Merci pour tout, Zidane!*
Sorte nossa que ainda vamos ver arte nos gramados da Alemanha.
Sorte nossa que a vida vai voltar ao normal no Brasil nesta segunda-feira.
Bandeiras, bandeirolas, camisetas, camisinhas, postes, cuecas, tudo o que está ou remete ao verde-e-amarelo vai ficar para 2010.
O ufanismo que só demonstramos em épocas de Copa vai para o fundo do armário.
Por que será que só temos orgulho em sermos brasileiros de quatro em quatro anos?
Será a falta de vergonha estampada na nossa cara?
Não somos como nenhuma outra nação deste planeta, definitivamente.
Os franceses, principalmente, cantam seu hino com paixão. E a Marselhesa, com o seu definitivo início, parece querer soar fundo como um canto fúnebre para o torcedor brasileiro.
Allons enfants de la Patrie
Le jour de gloire est arrivé
Contre nous de la tyrannie
L'étendard sanglant est levé (bis)
Entendez vous dans les campagnes mugir ces féroces soldats
Ils viennent jusque dans vos bras, égorger vos fils, vos compagnes
Aux armes citoyens ! Formez vos bataillons !
Marchons, marchons, qu'un sang impur abreuve nos sillons.
Essa mesma paixão sobra no talento, na classe e no caráter do descendente de argelinos que enverga, com o mesmo orgulho do grande Michel Platini a camisa 10 dos bleus.
Zinedine Zidane foi um mestre no gramado do Waldstadion em Frankfurt. Com a categoria que Deus lhe deu, fez o que quis e foi a figura central da vitória da França sobre o Brasil.
E se eternizou como o primeiro jogador a nos derrotar duas vezes em Copas. Um privilégio que ele dividia anteriormente com o uruguaio Alcides Ghiggia e com o italiano Paolo Rossi.
Em ambas as ocasiões, foi duplamente decisivo. Em 1998, quando a França foi campeã, ele fez gols como nunca tinha feito até então - de cabeça.
Desta vez não precisou fazer gol nenhum. Mas o que fez em campo valeu por tudo. Inclusive pela frustração que os torcedores de seu país tiveram com o fracasso de quatro anos atrás.
Até nisso eles são tão iguais ao futebol brasileiro.
Já foram campeões e eliminados na Copa seguinte. Já tiveram seleções que encantaram o mundo e foram mais cedo pra casa. Já chegaram desacreditados. Agora só falta serem campeões.
E aí poderemos dizer... "pô, pelo menos perdemos para os campeões do mundo".
De novo!
* (Obrigado por tudo, Zidane - em francês)
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