domingo, 30 de julho de 2006

Hooligans tupiniquins

Eu me considero uma pessoa passional.

Adoro o que faço e tudo o que gosto, é com paixão.

Mas às vezes exageramos na dose.

Que o diga a torcida do Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense, o tricolor dos pampas, no Gre-Nal deste domingo, no Beira-Rio.

A torcida em si não - uma facção denominada Alma Castelhana - que torce ao estilo portenho, com cânticos de guerra e faixas em espanhol, além da avalanche a cada gol gremista. Há dois anos, quando surgiu, a Alma tinha cem, duzentos torcedores acompanhando. Hoje eles passam de cinco mil.

E foi essa turma (de cujas comemorações achava graça no começo) que provocou cenas lamentáveis no clássico válido pelo Campeonato Brasileiro.

Espremidos num canto do Beira-Rio, não se contentaram em depredar as dependências do Internacional, o arqui-rival do Grêmio. Fizeram ainda pior. Jogaram, acreditem se quiser, um banheiro químico, daqueles feitos de fibra, no fosso do estádio. Entraram em conflito com a Brigada Militar e a porrada comeu antes do jogo.



Não satisfeitos, no segundo tempo os gremistas extrapolaram na selvageria, ateando fogo no banheiro depredado. Como o material é de fibra plástica, o incêndio foi imediato e uma espessa nuvem de fumaça preta fez o jogo ser interrompido pelo árbitro. Os bombeiros intervieram, apagaram o fogo do banheiro e também o da torcida do Grêmio, intimidada pela polícia com bombas de efeito moral.



O jogo foi o retrato da selvageria da torcida (ou seja, deplorável) e o segundo tempo terminou com exatos 60 minutos. Placar final - zero a zero.

Muito bem...

Agora a pergunta que não quer calar?

Cabe ao clube Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense uma punição severa pelo péssimo comportamento de sua torcida no Beira-Rio, mesmo sendo a equipe visitante?

Na minha opinião, mais do que intervir e deixar os torcedores sem ver a equipe jogar por pelo menos umas três partidas no Olímpico, é muito pior notar que não se pode mais ir ver um jogo de futebol acompanhado de qualquer familiar - quer seja pai, mãe, esposa, filhos ou sobrinhos.

Porque os atos de vandalismo praticados por essas facções vêm assustando e muito. Este ano já vimos cenas lamentáveis no Pacaembu quando o Corinthians foi eliminado pelo River Plate na Taça Libertadores da América.

E neste 30 de julho, mais um capítulo triste do futebol brasileiro acaba de ser escrito com uma mancha negra, a mancha da vergonha.

Cá pra nós... e ainda tem gente que viaja na maionese querendo ver a Copa do Mundo de Futebol realizada no Brasil.

Só se for em outra encarnação, porque com os estádios - e os torcedores que temos - isto é humanamente impossível.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ir em um estádio virou programa para marginal e somente para eles.

E o Brasil ainda quer promover uma Copa...

Conta outra, vai...