quarta-feira, 5 de julho de 2006

Bravíssima Itália!


Quando dizem que a Itália e o seu povo têm a vocação para o drama, não estão errados.

Em Copas do Mundo, de 62 pra cá, é assim.

Diversas vezes, os transalpinos foram eliminados na primeira fase - como na vexatória derrota para a Coréia do Norte. Noutras, escandalosamente roubados.

E em outras, começaram mal e subiram feito foguete até chegar às decisões e títulos - como em 70, 82 e 94.

Eis que essa mesma Itália, que vive agora uma crise sem precedentes dentro do futebol, capaz de rebaixar de uma só tacada Juventus e Milan, chega agora à final da Copa da Alemanha.

E derrotando os próprios donos da casa, como convém a tradição. Com drama.

O jogo de ontem em Dortmund foi parelho, pegado, de muita marcação e diversas faltas. Mas a Itália foi melhor, com um elenco de mais qualidade (exceto os botinudos Gattuso e Camoranesi) e mais volume de jogo.

A partida foi para a prorrogação e o treinador Marcello Lippi esqueceu a retranca no vestiário. Trouxe Iaquinta para tirar Camoranesi, que já tinha cartão amarelo. E com um mezzo 4-3-3, começou a ganhar o jogo.

Logo no início, Gilardino acertou o pé da trave de Lehmann. E Zambrotta mandou um tirambaço que estourou no travessão.

A entrada de Del Piero foi a senha para mostrar que a Itália não estava para brincadeira.

E quando tudo já se encaminhava para os pênaltis... em dois minutos a Azzurra resolveu tudo com dois belíssimos gols de Grosso (que não faz jus ao sobrenome e já foi contratado pela Internazionale - bom reforço!) e do próprio Del Piero, que um minuto antes acertara um fotógrafo num chute horroroso.

A Itália sobrevive rumo ao tetra. Já a Alemanha...


Dortmundaço

Deu pena da torcida alemã no Westfalenstadion.



Deu pena do time, que mesmo com tantas limitações, chegou muito longe. Mais longe do que os gato-mestres e os céticos previam. Certamente Beckenbauer está tão surpreso quanto, pois os anfitriões pelo menos chegam ao último fim de semana da Copa.

A frustração pela derrota e pela freguesia que eles não conseguem quebrar foi imensa, enorme.

Ao contrário do que se viu no sábado na derrota brasileira, jogadores como Odonkor, Schweinsteiger e Kehl - a nova geração lançada por Klinsmann - choravam copiosamente.

E o capitão Michael Ballack, possivelmente num de seus últimos jogos de Copa do Mundo, deixou o campo com os olhos marejados e sob os aplausos de uma torcida que se comportou digna e fielmente - chorosa, é verdade. Mas que reconheceu a luta e o empenho de uma seleção que conseguiu calar a boca dos seus mais ferrenhos críticos.

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