domingo, 10 de setembro de 2006

O fim


Fiquei sempre de olho nas reações de Schumacher, obrigado que sou por minha profissão.

Não manifestei em nenhum momento qualquer reação emocional, até porque não sou alemão e não sou tiete dele para agir de tal forma.

Mas estava atento, pronto para passar aos meus colegas de trabalho a informação correta.

Quando o vi abraçando o presidente da Fiat e da Ferrari, Luca di Montezemolo, mais demoradamente que o normal, senti cheiro de "fim" no ar.

Parece que não me enganei. Os afagos em Jean Todt e na esposa Corinna funcionaram como um "muito obrigado".

E a presença do diretor esportivo da escuderia italiana junto a Schumacher no pódio não deixou por menos. É o fim. Em 2007, o alemão está fora.

Na coletiva dos três primeiros, imediatamente após a prova, de sua própria voz, ficamos sabendo do que já era mais ou menos previsto.

"Tem sido um dia muito especial, terminando com estilo de olho no campeonato. Mas principalmente, pelo que de alguma maneira vai acontecer no futuro."

"Houve muita discussão, por muito tempo, sobre o meu futuro, e eu acho que os fãs e apaixonados pelo automobilismo têm o direito de saber o que vai acontecer."

"Desculpem-me por ter demorado mais do que vocês gostariam. Mas tive que escolher o momento certo. E sinto que este é o momento certo. Foi minha última corrida em Monza. E no fim do ano, decidi junto com a equipe que vou me aposentar."

"Tem sido excepcional... o que o automobilismo me deu, em mais de 30 anos. Realmente amei cada momento, os bons e os maus, que fazem a vida tão especial. Em particular, tenho que agradecer à minha família, começando pelo meu pai, minha falecida mãe, obviamente minha mulher e meus filhos, que nesse tempo todo apoiaram o que eu estava fazendo. Sem esse apoio, sem essa força para sobreviver nesse negócio, neste esporte e poder competir, seria impossível."

"Eu não posso ser grato o suficiente à minha família. Mas também aos meus companheiros da época da Benetton e, claro, especialmente da Ferrari. Fiz tantos amigos, tantos caras legais nesta equipe. E é uma decisão muito difícil... não trabalhar mais neste nível com todos os meus amigos, meus engenheiros, todo mundo... foi tão bom... mas um dia o dia tem que chegar e eu senti que este era o momento."

"Ao mesmo tempo, achei que era justo Felipe ter a chance para decidir o seu futuro, porque acho que ele é um grande cara, está fazendo um trabalho muito bom. É um grande companheiro de equipe... é o momento dele decidir o seu futuro. Eu não poderia tomar a minha decisão depois da decisão dele."

"E sobre meu futuro substituto, fiquei muito satisfeito quando soube há muito tempo que ele (Raikkönen) é o escolhido. E agora, só quero me concentrar nestas três últimas corridas e espero parar com estilo, se possível campeão. Demos um grande passo hoje. E quero agradecer a todo mundo que cruzou meu caminho, me ajudou em diversas etapas. E foram muitas pessoas. Muito obrigado."

3 comentários:

Gustavo Castro disse...

Nós podemos acreditar que ao final da 71ª volta no José Carlos Pace, no dia 22 de outubro, 5 dias depois de meu aniversário,Michael Schumacher vai ser chingado em todos os idiomas, por todos do círculo da f1, por alguma atitude anti-desportiva, parecida com a de Zinedine Zidane, vulgo "Zizou" para os françeses.

Um abraço aos leitores e principalmente ao owner deste blog,Rodrigo Mattar(um dos melhores comentaristas automobilísticos do Brasil).

Anônimo disse...

Vi mais uma lenda parar. Fui um privilegiado. Será que veremos outras lendas correrem? Espero que sim.

Seria muito bom que o campeonato seja decidido na pista. Já chega dessa falta de credibilidade não?

Até o GP do Brasil!!!!

Anônimo disse...

O recordista vai parar.

Jonny'O