segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Nascarianas

O blogueiro Ricardo Moribe manda e-mail com duas indagações sobre a Nascar. Uma exige explicação e a outra é bem simples.

Vou começar pela mais fácil: ele quer saber porque Dale Earnhardt Sr. era conhecido pelo apelido The Intimidator. Sete vezes campeão e maior vencedor de títulos da história da Stock Car estadunidense, Dale pai ganhou este apelido pelo arrojo e também por intimidar os adversários nas divididas por posição. Como não tinha medo de nenhum deles e se preciso jogava-os para fora da pista, por isso ganhou a alcunha.

O segundo alvo de questionamentos é Jeff Gordon. E dá pra entender o porquê.

Aos 35 anos e com uma longa carreira pela frente - isto se quiser continuar competitivo - o piloto nascido na Califórnia tem quatro títulos na Nextel Cup e pode chegar ao quinto este ano. Realizado no que sabe fazer melhor, muito bem financeiramente, casado e pai de quatro filhos, Gordon é o piloto a ser batido e o seu sucesso incomoda muita gente.

As críticas mais ácidas vêm, incrivelmente, de um brasileiro que empunha um microfone para comentar as corridas da Nascar para um canal de TV a cabo. Do alto de sua "sapiência automobilística", com entrelinhas - e às vezes sem elas - detona Gordon, chamando o piloto de "integrante da turma do arco-íris" (ou seja, de viado) e de "parte da turma do mal".

Puro despeito. Primeiro, isso de "arco-íris" é porque Gordon usa em seu Chevy o número 24. Segundo, que como já disse, ele é casado. E terceiro, eu nunca soube que o piloto fizesse parte da turma do mal - ao contrário de reconhecidos canalhas que correm ali.

Há um preconceito sim porque Jeff é californiano, não é um redneck (caipira) como 90% dos pilotos da Nascar o são.

E o que deve doer fundo em muita gente é que o cara guia bem em tudo quanto é tipo de pista: superspeedway, oval médio, oval curto e misto.

Tem mais um detalhe: perguntem a quem ele deixou impressionado quando "trocou" de lugar com Montoya e andou de Williams-BMW em Indianápolis há alguns anos.

A sigla FW diz alguma coisa?

5 comentários:

Alessandra Alves disse...

credo, que absurdo! e daí se o cara fosse mesmo "da turma do arco-íris"? que preconceito tosco, vergonhoso...

agora, veja esta: estou navegando por um site noticioso e meu filho, de sete anos, me pergunta, apontando para um determinado canto da página: "fala alguma coisa ali sobre o montoya?". estranhei a pergunta: "não, são notícias sobre a stock car, por que o montoya estaria ali?" e ele, com muita propriedade: "ah, é stock? é que eu vi isso e achei que fosse nascar". "isso" a que ele se referia era o logo da stock 2007, de fato muito parecido com o da nascar, a começar pela coincidência de patrocinador principal.

Mestre Joca disse...

Mattar,
Sei bem a que você se refere quando remete a essas "cavalgaduras" que posam de comentaristas automobilísticos sem o mínimo conhecimento do que falam, a não ser repetir bordões consagrados e mal descrever o que rola nas pistas. Agora quanto à Nascar - e olha que não sou fã da categoria - sinto um tremendo preconceito e um anti-americanismo panaca todas as vezes a que se referem à categoria no Brasil. Caipiras, babacas, braços duros, etc. Não é melhor nem pior do que outras categorias, apenas diferente, feita para o gosto americano e sua maneira de apreciar um espetáculo. Se fosse assim tão ruim, por que será que a tal Stock Car Brasil, tão incensada por grande parte da mídia especializada tupiniquim, busca tão desesperadamente imitá-la? Preconceitos tolos, frutos da desinformação e do congelamento de avaliação. A propósito, caso queiram ofender ainda mais aos irmãos do Norte, podem chamá-los de "wet back". Não existe insulto maior aos camaradinhas do Meio Oeste.

Anônimo disse...

Concordo com o que o Joaquim e o Rodrigo disseram e completo que o Jeff Gordon é o melhor piloto do mundo na atualidade gostem disso ou não.

Wallace Michel

Blog F1 Grand Prix disse...

Respeito é bom e Jeff Gordon merece. Belo texto, Rodrigo.

Anônimo disse...

Mas alguém leva a sério aqueles dois idiotas do Speed? Fico me perguntando... A única coisa que os dois fazem é traduzir o inglês (mal e porcamente), não entendem nada de automobilismo(embora trabalhem num canal dedicado ao esporte). Enfim: o que leva uma empresa a montar um canal a cabo e colocar esse tipo de gente como locutores e comentaristas?