sexta-feira, 31 de março de 2006

Novos "alunos" para a Escolinha do Max

A proposta da FIA para a Fórmula 1 em 2008, com novo regulamento e cortes de custos, atraiu muito mais interessados do que se supunha.

Além das onze equipes da atual temporada, outros onze interessados pediram inscrição para o campeonato de daqui a dois anos.

Surpreendente, não?

O que pega é a incapacidade de alguns circuitos em abrigar, nos seus boxes, mais equipes do que o que já existe hoje. Interlagos e Imola por exemplo têm um paddock muito apertado e dificilmente comportariam mais do que 13 equipes, no máximo.

A FIA impôe na atual F-1 um limite de doze escuderias - que poderá ser ampliado dependendo de quem estiver interessado em estar na categoria em 2008.

Dois nomes são conhecidos: Paul Stoddart, disposto a ressuscitar a Minardi, e David Richards, através da Prodrive, sua empresa de preparação de carros de rali e Grã-Turismo. Por trás dos bastidores, já que a entidade máxima do automobilismo não revelou nomes, fala-se que o Team Dubai (McLaren B) estaria inscrito e que Eddie Irvine, graças aos dólares de um sócio russo, montaria uma estrutura e a entregaria para outro Eddie, o Jordan, comandá-la.

Agora, vocês já imaginaram Pamela Denise Anderson, que vem a ser a atual namorada de Irvine, como primeira-dama de uma equipe de F-1?

Pano rápido...

Muita calma nessa hora...

Fiquei espantado com o encerramento do Globo Esporte dessa sexta-feira.

Como pode o programa fazer um paralelo entre o tricampeão mundial de F-1 Ayrton Senna e seu sobrinho Bruno, que tem menos de dois anos de automobilismo?

Ah... o Bruno venceu na Austrália pela primeira vez na vida, no país onde o tio chegou ao lugar mais alto do pódio em sua derradeira ocasião, há 13 anos.

E, por favor, paremos por aí com as coincidências!

Bruno venceu uma prova do possante Campeonato Australiano de Fórmula 3, que usa modelos Dallara defasados em relação aos carros das principais competições da modalidade - especialmente o certame inglês e o europeu.

Entre seus adversários, nenhum - mas nenhum mesmo - nome conhecido. E entre os carros participantes, modelos de 1989!

Totalmente jurássicos...

É brincadeira de mau gosto dizer que foi uma grande conquista, que trata-se do surgimento de um "novo" Senna, de um novo ídolo das pistas.

Muita calma nessa hora.

Até porque, promessa por promessa, Nelson Ângelo Piquet aparece com mais horas de vôo, mais quilometragem, sobretudo vitórias e títulos. E com muito mais chance de chegar à Fórmula 1 antes de Bruno Senna.

quinta-feira, 30 de março de 2006

Eu não sei fazer música...

Mas adoro ouvir, cantar e tudo o mais...

Afinal, música faz um bem danado para a alma. E no momento em que estou postando, tá rolando "I me mine", dos Beatles, no álbum Let It Be... Naked.

E é sobre esta arte que vou falar agora.

Muita gente deve desconfiar por aí que veteranos maestros com longa estrada musical não estão antenados com o que acontece no meio no século XXI.

Pois é... e eu fiquei muito surpreso quando abro a Bizz de março e me deparo com a lendária seção "Cabra-Cega", com o maestro Júlio Medaglia na berlinda. Pré e pós-tropicalista, com 67 anos de idade, colega de Stockhausen e de Frank Zappa em cursos de música contemporânea na Alemanha e nos EUA, ele falou com propriedade sobre a chamada "vanguarda do rock".

E não poupou críticas vorazes, não.

A primeira faixa foi "Paranoid Android", do Radiohead, que mereceu de cara uma reprovação. "Não tem graça nenhuma. Eles não conhecem a história do rock e se são jovens, já nasceram velhos. Melhor ouvir Mutantes", aconselhou.

Ele gostou de "Tonta Maria Morta", do grupo nacional Objeto Amarelo. "Não deve fazer sucesso em meio à imbecilidade da música brasileira, mas me emociona. Essa turma quer fazer música."

Chegou a vez de "Mysterons", do Portishead, e voltou o ataque. "A orquestra não utiliza todos os timbres que poderia. O grupo precisava de arranjadores melhores. Manda ela (a vocalista Beth Gibbons) passar um fim de semana comigo que eu faço uns arranjos."

A surpresa da audição foram os elogios ao grupo Fantomas, de Mike Patton, ex-Faith No More. Ao ouvir "Godfather", o maestro disse que "eles não fazem um som linear. Lembra o estilo do Ennio Morricone. É uma paródia, mas sem picaretagem, mantendo um olhar bem-humorado."

Em "She Moves She", do Four Tet, a metralhadora disparou de novo. "Eles poderiam ter usado mais elementos. Criei trilhas para filmes que fazem imaginar que são 500 pessoas tocando, mas sou apenas eu, com um dedo no computador", ironizou.

Só para quem não sabe: o maestro idealizou um programa de revelação de jovens talentos na música clássica, chamado Prelúdio, na TV Cultura de São Paulo. E lançou o livro Música Impopular, uma coletânea de vários de seus polêmicos textos sobre música.

Hum... polêmico?

Taí... fiquei fã do Júlio Medaglia.

quarta-feira, 29 de março de 2006

Bola dentro... bola fora

O canal de TV a cabo Multishow acertou em alguns alvos nesta semana. Mas errou feio noutro.

A bola dentríssima é a contratação da VJ Adriana Wagner, a Didi, que desde janeiro tentava engatar uma renovação de contrato com a MTV.



Aliás, uma fonte segura revelara em janeiro que ia rolar um passaralho na emissora musical - só não acreditei que a linda Didi fosse entrar no lote de dispensas.

Enfim, já que bundinha de pato refresca na lagoa, a turma do Multishow não perdeu tempo e trouxe Didi para seus quadros - até para aplacar a saída da apresentadora Lorena Calábria, de mudança definitiva para a Record.

A estréia da ex-VJ da MTV deve acontecer no segundo semestre.

Mais um bola dentro: o cracaço da MPB e tricolor (como eu... e não podia ser de outro jeito...), Chico Buarque de Hollanda, terá um programa especial, só dele, com nove episódios.

Começa no próximo domingo e, claro, o primeiro tema é futebol - com direito a um papo com o Rei Pelé, encontros com o craque Ronaldinho Gaúcho e memórias como a inauguração do Maracanã em 1950, quando Chico ainda era o menino Francisco, de menos de 6 anos de idade.

Com certeza vale a pena ver e rever esse programa...

Agora vem o bola fora...

Não é de hoje que o Multishow erra a mão quando produz alguns de seus especiais ao vivo. Cito como um exemplo vivo disso o tributo a Raul Seixas. E por quê?

Porque colocou um inimigo mortal do magro, o também baiano Caetano Veloso, para cantar "Maluco Beleza". Para os mais extremados fãs de Raulzito, foi uma heresia que jamais terá reparo.

Na mesma linha de raciocínio, houve diversos equívocos no especial Renato Russo - Uma Celebração, exibido no dia em que o líder da Legião Urbana nasceu - 27 de março. Se estivesse vivo, aniversaria exatos 46 anos.

Marcelo Fróes foi o responsável pela seleção do repertório e dos artistas que iriam participar do evento.

Por um lado ele deu tiros certeiros como os Titãs cantando "Fábrica 2" e "Que País é Esse?" (só para mostrar o quanto os Titãs ainda podem ser legais quando querem), o Biquíni Cavadão mandando bem em "Eduardo e Mônica" e especialmente o Capital Inicial, com Dinho Ouro Preto a esbanjar energia nas ótimas performances de "Marcianos Invadem a Terra" e "Tempo Perdido", que fechou o especial.

Só que pelo outro...

Para começar, os remanescentes da formação original nem foram chamados para participar - o que por si só é um desrespeito com os fãs legionários e um desmerecimento à importância de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá para o grupo.

Depois, escalações equivocadas: Vanessa da Mata (o que é aquele cabelo dela?) cantando "Por Enquanto", Charlie Brown (hein?), com "A Canção do Senhor da Guerra", o Wolverine Nasi dando uma de blueseiro rascante em "Música Urbana 2" e Toni Garrido - que felizmente não vi e que provavelmente me daria ânsias de vômito.

Tenho certeza de que Renato Manfredini Júnior, o grande Renato Russo, o maior poeta do rock brasileiro, pari passu com o inesquecível Cazuza, merecia homenagem muito melhor.

Sabem o que vou fazer? Continuar minha coleção de CDs da Legião e ouvir a obra desse grupo na voz de quem realmente fazia todas aquelas canções terem sentido nas nossas vidas.

A dança da falta de vergonha

O Congresso Nacional continua fazendo o povo brasileiro de palhaço.

Não é para menos: Brasília está vergonhosamente parecida com um picadeiro.

Ai de nós, já diria Nelson Rodrigues. Ai de nós...

Eu não gosto da revista Veja. Acho, aliás, que ela faz um patrulhamento fudido contra o governo Lula e bate no PT sem dó nem piedade desde que o partido começou a ser governo.

Mas ela merece aplausos por dar uma capa à dancinha ridícula da deputada paulista Ângela Guadagnin (reprodução abaixo).



A parlamentar teve a pachorra de comemorar a absolvição do colega de partido e plenário João Magno.

Para azar dela, as câmeras a flagraram na "sambadinha" que durou cerca de 20 segundos, tão surreal quanto a de Rubens Barrichello em seus pódios na Fórmula 1.

Isto foi o suficiente para que todo mundo caísse de pau na postura antiética da deputada. Ricardo Izar, presidente do Conselho de Ética, defende o afastamento de Ângela Guadagnin por falta de decoro.

Perfeito!

Só que a deputada já tenta se fazer de vítima... disse que está sofrendo um "massacre" e que é "vilipendiada, humilhada e vítima de preconceito."

"Sou gorda, não pinto os meus cabelos, sou do PT. Se eu seguisse o padrão de beleza da propaganda, teria sido diferente. Caso eu fosse um homem, seria irrelevante", defendeu-se.

Mas tem um problema...

Na política, o "SE" não existe.

Afinal, se minha avó tivesse pneus e motor, ela seria um carrão possante de corrida.

Adeus, Beato Salu...

Realmente, o andar de cima resolveu chamar muita gente boa das artes em 2006.

O último que fiquei sabendo, e isso quatro dias depois do ocorrido, foi Nelson Dantas, que brilhantemente interpretou o personagem Beato Salu, na novela "Roque Santeiro", em 1985.

Aos 78 anos, o pai do também ator Daniel Dantas sofria de câncer do pulmão e morreu de uma parada cardiorrespiratória no último sábado, num hospital do Rio de Janeiro.

Versátil, Nelson sempre foi requisitado no teatro e no cinema. Na telona, participou de longas como Dona Flor e Seus Dois Maridos, Bar Esperança e O que é isso, companheiro?

A sua última aparição será póstuma, no filme Zuzu Angel, onde Nelson interpretou o personagem Antônio Lamarca.

Mais uma grande perda...

No one here gets out alive ou... Daqui ninguém sai vivo

Gente, foram dois dias longe da minha casa e estou de volta ao Rio de Janeiro.

Vontade não faltava de abastecer o blog de informações, mas cadê tempo?

Enfim... vamos em frente...

A Revista da MTV chegou neste mês de março à sua quinquagésima edição. Basicamente, a capa traz dois ex-integrantes do Planet Hemp: Bernardo "BNegão" e Gustavo "Black Alien". Mas com certeza não foi isto que me chamou a atenção na publicação.

E sim que seis nomes de proa do rock e do blues morreram, TODOS, com a mesma idade: 27 anos.

Não são gente qualquer. Estou falando de Jim Morrison (foto abaixo), Janis Joplin, Jimi Hendrix, Brian Jones, Robert Johnson e Kurt Cobain.



Ocioso dizer que a matéria busca toda a sorte de explicações para entender melhor o porquê deste fenômeno. A mórbida semelhança que coloca lado a lado todos estes talentos da música transcende numerologia, antroposofia e demais ciências e filosofias.

Pela astrologia, os mapas astrais de Morrison, Hendrix, Jones e Janis mostram posições semelhantes no céu e aspectos conflitantes entre Urano e Netuno - Netuno, o impalpável, o imaginário, as artes e as drogas. Urano, o inesperado, o acidental, o imprevisível.

Décadas depois, o mapa astral de Kurt Cobain mostrava a mesma correlação.

E é sabido que os três primeiros nasceram em 1942 e 1943, e o guitarrista do Nirvana, em 1967.

Impressionante, não?

Em tempo: Robert Johnson morreu em 1938, de pneumonia em razão de uma sífilis.

Brian Jones foi nocauteado por uma overdose seguida de afogamento, em 1969.

Jimi Hendrix, no mesmo ano, tomou uma superdose de psicotrópicos e morreu.

Janis Joplin enfiou o pé na jaca e morreu com overdose de heroína em 1970.

Jim Morrison foi encontrado morto na banheira do seu apartamento em Paris, no ano de 1971. Causa mortis até hoje desconhecida.

Kurt Cobain, ao contrário do que se aventou por muito tempo, morreu de overdose e não de suicídio.

Aliás, em 9 de abril, completam-se 12 anos de seu falecimento.

domingo, 26 de março de 2006

Que domingo sinistro...

Nossa... que dia mais sinistro...

Primeiro, no início da tarde, lá nos EUA, foi a morte do piloto da IRL Paul Dana.

Agora à noite chegou mais uma notícia chocante: a atriz Ariclê Perez, que fez na segunda fase da minissérie JK, da Rede Globo, a mãe de Juscelino Kubitschek, D. Júlia, morreu em circunstâncias muito suspeitas.



Ela caiu da janela do seu apartamento localizado no bairro paulistano de Higienópolis.

A polícia vai investigar o caso, que pode ter um desfecho nas seguintes opções: suicídio (a mais provável), acidente doméstico ou reação à assalto.

Ariclê foi casada com o diretor teatral Flávio Rangel, assassinado em 1988. Em trinta e nove anos de carreira, somente nos últimos 16 experimentou trabalhar em televisão. Uma de suas esparsas e mais brilhantes participações foi na novela "Meu Bem, Meu Mal", como a mãe do personagem Doca, de Cássio Gabus Mendes.

Paul Dana (1975-2006)

Acabo de perder um colega de profissão.



Paul Dana (foto acima), americano de 30 anos, piloto bissexto de competição e jornalista de formação, morreu esta tarde em decorrência de um grave acidente com seu Panoz Honda no treino de aquecimento da etapa inaugural da IRL no oval de Homestead, em Miami.

O piloto largaria da nona posição na corrida que deverá (até agora não se falou em cancelamento) acontecer às 17h30 deste domingo pelo horário de Brasília. Ele entrou em cheio no Dallara Honda de Ed Carpenter, enteado de TG primeiro e único, depois que este bateu na curva 2 do circuito.

Os dois acidentados foram levados para o Jackson Memorial Hospital. Carpenter, para fazer exames de praxe. Mas Dana, que esse ano assinou contrato para substituir Vítor Meira na Rahal Letterman Racing, deu entrada já em estado muito grave. Os médicos nada puderam fazer e há cerca de meia hora foi anunciado o falecimento do piloto.

Dana havia estreado na IRL ano passado pela escuderia Hemelgarn Racing com um Dallara Toyota. E em 2004, fora vice-campeão da Indy Pro Series.

Muito bem... aí eu pergunto:

Será que vale a pena para Kevin Kalkhoven e os homens da ChampCar insistirem na reunificação com a turma de TG, depois da segunda morte (a última foi de Tony Renna, em Indianápolis, outubro de 2003) em menos de três anos?

Eu, se fosse um dos chefões, certamente mudaria de idéia. E mandaria uma banana para TG e sua trupe.

Chutando geral

Tenho muito respeito pelo Lima Duarte.

Por tudo o que fez em sua brilhante carreira como ator de filmes, novelas, minisséries e até como dublador do desenho animado "Manda Chuva", o mineiro de Desemboque (hoje, conveniente chamada de Lima Duarte) merece aplausos.

Mas as pessoas chegam a um ponto na vida onde se reservam o direito de dizer o que querem, como querem, sobre quem quiserem. E às vezes derrapam feio.

O velho Ariclemes desta vez soltou o verbo numa entrevista à "Folha de S. Paulo". E não poupou ninguém: do presidente Lula até a Rede Globo, sobrou pra todo mundo.

Eleitor de FHC (não se esperava outra coisa), Lima chamou o presidente de "imbecil, idiota e ignorante".

Detonou a própria Rede Globo, onde trabalha interpretando o personagem Murat na novela "Belíssima", em especial o programa Fantástico. "A edição do programa é calamitosa, como a da Globo em geral. O Fantástico transforma qualquer opinião em merda", disse.

A nova safra de atores de novelas também mereceu farpas, tendo Fernanda Lima como o alvo da ira do veterano ator. Para ele, "vestiram-na demais e ficou ruim pra ela".

O palavrório dele demonstra uma insatisfação fudida com a televisão, da qual ele se diz "cansado".

Aos 76 anos, Lima Duarte, que já interpretou no cinema tipos marcantes como o contínuo Noronha de "Os Sete Gatinhos", está em cartaz com "Depois Daquele Baile" e em breve estará na telona com "Boleiros 2".

Eu vou abusar de franqueza agora.

Acho que manifestar opinião é democraticamente válido. Mas não concordo com o Lima quando ele critica a postura da empresa que paga seus salários. E paga bem, podem apostar, para um ator do naipe dele.

É aquela velha história: se não está satisfeito, pede licença e sai.

Capi... rossi!!!!

Depois de uma ótima noite de balada (ah se Deus contasse pra todo mundo...), acordei a tempo de ver a etapa inaugural da MotoGP em Jerez de la Frontera. Assistir às provas do Mundial de Moto me dão prazer porque em sua maioria as corridas são sensacionais - mas ao mesmo tempo fico com o coração apertado.

Isto porque há menos de dois anos tínhamos o GP do Brasil, um evento dos mais interessantes numa das melhores pistas do mundo. E o que hoje temos? Um arremedo de circuito e um prefeito tão alucinado pelo Pan 2007, a ponto de destruir um patrimônio do esporte a motor para construir ali duas arenas esportivas e um velódromo desmontável. E podem escrever - em cinco anos, ninguém vai querer competir ali - nas arenas, bem entendido.

Destilada a raiva, voltemos ao que interessa...

Meninos e meninas, e não é que o Valentino Rossi caiu logo na primeira curva?

É verdade que com uma forcinha do espanhol Toni Elias, que abalroou a 46 amarela, levando o Garoto de Ouro ao chão e à última posição.

Aí restou outro Rossi na disputa... o Capi...rossi... (aiiiiii!)



Loris Capirossi, o anão da Ducati, dono de uma pilotagem ultra-agressiva, domou a Desmosedici do alto-baixo de seu 1,65 metro e os ataques do menino prodígio Daniel Pedrosa, que em sua estréia com a Honda oficial fez uma corrida limpa, sem erros - mostrando que veio pra ficar.

Outro que surpreendentemente andou bem, mostrando incrível maturidade pelo menos na estréia, foi Casey Stoner, que de 15º no grid foi para sexto na quadriculada. E a ótima recuperação de Toni Elias - o mesmo que bateu em Rossi na primeira curva, prejudicado o bastante por um retardatário para não chegar em terceiro.

Valentino? Foi apenas o décimo-quarto, salvando dois pontinhos.

E Gibernau?

Ah, o mais novo coño da praça abandonou com pane eletrônica.

Melhor o catalão se benzer.

sexta-feira, 24 de março de 2006

Calaram o Chef

Trey Parker e Matt Stone, os criadores do hilário e pesadíssimo desenho animado South Park, encontraram a solução ideal para o problema recente que tiveram com o cantor Isaac Hayes.

O intérprete de "Shaft" abandonou a dublagem do personagem Chef porque num dos episódios, os criadores do desenho sacanearam a Cientologia e insinuaram que Tom Cruise, que também é adepto da doutrina, fosse gay.



Como há nove anos, Hayes emprestava sua voz marcante ao mestre-cuca, ficou óbvio que ninguém o substituiria à altura. Então a saída foi matar Chef e tirá-lo do desenho, que está em sua décima temporada nos Estados Unidos.

Há algo podre no reino de TG...

Gente, eu sei que anda difícil escolher assunto pra comentar aqui no blog. E como essa semana foi corrida, faltou tempo para falar de algumas coisas fora do métier deste que vos escreve.

Semana que vem, prometo que compenso.

Hoje aproveito para comentar aqui sobre o início do campeonato da IRL, uma categoria que passa por uma enorme crise de identidade no automobilismo americano.



E tudo por conta do fundador e presidente do Indianapolis Motor Speedway, Tony George. Com pose de imperador e ranço caipira, TG primeiro e único comprou briga com a CART em 1995 e no ano seguinte fundou seu próprio campeonato, tirando os grandes nomes do automobilismo de monopostos de Indianápolis.

Aos poucos eles até retornaram e escuderias fortes como Penske, Andretti Green e Rahal Letterman adotaram o campeonato da IRL.

Fica a pergunta: até quando?

Ninguém parece muito disposto a dispender mais sacrifícios para manter a competição na ativa. Nem mesmo as grandes equipes.

A solução lógica e clara seria a reconciliação com o que hoje é a ChampCar. Ou seja: regulamento uniforme de chassis e motores e um calendário com poucas provas em oval e muitas em misto, que é o que deseja Kevin Kalkhoven, com quem TG negocia.

As duas partes já chegaram a falar que era "um assunto sem volta". Mas TG acena com um entendimento "a médio prazo".

Animador? Sem dúvida. Resta saber o quanto...

***

A temporada deste ano começa em Miami, no oval de Homestead, com vinte carros - todos com motor Honda - e quatro brasileiros na disputa: Tony Kanaan (campeão de 2004), Hélio Castroneves (bicampeão de Indianápolis), Vítor Meira (vice-campeão de Indianápolis ano passado) e Felipe Giaffone.

Para Indianápolis, cujo grid tem que ter 33 carros, TG primeiro e único tenta desesperadamente chegar ao quorum máximo. Para sorte dele, Michael Andretti e até Al Unser Jr., fora das pistas desde 2004, estão confirmados na principal corrida do ano. Mas os demais nomes que preencherão a lista de inscritos são aqueles "barbeiros" que provocam acidentes descabidos ou levam bandeira preta de desclassificação.

As corridas continuam transmitidas pela Bandeirantes e com uma mudança: Celso Miranda deixa de ser o narrador e o posto fica com Luciano do Valle.

Cabe aqui um elogio. Luciano já foi capaz de me arrepiar com a narração do golaço do Falcão na Copa de 1982 e com o título do Emerson em Indianápolis, sete anos depois.

Os tempos são outros e não sei se o veterano Bolacha ainda tem pique para narrar uma corrida em oval. Será que ele vai conseguir falar os nomes de todos os estrangeiros direitinho? Ou vai dar uma de GB e ficar falando da "irmã do Eddie Cheever", como ele fazia desde que a Band passava primeiro a CART e depois IRL?

***

Para terminar:

Marcelo D2, que está fazendo muito sucesso com seus discos-solo fora do Brasil, foi escalado para um show especial depois da corrida, especialmente para os brasileiros residentes em Miami que comprarem ingresso para as 300 Milhas de Homestead.

O problema é que até agora não se sabe se o evento acontecerá.

O Consulado dos Estados Unidos negou o visto de entrada a D2 e sua entourage.

Xiiiii...

quinta-feira, 23 de março de 2006

quarta-feira, 22 de março de 2006

Carcará: o mito renasce

Mil novecentos e sessenta e seis. Anos de chumbo pós AI-5. Época em que despontava o talento de Nara Leão e depois o de Maria Bethânia no show "Opinião", no Teatro Copacabana, no Rio de Janeiro.

Entre as músicas, havia uma de João do Vale chamada "Carcará".
Carcará
Lá no sertão
É um bicho que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem o bico volteado que nem gavião
Carcará
Quando vê roça queimada
Sai voando, cantando,
Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará come inté cobra queimada
Quando chega o tempo da invernada
O sertão não tem mais roça queimada
Carcará mesmo assim num passa fome
Os burrego que nasce na baixada
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que home
Carcará
Pega, mata e come
Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu sertão
Os burrego novinho num pode andá
Ele puxa o umbigo inté matá
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que home
Carcará
Carcará também é o nome de uma relíquia do automobilismo brasileiro que, 40 anos depois de seu surgimento, ganha vida novamente.
Construído por Toni Bianco com o traço genial de Anísio Campos, o protótipo foi concebido para bater o recorde nacional de velocidade pura. Muita gente achou graça na audácia porque o motor era o Vemag de apenas 1.100cc, três cilindros e dois tempos.
Mas os gênios no projeto do Carcará não se resumiam apenas à chassi e aerodinâmica. Jorge Lettry e Rino Malzoni, dois dos engenheiros mais conceituados da época, juntaram-se para deixar o pequeno propulsor do jeito exato para a quebra do recorde.
Dito e feito. No fim de junho de 66, Norman Casari, então piloto oficial da Vemag, levou o Carcará a alcançar a incrível velocidade de 212,9 km/h no início da Rio-Santos, que hoje é a Avenida das Américas. Um recorde que só seria batido alguns anos mais tarde por Sérgio Mattos num Ford GT40, superando os 238 km/h numa pista de aeroporto em São Paulo.
Porém, novas tentativas do Carcará foram abortadas com a absorção da Vemag pela Volkswagen. E o carro foi abandonado num ferro-velho... isso até renascer graças ao apaixonado gaúcho Paulo Trevisan, responsável pelo Museu da Ulbra, em Canoas, no Rio Grande do Sul.
O mito Carcará ganhou dois algarismos romanos ao lado do nome original e já está andando de novo. Testado em Guaporé, com um motor mais manso, superou fácil os 170 km/h. E o carrinho virá ao Rio de novo, provavelmente no Campo dos Afonsos, na Zona Oeste, para fazer uma apresentação que promete ser épica.
Pena que o inesquecível Norman Casari, morto em 30 de dezembro do ano passado, não está entre nós para guiar essa jóia do nosso automobilismo.

terça-feira, 21 de março de 2006

VROOOOOOOOOOOM!

Vai começar nesse domingo aquele que eu considero o campeonato mais alucinante do esporte a motor: o Mundial de Motovelocidade, que dá a largada com o GP da Espanha, em Jerez de la Frontera.

E entra ano, sai ano, a pergunta que não quer calar:

Quem terminará com o reinado de Valentino Rossi na MotoGP?



De cara, é algo difícil de ser respondido, porque o Garoto de Ouro continua motivado, querendo mais vitórias e, claro, títulos. Ou então o último da carreira de piloto em duas rodas, porque é desejo da Ferrari tê-lo na Fórmula 1 num futuro próximo.

O que transparece a lista de 19 pilotos inscritos é uma mescla entre a experiência de cobras criadas como Rossi, Checa, Gibernau, Capirossi e Edwards com jovens feras que vêm das 250cc - casos do bicampeão Daniel Pedrosa, do velocíssimo Casey Stoner e do francês Randy de Puniet.

Além destes três, estréia numa temporada completa o australiano Chris Vermeulen, que com certeza lutará para manter a grande tradição do país na motovelocidade. E o osso que o "aussie" vai roer dentro da própria equipe tem nome e sobrenome: John Hopkins. Sem dúvida, um desafio e tanto para ele.

Esta será a última temporada em que a MotoGP vai correr com máquinas de até 990cc, por isso o desenvolvimento de alguns motores e chassis foi estagnado. Será com certeza um ano de transição para todos os fabricantes, mas nem por isso ninguém deixará de investir - principalmente em material humano.

Taí a Ducati levando Sete Gibernau e a Honda promovendo uma transformação radical em seu line up de pilotos, onde o mais velho agora é Makoto Tamada, num tremendo contraponto em relação à presença de Gibernau, Alex Barros, Troy Bayliss e Max Biaggi como pilotos da marca da asa dourada ano passado.

Há que se dizer que este será o primeiro Mundial de Motovelocidade sem o "Imperador Romano" desde 1991. E não sei se é atrevimento de minha parte dizer isso, mas acredito que Biaggi não fará nenhuma falta ao campeonato. Lamento, como brasileiro, que Alex Barros tenha saído para as Superbikes. Mas... de repente será a melhor opção para ele.

250cc

Este campeonato que um dia quase foi descartado pela FIM tem tudo para ser muito competitivo em 2006. Principalmente em razão da saída de Daniel Pedrosa da categoria, o que deve nivelar ainda mais as disputas. Saem como francos favoritos os pilotos mais experientes do lote: o argentino Sebastián Porto, o italiano Andrea Dovizioso e os espanhóis Jorge Lorenzo e Héctor Barbera. Salvo uma zebra monstruosa, um desses quatro levará a taça para casa.

125cc

E as 125cc, que continuam abrindo cada vez mais espaço para jovens adolescentes participarem do campeonato, enfrentou outro grande boom de renovação e muitos dos competidores sequer chegaram aos 18 anos de idade. O helvético Thomas Luthi, 19 anos de idade e atual campeão, vai tentar brigar pelo bi.

Já era!

Navegando e fuçando na rede mundial de computadores, não é que me deparei com uma notícia animadora?

Acabou o grupo Limp Bizkit!!!

Filho bastardo de um estilo de hardcore batizado de "nu-metal", o Limp bebeu da fonte do Faith No More ("Angel Dust"), Sepultura ("Roots) e dos três primeiros discos do Korn. São da mesma escola do Linkin' Park, outro grupelho sem nenhuma graça.

À frente do Limp esteve o brigão e encrenqueiro Fred Durst, com sua postura babaca e poseur contra tudo e todos. É como se eu, que tenho 34 anos, pegasse um microfone pra mandar o sistema pra casa do caralho - o que seria um nonsense. Imaginem um adolescente velho como eu?

Mas foi o guitarrista Wes Borland, que já está envolvido com um novo projeto - Black Light Burns - quem deu a ótima notícia.

Quer saber? Ninguém que tem ouvido apurado sentirá falta de uma porcaria tão grande.

segunda-feira, 20 de março de 2006

Marina Mulata

Escrevo de São Paulo, onde estou uma viagem bate-e-volta a trabalho. E acabo de me reparar com a notícia da morte da musa inspiradora do grande Di Cavalcanti: Marina Montini.

Magra, esguia, a mulata chamou a atenção do artista que a retratou quase diariamente por nada menos que sete anos. De 1969 a 1976, ela posou para centenas de suas obras, correspondendo à paixão de Di Cavalcanti pela mulher que despontou ao estrelato graças a uma reportagem da outrora poderosa revista Manchete.

"Ele era encantador, inteligente e tinha a cabeça aberta", comentou certa vez a modelo, que nos quadros do artista vinha com as formas mais generosas que o natural.

Nos anos 80, ela foi jurada do carnaval do Rio de Janeiro e causou polêmica ao dar nota 10 para a Mocidade Independente e conceitos baixíssimos para as demais agremiações. Por breves instantes, Marina Montini e seus antepassados foram mais xingados e vaiados do que árbitro de futebol.

Marina morava no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro e morreu relativamente jovem, aos 58 anos, de insuficiência hepática, no Hospital dos Servidores.

domingo, 19 de março de 2006

Madrugada veloz ou: a felicidade é azul

São 10 e 40 da noite. Acordei às 3 e 55 da manhã, acreditem se quiserem, para ver a Fórmula 1 e o GP da Malásia.

Só mesmo o esporte que eu mais gosto pra me fazer sacrificar pelo menos três horas de sono pra poder ver a corrida e ficar inteirado para fazer um trabalho bem-feito. Coube a mim editar o compacto que está agora no ar pelo Sportv e a gravação seria logo cedo. Então uni uma coisa à outra.

E vejo que não me arrependi da escolha pois tinha o pressentimento de que a madrugada veloz teria uma só dona: a Renault.

Ao contrário do que os detratores pensavam, desta vez Giancarlo Fisichella fez tudo direitinho, o carro não quebrou e as paradas de boxe foram perfeitas. Resultado: topo do pódio para o piloto transalpino.

Para Alonso, o segundo lugar foi lucro, porque a equipe colocou em seu tanque gasolina até a boca na classifcação. Com o carro muito pesado, o vencedor do GP do Bahrein optou por dois "stints" onde carregou menos combustível e pôde ganhar a posição que a princípio seria de Jenson Button.

Aliás, sobre Button... que surra que o britânico começa dando no companheiro Rubens Barrichello, hein? Onze pontos contra nada em duas corridas. E tem gente que começa a dizer que a temporada do brasileiro está encerrada. Exagero? Nem sim, nem não...

Gostei da atitude da Ferrari em não fazer com Felipe Massa - pelo menos em suas primeiras corridas pelo time - a cachorrada que fazia com Barrichello. Deixaram o moleque chegar na frente de Schumacher, mesmo tendo parado uma vez só e largado em penúltimo.

Aliás, as punições de trocas de motor deram o que falar na montagem do grid definitivo. Muita gente achou que Ralf Schumacher, cujo propulsor explodiu no trecho final de 20 minutos da classificação, teria que largar em 19º. Acontece que, como o estouro ocorreu NO TREINO, o piloto automaticamente seria jogado para a última fila.

Inclusive teve gente, em Kuala Lumpur, que disse que o "regulamento da Fórmula 1 dá margens à diversas interpretações."

Então cabe aqui a sugestão: ir em www.fia.com e conhecer melhor os meandros das regras para não saírem falando besteira a torto e a direito.

Sofrimento sem fim

Longe vão os tempos em que o torcedor dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro tinha certeza de vitória contra qualquer equipe pequena.

Bastava uma agremiação do interior ou do subúrbio da capital pisar o Maracanã e ver uma camisa tricolor, ou a rubro-negra ou as alvinegras e pronto... o estrago estava feito.

Eu fui dessa época em que isso era comum.

Hoje em dia... ai de nós, ai de nós...



Ninguém mais respeita Fluminense, Flamengo, Vasco e Botafogo.

A prova cabal está aí escancarada nos noticiários: América, Americano, Cabofriense e Madureira farão as semifinais da Taça Rio para ver quem pega o time da estrela solitária na decisão.

Surpresa? Não, nenhuma surpresa. É o reflexo do quanto anda mal o futebol do Rio de Janeiro.

Mal administrado desde a Federação até, principalmente, os clubes, com dirigentes arrogantes que fazem o bel-prazer de empresários que leiloam a três por dois os seus jogadores. Sabem quanto, por exemplo, ganha o Obina? Aquele mesmo que não faz gol e está visivelmente fora de forma no Flamengo? OITENTA E OITO MIL REAIS!

Dá pra acreditar que um bonde como Obina ganhe tudo isso? Só no futebol carioca isso acontece...

O planejamento e as contratações erradas mostram a fragilidade, em especial, dos elencos de Flamengo, Vasco e Fluminense. O rubro-negro da Gávea só ganhou três partidas até agora neste ano. Conte comigo nos dedos... uma... duas... três. Muito pouco para quem enche a boca pra dizer que é o "Mais Querido do Brasil".

O Vasco tem um problema sério: Romário. Ele marca ainda seus golzinhos aos 40 anos, mas a dívida monstro que o clube tem com ele se transforma numa obrigação para o clube cruzmaltino. Rescindir o contrato do Baixinho não é a esta altura do campeonato a melhor das alternativas para Eurico Miranda.

E o que dizer do Fluminense? O campeão de 2005 investiu em dois treinadores que nada acrescentaram e em jogadores que ainda não disseram ao que vieram, casos de Rogério e Pedrinho. O elenco era forte no papel mas, em campo... um bando. Pelo menos na vitória de virada sobre o Volta Redonda, na despedida do time no campeonato, os jogadores se doaram em campo. Mostraram raça, garra e vontade de vencer. Só esqueceram de combinar tudo isso com o goleiro do time adversário.

Ah... falta o Botafogo. Ao time de General Severiano ainda me reservo o benefício da dúvida. Porém, se perderem na final do Estadual para qualquer um dos quatro pequenos que vão disputar as semifinais da Taça Rio, podem escrever aí:

Vamos sofrer MUITO no Brasileirão 2006. Caem quatro... caem quatro...

A Evita Brasileira

Sabiam que no Brasil existe uma Evita?

Não, não é Evita Perón... é a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho.

E por que ela é Evita?

Porque com ela no poder, o carioca...

Evita São Conrado!

Evita o Túnel Rebouças!

Evita a Linha Vermelha!

Evita a Linha Amarela!

Evita a Avenida Brasil!

Evita sair de casa!

Tomara que da próxima vez o povo se lembra e Evita de votar nela!

Ah... e no babacão do marido também!

sábado, 18 de março de 2006

Alento para as minorias

Vinte anos depois de Willy T. Ribbs, a Nascar volta a ter em seu grid da categoria principal um piloto negro.

Bill Lester, 45 anos, nascido em Atlanta (Geórgia), é um veterano das provas da Truck Series e faz a sua estréia na divisão principal da Stock Car americana, a Nextel Cup, com um Dodge Charger da equipe Bill Davis.

Seu desempenho ofuscou muitos pilotos consagrados e impressionou a todos na qualificação realizada nesta sexta-feira. Com uma volta em 190.502 mph (pouco mais de 306 km/h de média), ele foi mais rápido inclusive que Dale Earnhardt Jr., o filho da lenda.



E entre os 17 pilotos que precisavam do tempo para se classificar, Lester foi o mais rápido - o segundo da lista, Paul Menard, larga em 22º, três posições abaixo dele.

Num esporte eminentemente dominado por brancos, a presença de pilotos como Lester e também a de Lewis Hamilton, fenômeno dos monopostos que a McLaren apadrinhou, soa como um alento para que as ditas "minorias" também se motivem a participar mais de provas automobilísticas.

Um exemplo no Brasil é o carioca Lucas Molo, coincidentemente meu amigo e conhecido das corridas longas, que guiou nas últimas Mil Milhas Brasileiras uma Ferrari 550 Maranello.

sexta-feira, 17 de março de 2006

O novo fenômeno das pistas

Gente, como anda o Audi R10!!!!!!

Este é o novo modelo da marca alemã para as corridas de Endurance, aquelas que aliam resistência e velocidade, com modelos dos mais diversos tipos - protótipos e grã-turismos.



E no treino oficial para a estréia, nas 12 Horas de Sebring, os pilotos do R10 extrapolaram. Allan McNish, escocês com passagem pela Fórmula 1, quebrou os cronômetros e marcou o novo recorde do circuito. Nunca é demais dizer que o Audi R10 é o primeiro carro turbodiesel para provas de longa duração que é realmente competitivo. Com um motor V-12 de 5,5 litros, debita 650 HP e é capaz de fazer o carro chegar a 340 km/h.

Mas é na classe LMP2 que virá a maior oposição à divisão panzer da Audi, com os Porsche RS Spyder incrivelmente bem preparados pela Penske Motorsports. O melhor deles ficou a apenas um décimo de segundo do R10 que sai em segundo no grid.

Na 54ª edição da mais tradicional prova longa dos EUA, haverá três brasileiros na disputa. Raphael Matos, de Minas Gerais, foi convidado para ajudar Guy Cosmo e Jamie Bach na condução do difícil Courage C65 com motor Mazda rotativo. Classificou-se em 13º no grid e quinto na classe - nada mau.

A GT2 promete com um duelo entre Panoz e Ferrari, totalmente surpreendente porque os Porsche sempre são favoritos. Mas a equipe que alinhou o GT americano contratou para essa prova ninguém menos que Sebastién Bourdais, bicampeão da ChampCar e o mineiro Bruno Junqueira, que ficou com o terceiro melhor tempo. O carro de Bourdais foi o mais veloz do grupo.

Em segundo, alinha a Ferrari 430GT da equipe Risi, que terá Jaime Melo Jr. no comando, ao lado do alemão Ralf Kelleners. Melo classificou o carro e perdeu a pole no grupo por um décimo de segundo, também.

Vai pegar fogo essa corrida...

17 de março

Costumo dizer que o Saco de Gatos é um lugar de diversão.

Mas hoje não é um dia qualquer, pelo menos para ele.

Esta sexta-feira foi estranha. Ao mesmo tempo em que tive um dia proveitoso de trabalho, senti um vazio, um nó no peito, uma tristeza imensa.

É porque meu pai, se estivesse vivo, completaria hoje 66 anos de idade.

Morreu jovem.

Morreu doente, porque nas últimas duas décadas de sua vida, entregou-se como poucos à problemas do coração, agravados por anos de vício - cigarro e infelizmente álcool.

Sim, amigos. Passei por isso. Eu tive um pai alcóolatra. Um pai dedicado quando sóbrio, mas extremamente agressivo quando alterado. Presenciei ele batendo na minha mãe, quando ainda "viviam" juntos mas estavam em processo de separação.

Querem coisa pior que isso?

Bem... nada podia ser pior do que está acontecendo agora, pois desde o fim do ano passado enfrento um sério problema judicial com uma pessoa que conviveu com ele nos últimos anos de vida e quer, pasmem, metade de tudo o que tenho direito. Por "tudo que tenho direito", subentende-se os bens dele.

Ora... se vocês soubessem o arsenal de mentiras que essa pessoa está inventando para iludir a Justiça e me passar a perna, vocês se pasmariam.

Mas como confio sobretudo em Deus, e ele é justo com quem nele acredita, eu acho que vou vencer!

Torçam por mim!

E eu tenho certeza plena que meu velho JAMAIS aprovaria o massacre que estão fazendo comigo...

Momento Poesia

Os teus pés

Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,

Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram vôo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.

(Pablo Neruda)

Na linha de fogo

A exatos 84 dias para a Copa do Mundo de Futebol, aumenta o bombardeio em cima de dois controvertidos personagens que ganharam espaço na mídia nos últimos dias: Ronaldo e Jürgen Klinsmann.

O atacante da seleção brasileira, mundialmente consagrado, vive uma fase ruim de dar gosto. O Real nada ganha em 2005/2006. Os gols rareiam e até pênalti no último minuto de jogo ele já perdeu. Está visivelmente fora de forma, embora ache que não. Seu choramingo de que "não tem o carinho da torcida" não cola mais em Madrid.

Toda essa forçação de barra até está dando resultados. Em Milão, dirigentes da Inter e do Milan acenam com o retorno dele para o Calcio. Mas o que deu mais pano para manga foi uma infeliz declaração do jogador campeão com a seleção brasileira nas Copas de 94 e 2002. "Nossa geração pode superar a de Pelé".

Foi uma resposta às críticas do Rei do Futebol ao seu desempenho e à sua vida fora dos gramados, com dois casamentos fracassados e namoros com top models. O problema é que ninguém que gosta de futebol JAMAIS esquecerá o banho de bola que a seleção, Pelé à frente, deu em três Copas de 58 a 70, que nos renderam três títulos e a Taça Jules Rimet.

"Esse bate-boca não leva a nada", disse o jornalista e historiador Roberto Assaf em O Globo. O craque Sócrates, capitão da seleção em 82, bateu firme. "Essa polêmica é vazia. São épocas totalmente diferentes." O goleiro Félix pôs a pá-de-cal. "Até hoje a Europa só fala da conquista de 1970."

De fato, o Brasil teve uma geração de ouro e ficou cinco Copas sem ganhar nada até 94. E, vamos e venhamos, isso não dá nenhum direito ao Ronaldo de se comparar com a turma de Pelé e Garrincha em termos de importância ao futebol brasileiro. Basta ver o quão era difícil se jogar naqueles tempos idos e como foi barbada para o Brasil ser campeão em 2002.

Em contrapartida, a situação do técnico da Alemanha, o antigo ídolo e titular em três Copas, Jürgen Klinsmann, está de mal a pior. Sucessivas acusações, severas críticas ao seu trabalho e uma vexatória derrota para a Itália por 4 x 1 em recente amistoso vão minando a anfitriã da competição de 2006.

Ele leva pancada de ninguém menos que Franz Beckenbauer, o Kaiser do futebol alemão. E com toda razão: o técnico mora na Califórnia, para começar. Chegou a nomear uma pessoa ligada ao hóquei para ser dirigente da seleção. Convoca mal e escala pior ainda os seus jogadores. E nem a presença de Michael Ballack, tido e havido como o melhor jogador do país no momento, é capaz de fazer a seleção andar pra frente.

Agora a imprensa mira em outros alvos. O jornal tz teria publicado uma matéria sobre manipulação de resultados acusando alguns jogadores da Bundesliga de participarem nas armações, entre eles o meia Bastian Schweinsteiger, 21 anos, cria do Bayern de Munique e grande revelação do país. Mas a publicação recuou nas acusações e ainda não se retratou, o que deve acontecer até a próxima segunda-feira.

quinta-feira, 16 de março de 2006

Ele é da Turma do Funil...

É sabido por todos que os nórdicos recorrem a combustíveis alternativos para espantar o frio que muitas vezes supera os 20 graus negativos em seus países.

Os finlandeses são mestres numa boa manguaça e a turma do país no automobilismo já fez belos estragos por aí.

Mika Salo foi o pioneiro, detido em 1990 quando corria na F-3 inglesa com um bafo de gambá que assustou os policiais. O piloto foi suspenso pelo RAC e foi para o Japão, onde deitou e rolou com o saquê e a cerveja local, uma das de maior teor alcoólico do mundo. Mas próximo dos 40 anos de idade, tomou juízo.

Seu xará Hakkinen também exagerava na dose, mas o casamento com Erja, sete anos mais velha, e o posterior nascimento do filho Hugo, ajudaram-no a entrar na linha.

A McLaren por alguns anos mostrou-se preocupada com a disposição etílica de Hakkinen.

E agora Ron Dennis e companhia procuram uma solução para Kimi Raikkönen (todo alegrinho na foto abaixo), bom bebedor - talvez até mais do que o bicampeão mundial em 98 e 99.



As farras constantes e os porres homéricos nas Ilhas Canárias, para onde teria ido afogar as mágoas depois do fim do romance com a modelo Jenni Dahlmann foram a gota d'água para Dennis, que detesta ver seus pilotos expostos a vexames, contratar um "vigia" para o finlandês.

Aki Hintsa, conterrâneo de Kimi e membro do Comitê Olímpico da Finlândia, vai ser a sombra do piloto daqui até o fim do ano. Além disso, é o responsável pela preparação física dos outros três pilotos contratados: Juan Montoya, Pedro de la Rosa e Gary Paffett.

Obrigado a suportar a marcação 'homem a homem', Raikkönen pode correr o risco de ser demitido por justa causa ainda este ano.

É só ele bobear e cair de boca na manguaça e no dia seguinte... Dennis rasga o seu contrato.

Basicamente censurado

Censura é um ato e uma palavra que incomoda.

Este país já viveu diversos períodos em que o terror imperava. Certas coisas podiam ser consideradas subversivas e eram sumariamente censuradas, quer seja no cinema, na televisão, na imprensa e principalmente na música - perseguida de forma implacável na época da ditadura dos militares.

Agora é a vez da aguardada continuação de Instinto Selvagem ser tesourada inexplicavelmente, para desgosto da musa Sharon Stone que, aos 48 anos, continua com a beleza de sempre.

Em 1992, a cruzada de pernas e a sexualidade ambígua de sua personagem, a escritora Catherine Trammell, seduziram o mundo e ao ator Michael Douglas. Catorze anos depois, mais madura, mais gostosa, Sharon ataca na continuação do filme em outras terras.

A personagem desta vez mora em Londres (no primeiro filme, era em San Francisco), onde se envolve em diversos jogos de sedução com o psicólogo Dr. Michael Glass, interpretado por David Morrissey.



E pelo que se depreende dos vídeos promocionais e das cenas tosadas da edição final - inclusive de uma transa a três com direito a participação de outra mulher - o filme é ainda mais forte e violento que o primeiro, dirigido por Paul Verhoeven com roteiro do sempre controvertido Joe Eszterhas.

Esta continuação tem direção de Michael Caton-Jones, com roteiro do casal Henry Bean e Lenora Barish. O filme será lançado dia 31 de março e estréia em 7 de abril no Brasil.

quarta-feira, 15 de março de 2006

Genial Cassiano

Você já brincou de amores? Caminhou pela estrada? Olhou em volta e só viu pegadas? Saiu da fossa? Salvou a flor que ia morrer? Andou de bar em bar?

Se já fez tudo isso, ótimo. Sinal de que você sabe de quem estou falando.

Se você não pertence à minha geração ou não é deste planeta, é hora de conhecer o trabalho de um dos mais brilhantes compositores da nossa MPB em qualquer tempo: Genival Cassiano dos Santos, ou simplesmente, Cassiano.

Nascido há 62 anos em Campina Grande, na Paraíba, veio para o Rio em fins da década de quarenta. Na Cidade Maravilhosa, aprendeu com o pai a tocar violão e bandolim e aos 19 anos, entrou para o meio artístico como integrante do grupo Bossa Trio, mais tarde rebatizado de Os Diagonais - que participariam nos três primeiros discos de Tim Maia fazendo os vocais de apoio.

Cassiano já alçara vôo solo quando Tim surgiu como uma bomba na MPB, cantando uma de suas primeiras composições: o eterno hit "Primavera (Vai Chuva)".

Quando o inverno chegar
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Que eu quero estar junto a ti

Eu, é primavera, te amo
É primavera, te amo
meu amor

Trago esta rosa
para te dar
Trago esta rosa
para te dar

Meu amor
Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)
É primavera... (vai chuva)

A letra pungente e a interpretação marcante do inesquecível Tim Maia mostraram o gênio de Cassiano - imediatamente convidado para gravar um disco em 1971. Imagem e Som. Seu primeiro trabalho-solo revelou outros ases na manga além de "Primavera". Vieram à luz "É isso aí" (não, não é a da Ana Carolina, garanto aliás que é melhor), "Já", "Uma lágrima" e "Não fique triste".

Com arranjos de Waldyr Arouca Barros, o trabalho de estúdio foi primoroso. O antigo grupo de Cassiano participou dando uma canja nos vocais e no baixo reinou o lendário Capacete, comparado a James Jamerson, craque do instrumento e músico número um de estúdio da não menos conhecida gravadora americana Motown.

Cassiano reapareceu em 1973 com um disco ainda melhor: Apresentamos Nosso Cassiano, pelo selo Odeon. E saíram do forno composições inspiradíssimas. "Melissa" foi uma homenagem à filha nascida dois anos antes. "A Casa de Pedra" é um soul-progressivo de diversas quebradas rítmicas e devastador - literalmente - porque nenhum coração de pedra resiste à beleza da letra e da interpretação do cantor / compositor. Só ouvindo a música pra saber mesmo como é...

E foi nessa época em que ele compôs aquela que é considerada a melhor música dele. "Cedo Ou Tarde" foi referência para dezenas de artistas da MPB que beberam da fonte da boa música, caso de Ed Motta, que apresentou a canção à Marisa Monte para que ela a regravasse.

Tudo na vida é natural, eu sei
Que a vingança é o mal do amor
Que a incerteza só traz dor
E não há lugar pro amor

A verdade, cedo ou tarde, vem
Nada sei pra te dizer
Da saudade que se foi, ela voltou

Alcancei o que sonhei
Liberdade sou a paz de mim
Pois tudo vem natural

Simplesmente sensacional...

Novo sumiço e Cassiano voltou em 1976, com um novo parceiro, Paulo Zdanowski, jovem de 19 anos que formaria algum tempo depois o grupo Brylho da Cidade - aquele mesmo de "Noite do Prazer". E aí foi lançado o terceiro e, pasmem, último disco do compositor: Cuban Soul - 18 Kilates, tão brilhante quanto seu antecessor.

"Coleção" foi um sucesso estrondoso por causa da novela Locomotivas, da Globo. "A lua e eu", outra balada que até hoje todo mundo acima dos 30 anos se lembra com carinho. "Salve essa flor", uma das preferidas dos seus fãs (inclusive por mim).

E ainda havia "Hoje é Natal", disparada a melhor música falando sobre o tema. Esqueçam "Noite Feliz", "Jingle Bells" e "Boas Festas". Cassiano sintetiza em pouco mais de três minutos e meio a singeleza desta data comemorada mundialmente.

Agora, o que me impressiona particularmente é que um monstro da MPB do naipe do Cassiano já vai completar 30 anos sem fazer um único disco. Com tanta porcaria dominando as paradas, isto é de um nonsense ímpar.

Felizmente ele nunca foi esquecido. Nos anos 90, ele reapareceu para gravar seus grandes sucessos com outros artistas - Luiz Melodia, Ed Motta, Sandra de Sá, Marisa Monte e muitos outros - o disco-tributo Cedo ou Tarde.

E o mesmo Ed Motta voltou a pagar tributo ao mestre em 2000, compilando 14 de suas grandes músicas para a Universal / Dubas Música e apresentando enfim o primeiro CD de Cassiano - Coleção. Eu o ouço inteiro até furar!

Glória eterna a Genival Cassiano dos Santos.

Ou seria... Genial Cassiano?

Cruzes! Lá vem o chuchu...

Lula já sabe quem será seu mais ferrenho adversário na corrida presidencial este ano.

É Geraldo "Chuchu" Alckmin, o insosso governador de São Paulo, anunciado nesta terça-feira pelo PSDB.

O tucanato enfim se resolveu entre ele e José Motoserra, que poderá ainda ter como compensação a sucessão de Alckmin no estado.

"Chuchu" já tenta pôr as manguinhas de fora. Em seu discurso pós-anúncio, falou em "pressa de desenvolvimento, crescimento, renda e salário" e em "banho de ética".

Um discurso sem dúvida muito diferente do moço que lhe ergueu os braços no Palácio dos Bandeirantes. FHC enquanto presidente mergulhou o Brasil em violentíssima recessão. E fez um lobby monstruoso no Congresso para barrar pelo menos 80 CPIs que poderiam prejudicar o governo.

Os especialistas antevêm um fogo cruzado entre o PT e os partidos que o apoiarem, contra o resto. Alckmin sinaliza uma aliança com o PFL, o que por si só já torna sua candidatura totalmente rejeitável para quem não simpatiza com a legenda que lembra a antiga Arena dos milicos.

Eu acho que a eleição se decide no primeiro turno mesmo. E se depender da minha torcida, vai dar Lula de novo.

terça-feira, 14 de março de 2006

Polêmica em South Park

Não há como negar que o desenho South Park é engraçado.

Mas algumas de suas piadas, porém, vão além do aceitável e pegam muito, muito pesado. Os autores Matt Stone e Trey Parker não poupam ninguém - artistas, políticos, atletas e principalmente os canadenses, vítimas prediletas dos moleques Kenny, Stan, Kyle e Cartman.

Quem perdeu a paciência desta vez foi uma figura importante dentro do próprio desenho.

O cantor Isaac Hayes, aquele mesmo da música do seriado "Shaft" - que depois virou filme com Samuel L. Jackson no papel vivido nos anos 70 por Richard Roundtree - pediu demissão e depois de nove anos deixa de dublar o personagem Chef, amigo da turminha de South Park.



Ele alegou intolerância com temas religiosos para pedir a quebra de seu contrato e há quem diga que o motivo tenha sido diametralmente oposto.

Em 2005, foi exibido o desenho "Preso no Armário", que satirizou o ator Tom Cruise com insinuações homossexuais e também a doutrina da Cientologia, da qual ele, John Travolta, o diretor premiado com o Oscar Paul Haggis e o próprio Isaac Hayes são adeptos.

Tirem suas conclusões...

Ainda há salvação!

Justiça ordena paralisação das obras do Pan
Warm Up
14/03/2006 - 16:29


A justiça da 6ª Vara de Fazenda Pública determinou nesta segunda-feira (13) que as obras dos Jogos Pan-Americanos devem ser paralisadas até a semana que vem para que sejam apresentados documentos que comprovem que a área do autódromo Nelson Piquet não seja danificada.


Um perito foi nomeado para avaliar as conseqüências que as construções dos complexos esportivos causarão no ambiente de Jacarepaguá.

A RioUrbe, que é responsável pelo planejamento, apresentou o projeto que pertencia ao consórcio Rio Sports Plaza, grupo que havia vencido a "licitação" para erguer as arenas do Pan. A planta foi reprovada tanto pela CBA quanto pela FIA.

O juiz determinou que o traçado não deve ser alterado até segunda-feira (20), quando uma audiência determinará o futuro do autódromo.

Neste dia, os defensores de Jacarepaguá farão, às 14h, mais uma manifestação em frente ao Fórum no Centro da Cidade. Outro encontro entre os manifestantes deve ocorrer quando o prefeito Cesar Maia visitar o canteiro de obras do circuito fluminense.

segunda-feira, 13 de março de 2006

Internet: lugar de boa música

A internet às vezes nos traz surpresas negativas. Outras, muito positivas.

Hoje cedo, no trabalho, no menu do meu provedor, um link me chamou a atenção.

Ele dizia: "Faça Sua Própria Rádio".

Como eu gosto de novidades, chegando em casa fucei e achei o programa de instalação da Last.fm.

E enquanto estou postando justamente esse tópico, está rolando "The Great Gig In The Sky", sensacional canção do Pink Floyd, do imortal álbum Dark Side Of The Moon.

O bom da "rádio" é que você pode escolher a faixa que quer ouvir - eu só estou escutando rock and roll, evidentemente - e com altíssima qualidade de áudio.

E aqui já rolou de Jimi Hendrix e Jefferson Airplane a Nirvana e White Stripes.

Gostou? Ficou querendo ter o Last.fm?

Te deixo o link aí, tá?

Pretensão em dobro: teu nome é Marisa Monte

Quando a gente pensava que Marisa Monte já tinha feito o pior na carreira ao montar com Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes o projeto-de-ocasião "Tribalistas", eis que a cantora surge de sopetão desovando dois álbuns de uma só vez.



Pretensão pouca é bobagem...

Batizados "Universo Ao Meu Redor" e "Infinito Particular", os dois trabalhos são totalmente antagônicos. O primeiro visa a penetração da intérprete no mercado internacional, pois será lançado em seis outros países além do Brasil.

Produzido pelo consagrado Mário Caldato Jr., o mesmo que assinou sucessos do Beastie Boys e do Planet Hemp, "Universo" tem um repertório clássico mesclado com sambas antigos que Marisa ouve desde criancinha - já que o pai dela, Carlos Monte, é da Velha Guarda da Portela.

"Infinito Particular" é uma revisitada ao baú de músicas da cantora. Algumas composições ainda inacabadas, com os velhos parceiros Nando Reis, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown e novas parcerias (Seu Jorge, Adriana Calcanhoto e Marcelo Yuka) dão o tom do outro álbum.

Marisa garante que "quem gosta do meu trabalho, vai gostar dos dois discos".

Eu faço questão de passar longe das lojas e das estantes que tenham seus álbuns.

Até comprei, confesso, dois CDs dela e ganhei aquele de título quilométrico, o "Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão" - que por um bom tempo escutei bastante. Mas depois do pretensioso "Barulhinho Bom", não deu pra acompanhar mais nada dela.

Ela tem uma diferença em relação àquela que considero a maior cantora do Brasil, Elis Regina. Marisa pelo menos compõe suas músicas. Elis encomendava a outros artistas. Mas interpretava cada canção com uma força sem igual.

E Marisa Monte, por mais que queira demonstrar força lançando de uma só vez dois discos e agendando shows em 38 países, não me convence que é a melhor da atualidade.

Duvido muito que me convença...

Cometa sem brilho

Para os mais supersticiosos, o número 13 é sinônimo de azar.

Para outros, como Zagallo, a encarnação da sorte.

Não foi este o total de dias que Paulo Campos ficou no Fluminense - foram dezessete, creio.

E esta segunda, dia 13, marcou a demissão de um dos piores técnicos que eu já vi nas Laranjeiras.

Além de nunca conseguir definir um time - o que os tricolores vêem a cada partida é um bando em campo - a figura que se gabava de ter trabalhado como auxiliar do cosmopolita Vanderlei Luxemburgo no Real Madrid pagou pela língua solta depois da vitória por 3 x 1 sobre o Operário do Mato Grosso, pela Copa do Brasil.

Criticou a postura da torcida, que o chamava de "burro" com toda a razão, mesmo nos jogos que o Flu venceu sob seu comando. Criticou a imprensa. E suas declarações infelizes ecoaram nas Laranjeiras e chegaram à diretoria, que o repreendeu publicamente. Algumas manchetes do fim de semana já faziam a caveira de Paulo Campos.

E cabe aqui um aparte: a torcida é o maior patrimônio que um clube de FUTEBOL poderia querer ter. Desrespeitando quem paga ingresso para ver os jogos, nenhum treinador sobrevive mesmo que tenha um currículo esplendoroso - o que, convenhamos, não era o caso dele.

O empate em 2 x 2 contra o Botafogo foi a pá de cal. Depois de menos de um mês (se eu tivesse apostado com alguém, com certeza teria faturado um bom dinheiro), acabou demitido. Como um cometa sem brilho, Paulo Campos passou pelo Fluminense. E com certeza não deixará saudades.

domingo, 12 de março de 2006

PLACA!

O Maracanã é mesmo o palco de alguns dos gols e jogadas mais sensacionais do futebol em qualquer tempo.

Neste domingo, no empate em 2 x 2 entre Fluminense e Botafogo, aconteceu um momento de rara beleza. Pura magia que só acontece em templos sagrados do esporte bretão.

Aos 23 minutos do primeiro tempo, numa sobra de um bate-e-rebate na área do Botafogo, o meio-campo Marcão, 353 jogos com o manto sagrado tricolor e pouquíssimos gols na carreira - menos de vinte, com certeza - pedalou e fez, de bicicleta, um gol lindo, sensacional, daqueles para entrar na história do Estádio Jornalista Mário Filho.

Porém, o gol foi encarado com uma tremenda frieza na transmissão do Premiere FC, especialmente pelo comentarista Alex Escobar, que preferiu enfatizar a falha da defesa do Botafogo em detrimento da pintura de gol do Fluminense. Haja má-vontade!

Enfim... em se tratando do tricolor, não é nenhuma novidade. Mas o gol é para ser visto e revisto.

Sempre.

Parabéns ao guerreiro Marcão por este momento sublime proporcionado à imensa nação tricolor espalhada pelo Brasil.

Momento Poesia - Fetiche

Teus pés

Na distância existente,
entre teus pés e teu rosto
vou deslizando vadiamente
e descobrindo o teu gosto!
Com tua boca eu deliro!
Com teus lábios enlouqueço!
Com teus pés eu me inspiro
e do mundo até esqueço!
Amo estes pés que te conduzem
e que te trazem gostosa para mim!
Perco-me nestes dedos que me seduzem
e que me enchem de um tesão sem fim!
(Liana Mautoni)

Olé Alonso!

O toureiro em sua farda imponente em azul e amarelo levou a melhor neste domingo sobre o antigo verdugo que se veste de vermelho.



Fernando Alonso sai na frente no Mundial de Fórmula 1 2006, mostrando que faz jus ao número que ostenta em seu Renault.

E não foi um adversário qualquer que o asturiano bateu: foi Michael Schumacher, heptacampeão mundial e que, no sábado, fizera a pole position de número 65 da carreira, igualando o recorde histórico de Ayrton Senna.

A Ferrari realmente surpreendeu na qualificação, monopolizando a primeira fila. Mas o sentimento geral é que Alonso era o franco favorito - mesmo com Schumacher dominando grande parte da corrida. Após o último reabastecimento, um segundo a menos de combustível no tanque do carro de Alonso fez toda a diferença.

Eu confesso que vibrei quando vi o atual campeão mundial domando o antigo dono da bola na categoria máxima. E fico, como todo mundo que viu a corrida, na esperança de um grande campeonato ao longo de 2006.


Brasileiros: decepção?

O que dizer dos dois brasileiros?

Felipe Massa realmente fez uma boa classificação, mostrou velocidade, mas falta-lhe um predicado que um piloto de ponta tem a obrigação de buscar: preparo mental.

Que terá pensado o piloto do carro 6 ao querer ultrapassar Fernando Alonso daquele jeito?

Uma precipitação que lhe custou, sem dúvida, um bom resultado - com a colaboração inestimável do equipamento de pit stop da Ferrari, que falhou num momento importante.

Já Rubens Barrichello... melhor deixar para falar mais no GP da Malásia...

Levou três passadões do Jenson Button...

Nunca foi tão rápido quanto o companheiro de equipe...

Ainda perdeu a terceira marcha... (será mesmo?)

Vai ser mais um ano difícil, pelo visto.


Boas novas

Uma boa nova no GP do Bahrein foi a ótima performance da Williams, colocando seus dois carros nos pontos.

Nico Rosberg merece todo o destaque. Rodou na primeira volta, na primeira curva e caiu para 21º. Guiou como nunca, fez a melhor volta da corrida e ainda chegou em sétimo, marcando dois pontos em sua corrida de estréia.

O filho do campeão de 1982, Keke Rosberg, mostra que veio pra ficar.

E que Frank Williams tinha razão: Antonio Pizzonia não era piloto pra este nível da F-1 atual.

A Scuderia Toro Rosso também mostrou potencial. Especialmente com Vitantonio Liuzzi, bem mais rodado na categoria do que o companheiro Scott Speed.

Eles vão ouvir um bocado especialmente da Midland, que não se conforma em ser mais lenta do que eles, que usam motor V10 limitado em giros e na entrada de ar.

Porém, será que a Toyota terá coragem de reclamar, depois do papelão de hoje?

sábado, 11 de março de 2006

Deus não dá asa à cobra...

Já vai tarde!

Não costumo querer que uma pessoa que fez tanto mal à humanidade acabe pagando caro pelos seus crimes. Mas o antigo presidente da Sérvia e Montenegro, Slobodan Milosevic (foto abaixo), fez por merecer.



Neste sábado, o ex-todo-poderoso daquele país, morreu aos 64 anos de idade dentro de sua cela na prisão do Tribunal Penal Internacional em Haia, na Holanda.

Milosevic foi o maior genocida deste planeta depois dos ditadores da "Cortina de Ferro" e da Alemanha Nazista de Adolf Hitler. As guerras da Croácia e da Bósnia, bem como a invasão do Kosovo e o massacre de mais de oito mil muçulmanos em Srebrenica, há onze anos.

Legítimo sucessor político do Marechal Tito, que governou a antiga Iugoslávia com mão de ferro até morrer em 1980, Milosevic morreu em razão de graves problemas de saúde. Chegou-se a aventar até a hipótese de suicídio, mas fontes garantem que o falecimento do ditador foi "natural".

Enfim, o recorde que faltava

A partir deste sábado, 11 de março, Michael Schumacher detém todos os recordes da Fórmula 1.

No treino oficial para o GP do Barein, que se encerrou há pouco, o alemão sete vezes campeão mundial fez a pole position e alcançou, pela 65ª vez em 233 oportunidades, a posição de honra para uma corrida da categoria máxima.

Ocioso dizer que Schumacher teve muitos méritos para chegar onde chegou. É um piloto veloz e determinado como era Ayrton Senna. Nisso os dois se parecem muito e as coincidências páram por aí.

Por que?

Porque Senna tinha concorrência. O alemão a ignorou.

Em 1985, quando começou sua saga de poles, o brasileiro tinha como adversários gente como Piquet, Prost, Mansell, De Angelis, Rosberg e Alboreto. Todos pilotos com carros muito rápidos e capazes de em voltas rápidas derrotar o brasileiro.

Quem foram os adversários do alemão?

Senna, Hakkinen, Montoya, Barrichello, Coulthard, Alonso, Hill, Villeneuve, o irmão Ralf e Eddie Irvine.

De todos os supracitados, Senna realmente era difícil de ser batido, mas quando os dois começavam a brigar pelo título, em 1994, o alemão já tinha 20 x 0 a seu favor no placar de pontos.

A grande maioria, só quando estava mais inspirada que o normal ou com carros melhores, superava Schumacher. Irvine e Rubinho? Sem comentários...


***
Noto desde já nas palavras fanáticos pela Fórmula 1 que pululam no Orkut o seguinte: em uma prova, Felipe Massa passou de um piloto mediano para gênio; ninguém, mas ninguém mesmo, fica satisfeito porque Globo e Sportv chamam Red Bull e Toro Rosso de RBR e STR. Se soubessem o porquê...
Rubens Barrichello já começa a ser crucificado porque o Button foi mais rápido que ele; quase todo mundo concorda que a Toyota vai ser a merda do ano; e que Alonso, mesmo largando em quarto, ainda é o favorito para a vitória neste domingo.

sexta-feira, 10 de março de 2006

Primeiras impressões

Depois de cochilar um pouco em razão de uma infernal dor de cabeça, vim aqui para deixar a minha impressão sobre o primeiro dia de treinos da Fórmula 1 para o GP do Bahrein, que abre o campeonato deste ano.

Nada fica claro nos treinos de sexta-feira, que infelizmente há muito tempo não valem muita coisa. O que se vê são os pilotos titulares poupando equipamento e principalmente motores, pois continua valendo a regra de que uma unidade mecânica tem que durar 800 km - ou seja, dois fins de semana de corridas.

Aí o dia vira o paraíso dos "terceiros pilotos", que têm a prerrogativa de andar com o limite máximo de giros nos motores, sem preocupação com o dia seguinte. Se quebrar, quebrou.

A presença desses carros é útil para as equipes que não foram bem no campeonato passado e para os times médios / menores / estreantes. Pelo seguinte: com um carro a mais durante duas horas num mesmo dia, não precisam testar tanto ao longo do ano. E também pelo fato de que com esse carro, testam-se diferentes variantes de acerto - importantíssimas para o novo formato de classificação que estréia nesse sábado.



Certeza é que a Honda é favorita. Fez um bom carro, com um motor resistente e forte. O melhor tempo conquistado por Anthony Davidson (foto acima) é um indicativo que as coisas vão caminhar bem para a equipe de Rubens Barrichello.

Outra força é a Renault. Fernando Alonso teve um dia produtivo, não cometeu erros e está no caminho certo para lutar pelo bicampeonato. Pobre Giancarlo Fisichella, que pelo visto terá mais um ano de provações agora e literalmente como segundo piloto.

Em contrapartida, a McLaren ainda não disse ao que veio - Raikkönen já enfrentou o primeiro problema mecânico do ano - e a Ferrari nitidamente enfrenta dificuldades apesar do animador resultado de hoje. É notório que tanto Michael Schumacher e Felipe Massa estão andando no limite do limite de seu equipamento. Não sei de onde eles irão tirar algo para a classificação, pois não acredito nos carrinhos vermelhos sequer entre os seis primeiros.

As surpresas são duas: Williams e Toro Rosso. A Williams, com o motor Cosworth e um orçamento restrito, pode fazer barulho já na primeira prova. E a Toro Rosso, surgida dos escombros da Minardi, mostrou que com o V10 estrangulado também poderá fazer bonito - pelo menos neste início de campeonato. O sétimo lugar de Vitantonio Liuzzi é uma boa amostra disso.

Vou deixar para falar em quem aposto como decepção para depois da corrida de domingo. Mas tenho certeza que vocês já imaginam de quem estou falando.

Asas à imaginação

Numa apresentação digna do fausto oriental, a Red Bull apresentou a pintura de seu carro para a temporada 2006. A empresa de bebidas energéticas, que agora tem duas equipes na Fórmula 1, também exibiu o layout da Toro Rosso, sucessora da Minardi.

A festa desta noite no Bahrein foi apropriadamente batizada de "Mil e Duas Noites da Arábia". E, de fato, "das arábias" era a quantidade de mulheres gostosas que circulavam por todo o ambiente.

Os pilotos bem que tentaram se manter sérios - alguns deles não conseguiram, casos do bon vivant Vitantonio Liuzzi e do piloto de testes Neel Jani, que tiveram que deixar o evento bem mais cedo que os outros convidados porque nesta sexta começam os treinos para a primeira corrida do Mundial de F-1.

Mas o que mais chamou a atenção foi a originalíssima pintura do STR1, o novo carro da Scuderia Toro Rosso (foto abaixo).



Não é um desenho para concorrer com a McLaren MP4/21, fácil o carro mais lindo do ano. Mas a carenagem traseira toda vermelha, simbolizando o touro símbolo da Red Bull, ficou muito show!

quinta-feira, 9 de março de 2006

Socorro! Antes que acabe

A coisa anda muito feia no Rio de Janeiro.

O carnaval passou, os turistas foram embora e o terror voltou.

O exército cerca morros e favelas em busca de armas. E o tráfico, com a empáfia que sempre lhe foi peculiar, responde à bala, como não podia deixar de ser.

Vidas de pessoas inocentes, que pagam seus tributos, estão cada vez mais em jogo.

Onde vamos parar com tudo isso?

Uma cidade que faz tanta questão de fazer um Pan-Americano (e que para isso está cometendo um dos maiores vilipêndios ao patrimônio público, que é a destruição IRREGULAR do Autódromo do Rio de Janeiro), não pode se dar ao luxo de ficar jogada às traças.

Mas se pensarmos que o povo tem culpa nisso...

E é claro que a tem. Não foram fantasmas que elegeram CEM para prefeito (pela terceira vez em dez anos... oh pai, afasta de mim esse cálice) e RM para governadora.

Filhotes do populismo de Chagas Freitas e Leonel Brizola, CEM e RM são o que existe de pior na política nacional. São ardilosos, nojentos, vendem a mãe se for preciso e se vendem aos interesses alheios em troca de favores escusos.

Por que CEM faz tanta questão de impor o Pan na região da Barra da Tijuca?

Ora... fruto de acordos fomentados pelo filho, Rodrigo Maia, lamentavelmente líder da oposição no Congresso, com empreiteiras e construtoras. Sabe aquele tipo de acordo "é dando que se recebe?"

E o que dizer da saúde pública?

Enumerar fatos, números, nomes e outras situações absurdas encheria o blog inteiro.

As populações carioca e fluminense não merecem sofrer. Depois reclamam que o presidente dá menos verba do orçamento da União para o Estado. E sabem por que isso acontece? Porque quem está aqui só joga contra. Se esquecem que nos dois turnos, Lula foi o mais votado no Rio para presidente. Ou será que Mr. Burns José Motoserra, se estivesse no planalto, seria amiguinho de RM?

O Rio pede socorro. Antes que acabe.

Momento Poesia

Parolagem da Vida
(Carlos Drummond de Andrade)

Como a vida muda.
Como a vida é muda.
Como a vida é nuda.
Como a vida é nada.
Como a vida é tudo.
Tudo que se perde mesmo sem ter ganho.
Como a vida é senha de outra vida nova que envelhece
antes de romper o novo.
Como a vida é outra sempre outra, outra não a que é
vivida.

Como a vida é forte em suas algemas.
Como dói a vida quando tira a veste de prata celeste.
Como a vida é isto misturado àquilo.
Como a vida é bela sendo uma pantera de garra
quebrada.
Como a vida é louca estúpida, mouca e no entanto chama
a torrar-se em chama.
Como a vida chora de saber que é vida
e nunca nunca nunca leva a sério o homem, esse
lobisomem.

Como a vida ri a cada manhã de seu próprio absurdo
e a cada momento dá de novo a todos uma prenda
estranha.
Como a vida joga de paz e de guerra povoando a terra
de leis e fantasmas.
Como a vida toca seu gasto realejo fazendo da valsa um
puro Vivaldi.

Como a vida vale mais do que a própria vida sempre
renascida
em flor e formiga
em seixo rolado
em peito desolado
coração amante.
E como se salva uma só palavra escrita no sangue desde
o nascimento:
amor, vidamor!

quarta-feira, 8 de março de 2006

O natimorto Democrata ressuscita

Hoje cedo, abrindo O Globo para a leitura diária, me deparei com uma interessante reportagem de capa no caderno Carro e Etc. sobre um automóvel que nunca foi fabricado em série no Brasil: o Democrata (foto abaixo).



Lembro de ter comprado uma Quatro Rodas bem antiga, acho que de 1968, num sebo da Praça Tiradentes. E essa revista trazia fotos e uma matéria sobre o carro, totalmente difamatória, dizendo que ele não existia.

O Democrata foi fruto de uma idéia ambiciosa do empresário Nelson Fernandes, à época proprietário de um clube de campo e de um hospital em São Paulo. Ele queria fabricar automóveis modernos e nacionais, diferentemente dos carros defasados ou licenciados por montadoras estrangeiras que aqui existiam. Num terreno de 300.000 metros quadrados em São Bernardo do Campo, ele fundou a Indústria Brasileira de Automóveis Presidente (IBAP).

Em plena 1964, um carro Democrata produzido por uma indústria de nome Presidente soava bastante irônico. A princípio, a empresa produziria três tipos de automóveis: um de apelo popular, com um pequeno motor de até 0,5 litro; o Democrata, em versões cupê duas portas e sedâ de quatro portas; e um utilitário.

Contrariando o cronograma, o Democrata começou a ser "produzido" pela IBAP para mostrar aos céticos e detratores que era possível a existência do modelo. Nelson idealizara, também, um sistema de cotas para que o projeto fosse adiante e ele precisava de pelo menos 87 mil acionistas. E de alguns carros rodando.

Os primeiros exemplares impressionaram pelas linhas modernas, inspiradas nas maiores tendências americanas e européias da epoca. Em especial com o Chevrolet Corvair, onde os detratores viam a notável semelhança entre os dois modelos.

Comentou-se à época que os primeiros protótipos teriam sido montados sobre chassis e motores do Corvair - embora em alguns carros roncasse um motor italiano V-6 de 2,5 litros com cabeçote e bloco de alumínio (requinte absoluto para a época) e 120 HP. Isto faria do Democrata o carro mais potente e veloz do país.

Nelson Fernandes conseguira 50 mil acionistas à época em que a imprensa deflagrou uma feroz campanha contra o Democrata e a IBAP. As promessas de construção de 350 carros/dia e o baixo preço de venda prometido deixaram muita gente com a pulga atrás da orelha.

Tentando o salto maior, o empresário propôs a compra da FNM. Mas foi impedido e a Fábrica Nacional de Motores foi absorvida pela Alfa Romeo. A pá de cal aconteceu quando o Banco Central fez uma devassa na IBAP e mostrou, via laudo, que a empresa não possuía condições idôneas e técnicas para construir automóveis. Trocando em miúdos: crime contra a economia popular.

Nelson Fernandes desistiu do empreendimento em fins de 1968 e hoje, aos 75 anos de idade, é dono de um cemitério vertical no Paraná. E provavelmente ele ficará muito feliz em saber que um entusiasta pelos carros que nunca existiram quer reviver os Democrata: Alvaro Negri, paulista de São Bernardo do Campo, aliou-se ao mecânico José Luiz Finardi e, juntos, reformaram um dos cupês - que é sensação nas exposições de automóveis antigos.

Ainda existem três protótipos semidesmontados e 21 carrocerias que nunca receberam chassis e motores, esperando para ganharem vida. Alvaro está buscando interessados em ratear os custos da reconstrução dos carros - que devem sair por cerca de R$ 40 mil cada.

Raridades que, com certeza, terão um valor inestimável para todos os seus proprietários.

terça-feira, 7 de março de 2006

A "Maldição do Jornalista"

Essa eu vi no Orkut de uma conhecida e resolvi copiar...

"Maldição de ser jornalista"

Conta a lenda que, quando Deus liberou para os homens o conhecimento sobre como ser jornalista , determinou que aquele "saber" iria ficar restrito a um grupo muito pequeno e selecionado. Mas neste pequeno grupo, onde todos se achavam "Semi-Deuses", já havia aquele que iria trair as determinações divinas.

Então aconteceu o pior !!!! Deus, bravo com a traição resolveu fazer valer alguns mandamentos:

1º Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.

2º Não verás teu filho crescer.

3º Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.

4º Terás gastrite, se tiveres sorte. Se for como os demais terás úlcera.

5º A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão os lanches, as pizzas e o China in Box.

6º Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.

7º Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5 anos de trabalho.

8º Dormir será considerado período de folga, logo, não dormirás.

9º Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único.

10º A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não te farás mais efeito.

11º Terás sonhos, com clientes, e não raro, resolveras problemas de trabalho neste período de sono.

12º Exibirás olheiras como troféus de guerra.

13º E, o pior... Inexplicavelmente gostarás de tudo isso.

Pior é que gosto, MUITO, do que faço...

Esporte, sim... racismo, nunca!

O saco de gatos normalmente é brincalhão e divertido. Mas hoje vamos falar de um assunto sério: o racismo.

O esporte infelizmente vê a cada dia crescerem manifestações desse tipo - especialmente no futebol.

No último domingo, o zagueiro Antônio Carlos, veterano jogador com passagens por grandes clubes brasileiros, pelo futebol italiano e também seleção brasileira, foi o protagonista de mais um lamentável episódio.

Expulso de campo na derrota do Juventude para o Grêmio por 2 x 0 em Caxias do Sul, o jogador xingou o volante Jeovânio, do Grêmio, de "macaco", além de fazer com os dedos um gesto ostensivo ironizando o tom da pele do atleta ofendido.

Não adiantaram as desculpas esfarrapadas de Antônio Carlos, que em entrevista posterior disse ter 'amigos negros'. Jeovânio levará a ofensa às últimas conseqüências: vai entrar com uma ação judicial contra o zagueiro, cujo ato será investigado inclusive pelo Ministério Público. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deve acolher a denúncia e Antônio Carlos, que acaba de ser suspenso preventivamente por 60 dias, vai ser incurso no artigo 253, de agressão física. Pena: 120 a 540 dias de suspensão.

Este (mais um) incidente remete ao ocorrido ano passado entre o centroavante Grafite, ex-São Paulo e o zagueiro Andrés Desábato, do Quilmes, que ofendeu o atleta do tricolor paulista num jogo pela Taça Libertadores da América. Preso por racismo, Desábato ficou 48 horas na cadeia até conseguir um habeas corpus e ser liberado.

Se aqui no Brasil o racismo engatinha no esporte, na Europa ele é latente. Samuel Eto'o, que é camaronês e negro, foi ofendido pela torcida do Zaragoza. Ameaçou deixar o campo mas foi impedido pelos jogadores. O clube foi multado em apenas 30 mil euros e até o presidente da FIFA, Joseph Blatter, concluiu que a pena da Real Federación Española de Fútbol (RFEF) foi "ridícula".

No fim do ano passado, Marc Zoro, da seleção da Costa do Marfim e atleta do Messina, clube da Série A da Itália, foi xingado pelos torcedores da Internazionale e quase tomou o caminho dos vestiários. Foi preciso que os jogadores negros do time de Milão - os atacantes Martins e Adriano, o acalmassem.

O radicalismo das torcidas, conhecidas como "Ultras", os mais perigosos do continente, não se restringe aos negros. A torcida da Lazio é tida como a mais violenta da Itália. Não raro, há torcedores empunhando bandeiras com a cruz suástica do exército nazista de Adolf Hitler. O jogador Paolo di Canio, um laziale de carteirinha, já foi suspenso duas vezes este ano por, quando marcou gols, saudar os "Ultras" com o braço estendido à la Benito Mussolini. Di Canio é fã dos nazi-fascistas, pois tem uma tatuagem no seu braço onde está escrito Dux (Duce), em referência ao ditador italiano.

O mesmo Antônio Carlos lá do começo do tópico, levou porrada a três por dois de torcedores da mesma Lazio depois de uma partida contra a Roma, fora do Estádio Olímpico. A discriminação, como eu disse, não é privilégio de negros. Sul-americanos, especialmente os que jogam nos clubes rivais do alviceleste da capital da "Bota", não são bem-vindos.

Jogadores e torcedores precisam ter consciência do seguinte: o esporte está muito, mas muito acima de castas, credos ou qualquer coisa que o valha. Atitudes como estas e várias outras que já aconteceram pelo planeta inteiro só fazem crescer um ódio desmedido que pode trazer sérias conseqüências a muita gente.

É preciso respeito e consciência para acabar de vez com atos covardes que mancham os noticiários esportivos.

Que se tomem, pois, as atitudes necessárias para punir os agressores e infratores.