domingo, 5 de agosto de 2007

Efeito Midazolan

Uma hora e 35 minutos de sono tranqüilo, embalado por ronco de motores. Assim foi o GP da Hungria de 2007, provocando no telespectador e no torcedor o mesmo efeito do Midazolan, o sonífero mais vendido no mercado brasileiro.

A corrida vencida por Lewis Hamilton pode muito bem substituir qualquer medicamento. Sobressaltos aconteceriam especialmente no primeiro sono, com a batida de Sakon Yamamoto em sua estréia na Spyker. No mais, nenhuma outra alteração no comportamento do usuário.

Não é exagero comparar a corrida húngara com qualquer medicamento próprio para as pessoas dormirem. Foi uma procissão, uma chatice do início ao fim, quebrada aqui e ali por pataquadas como a descrita acima e algumas ultrapassagens, como as que Fernando Alonso cometeu no início da prova, depois de largar mal.

Räikkönen limitou-se a perseguir Lewis Hamilton durante todas as 70 voltas da prova, deixando claro que sua Ferrari se comportava melhor com os pneus macios e era mais rápida que a McLaren do britânico, quando os dois carros calçavam os mesmos compostos. Também foi decisiva para o seu resultado a boa largada, quando superou Nick Heidfeld, que levou a terceira posição para si e a BMW.

Com os cinco pontos somados, Alonso viu a diferença entre ele e Hamilton subir um pouquinho, passando para sete. E o grande perdedor do fim de semana, além do esporte - é claro - foi Felipe Massa, que saiu de um distante décimo-quarto lugar para acabar num insosso décimo-terceiro. E ainda houve quem dissesse que "Massa daria show em Hungaroring"...

Pois é... a façanha que Mansell conseguiu em 1989 hoje é impossível pois, com tanta preocupação com a aerodinâmica, ultrapassagens como as que o Leão fez naquela época hoje são inverossímeis. E além do mais, a Ferrari de Massa tinha um comportamento muito estranho na primeira parte da prova, com tanque lotado de gasolina até a borda e pneus duros.

Sem dúvida, um fim de semana para riscar do caderninho, tanto quanto o foi de Rubens Barrichello.

Este, coitado, passou por um vexame inenarrável em 15 temporadas de Fórmula 1. Caiu para penúltimo ao fim da primeira volta e quando Yamamoto bateu, foi relegado ao último lugar. Pior: não conseguia sequer alcançar o alemão Adrian Sutil, com o outro carro da Spyker. Ganhou posições só com os pit stops dos adversários e abandonos.

No fim das contas, Barrichello chegou na décima-oitava (e última) posição - algo impensável para ele e também para a Honda, que produziu sem dúvida alguma o pior conjunto do ano: chassi, motor e a pintura celebrando a "terra dos sonhos" - que é motivo de chacota em todos os autódromos.

A Honda sabe que 2007 é um ano perdido e está investindo pesado em gente como Jörg Zander e Loic Bigois, mas é sabido que nenhum dos dois foi responsável por projetos vencedores.

Duvido, aliás, que venham a acertar a mão assim, do nada...

Um comentário:

Anônimo disse...

A corrida foi de dar sono, a corrida do Massa foi de dar um misto de pena e raiva, e a corrida do Rubinho foi de dar pena...Talvez a pior do ano.