quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Didier Pironi

Há 20 anos, precisamente num domingo sem Fórmula 1 - 23 de agosto de 1987 - morria um piloto que deixou saudades na categoria máxima, pelo estilo limpo e muita velocidade: Didier Pironi.

Eu acompanhei praticamente toda sua carreira na F-1 e ele sempre me deixou boa impressão, guiando Tyrrell, Ligier e Ferrari. Na primeira, levado evidentemente pelo faro de descobridor de talentos de "Tio Ken", pescou dois pódios em 1979. Pela escuderia francesa, correu só um ano, mas venceu sua primeira corrida, foi diversas vezes mais veloz que Jacques Laffite e mostrou grande potencial - como aliás todos os pilotos franceses de sua geração fizeram durante muito tempo.

E por instantes, até me deixou feliz, pois lembro que ao assistir o GP do Canadá e vê-lo cruzar a linha de chegada na frente deu a mim - inocente criança de 9 anos - a vã esperança de ver Nelson Piquet decidir o Mundial daquele ano de 1980 na última prova, contra o australiano Alan Jones. Mas Giu Ferreira e Galvão Bueno, que transmitiram a corrida pela TV Bandeirantes, deram a infausta notícia: Pironi era punido em 1 minuto por queima de largada. Alan Jones era campeão por antecipação.

Vi o francês ao vivo duas vezes em Jacarepaguá, já de Ferrari - e em nenhuma das duas vezes ele teve sorte: em 81, largou com pneus lisos num traçado molhado e traiçoeiro. Quando tomava a curva dois, seu carro aquaplanou e ele pegou em cheio a Renault do Alain Prost. Na verdade, foi um ano de adaptação para ele, e de muito poucos resultados.

Em 82, aqui no Rio, o vi rodando na Curva da Vitória, caindo de sexto para décimo-sexto. Ainda recuperou-se para completar em oitavo, mas com as desclassificações de Piquet e Rosberg, marcou um pontinho. Foi um dos piores resultados do francês, que já tinha se adaptado ao carro e o modelo 126 C2 era muito bom - mas frágil.

A morte de Gilles Villeneuve na Bélgica já tinha sido um aviso. E a bomba explodiu quando Pironi, numa nuvem de água, encheu a traseira da Renault de Prost durante um treino para o GP da Alemanha num grave acidente - tão sério que o piloto precisou ser operado na própria pista.

Pironi sofreu nada menos que 47 intervenções cirúrgicas e sua carreira de 70 GPs, 3 vitórias, 4 pole positions, 5 recordes de volta em prova e 13 pódios estava irremediavelmente encerrada. Um sopro de esperança aconteceu em meados de 1986, quando ele andou com o AGS JH21C em Paul Ricard. Mas ninguém se interessou em tê-lo de volta e aí o francês virou-se para as provas de offshore - aquelas com potentíssimos barcos e em mar aberto.

Quis o destino que Pironi, que tanto amava a velocidade, não se separasse dela nem quando seu barco "Colibri" foi virado por uma onda causada por um petroleiro durante uma prova na Ilha de Wight, na Inglaterra. O francês e seus dois co-pilotos morreram instantaneamente.

O amigo e blogueiro Speeder_76, profundo conhecedor da matéria, fez uma excepcional homenagem a Didier Pironi. E vale muito a pena dar uma lida. Eu recomendo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mattar ,realmente o ano do Pironi em 1980 na ligier foi muito bom ,em 81 foi ruim e 82 estava com o titulo no bolso até chegar o GP da Alemanha.
Foi um ano ruim ,no final queria que o Watson fosse o campeão mas deu o Keke ,sei lá ,acho que se a Willians tivesse dois pilotos competitivos em 82 o final poderia ter sido surpreendente.

Jonny'O

Anônimo disse...

Esse entrou para a história como o maior traidor da história da F1.

Wallace Michel

Speeder76 disse...

Amigo, obrigado pela referência. Já agora, eis umas boas sugestões para os próximos posts, caso estejas sem ideias...

http://br.youtube.com/watch?v=wJ4HdqomaDc

E também esta:

http://br.youtube.com/watch?v=606s5_uhCjo

Neste caso em particular, o final é surpreendente...