domingo, 5 de agosto de 2007

Bom cabrito não berra



A rodada dupla da GP2 que terminou há pouco em Hungaroring com a vitória (a terceira no ano) do espanhol Javier Villa na prova curta colocou Lucas di Grassi - à direita na foto - a apenas um ponto do líder do campeonato, Timo Glock.

Mesmo sem vencer, o piloto brasileiro é até o momento o grande destaque da temporada 2007. Lucas recebe críticas aqui e alhures de alguns idiotas da imprensa européia que não sabe reconhecer nele um bom piloto. E tem feito um excelente papel para quem sabidamente não tem o melhor carro do lote.

A ART Grand Prix nos dois primeiros anos de existência da GP2 foi a principal equipe e fez de Nico Rosberg e de Lewis Hamilton os seus primeiros campeões. Logicamente que para o piloto brasileiro o time gerenciado por Fréderic Vasseur e Nicolas Todt parecia a melhor escolha, pois se trata de uma organização tão francesa quanto a Renault - da qual Di Grassi faz parte do programa de desenvolvimento de jovens talentos.

Porém, a ART sofreu um duro revés com a morte por câncer de seu principal engenheiro e a parte técnica da equipe ficou seriamente prejudicada, além de Vasseur se afastar de suas funções em razão de um acidente doméstico. Diante de panorama tão desalentador, Lucas ergueu a cabeça, foi à luta e depois de um início de ano onde sua capacidade chegou a ser posta em dúvida, juntou os cacos e agora soma pontos com a dedicação típica do avarento que adora levar centenas de moedas na algibeira de sua calça.

O resultado é que depois de 13 provas cumpridas, Di Grassi soma 54 pontos enquanto Glock, seu rival direto na briga pelo título tem 55. E verdade seja dita, era até pra ter mais - mas o alemão, além de ser tão irregular quanto veloz, tem um parceiro de equipe propenso a criar as mais estapafúrdias situações, como aconteceu na largada da prova longa de Magny-Cours.

Não obstante, o nível da categoria baixou muito em relação aos seus dois primeiros anos. As trocas de pilotos têm sido freqüentes e fica claro que muitas das escuderias se socorrem do expediente de alugar um dos seus lugares para sustentar um carro competitivo. Foi isso que sacrificou o bom início de ano de Sérgio Jimenez, lamentavelmente apeado de seu lugar na Racing Engineering.

E como bom cabrito não berra primeiro... a torcida é clara para que Di Grassi leve a taça, afinal não é o mais competente que chega na frente?

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