segunda-feira, 31 de março de 2008

"A Máquina"

Camarada Armando Freitas, chefe da reportagem do Sportv, me presenteou semana passada com um bom livro sobre ninguém menos que o heptacampeão Michael Schumacher. E me surpreendi ao saber que tratava-se de uma autora brasileira.

Alicia Klein, jovem de 23 anos, descreve com grande competência a trajetória do piloto alemão que de 1991 a 2006 assombrou a Fórmula 1, tomou para si praticamente todos os recordes e inscreveu seu nome na História do Esporte.

Muitos hão de discordar quanto a escolha do título do livro: "A Máquina: Michael Schumacher - O melhor de todos os tempos". Especialmente os fãs de Ayrton Senna que, como todos nós sabemos, contestam veementemente grande parte das glórias do alemão.

Mas, e daí?

Ambos os dois, Senna e Schumacher, têm o seu valor. Qualquer comparação dentre eles e deles com qualquer outro piloto pode soar extremamente errônea. Afinal das contas, cada década na Fórmula 1 teve o seu "regenmaster", o seu dominador.

O lançamento oficial do livro (com preço sugerido de R$ 19,90 e em promoção no Submarino) acontece hoje na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Av. Paulista, 2.073, às 19 horas.

Fãs ou não de Schumacher, comprem. Pois se até eu, que não morria de amores pelo Senna, tenho o livro do Ernesto Rodrigues...

Cemitério da F-1

A Speedcar, um genérico da Nascar com provas na Ásia e no Oriente Médio, vai ganhando cada vez mais pilotos antigos da Fórmula 1.

Na Malásia havia Jean Alesi (que venceu a primeira prova da rodada dupla), Johnny Herbert, Gianni Morbidelli, Stefan Johansson, Alex Yoong, JJ Lento... ops... Lehto, Ukyo Katayama e Christian Danner.

Para a rodada dupla do Bahrein vêm mais dois, e que chegaram a dividir equipe em 1997 e 1998: Jacques Villeneuve, que foi demitido da F-1 e da Nascar em menos de um ano, e Heinz-Harald Frentzen - recentemente recrutado pela Prodrive para testar um Aston Martin LMGT1 com vistas às 24 Horas de Le Mans.

Serão 10 pilotos entre os 18 participantes prováveis. Um autêntico cemitério da Fórmula 1.

E que fim inglório pro Villeneuve, né não?

"Hello, Joe!"

O nome Frederick Bean Avery pode não significar tanto. Mas para quem o conhece dos desenhos animados, com o codinome "Tex", aí a coisa pega.

Tex Avery foi considerado um gênio da animação entre os anos 30 e 50. Fez parte dos estúdios Warner e lá foi o responsável direto pela criação de personagens históricos como Patolino e Pernalonga. Mas sua passagem nos "Looney Tunes" foi curta. Em 1942, foi contratado pela Metro-Goldwyn Mayer, para fazer os mais variados personagens - Tom & Jerry inclusive.

Um dos seus maiores sucessos foi a criação de um cãozinho beagle de fala mansa, andar lento e que se tornou um tormento para os seus algozes: Droopy caiu no gosto de quem gosta de um bom e divertido desenho animado, pelas situações inventadas por Tex Avery, que implementou diálogos, caras e bocas aos personagens, além de onomatopéias incríveis.

A carreira de Tex Avery, que morreu em 1980 aos 72 anos de idade, teve fim após apenas quatro trabalhos com Walter Lantz, para quem ajudou na criação do personagem Picolino (Chilly Willy). Um dos episódios mais hilários de Tex para o "pai" do Pica-Pau é o "Sh-h-h-h-h-h" e quem viu sabe o que estou falando.

Mas vamos voltar ao Droopy, que sem dúvida arranca risadas até hoje. Este episódio de 1946, onde o cãozinho percorre o Canadá e a América atrás de um fugitivo da prisão "Alka-Fizz" é simplesmente hilário. Está em inglês, mas vale a pena ser visto e revisto.

domingo, 30 de março de 2008

Mosley em versão sadomasô

Como se já não bastasse o fantasma do Balestre, que agora vai puxar sua perna durante o sono, o presidente da FIA Max Mosley parece que se envolveu num escândalo dos grandes.

Está certo que o tablóide inglês "News Of The World" é de teor sensacionalista, portanto claramente duvidoso. Mas o vídeo (já retirado do Youtube, a propósito) e as fotos, caso sejam verdade, colocam o presidente da entidade máxima do automobilismo em maus lençóis.

Eu não tenho nada contra quem tem fetiches e eu tenho os meus, devo admitir. Mas nada bizarro ou relacionado a sadomasoquismo. E é nessa aí que o Mosley entra.

O vídeo e as fotos mostram o dirigente em uma orgia absolutamente indescritível com cinco prostitutas inglesas, num ritual sádico e nazista.

Não custa nada lembrar que o pai de Max, Oswald, era claramente alinhado aos ideais do Führer. E era persona non grata na Inglaterra de Winston Churchill.

Se esta história se espalhar, tornar-se pública e verídica, Mosley poderá sofrer as mesmas conseqüências que o governador de Nova York, envolvido num rumoroso caso de prostitiução que tem como pivô uma cafetina brasileira.

Alguém duvida?

Moto "três em um": melhor que a F-1?

Quem acordou hoje para assistir o Mundial de Motovelocidade na TV, ou especialmente para os 131 mil torcedores que encheram as arquibancadas e os barrancos no entorno do circuito de Jerez de la Frontera, sem dúvida ficou com um gostinho de frustração porque a prova da MotoGP não teve a emoção esperada.

Isto porque Dani Pedrosa não deixou. "Triste" venceu de ponta a ponta, com grande autoridade e agora é o novo líder do campeonato.

Pior para Jorge "Lorenshow" (ou "Porfuera", como queiram) Lorenzo, que além de perder a vitória para o desafeto declarado, ficou atrás do multicampeão Valentino Rossi, amargando a terceira posição.

De bom, a corrida da categoria máxima apresentou a luta pelo honroso 5o. lugar entre Loris Capirossi, James Toseland, Andrea Dovizioso e John Hopkins - quatro pilotos representando quatro marcas diferentes. E de ruim, o mau desempenho das Ducati e as pataquadas de Casey Stoner, que perdeu o controle da Desmosedici duas vezes e terminou num distante décimo-primeiro. Stoner dormiu líder e acordará amanhã como quarto colocado no campeonato.

Mas a corrida mais sensacional foi sem dúvida a da categoria 250cc.

Quem há de esquecer que, na última das 24 voltas previstas, Marco Simoncelli insanamente tentou ultrapassar o rival Álvaro Bautista, líder e piloto DA CASA? O resultado não podia ser outro: acidente e fim de corrida para ambos.

Lembro que durante a transmissão, o camarada Sergio Mauricio saiu-se com esta:

"- E aí telespectador? Você aposta no 19 ou no 58?"

Íntima e solitariamente pensei: "Vou apostar no 36". Considerei, claro, o histórico de trapalhadas do Simoncelli em outros carnavais. E não deu outra! Mika Kallio ganhou um presentaço e Mattia Pasini, que na antepenúltima volta era o oitavo, conquistou um inacreditável segundo lugar e sai da Espanha líder do campeonato, quatro pontos adiante do finlandês da KTM.

A corrida da classe 125cc ficou devendo em emoção. Teve alguns tombos, como de praxe, e a inesperada vitória de Simone Corsi, novo líder do campeonato, com Nicolas Terol em segundo e Bradley Smith em terceiro.

Verdade seja dita: esse esquema "três por um" do Mundial de Motovelocidade é, de longe, muito melhor que diversas corridas da Fórmula 1 que a gente já viu. A prova da Malásia que o diga...

Começou a IRL!

Bom dia, torcida amiga. Já estou a postos para dar uma força aqui no Sportv para a transmissão do GP da Espanha de Motovelocidade, onde só se fala do duelo entre Jorge Lorenzo, o "Lorenshow" e Daniel "Triste" Pedrosa, com os dois largando na primeira fila e o piloto da Yamaha a conquistar a segunda pole position do ano.

A motovelocidade fica de lado - por enquanto. Agora vou falar da IRL, que começou a temporada 2008 no oval de Homestead. A primeira corrida do ano foi a chatice de costume, dentro e fora da pista.

Fora, não é nem preciso dizer o porquê. Eu sou fã confesso do Luciano do Valle, acho que ele tem a narração mais sensacional de um gol em Copa do Mundo (aquele do Falcão no jogo contra a Itália), mas no automobilismo ele já deu o que tinha que dar. E faz tempo. Ontem, foi inacreditável. Ele chamou o piloto Dan Wheldon de "Don" Wheldon e ficou possesso porque recebeu um e-mail de um telespectador indignado com seus erros e não admitiu que estava errado.

"Há 63 anos eu sei que ele é Dan Wheldon", disse - sem dar o braço a torcer.

E não ficou por aí. Por um quarto da prova, ele chamou o australiano Ryan Briscoe, da Penske, de "Bryan Riscoe". Tá certo que o referido piloto é mesmo um "risco", mas persistir no erro é fogo. E o outro Ryan, o Hunter-Reay, ele não arriscava sequer pronunciar o nome completo.

Enfim... ao longo de 200 voltas, a corrida não teve muitas emoções, exceto por um e outro "pega" isolado e o abismo entre as equipes da IRL e as provenientes da ChampCar foi aparente. Tanto que o melhor piloto da turma recém-chegada foi Oriol Serviá, que terminou somente na 12ª posição. E a cinco voltas do vencedor, que foi o neozelandês Scott Dixon, da Ganassi.

Diga-se de passagem, que apesar do domínio demonstrado nos treinos, ele não tinha condições normais de vencer a prova. Tony Kanaan, da Andretti-Green, era o líder, mas na volta 193 encontrou pela frente o carro batido do estreante venezuelano (tinha que ser...) Ernesto Viso. O "bom baiano" tentou desviar do acidente, mas deu o azar de sua roda dianteira direita tocar no bólido do piloto da HVM.

Com a roda envergada, Tony tentou seguir na prova, mas levou uma bandeira preta e foi obrigado a desistir. Ainda assim terminou em oitavo. O melhor brasileiro foi Hélio Castroneves, que chegou em quarto. Vítor Meira foi um modesto 10º e entre a turma da ChampCar, quem conseguiu terminar a prova foi Mário Moraes, que ficou em décimo-sexto. Enrique Bernoldi e Bruno Junqueira não completaram.

sábado, 29 de março de 2008

Ganassi 2 x 0

A Ganassi venceu mais uma prova na Grand-Am na temporada 2008. Depois da 24 Horas de Daytona, Scott Pruett e Memo Rojas Jr. ganharam há pouco o GP de Homestead, disputado em 99 voltas e 2h48min de duração.

Em segundo, a 1"645 dos vencedores, ficou o Porsche Crawford da Alex Job Racing, com Bill Auberlen e Joey Hand se revezando ao volante. Oswaldo Negri, pole position em Daytona, obteve um bom terceiro lugar na companhia de Mark Patterson a bordo do Ford Riley da Mike Shank Racing.

Nic Jönsson e Ricardo Zonta chegaram em 21º lugar na classificação geral, um modestíssimo 11º na divisão DP, na estréia do conjunto Pontiac Lola. Outra novidade foi o chassi Dallara, que liderou a corrida com Michael Valiante, mas que acabou apenas na trigésima posição geral entre 45 inscritos.

Fé em Deus e pé na tábua!

Surpresa na primeira prova da Indy Lights em Homestead: Dillon Battistini superou os favoritos e venceu a corrida realizada na tarde deste sábado na Flórida. O piloto da Panther Racing ultrapassou Richard Antinucci, sobrinho de Eddie Cheever, na última relargada da disputa, que teve no total 67 voltas.

Antinucci liderou o maior número de voltas, superando com folga o pole position Raphael Matos, que esteve na ponta da disputa entre a 1ª e a 8ª voltas e depois entre as passagens 12 e 21. O piloto da equipe AFS-Andretti Green perdeu terreno no fim da disputa e apenas terminou na oitava posição - pouco para quem muito prometia após o brilhante desempenho do treino oficial.

Ana Beatriz Figueiredo não decepcionou em sua estréia. Andou muito bem o tempo inteiro e terminou na sétima posição. A outra mulher da categoria, Cyndie Alleman, chegou apenas na 16ª posição.

Resultado da Indy Lights em Homestead:

1. Dillon Battistini / Panther Racing
2. Richard Antinucci / Sam Schmidt Motorsports
3. Brent Sherman / Panther Racing
4. Arie Luyendyk Jr. / AFS-Andretti Green Racing
5. Chris Festa / Alliance Motorsports
6. Andrew Prendeville / RLR Andersen
7. Ana Beatriz Figueiredo / Sam Schmidt Motorsports
8. Raphael Matos / AFS-Andretti Green Racing
9. Wade Grant Cunningham / Brian Stewart Racing
10. JR Hildebrand / RLR Andersen

sexta-feira, 28 de março de 2008

Previsível II

Cravar a pole position para um dos pilotos da Chip Ganassi na abertura da IndyCar Series em Homestead não era um exercício complicado. O duro era saber quem entre Dan Wheldon e Scott Dixon, dois pilotos com títulos na categoria - o britânico em 2005 e o neozelandês dois anos antes - faria o melhor tempo da classificação.

Dan Wheldon tratou de facilitar as coisas: bateu na curva 4 do oval da Flórida e vai largar em último. Dixon, com uma média espetacular de 213.411 milhas por hora tinha a pole nas mãos até entrar o último carro, o Dallara de Ed Carpenter, da Vision Racing.

Por duas voltas, o enteado de Tony George virou médias sensacionais. Na terceira, perdeu terreno e na quarta, ao marcar uma volta abaixo de 213 mph, perdeu a pole position para o neozelandês. Mesmo assim, conseguiu um resultado espetacular. E para completar, o companheiro de equipe Tony Foyt larga em terceiro.

Na turma de cima, o desempenho dos brasileiros foi dentro do esperado. Surpresa foi Hélio Castroneves largar atrás de Ryan Briscoe. O australiano fez o quinto tempo, o duplo vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, o sétimo. Tony Kanaan larga em oitavo com o bólido da Andretti-Green. Vítor Meira, o recém-casado, fez o 12o. tempo.

A rapaziada que veio da ChampCar não teve - e não terá - vida fácil no fim de semana inaugural do campeonato de 2008, principalmente Enrique Bernoldi (19o.), Bruno Junqueira e Mário Moraes, os dois últimos com tempos cronometrados, pois além de Wheldon, outro britânico - Jay Howard - também bateu e ficou sem tempo.

Mas as notícias da Flórida não são de todo más: na Indy Lights, os nossos dois representantes começam muito bem. O mineiro Raphael Matos fez a pole position para a preliminar da IndyCar Series. E Bia Figueiredo começa com o pé no fundo, marcando o sexto tempo no treino. Um resultado excelente de ambos os pilotos, que tinham pouca - ou nenhuma - experiência em circuitos ovais.

Previsível

Primeiro Ganassi, depois Penske, Andretti Green, Vision e o resto. Assim terminou o primeiro treino livre da nova Fórmula Indy agora há pouco em Homestead, na Flórida. O campeão de 2005 Dan Wheldon foi o mais rápido com o carro número 10, cravando 25"0037 (média de 213.808 milhas por hora) no oval de 1,5 milha encravado na região dos Everglades.

Em segundo, ficou o neozelandês Scott Dixon, com o outro carro da Ganassi. A dupla da Penske fez terceiro e quarto tempos com Ryan Briscoe à frente do brasileiro Hélio Castroneves. Marco Andretti lidera o quarteto da Andretti Green, seguido pelo surpreendente estreante Hideki Mutoh, com Tony Kanaan em sétimo e Danica Patrick em oitavo. A dupla da Vision, com Tony Foyt e Ed Carpenter, completou os dez mais rápidos da sessão.

E tal como o previsto, dado o pouco tempo de adaptação, equipes e pilotos provenientes da ChampCar tomaram uma "lavada" na primeira sessão livre do ano: Justin Wilson foi o menos ruim da turma, conseguindo o 16º tempo com o bólido da Newman-Haas-Lanigan. Franck Perera (Conquest) veio na seqüência, quebrada por Buddy Rice, que ficou em 18º.

Will Power, da KV Racing Technology, ficou em décimo-nono, com Milka Duno em vigésimo. Os últimos cinco da folha de tempos são justamente de antigas equipes da extinta categoria - três deles, estreantes em ovais: Oriol Serviá (KV), Enrique Bernoldi (Conquest), Ernesto Viso (HVM), Bruno Junqueira e Mário Moraes (ambos da Dale Coyne).

Neste momento, a Indy Lights está na pista. Raphael Matos tem o quarto tempo do primeiro treino livre e Ana Beatriz Figueiredo está em sétimo.

MÓR-REU!

Muita gente acha que é mais uma molecagem de Nelson Piquet, mas quem personificou a imagem que o dirigente teve para os torcedores de outro tricampeão foi Alan Jones, encoberto na histórica foto


(Post atualizado)

Os fãs de Ayrton Senna vão passar o resto do ano soltando fogos: morreu ontem aos 86 anos, o dirigente francês Jean-Marie Balestre, de causas ainda não divulgadas.

Presidente da FISA de 1979 a 1991 e da FIA entre 1986 a 1993, Balestre travou verdadeiras guerras políticas contra Bernie Ecclestone, que defendia os interesses dos "garagistas" ingleses através da Formula One Constructors Association (FOCA) criada e presidida por ele. O francês perdeu algumas querelas contra o todo-poderoso baixinho britânico, venceu outras, mas sem dúvida ficou marcado pela decisão até hoje controversa do Mundial de 1989.

Naquele ano, Balestre caiu em desgraça no mundo inteiro - principalmente no Brasil - porque deliberadamente decidiu desclassificar Ayrton Senna no GP do Japão daquele ano, para favorecer o compatriota Alain Prost, que se sagrou campeão.

Figura controvertida do esporte, fez parte da Resistência Francesa como um agente disfarçado durante a II Guerra Mundial alistando-se entre os Nazistas, inimigo público número 1 dos fãs do tricampeão Senna (a ponto de vir ao Brasil um ano depois de sua polêmica atitude pra ver a corrida em Interlagos e provocar a torcida - "eles não têm dinheiro nem pra jogar tomates"), Balestre pelo menos leva consigo um ponto positivo à frente da FIA: foi em sua gestão que a categoria máxima do automobilismo abandonou os motores turbo para voltar aos carros dotados de propulsores de aspiração normal, devolvendo aos paddocks os boxes e grids cheios que tanta falta fazem à F-1.

Fio de cabelo!

Ricardo Divila manda e-mail com fotos que ele recebeu de ninguém menos que Neil Oatley, um dos engenheiros da McLaren. Uma delas é simplesmente espetacular.




A foto acima é da famosa chegada do GP da Itália de 1971. O bico azul que desponta na ponta direita é a Tyrrell 003 de François Cévert, que chegou em 3º lugar. No March 711 número 25 está o sueco Ronnie Peterson. E na Yardley-BRM P160, braço erguido e punho cerrado, está Peter Gethin, que venceu o espetacular duelo contra Peterson por míseros 0"010. Foi o ponto mais alto da curta carreira do britânico na F-1. Gethin correu até 1977 na extinta Can-Am e mais tarde tornou-se chefe de equipe de Ayrton Senna na Toleman.

Até hoje, os 0"010 que separaram Gethin de Peterson permanecem sendo a menor diferença da história da Fórmula 1. Mas não do automobilismo, pois numa prova da antiga Indy Pro Series - agora Indy Lights - os pilotos Logan Gomez e Alex Lloyd cruzaram a linha de chegada distantes 0"0005. Incrível... cinco décimos de milésimos de segundo!


Logan Gomez (23) bate Alex Lloyd (7), o campeão da Indy Pro Series, na chegada mais apertada da história em qualquer categoria do automobilismo

Errou. E ponto

Finalmente a Ferrari admitiu o óbvio ululante de Nelson Rodrigues: tornou público que Felipe Massa errou de fato no GP da Malásia do último domingo. Com a palavra, o porta-voz da equipe, Luca Colajanni.

"Felipe passou por sobre a zebra na saída da curva 6 e perdeu pressão aerodinâmica no carro. Como conseqüência, ele perdeu o controle da traseira e acabou rodando", disse em entrevista à publicação Motorsport Aktuell.

Ou seja, quem cravou que o carro tinha um defeito, como o próprio Massa tinha dito nas suas primeiras entrevistas, quebrou a cara. O piloto errou. E ponto. A Felipe, faltou a humildade necessária para admitir mais uma falha. Até Ayrton Senna, quando perdeu a chance de um pódio no GP do Brasil de 1994, admitiu que errou ao dar gás demais no acelerador de sua Williams na saída da Junção. E Senna, tricampeão do mundo, nem precisava de muitas justificativas. Mas foi sincero e honesto.

A Ferrari, pelo menos não jogou Massa na fogueira da imprensa como fez com Barrichello, quando atribuiu o estouro da suspensão da Ferrari do seu então piloto no GP da Hungria de 2003, a uma passagem "abusada" de Rubens na zebra. A equipe deveria ter tido também humildade de assumir, de joelhos, a cagada monumental e pedir perdão a Rubens por lhe ter entregue um carro cuja suspensão já estava no bagaço.

Colajanni aproveitou a entrevista para rechaçar possíveis contatos com Fernando Alonso - "nada disso existe", disse - e reafirmar que a dupla seguirá sendo a mesma, Massa e Räikkönen. "Temos contrato com os dois e vamos honrar os compromissos."

Massa, que está de folga no Brasil e esteve em Interlagos acompanhando os treinos da Stock Car (o irmão dele deve correr na Stock Light este ano), vê todavia a chuva de críticas desabar sobre sua cabeça. Primeiro, Schumacher. Depois, Peter Sauber. Agora, Niki Lauda, Jackie Stewart e por último Alexander Wurz amplificam o lote.

Caberá ao brasileiro ter cabeça fria para ignorar tudo o que falam dele e dar a resposta no GP do Bahrein - que aliás venceu ano passado.

Do contrário...

Salvo por pouco...

Em muitos blogs e fóruns, ao se comentar a morte de Elio de Angelis, há quem diga que o acidente foi determinado pelo vôo do aerofólio traseiro da Brabham BMW BT55 do piloto transalpino.

Onze anos antes do acidente fatal de Elio, um outro piloto passou por situação semelhante: Rolf Stommelen, no GP da Espanha de 1975, em acidente incrível no circuito Parc de Montjuich com seu Embassy Hill Ford GH1. Na colisão, ocorrida na 29a. volta, o carro de Stommelen alçou vôo e se projetou contra cinco pessoas, matando-as instantaneamente.

Vendo as ferragens retorcidas do carro, é difícil acreditar que o alemão sobreviveu. Stommelen morreria oito anos mais tarde, numa prova da IMSA, com Porsche 935 em Riverside, na Califórnia.

E eis mais uma pérola do Youtube: imagens em preto e branco do GP da Espanha de 1975. Não são um primor, mas dá pra ver o exato momento em que o aerofólio traseiro se desprendeu do carro de Rolf Stommelen.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Começou bem...

A lista de inscritos para a prova de estréia da IndyCar em Homestead tinha 26 carros.

Eu disse bem: tinha.

É que Graham Rahal, o jovem filho de Bobby Rahal, não poderá disputar a primeira prova do campeonato no sábado, em Homestead.

O motivo é simples: faltam peças para a reconstrução do Dallara / Honda do piloto da Newman-Haas-Lanigan a tempo de disputar os treinos livres e a classificação de amanhã, em razão de um acidente sofrido na segunda sessão de testes preliminares, na última terça.

Graham, de 19 anos, vai "aprender" vendo a corrida junto aos spotters da escuderia, que alinhará um carro só, para o britânico Justin Wilson.

Pois é... este já é o primeiro percalço que as equipes da finada ChampCar enfrentam em 2008.

Provavelmente, não será o último.

Antes de Partir



Fui ao cinema ontem para assistir "Antes de Partir" (The Bucket List) e tive uma aula completa sobre como fazer um bom filme.

Pegue um roteiro que junte as histórias de um veterano mecânico e um bilionário dono de hospitais. Una os dois na cumplicidade de uma das doenças mais terríveis da humanidade: o câncer. Faça com que as vidas dos dois vire de cabeça para baixo, com direito a viagens longínquas para Índia, Hong Kong, Tibet e Egito. E não apenas isso: fazer com que reflitam sobre a vida, o presente, o passado e o futuro não tão possível.

Mais: coloque nos papéis principais dois cracaços da sétima arte - Jack Nicholson, no papel do bilionário Edward Cole, e Morgan Freeman, na pele do mecânico Carter Chambers - e pronto. Garantia de ótimas interpretações e de que um filme como este não poderá dar errado.

"Antes de Partir" é um mix de emoções que arranca toda a espécie de reações do espectador. Do riso incontido em diversas cenas ao choro convulso do final que, sabemos todos, jamais fugiria do clichê. Com orçamento previsto de US$ 45 milhões, já arrecadou desde sua estréia em 11 de janeiro, quatro vezes mais.
Eu recomendo.

Rua!

Durou pouco a aventura de Günther Steiner como diretor técnico da escuderia Red Bull na NASCAR, a Stock Car estadunidense. O italiano (apesar do nome) não resistiu aos maus resultados da equipe - embora o início de ano de Brian Vickers não seja ruim e a equipe tenha decidido substituir AJ Allmendinger, que pouco ou nada fez, por Mike Skinner.

Jay Frye, que assumiu o posto de manager em janeiro, ainda não decidiu pelo substituto. É possível que Richard "Slugger" Labbe, antigo Team Manager de Michael Waltrip e que iria trabalhar na Bill Davis Racing com Jacques Villeneuve, seja contratado nas próximas horas.

Em tempo: a Nascar corre em Martinsville no próximo domingo e Kyle Busch, com Toyota da Joe Gibbs, é o líder do campeonato.

Ressurge a Indy Lights

Não é só a IRL que ganha cara nova com a vinda de equipes da finada ChampCar. A Indy Pro Series, categoria de acesso ao campeonato de TG, muda de nome e ressuscita a Indy Lights, que existiu até 2001 e teve seu auge nos anos 90, revelando bons nomes para o automobilismo estadunidense.

Muitos brasileiros por lá passaram, casos de Marco Greco (ninguém é perfeito...), Fausto Galdi (alguém lembra dele?), André Ribeiro, Gualter Salles, Hélio Castro Neves, Cristiano da Matta, Tony Kanaan, Luiz Garcia Jr., Felipe Giaffone, Aírton Daré e, por fim, Nílton Rossoni.

Na antiga IPS, já tivemos Thiago Medeiros como campeão e Jaime Câmara, com razoáveis participações. E dois representantes do nosso país figuram na lista de 24 inscritos para a primeira prova do ano, ambos estreantes: Raphael Matos, atual campeão da Fórmula Atlantic, e a querida Ana Beatriz Figueiredo, a Bia - que não é a única inscrita do sexo feminino: Cyndie Alleman também vai desafiar os marmanjos em Homestead.

Alguém duvida que torcerei e muito pelo sucesso da Bia nos States?

Nota zero

A Stock Car começou a temporada 2008 com o primeiro dia de treinos coletivos em Interlagos, com 33 dos 34 carros inscritos treinando na pista paulistana, reflexo de algumas novidades: Antonio Pizzonia assinando com a Action Power para o lugar tido e havido como certo para o catarinense Matheus Greipel; Juliano Moro a pé porque um de seus prometidos patrocinadores não cumpriu compromissos e seu contrato com a Hot Car foi rompido; e Pedro Gomes testando pela RC3-Bassani, embora ainda sem nenhum acerto para o campeonato que se inicia em menos de duas semanas.

Guto Negrão, em casa nova - a Wogel Motorsports - fechou o dia como o mais rápido, com Popó Bueno em segundo. Os tempos, na casa de 1'44", foram considerados satisfatórios e os novos pneus da marca estadunidense Goodyear atenderam bem às solicitações.

Todavia, ao que parece, a tentativa de introduzir a adormecida chicane usada no GP do Brasil de Motovelocidade em 1992 foi completamente frustrada. O asfalto cedeu na passagem dos carros e a alternativa tão falada de "segurança" para a categoria merece uma bela nota zero após o primeiro teste.

O que se sabe é que com a adoção desta chicane, não só os riscos de acidentes numa freada brusca como esta podem ser grandes, como também a velocidade dos carros na reta será seriamente comprometida, praticamente eliminando a chance de ultrapassagens na tomada do S do Senna.

Normalmente, seria lógico que a direção da Stock partisse para outras alternativas a fim de tornar os seus próprios carros mais seguros e evitar que desastres como o que vitimou Rafael Sperafico na última prova da Stock Light ano passado, sejam uma constante. Ou então que a administração do autódromo encontrasse um caminho para alargar a área de escape naquele trecho perigoso. Nunca apelar para uma alternativa que mais parece um cão perneta.

Aguardemos futuros desdobramentos.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Condução "difícil"

Ele demorou mas admitiu: Felipe Massa diz que a Ferrari é um carro de condução "difícil" sem o controle de tração que estava até o ano passsado instalado nos Fórmula 1. O piloto brasileiro, com nenhum ponto marcado na Austrália e na Malásia, começa o campeonato de 2008 em condições piores que ano passado - tanto na desvantagem de pontos quanto na parte psicológica. Mas num discurso tão óbvio quanto otimista, ele garante que não está morto na briga: "São 16 corridas pela frente e mais 160 pontos em jogo", disse.

Todavia, Massa continua não atribuindo à falta do afamado controle de tração o erro que lhe custou no mínimo o 2º lugar no GP da Malásia. "Os problemas foram outros".

Talvez perda de concentração? Quem sabe... Pois Peter Sauber, que trabalhou com o piloto em seus primeiros anos de Fórmula 1 tem conhecimento de causa para poder avaliar o que está acontecendo com o brasileiro neste início de campeonato. "Se as coisas não correm bem, ele logo perde a concentração", vaticinou o dirigente helvético que vendeu há dois anos sua equipe para BMW e foi chefe de equipe de Felipe em 2002, 2004 e 2005.

Elio de Angelis

Hoje, 26 de março, um piloto que deixou saudades no automobilismo completaria 50 anos se estivesse vivo: é o italiano Elio de Angelis, conhecido como o "Príncipe Negro" e um dos mais regulares e competitivos de seu tempo.

Entre 1979, quando correu pela Shadow, até sua morte prematura em 15 de maio de 1986 ao volante de um Brabham-BMW no circuito francês de Paul Ricard, o piloto ganhou a simpatia dos fãs e o respeito da comunidade automobilística, por reunir alguns itens importantes dentro da pista: ele era rápido, constante e não era quebrador de carros. Por isso, ficou tanto tempo na Lotus, equipe onde conquistou as únicas duas vitórias da carreira.

João Carlos Viana, em seu blog, faz uma alentada homenagem ao piloto que, nas horas vagas, dedilhava um piano como poucos. Eis provavelmente a explicação para tamanha finesse mostrada ao volante dos carros negros de Colin Chapman. E eu recomendo a leitura.

Vida dura...

Quando se vê os testes da IRL em Homestead e nota-se que Marty Roth, canadense de 49 anos, conhecido pela sua pouca habilidade ao volante, e Jay Howard, um estreante, comandam a folha de tempos dos treinos concedidos pela organização para que os recém-chegados da falida ChampCar se adaptem aos Dallara / Honda, prevê-se que todos, sem exceção, terão vida dura pela frente na primeira corrida do campeonato, no sábado.

Fica comprovado que Tony Kanaan não disse nada de especial, ao colocar Andretti-Green, Penske e Ganassi como as equipes favoritas ao título. Pois por mais que tenha experiência e estrada, há pelo menos seis anos a Newman-Haas não tem a manha de acerto em oval - embora tenha inscrito em algumas ocasiões carros para Sébastien Bourdais e Bruno Junqueira disputarem as 500 Milhas de Indianápolis - o que até ocasionou o acidente com Tony Foyt que tirou o mineiro das pistas por praticamente um ano inteiro.

Bruno foi o décimo e penúltimo no segundo dia de testes, na frente apenas de Mário Moraes, seu companheiro de equipe na Dale Coyne. Enrique Bernoldi andou bem e foi o quarto colocado, quatro posições acima de Franck Perera, que divide a Conquest com o piloto curitibano.

Os treinos livres serão disputados sexta-feira, primeiro com todos os carros na pista e depois com os 26 inscritos divididos em dois grupos de treze. A qualificação é noturna, também na sexta, para a corrida disputada sábado às 9 da noite (horário de Brasília).

terça-feira, 25 de março de 2008

O destino de Cristiano



Nem Stock Car, muito menos American Le Mans Series. O mineiro Cristiano da Matta, antigo campeão da ChampCar e piloto da Fórmula 1 entre 2003 e 2004 pela Toyota, parece direcionar seu destino para a Grand-Am, série de protótipos e GTs disputada nos Estados Unidos.

Ele testou pela equipe Gainsco / Bob Stallings Racing, dos atuais campeões Jon Fogarty e Alex Gurney, numa nova pista de 2,5 milhas de extensão - o Eagle Canyon Raceway, nas proximidades de Dallas, no Texas. A rápida adaptação do piloto de 34 anos ao Pontiac / Riley da equipe estadunidense impressionou Bob Stallings, que tem planos para o brasileiro.

"Vamos atrás de patrocínio e se conseguirmos, Cristiano terá um carro já na prova de Laguna Seca em maio. E o queremos conosco para o campeonato de 2009", garante.

E se onde há fumaça, há fogo, na sexta-feira a Bob Stallings Racing convoca a imprensa para uma entrevista coletiva com Cristiano da Matta... e Jimmy Vasser, seu companheiro de equipe na PKV Racing em 2005, último ano completo do brasileiro na ChampCar.

ALMS: todos contra a Porsche

Após o baile da Porsche nas 12 Horas de Sebring, a concorrência está assustada. E não é pra menos: se a marca alemã venceu não só na LMP2 e na LMGT2, como também na classificação geral, é possível que Audi e Acura tenham como objetivo imediato a reação contra o cavalinho empinado de Stuttgart.

Mas há um problema: a segunda etapa, daqui a dois sábados, será num circuito de rua e é uma prova curta - aproximadamente 1h55min de duração. A IMSA divulgou a lista de inscritos com uma novidade e duas ausências. Não vão correr na Flórida o Creation LMP1 da Autocon e a segunda Ferrari da Tafel Racing - uma vez que Pierre Ehret estará em Barcelona na Le Mans Series. A novidade é o retorno do Radical SR9 da Van der Steur Racing como concorrente da classe LMP2.

Os 29 inscritos para o GP de St. Petersbourg são estes:

LMP1

1. Frank Biela / Emanuele Pirro
Audi Sport North America - Audi R10 TDi

2. Lucas Luhr / Marco Werner
Audi Sport North America - Audi R10 TDi

37. Jon Field / Clint Field / Richard Berry
Intersport Racing - Lola B06/10 AER

LMP2

6. Patrick Long / Sascha Maassen
Penske Motorsports - Porsche RS Spyder

7. Romain Dumas / Timo Bernhard
Penske Motorsports - Porsche RS Spyder

8. Gerardo Bonilla / Ben Devlin
B-K Motorsports - Lola B07/46 Mazda

9. Scott Sharp / David Brabham
Patrón Highcroft Racing - Acura ARX-01B

15. Luis Diaz / Adrián Fernandez
Lowe's Fernandez Racing - Acura ARX-01B

16. Guy Smith / Chris Dyson
Dyson Racing - Porsche RS Spyder

19. Adam Pecorari / Gunnar Van der Steur
Van der Steur Racing - Radical SR9 AER

20. Butch Leitzinger / Marino Franchitti / Andy Lally
Dyson Racing - Porsche RS Spyder

26. Christian Fittipaldi / Bryan Herta
Andretti-Green Racing - Acura ARX-01B

LMGT1

3. Jan Magnussen / Johnny O'Connell
Corvette Racing - Corvette C6-R

4. Oliver Gavin / Olivier Beretta
Corvette Racing - Corvette C6-R

008. Terry Borcheller / Chapman Ducote
Bell Motorsports - Aston Martin DBR9

LMGT2

5. Craig Stanton / Nathan Swartzbaugh
Vici Racing - Porsche 997 GT3 RSR

11. Joel Feinberg / Chris Hall
Primetime Racing Group - Dodge Viper Competition Coupé

21. Joey Hand / Tom Sutherland / Tom Milner Jr.
Panoz Team PTG - Panoz Esperante GTLM

28. Lou Gigliotti / Doug Peterson
LG Motorsport - Riley Corvette C6 GT2

40. David Robertson / Andrea Robertson / David Murry
Robertson Racing - Doran Ford GT-R MKVII

44. Seth Neiman / Darren Law
Flying Lizard Motorsports - Porsche 997 GT3 RSR

45. Johannes van Overbeek / Jörg Bergmeister
Flying Lizard Motorsports - Porsche 997 GT3 RSR

46. Wolf Henzler / Patrick Pilet
Flying Lizard Motorsports - Porsche 997 GT3 RSR

48. Gunnar Jeannette / Johnny Mowlem
Corsa Motorsports - Ferrari F430

61. Harrison Brix / Patrick Friesacher
Risi Competizione - Ferrari F430

62. Jaime Melo Jr. / Mika Salo
Risi Competizione - Ferrari F430

71. Dominik Farnbacher / Dirk Müller
Tafel Racing - Ferrari F430

87. Dirk Werner / Marc Basseng
Farnbacher-Loles Motorsports - Porsche 997 GT3 RSR

007. Paul Drayson / Jonathan Cocker
Drayson-Barwell - Aston Martin DBRS9

segunda-feira, 24 de março de 2008

Clip da semana - "Deeper Shade of Soul"

A Holanda não é só o país de tulipas, ótimas cervejas, Vincent Van Gogh, Johann Cruyff, Marco Van Basten, Ruud Gullit e de Jos "The Boss" Verstappen. Dos chamados Países Baixos surgiu um interessante grupo musical que mesclava em seus trabalhos diferentes vertentes como o rap, o rock e o ska, formando crossovers a exemplo do rapcore tão bem explorado pelos Beastie Boys: trata-se do Urban Dance Squad.

Rudeboy Remington (Patrick Tilon), DoNotAsk (Arjen de Vreede), Magic Stick (Michel Schoots), Sil (Silvano Matadin) e Tres Manos (Renè van Barneveld) eram os apelidos destas figuraças que em 10 anos (entre 1989 e 1999), lançaram seis bons álbuns de estúdio. O mais representativo deles foi Mental Floss From The Globe, que chegou ao 21o. lugar no Top 100 da conceituadíssima parada da revista Billboard.

O grande sucesso do grupo estourou na MTV e chegou às rádios brasileiras como uma novidade que caiu do céu, muito, mas muito melhor que a dance music de Rozalla, Black Box e Information Society, que assolava as pistas das danceterias. "Deeper Shade of Soul" é aquele tipo de música que grupos como o US3 e o DeLaSoul certamente gostariam de ter feito.

Taí o clip da semana pra não me deixar mentir.


Atestado de incompetência

Pensei neste post, mas o Fábio Seixas largou na frente. Então, méritos e créditos para ele, que antecipou o seguinte:

Começou hoje a Fórmula 3 inglesa em Oulton Park, com vitória do britânico Oliver Turvey, na chuva, contra 26 adversários.

Os países representados: Grã-Bretanha, Finlândia, Irlanda, Argentina, Suécia, México, Austrália, Angola, Canadá, Islândia, Colômbia, Alemanha, Espanha, Bahrein, Nova Zelândia e Áustria.

Notaram a ausência do Brasil?

Pois é... o país que teve Fittipaldi, Pace, Piquet, Serra, Senna, Gugelmin, Barrichello, de Ferran, Haberfeld, Pizzonia e Nelson Ângelo Piquet como campeões deste certame, não tem NENHUM piloto na principal categoria-escola do automobilismo mundial.

Pouco importa se os nomes dos pilotos inscritos são pouco representativos, vide o barenita Salman Al-Khalifa e o islandês Kristjan Einar. Mas não ver nenhum piloto daqui participando dói demais em quem gosta de automobilismo.

Dói porque é uma demonstração da falta de renovação do imenso manancial de pilotos que naturalmente brotam neste país.

E é o atestado de incompetência dos dirigentes que assassinaram a base do automobilismo nacional, com o auxílio nada luxuoso de alguns promotores que a seu bel-prazer e por absoluta vaidade tomaram conta de algumas categorias, sem pouco ou nada oferecerem em troca ao esporte.

Com a palavra, a CBA.

O adeus de um pioneiro

Luiz Alberto Pandini, que não deve ter sido escoteiro, mas está sempre alerta, acaba de mandar e-mail avisando a morte do antigo piloto de Motovelocidade e Fórmula Super Vê, Luiz Celso Giannini. Para quem não sabe, ele foi um dos nossos primeiros pilotos a desafiar europeus, japoneses e estadunidenses no exterior, se aventurando no Mundial de Motos nos anos 70 ao lado de Adu Celso, outro que deixou muitas saudades.

O Panda fez uma ótima coluna sobre o Luiz Celso no GP Total e quem sou eu para escrever algo mais além do que ele colocou na internet tem uns dois anos. Vale a pena conhecer um pouco mais sobre a carreira e as histórias dele no esporte a motor.

Mike, The Bike



Giacomo Agostini, tido e havido como o maior piloto da motovelocidade em seu tempo, haverá de concordar comigo. O único piloto que chegou a desafiá-lo com muita propriedade foi o saudoso Mike Hailwood.

Apelidado Mike, The Bike (Mike, a moto), pela grande interação piloto-máquina, ele faleceu prematuramente há 27 anos, num acidente onde seu carro foi abalroado por um caminhão quando fazia um "balão" numa estrada. Além dele, sua filha Michelle também morreu.

Ele foi batizado Stanley Michael Bailey Hailwood, em 2 de abril de 1940. Ele estreou nas competições de motocicleta em 1957 e quatro anos depois, já era campeão mundial de 250cc, com Honda.

Nesse tempo, a FIM não restringia o número de classes para cada piloto, como hoje - e não era surpresa ver Mike, The Bike andando em três campeonatos diferentes. Em 62, ele correu de 125, 250, 350 e 500 - onde foi campeão com a MV Agusta, outra lenda do esporte.

Até 1965, aliás, Hailwood foi absoluto na chamada "categoria-rainha" até começar o domínio de Ago. Mas seus títulos não pararam: em 66 e 67, faturou dois campeonatos em cada ano, das categorias 250 e 350 cilindradas.

Nesse meio tempo, ele já tinha estreado na Fórmula 1. Em 1963, fizera sua primeira aparição com um Lotus Climax e arriscou cumprir toda a temporada do ano seguinte com um Lotus BRM da equipe de Rob Walker. Conquistou um 6º lugar em Mônaco e dois oitavos na França e Áustria, abandonando todas as outras corridas.

Quando deixou as motos, Mike voltou ao automobilismo. Fez parte da lendária equipe Gulf de John Wyer, correndo com o Ford GT40 e depois com Porsche 917 e o protótipo Gulf Mirage Cosworth. Em 1971, reapareceu na F-1, correndo no histórico GP da Itália em que Peter Gethin derrotou Ronnie Peterson por 0"010 (foi inclusive o quarto colocado).

No ano seguinte, cumpriu boa campanha, com um 2º lugar em Monza e outros três resultados na zona de pontuação. De quebra, venceu o Campeonato Europeu de F-2 e foi um dos rivais de Emerson Fittipaldi e José Carlos Pace no II Torneio Brasileiro de F-2, realizado em Interlagos - chegando a vencer duas baterias naquele evento.

O ano de 1973 foi frustrante, sem nenhum ponto marcado com o Surtees TS14. Como compensação, o piloto britânico recebeu uma medalha de bravura quando, em Kyalami, salvou o ítalo-suíço Clay Regazzoni das chamas que consumiam seu BRM. Em 1974, assinou para correr com um terceiro carro da McLaren, pintado nas cores da Yardley. Fez um pódio na África do Sul e três outros resultados entre os seis primeiros: Argentina (4º), Brasil (5º) e Holanda (4º).

Sobre esta corrida, Emerson Fittipaldi guarda recordação especial. Quando saía do hotel para o Autódromo de Zandvoort, a fim de participar do treino de aquecimento na manhã do GP da Holanda, o piloto brasileiro deparou-se com Mike voltando de Amsterdã, os olhos diminutos, vermelhos, denunciando a noite em claro. O máximo que ele dizia a Emerson era o seguinte:

"Noite fantástica!", exclamava.

E o mais impressionante, segundo Emerson, é que ao longo das 75 voltas da prova, Hailwood andou "montado" na traseira da McLaren. Ao fim da corrida, Mike continuava eufórico. "A garota era linda, foi a melhor noite da minha vida."

Pena que a temporada de Hailwood não terminou como ele gostaria. Nos treinos para o GP da Alemanha, ele estatelou seu carro num guard-rail. Com fraturas nas pernas, ele ficou fora do resto do campeonato e no mesmo fim de semana, acabou por dividir o quarto de hospital com o neozelandês Howden Ganley, que demolira seu Maki também em Nürburgring. Coincidentemente, os dois nunca mais pilotaram um F-1.

Mike se afastou das competições por quatro anos e nesse período casou-se e foi pai de dois filhos. Aos 38 anos, quando muitos já estão definitivamente aposentados, ele decidiu retornar às competições, para disputar o lendário Tourist Trophy da Ilha de Man. Não só disputou, como venceu a perigosíssima prova, com uma Ducati de 864cc e comando desmodrômico. A última conquista (das 14 na Ilha de Man) foi em 1979 com uma Suzuki de 500cc. Em julho, treinando em Donington Park, sofreu um acidente que causou sua retirada definitiva das pistas.

domingo, 23 de março de 2008

Chocolate finlandês



A Páscoa para Kimi Räikkönen e a Ferrari será de muito chocolate. Nesta madrugada brasileira, o piloto finlandês igualou o lendário Stirling Moss e alcançou, na mesma pista onde venceu pela primeira vez na Fórmula 1, há cinco anos, a décima-sexta vitória da carreira. E com um desempenho que fez jus ao número 1 que ele carrega pintado em seu carro vermelho.

É ocioso dizer que na primeira parte da prova, ele se limitou a controlar a distância para o pole position e companheiro de equipe, Felipe Massa. Mas quando o brasileiro fez sua primeira parada, o finlandês já tinha preparado o bote: em uma volta, quebrou os cronômetros, entrou nos boxes, fez uma parada super rápida e quando saiu, já era o novo líder da corrida.

Se isto desestruturou a confiança de Massa diante de Räikkönen, ainda não sabemos. Certo é que o brasileiro, já com uma desvantagem perto de 5 segundos, errou sozinho, atolou na caixa de brita e pela segunda vez seguida ficou sem ponto no campeonato. E como no ano passado venceu o Mundial de Pilotos aquele que justamente errou menos, o brasileiro vai dando munição aos seus detratores, que até já o apelidam de "Nigel Massa", comparando-o a Nigel Mansell por sua incontida e improdutiva dose de agressividade.

Daí pra diante, o "chocolate" nórdico se consumou na pista, o que abriu caminho para o ótimo (aliás, mais um) 2º lugar da BMW Sauber, agora com Robert Kubica - que superou hoje o melhor resultado pessoal da carreira. Diga-se de passagem, o polonês, que é a cara do personagem "Timmy" do desbocado desenho South Park, acelera uma barbaridade e é uma das grandes promessas da Fórmula 1 para o futuro.

Tanto quanto Heikki Kövalainen, que nos resultados ao longo do fim de semana foi quase sempre superior a Lewis Hamilton e pescou seu primeiro pódio pela McLaren. Hamilton, por sinal, limitou-se a levar o carro aos pontos depois de prejudicado não só pela justa punição imposta pelos comissários diante do bloqueio acintoso aos carros de Heidfeld e Alonso ao fim da superpole do sábado: ele também teve problemas na primeira parada, quando a roda dianteira direita demorou uma eternidade para sair, e também com a férrea resistência do australiano Mark Webber, que salvou dois pontos para a RBR.

De resto, a realçar também a ótima corrida de Jarno Trulli, mostrando que a Toyota parece ter entrado nos trilhos do bom desempenho. Nick Heidfeld foi bem mais discreto que na Austrália e Fernando Alonso, sempre consistente, pescou mais um pontinho com o ainda deficiente carro da Renault.

Nelson Ângelo Piquet apagou a estréia decepcionante da Austrália com uma boa atuação na Malásia. Foi o piloto que mais quilometragem cumpriu durante todo o fim de semana - e o mais importante: sem errar. Virou tempos bastante próximos aos de Alonso tanto em treinos quanto na corrida e só uma estranha tática de duas paradas, mesmo tendo feito a primeira quase na metade da prova, o colocou em 11º. Um aprendizado longo, mas ele terá tempo e um sobrenome de grande pedigree a acompanhá-lo em sua trajetória na F-1.

Em contrapartida, a performance de Rubens Barrichello foi uma desilusão, se comparada ao que ele fez semana passada na Austrália. Largou no meio do bolo, não andou bem com o carro muito pesado, ainda foi "premiado" com um drive-through por excesso de velocidade nos boxes (as coisas andam mal na Honda...) e depois saiu da pista na última volta. O 13º lugar foi o máximo que pôde alcançar.

Feliz Páscoa a todos e até o Bahrein!

As notas dos pilotos no GP da Malásia:

Räikkönen - portou-se como um autêntico campeão do mundo. Não se abalou com a liderança de Massa nas primeiras voltas e quando teve a chance, acelerou, parou, passou e só foi visto pelos outros pilotos no pódio - nota 9,5

Kubica - o polonês é do ramo. Com um carro bem mais pesado que o do companheiro de equipe Nick Heidfeld, andou rápido o tempo inteiro e fez uma corrida muito tranqüila. O erro de Massa lhe proporcionou o melhor resultado da carreira - nota 9

Kövalainen - é outro que vai dar muito trabalho em 2008. Durante quase todo o fim de semana, adaptou-se melhor ao McLaren e foi mais rápido que Lewis Hamilton tanto nos treinos quanto na corrida. Seu bom desempenho refletiu-se no resultado final. Não fosse a punição dos comissários no sábado e a história talvez fosse outra - nota 9

Trulli - foi o melhor representante da "velha guarda" em todo o fim de semana. Surpresa positiva na classificação, andou muito bem a corrida inteira. O italiano vai colocando a Toyota num bom caminho e queimando a língua (inclusive a minha) de quem disse que este ano seria de mera figuração - nota 8,5

Hamilton - o líder do campeonato e vencedor na Austrália foi uma pálida sombra do piloto brilhante do fim de semana passado. É verdade que foi prejudicado por uma parada ruim e ficou preso atrás de um piloto mais lento. Mas para quem quer ser campeão, ficar atrás do companheiro de equipe recém-chegado não é um ponto positivo para suas pretensões - nota 6

Heidfeld - foi discreto e constante com a BMW. Mas proporcionou aos olhos dos telespectadores a manobra de ultrapassagem mais bonita do domingo, superando numa só tacada a RBR de Coulthard e a Renault de Alonso - nota 6,5

Webber - boa corrida do australiano. Com um carro visivelmente limitado em relação à McLaren de Hamilton, teve o mérito de se manter na frente do britânico sempre que andaram juntos. Depois da segunda parada, seu rendimento caiu - nota 6,5

Alonso - conseguiu mais um pequeno milagre com o apenas mediano Renault R28. Dentro das limitações do seu equipamento, andou o máximo que podia e foi premiado com mais um ponto. De grão em grão, lá vem o bicampeão - nota 7

Coulthard - desta vez não houve suspensões quebradas ou colisões que o prejudicassem. Foi bem no começo, mas sofreu do mesmo problema de Webber. Com pneus duros, o rendimento do RBR não foi o mesmo - nota 5,5

Button - só andou bem em alguns treinos livres. Na qualificação ficou devendo e na corrida, mais ainda. Teve o mérito de levar o Honda até o final - nota 5

Piquet - superou muito bem a péssima estréia na Austrália, ganhando quilometragem, constância e principalmente confiança em ritmo de corrida. Virou voltas bem próximas as de Fernando Alonso, o que numa comparação futura, é bastante positivo. E não tomou volta do líder. Deve ir com ânimo ainda maior para a corrida do Bahrein - nota 6,5

Fisichella - o experiente italiano carregou o Force India nas costas. A 12ª posição é até um milagre para uma equipe recém-constituída e que não tem a força das demais equipes médias, exceto em seu nome de batismo - nota 5

Barrichello - depois da estréia promissora do novo Honda na Austrália, o brasileiro ficou devendo. Largou no bolo, perdeu posições com o carro muito pesado e numa parada de box, foi punido com drive-through. Ainda comprou um lote no final da prova e o jejum de pontos do piloto já vai para 518 dias - nota 4,5

Rosberg - outra grande decepção do fim de semana. Classificou muito abaixo do que seu carro prometia e na primeira volta bateu em Timo Glock. Limitou-se a cumprir a corrida até o fim - nota 4

Davidson - com a carroça que tem em mãos, faz muito em completar uma corrida. Quando chega na frente do companheiro de equipe, tem que comemorar. Se dois pilotos terminam atrás do britânico, é caso de abrir champanhe - nota 5

Sato - decididamente é mais rápido do que o fraco carro da Aguri pode lhe proporcionar. Fez uma excursão na brita e mesmo assim terminou a corrida - nota 4,5

Nakajima - assim como Rosberg, não foi bem nos treinos de classificação. Na corrida, não foi pego fazendo nenhuma bobagem, mas no fim seu carro estava muito lento e ele foi o último entre os que completaram - nota 4,5

Vettel - o promissor alemão também não foi sombra do que prometia na Austrália. Foi discreto, mas andou bem, sem qualquer erro, até o motor Ferrari de sua STR quebrar - nota 5,5

Massa - duas corridas, dois erros. Zero ponto no campeonato e a confiança abalada. Se existe alguém que urge conquistar resultados o mais rápido possível, este é Felipe Massa. Caso contrário, perderá a briga interna pelo status de primeiro piloto na Ferrari, dando munição aos detratores que o têm como um piloto apenas rápido e muito inconstante - nota 4

Sutil - atuação pouco produtiva. Mal nos treinos e na corrida, o alemão é um dos que mais sente a diferença entre os carros com e sem eletrônica. É outro que precisa de bons resultados logo, pois a sombra do piloto de testes Vitantonio Liuzzi vai crescendo diante dele - nota 2

Glock - o alemão da Toyota foi muito bem na classificação, mas na corrida nada pôde fazer. Foi acertado por Nico Rosberg numa tomada de curva e seu carro ficou danificado. Pelo que o carro tem demonstrado nas primeiras corridas, marcar pontos para ele será apenas questão de tempo - nota 4

Bourdais - continua devendo no quesito classificação. E nesta corrida, foi outro que pouco - ou nada - pôde fazer, pois perdeu o carro numa tomada de curva, rodando e dando adeus à corrida antes do fim da primeira volta - nota 3

sábado, 22 de março de 2008

O mais belo DKW



Que o nosso amigo Flavinho Gomes saiba: amanhã, no Auto Esporte, o programa dominical sobre autos, motos e congêneres da Globo, uma reportagem especial sobre o Fissore, o mais belo DKW produzido por estas plagas.

O carrinho desenhado na Itália e que trouxe seu nome de lá, teve 2.638 unidades produzidas por somente três anos, de 1964 a 1967, quando a Vemag foi absorvida pela Volkswagen.

Eu também tornei-me um grande fã do Fissore e confesso: se não tivesse que estar de madrugada no Sportv ajudando na produção do VT do GP da Malásia de Fórmula 1, acordaria cedo para assistir a reportagem.

A felicidade é vermelha... por enquanto

Balanço da superpole em Sepang por pitaquinhos:

- A Ferrari deitou e rolou. Com carro leve, com carro mais pesado, Massa e Räikkönen fizeram os dois melhores tempos da classificação final. Ponto para o brasileiro, que faturou sua segunda pole position consecutiva no circuito de Sepang. Resta ver se não largará tão mal quanto no ano passado...

- Toyota vai queimando minha língua. Trulli foi simplesmente ótimo, levando o bólido branco e vermelho ao 3º lugar do grid. Glock também cumpriu bom papel e está entre os 10 primeiros. Bem melhor que a Williams...

- Outra vez a BMW foi bem, com Heidfeld e Kubica em destaque. O alemão e o polonês ganharam duas posições com as punições para a dupla da McLaren.

- Alonso, o milagreiro. O carro da Renault é mediano e ele vai cavando posições e bons resultados. Deu sorte e em vez de nono, larga em sétimo: mais pontos à vista?

- Intencional ou não, a manobra ridícula de Hamilton e Kövalainen lhes custou uma posição razoável no grid. Agora, saindo de oitavo (Kova) e nono (Hamilton) dificilmente terão condições de chegar ao pódio. A menos que partam para uma estratégia suicida, o que duvido.

- Palmas para Nelson Ângelo Piquet. Em uma semana, superou o trauma da má estréia na Austrália, foi o piloto que mais quilometragem cumpriu no fim de semana, não errou e não rodou. E ainda classificou na frente de Rubens Barrichello. Agora é só fazer um bom papel na corrida.

- A Williams é até aqui a decepção do fim de semana.

Boa corrida pra todos!

Malásia, Q2: surpresas a rodo!

Cheia de surpresas a segunda parte do treino classificatório para o GP da Malásia. A começar que Nico Rosberg e Sebastian Vettel, duas das sensações da corrida inaugural na Austrália, ficam fora da superpole, dividindo a oitava fila, com o piloto da STR à frente do compatriota.

Nelson Ângelo Piquet fez um bom trabalho com a Renault e se colocou em décimo-terceiro. Vai largar na sétima fila ao lado exatamente de Rubens Barrichello, superado pelo jovem estreante por 0"060.

A sexta fila do grid terá dois súditos da Rainha Elizabeth: o escocês Coulthard e o inglês Button.

Sendo assim, os pilotos que vão para a Superpole são: Räikkönen (que fechou a Q2 com o melhor tempo do fim de semana - 1'34"188), Massa, Hamilton, Heidfeld, Kövalainen, Kubica, Trulli, Webber, Glock e... Fernando Alonso, que levou sua Renault R28 pro trecho final do treino na bacia das almas.

Agora é à vera.

E pode chover!

Malásia Q1 : quatro de seis

Continuo bem de palpite: acertei quatro dos seis eliminados na Q1 do treino oficial do GP da Malásia. A dupla da Aguri ficar fora era previsto, Sutil idem e Bourdais, que continua ainda totalmente fora do contexto destes treinos classificatórios, também.

Mas confesso que me surpreendi com a precoce eliminação de Kazuki Nakajima e de Giancarlo Fisichella.

Quem esteve por um triz foi Rubens Barrichello. Se tudo tivesse saído errado na última volta, o brasileiro da Honda não teria entrado. Nelson Ângelo Piquet levou sua Renault à Q2 com o décimo-quarto tempo e a menos de 0"1 de Alonso, que classificou duas posições adiante do brasileiro.

Zebra, mesmo, foi a performance de Jarno Trulli e da Toyota, com o melhor tempo em 1'35"205, com Kövalainen em segundo, Massa na terceira posição, depois Hamilton, Raikkönen e Heidfeld.

Agora para a Q2 que vai começar em instantes, não dá pra arriscar qualquer prognóstico. Mas que seria legal ver os três brasileiros na superpole, ah... isso seria.

Aguardemos.

Déja vu de Melbourne no último treino livre

Parece até o que aconteceu em Melbourne horas antes da classificação: a BMW é a surpresa dos treinos livres - agora em outra pista, a de Sepang. O alemão Nick Heidfeld acaba de virar o melhor tempo do fim de semana, em 1'35"019, superando em 243 milésimos o tempo do atual campeão mundial Kimi Räikkönen, que foi o segundo, adiante de Felipe Massa.

Surpresa mesmo é constatar que abaixo destes três pilotos, os que vêm depois são de equipes normalmente improváveis nas 10 primeiras posições: Red Bull, Toyota, Honda, Renault e Toro Rosso. Jarno Trulli ficou num impressionante quarto lugar, com Webber e Coulthard a seguir.

Mas a melhor notícia é a sétima posição de Nelson Angelo Piquet. Não importa que provavelmente ele tenha andado com o carro carregando menos combustível, portanto mais leve, para se avaliar suas possibilidades em configuração de treino. Certo é que o piloto brasileiro vai apagando a má impressão da estréia, e com exatos 3 décimos de vantagem para o bicampeão Fernando Alonso nesta sessão de treinos.

Enquanto Button fez um convincente oitavo tempo com o Honda, Barrichello deu só seis voltas e não veio mais à pista na última meia hora, ficando na última posição. Problemas com o piloto brasileiro? Bem... se isto é verdade, ele não foi o único, pois Nico Rosberg também deu poucas voltas - sete ao todo.

E a McLaren hein? Décimo-primeiro para Lewis Hamilton e décimo-sexto para Kövalainen. Estariam escondendo o jogo?

Conclusões, aos poucos, nas três partes do treino oficial que começa em menos de 2 horas.

Resultado da terceira sessão livre:

1. Nick Heidfeld / ALE - BMW Sauber - 1'35"019 (18)
2. Kimi Räikkönen / FIN - Ferrari - 1'35"262 (17)
3. Felipe Massa / BRA - Ferrari - 1'35"388 (17)
4. Jarno Trulli / ITA - Toyota - 1'35"389 (20)
5. Mark Webber / AUS - RBR Renault - 1'35"437 (16)
6. David Coulthard / GBR - RBR Renault - 1'35"653 (17)
7. Nelson Ângelo Piquet / BRA - Renault - 1'35"768 (15)
8. Jenson Button / GBR - Honda - 1'35"781 (19)
9. Sebastien Vettel / ALE - STR Ferrari - 1'35"827 (16)
10. Timo Glock / ALE - Toyota - 1'35"911 (21)
11. Lewis Hamilton / GBR - McLaren Mercedes - 1'35"927 (13)
12. Fernando Alonso / ESP - Renault - 1'36"068 (14)
13. Kazuki Nakajima / JPN - Williams Toyota - 1'36"183 (14)
14. Giancarlo Fisichella / ITA - Force India Ferrari - 1'36"229 (21)
15. Nico Rosberg / ALE - Williams Toyota - 1'36"490 (7)
16. Heikki Kövalainen / FIN - McLaren Mercedes - 1'36"529 (16)
17. Robert Kubica / POL - BMW Sauber - 1'36"618 (19)
18. Sébastien Bourdais / FRA - STR Ferrari - 1'36"668 (15)
19. Takuma Sato / JPN - Super Aguri Honda - 1'36"908 (14)
20. Adrian Sutil / ALE - Force India Ferrari - 1'36"931 (21)
21. Anthony Davidson / GBR - Super Aguri Honda - 1'37"140 (12)
22. Rubens Barrichello / BRA - Honda - 1'37"703 (6)

sexta-feira, 21 de março de 2008

Peroba nele!

É muito cara-de-pau esse cidadão que brinca de ser prefeito do Rio de Janeiro. A desfaçatez dele não tem limite. E ainda teve coragem de dizer isto que o Terra publicou hoje.

Rio: Cesar Maia diz que não há epidemia de dengue

O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, afirmou hoje que não há uma epidemia de dengue na cidade. Mas, reconheceu que a situação é grave no bairro de Jacarepaguá, na zona oeste da cidade.

"Houve uma contração em Jacarepaguá. Com os exames de fins de janeiro e fevereiro chegando, poderemos confirmar que sim, em Jacarepaguá".

Na última quinta-feira, o secretário de Saúde do Rio, Sérgio Cortes, disse que o Estado vive uma epidemia de dengue.

Maia afirmou que o aumento dos casos de dengue no começo deste ano no município é decorrente das mudanças no regime de chuvas durante o verão, que prejudicaram as ações de combate ao mosquito transmissor da doença.

"As mudanças no regime de chuvas neste verão dificultaram a ação dos governos e das pessoas", disse.

Segundo ele, apesar do alto número de mortes causadas pela dengue até agora (oficialmente 30 mortos), neste mês nenhum óbito foi registrado nos hospitais do município.

"O ponto mais grave continua sendo a letalidade, que em março, nos hospitais municipais, está quase zerada".

Cesar Maia disse ainda que, como medida para combater o aumento de casos da doença, há 15 dias ele implementou um gabinete de crise, por meio de decreto.

Ele acrescentou que os integrantes desse gabinete participarão da reunião do gabinete de crise criado pelo Ministério da Saúde. O encontro está previsto para ocorrer segunda-feira, no Rio.


Peraí... parem tudo... não há uma epidemia de dengue no Rio?

Então O Globo mentiu ao publicar que há 45 casos da doença por hora, o que equivale a 1.080 por dia, inenarráveis 7.560 por semana?!?!?!?!

E agora pedem pra, em pleno verão, vestir as crianças com moletons e meias até quase os joelhos?

Haja cara-de-pau deste ser que veio de Catolé do Rocha (coitados, os paraibanos não têm culpa de ter este boçal como conterrâneo) pra brincar de ser político no Rio de Janeiro, levar os habitantes do município na conversa, ficar 10 anos no poder e sucatear a cidade inteira como só ele tem sabido fazer.

Não adianta deixar "legados" como os aparelhos do Pan - que aliás já repassou, todos, pra quem quisesse, fazer a faraônica Cidade do Samba e superfaturar obras como a da malfadada Cidade da Música. O Rio está emporcalhado, afundado na lama e transbordando de vergonha em ver o que o prefeito tem feito. Agora, sob o pretexto eleitoreiro, ele e a trupe dos Democratas (que como todo mundo sabe, é o partido ex-UDN, ex-Arena, ex-PDS, ex-PFL, ex-qualquer merda) agora posam de "empreendedores" no Rio de Janeiro.

O carioca tem que ser inteligente e dizer NÃO a esta turma nas eleições de outubro!

Vestibular asiático

A GP2 e sua série asiática fazem a preliminar do Grande Prêmio da Malásia de Fórmula 1, com praticamente todos os pilotos que vão correr o certame europeu a começar em abril.

E no treino classificatório para a 5ª etapa que acontece hoje, após o treino de classificação da turma de cima, o francês Romain Grosjean - que vem a ser piloto de testes da Renault - foi o mais rápido e larga na pole position. Em segundo lugar, vem o indiano Karun Chandhok, da iSport.

Que vem a ser companheiro de equipe de Bruno Senna, o quarto mais rápido da sessão classificatória. Alberto Valério (Durango) sai em décimo-sétimo e Diego Nunes (DPR) em vigésimo-primeiro.

O resultado da corrida de hoje determina, com o grid invertido do primeiro ao oitavo, a ordem de largada para a 6ª etapa do campeonato.

PS.: em bate-papo via MSN ontem pela madrugada, o grande Ico, a.k.a. Luiz Fernando Ramos, lembrou que a Speedcar - uma espécie de Nascar made in Asia - teve treino classificatório e o mais rápido foi... Jean Alesi, quase 1s5 melhor que Johnny Herbert e o possante Mathias Lauda.

Ah... lembram do JJ Lehto? Ele apareceu e foi o último, 6s3 pior que o francês.

Mais do que nunca, merece ser chamado pelo apelido malvado: JJ Lento.

Caro demais!


Oito meses antes de sua realização, o GP do Brasil de Fórmula 1 já está com ingressos à venda. O leitor Max Morais, de Brasília, questionou o escriba via e-mail se isto era verdade. E é.

A 37ª edição da corrida acontece dia 2 de novembro. E para que vocês tenham uma idéia, já tem setor esgotado: o "B", cujo preço de ingresso é de R$ 1.230,00 (dois dias) e R$ 1.310,00 (três dias) - alguns dos mais caros do evento. O mais custoso é o setor "E", na saída do S do Senna, ao preço de R$ 1.995,00!

O ingresso mais barato para 3 dias de evento é na famosa arquibancada "G", tubular, para o 'povão' (em termos, porque povão não tem como assistir Fórmula 1 a não ser na laje - alô, Vicaria!) e que custa R$ 370,00.

Observando o mapa, vejo também que há sete setores chamados "corporativos", evidentemente direcionados a patrocinadores e seus clientes - praga que assola o automobilismo brasileiro. E que o aumento dos ingressos é acima da inflação. O sempre atento Fábio Seixas percebeu que um dos setores está 17% mais caro.

Assustador...

Madrugada veloz: Hamilton mostra o que vale




Está certo que treino de sexta não serve muito de parâmetro, et cetera e tal. Mas que o melhor tempo cravado por Lewis Hamilton assustou a concorrência em Sepang, ah... isso assustou. Não satisfeito com a vitória na Austrália, o britânico da McLaren já se coloca como favorito na disputa da pole position. Ele virou em 1'35"055 na melhor de suas 49 voltas no combinado das duas sessões, cravando Felipe Massa (o mais veloz no primeiro treino), em 0"151.

Kimi Räikkönen, que enfrentou uma quebra na primeira parte e andou bem na segunda, fechou o dia na terceira posição geral, na frente do surpreendente Jenson Button, mostrando que talvez a Honda não seja o fogo de palha da Austrália. Parece que ali pode ser dito que habemus carro, ao contrário do ano passado. Sebastien Vettel e Jarno Trulli fecharam os seis melhores do dia.

Rubens Barrichello teve desempenho bastante consistente com a Honda. Completou 58 voltas - mais do que a distância da corrida de domingo e virou em 1'36"879 - oito décimos pior que Button, o que não serve de parâmetro pois os dois provavelmente testaram diferentes configurações em seus carros e o brasileiro pode ter andado o tempo inteiro com o tanque cheio, fazendo simulações de corrida. O resultado da Honda, torno a repetir, é bastante encorajador.

Tanto quanto a performance de Nelson Ângelo Piquet, assim qualificada pelo próprio. O piloto da Renault ficou a apenas 0"012 de Fernando Alonso e com o 14º tempo no agregado dos dois treinos. Os dois, curiosamente, foram alguns dos poucos pilotos que não melhoraram seus tempos da primeira sessão para a segunda. Os outros foram Nico Rosberg (8º mais rápido do dia), David Coulthard (que teve duas suspensões estouradas no primeiro treino e não retornou à pista para o segundo) e Sébastien Bourdais, cujo motor quebrou no início do segundo treino.

Piquet foi o piloto que mais voltas completou na sexta-feira, foram 70 no total, contra 62 de Timo Glock. Kazuki Nakajima deu 52 voltas e Bourdais, em razão da quebra, foi o estreante mais prejudicado, completando somente 26 voltas. Vettel já conhecia a pista porque andou na sexta-feira do GP da Malásia ano passado, substituindo um dos pilotos da BMW.

Para a qualificação desta madrugada (haja cafeína...), aponto como grande favorito, claro, o britânico Lewis Hamilton. Kövalainen também deve entrar, assim como os dois pilotos da Ferrari, os alemães Rosberg, Vettel e Heidfeld, Rubens Barrichello, talvez Fernando Alonso e, tomara, Nelson Ângelo Piquet - o que seria excepcional pra ele.

Arrisco, também, o palpite tradicional dos eliminados na Q1: Sato, Davidson, Sutil, Coulthard, Glock e Bourdais. E tenho dito.



Tempos de hoje:

1. Lewis Hamilton / GBR - McLaren Mercedes - 1'35"055 (49)
2. Felipe Massa / BRA - Ferrari - 1'35"206 (53)
3. Kimi Räikkönen / FIN - Ferrari - 1'35"428 (44)
4. Jenson Button / GBR - Honda - 1'36"037 (57)
5. Sebastian Vettel / ALE - STR Ferrari - 1'36"474 (61)
6. Jarno Trulli / ITA - Toyota - 1'36"493 (62)
7. Heikki Kövalainen / FIN - McLaren Mercedes - 1'36"512 (51)
8. Nico Rosberg / ALE - Williams Toyota- 1'36"578 (58)
9. Robert Kubica / POL - BMW Sauber - 1'36"671 (42)
10. Giancarlo Fisichella / ITA - Force India Ferrari - 1'36"756 (58)
11. Kazuki Nakajima / JPN - Williams Toyota - 1'36"838 (52)
12. Rubens Barrichello / BRA - Honda - 1'36"879 (58)
13. Fernando Alonso / ESP - Renault - 1'37"022 (41)
14. Nelson Ângelo Piquet / BRA - Renault - 1'37"034 (70)
15. Nick Heidfeld / ALE - BMW Sauber - 1'37"106 (52)
16. Mark Webber / AUS - RBR Renault - 1'37"346 (49)
17. Timo Glock / ALE - Toyota - 1'37"512 (62)
18. Adrian Sutil / ALE - Force India Ferrari - 1'37"614 (40)
19. David Coulthard / GBR - RBR Renault - 1'38"232 (7)
20. Sébastien Bourdais / FRA - STR Ferrari - 1'38"978 (26)
21. Takuma Sato / JPN - Super Aguri Honda - 1'39"021 (38)
22. Anthony Davidson / GBR - Super Aguri Honda - 1'39"361 (44)

quinta-feira, 20 de março de 2008

O Grito

O falecido autor de novelas Jorge Andrade tem como um grande mérito em sua trajetória na teledramaturgia a inserção da crítica social em suas obras. Foi assim com "Os Ossos do Barão", que marcou sua boa estréia na Globo em 1973 e dois anos depois com "O Grito".

Esta produção, que sucedeu "Gabriela" no horário das 22 horas entre 1975 e 1976 era a cores - como já eram todas as novelas do horário desde "O Bem-Amado!". Na época, a intenção de Jorge Andrade, ao ambientar sua novela em São Paulo, era mostrar o quão difícil é viver numa megalópole como aquela cidade. Ainda mais se no prédio onde a maioria das personagens vivia, havia uma criança que dava gritos lancinantes todas as noites, assustando os moradores.

Este era o drama de Marta, uma ex-freira interpretada por Glória Menezes - pela primeira vez em muitos anos na Globo, desvinculada do marido Tarcísio Meira - que cria sozinha seu filho doente, Paulinho (o menino Marcos Andreas).

A novela provocou reações distintas nos diferentes centros do país. Em Ipanema, no Rio de Janeiro, moradores tentaram expulsar uma família de um prédio porque o filho deles era portador de necessidades especiais. Em São Paulo, houve indignação, porque julgou-se que o objetivo de Jorge Andrade era criticar a capital paulista.

E uma surpresa a mais foi reservada para o telespectador: a trama se passou durante... uma semana! O autor tomou o máximo cuidado para que isso não fosse notado nos seis meses de exibição da novela. Aliás, um recurso mais ou menos semelhante ao que Bráulio Pedroso usara em "O Rebu", um ano antes.

A novela não fez sucesso e Jorge Andrade, que depois escreveria para outras emissoras, ficou com pecha de incompreendido. Como mérito, "O Grito" trouxe para o vídeo a beleza jovem de Lídia Brondi (grafada como Bronde nos créditos de abertura), em sua primeira novela na televisão.

A trilha sonora de "O Grito" tinha Rita Lee, Ângela Maria, Elis Regina, a doce Marília Barbosa e a dupla Luli e Lucina, além do fantástico Cassiano com "A Lua e Eu". Destaque absoluto para os temas instrumentais, compostos por Radamés Gnattali e por Victor Assis Brasil, que assinava a música de abertura.

Que você pode ouvir aqui abaixo junto com a própria. Notem que há inserções (intencionais ou não) de merchandising do extinto banco Bamerindus e dos jeans Levi's, entre as imagens de alguns artistas do elenco.

A "prova do crime"

O amigo Luan Tomazelli, leitor assíduo do blog e atento aos fatos, foi buscar o vídeo da mancada do Kövalainen no GP da Austrália, pra não deixar o escriba no vazio.

E enquanto a FOM não cassa mais um vídeo no YouTube, aí está a cena viva do erro do finlandês da McLaren, que ao perceber que apertou o botão do limitador de velocidade, dá um murro com a mão direita no volante do carro.

As imagens são da transmissão do canal alemão Premiere. E, melhor ainda, só com áudio ambiente.


A previsão do tempo para o fim de semana em Sepang

Friday Mar 21

Scattered T-Storms
Scattered T-Storms
High
32°C

Low
23°C
Precip: 60%
Scattered thunderstorms. High near 90F. Winds light and variable. Chance of rain 60%.
Saturday 22

Scattered T-Storms
Scattered T-Storms
High
32°C

Low
24°C
Precip: 50%
details details
Scattered thunderstorms. Highs in the upper 80s and lows in the mid 70s.
Sunday 23

Scattered T-Storms
Scattered T-Storms
High
32°C

Low
23°C
Precip: 60%
Scattered thunderstorms possible. Highs in the upper 80s and lows in the mid 70s.