domingo, 15 de outubro de 2006

Campeão!

Muitas conquistas dos pilotos brasileiros lá fora não têm o valor que merecem.

Digo isto porque tirando a Fórmula 1 e as categorias americanas (ChampCar e IRL) onde houve triunfos do nosso país, o resto é segundo plano.

Raul Boesel conquistou em 1987 o Mundial de Endurance junto com a Jaguar - um feito extraordinário, ofuscado pelo tricampeonato de Nelson Piquet. Convenhamos: não é fácil dividir os holofotes com a F-1. Mas, pipocas! Pra correr num carro com aquela pressão aerodinâmica toda, fechado e andando a 370 km/h, não é coisa pra qualquer um.

Onze anos mais tarde, o também curitibano Ricardo Zonta se juntou a Klaus Ludwig na equipe AMG-Mercedes e conseguiu o título mundial de pilotos do FIA GT, derrotando o grande favorito do certame e o queridinho da imprensa alemã e da montadora de Stuttgart - Bernd Schneider.

O carioca radicado na Inglaterra, Thomas Erdos, também experimentou momentos gloriosos: foi bicampeão das 24 Horas de Le Mans na classe LMP2, numa sinergia perfeita com o Lola da equipe de Ray Mallock.

E hoje, no pequeno circuito de Ádria, na Itália, o Brasil comemora mais um título mundial.


Façanha de Jaime Melo Júnior, paranaense (mais um!) de Cascavel, terra de ótimos pilotos. Aos 26 anos, ele conquistou o campeonato mundial da Categoria GT2 do FIA GT, ao volante de uma Ferrari F430 da equipe AF Corse.

Ele é participante praticamente regular do certame desde 2004, quando fez duas provas pela GPC Sport e mais três pela JMB com uma Ferrari 575. Ano passado, graças aos seus dotes de acertador, foi chamado para desenvolver o modelo que sucederia a vetusta 550 Maranello. Não deu certo e para piorar, Gabriele Gardel foi campeão mundial com o modelo antigo.

Fazer a GT2 esse ano não representou uma "queda" no conceito de Jaime junto a Casa de Maranello - muito pelo contrário. O excepcional desempenho na estréia da F430 nas 12 Horas de Sebring mostrou que era a aposta perfeita.

E muitos outros bons resultados vieram - vitórias no FIA GT e na American Le Mans Series, em especial em Portland, quando deu um show na companhia do experiente Mika Salo. A partir da etapa de Dijon do FIA GT, Jaime deu prioridade a este campeonato: um tiro certeiro.

Ele e seu parceiro Matteo Bobbi chegaram na penúltima etapa com vantagem sobre os companheiros de equipe Mika Salo e Rui Águas e possibilidade de conquista do título antecipado. Mas o drama se abateu sobre eles, quando Jaime bateu ainda no início com o Gillet Vertigo dos belgas Bas Leinders e Renaud Kuppens.

O conserto foi demorado e a desvantagem muito grande em relação aos rivais. A dupla levou o carro até o fim e chegou em sexto na GT2, marcando apenas três pontos e ficando a um do título.
Aí veio a dose de sorte que todo campeão precisa levar no bolso do macacão. O carro de Salo e Rui Águas foi desclassificado porque a vistoria técnica após a prova detectou que a F430 da dupla estava com a altura em relação ao solo fora da medida regulamentar.

Para um piloto que nunca teve o merecido crédito, mas que para quem o conhece sabe de que se trata de um bota de altíssima qualidade, é uma conquista cheia de méritos e que merece ser comemorada e lembrada.

Parabéns Jaime, por mais um título para o automobilismo brasileiro!

2 comentários:

Anônimo disse...

sem duvida meus amigos, e muito dificil disputar espaço com monopostos aqui no brasil.
parabens ao jaime pela conquista, temos mesmo e que lembrar anossa imprensa dita especializada( e especializada no que passa na tv, o resto que se lixe por eles) que tem mais brasileiros ai pelo mundo fazendo sucesso.
alem do erdos e do jaimw, tem tb o farfus no wtcc, o jeito e nos divulgarmos o que for possivel.

Anônimo disse...

Parabéns ao Jaime,campeão mundial!
E parabéns ao Mattar por dar um espaço digno a uma conquista tão importante.
Jonny'O