terça-feira, 10 de outubro de 2006

America's nº 1 enemy

Ontem, dia 9 de outubro, marcaria o aniversário de 66 anos de um personagem da música mundial.

John Winston Lennon.

Não sei se serei leviano com este comentário mas, na minha opinião, este foi o homem que mais incomodou nos anos 60/70, muito mais do que a Rússia aos Estados Unidos em tempos de guerra fria.

E por que?

Porque o Beatle tinha opinião, sacadas geniais, personalidade fortíssima e era muito, muito inteligente.

É impossível compará-lo a qualquer pessoa, mas me sinto assim às vezes. Verdade demais e opinião demais incomodam. E eu nunca me furtei a dizer a verdade e dar opiniões.

Vários traços da personalidade do músico vieram à tona com o passar dos anos. A frase onde ele manda os ricos 'chacoalharem suas jóias' é uma tremenda galhofa com o grand monde e ao mesmo tempo uma puta crítica social. Mesmo na Inglaterra, um país tremendamente mais rico que o Brasil, alguns vivem na mais tenebrosa miséria.

E para quem veio da fria e operária Liverpool, o grito de liberdade através da música fez todo um sentido.

Lennon sempre foi criativo. Um ótimo guitarrista e letrista dos bons. Mesmo nas melodias 'quadradinhas' do grupo, que tiveram predominância até o filme Help!, ele sempre mandou muito bem.

O único senão para quem é fã mais extremista do inglês foi seu casamento com a artista plástica Yoko Ono, alguns anos mais velha que ele e que, segundo muitos, foi a grande responsável pela derrocada da banda que entre 1962 e 1970 arrebatou milhões de fãs pelo mundo todo.

Ele sintetizou em uma música, polêmica, como sempre, o fim de uma geração. O fio de esperança que os fãs achavam que existia na música que prometia "mudar o mundo"...

God is a concept
By which we measure
Our pain
I'll say it again

God is a concept
By which we measure
Our pain

I don't believe in magic
I don't believe in I-Ching
I don't believe in Bible
I don't believe in Tarot
I don't believe in Hitler
I don't believe in Jesus
I don't believe in Kennedy
I don't believe in Buddha
I don't believe in Mantra
I don't believe in Gita
I don't believe in Yoga
I don't believe in Kings
I don't believe in Elvis
I don't believe in Zimmerman
I don't believe in Beatles

I just believe in me
Yoko and me
And that's reality

The dream is over
What can I say?
The dream is over
Yesterday

I was the dreamweaver
But now I'm reborn

I was the walrus
But now I'm John

And so dear friends
You just have to carry on

The dream is over.


Com a Plastic Ono Band e suas polêmicas coletivas de imprensa como o Bed-In numa cama de hotel em Amsterdã (em plena lua de mel, no ano de 69, quando ainda era um Beatle), Lennon tornou-se o Working Class Hero e o inimigo número um da América graças à suas posições políticas - fortemente influenciadas por Yoko Ono.

Soube-se que até o ano passado, o FBI continha em seus arquivos uma ficha com dados de identificação do músico, inclusive uma prisão por posse de entorpecentes em 1968, na Inglaterra.

Um autêntico camaleão - cabeludo ou com as madeixas curtas, de barba ou sem - John Lennon seguiu fazendo o que mais gostava, mesmo cerceado, isolado. Até que num cinzento dia de outono, 8 de dezembro de 1980, graças à insanidade de um fã chamado Mark David Chapman, o sonho definitivamente terminou.

Um comentário:

Anônimo disse...

"I was the walrus
But now I'm John"...

E assim ele se foi... como um Trump megalomaniaco. Vendia ideias para uma geracao carente de...

Hoje aqui na ilha (Manhattan) ele tem site no central park e nos temos a Yoko fazendo mostras e palestras...

Ah... a geracao baby boom tah se aposentando aqui e lah em londres jah tem "English Idol"...heheh...eh todo mundo hipocrita!
The show must go on!
Sorry,

Bill