quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Controvérsia na rabeira

Demorei para dar minha opinião acerca da controvérsia sobre os novos carros das equipes Toro Rosso e Super Aguri para o Mundial de Fórmula 1 deste ano.

Acho que a choradeira de Williams e Spyker não tem razão de ser. Começamos pela matriz e filial do touro vermelho.

Cara de um...



Muito embora os dois carros sejam bastante semelhantes no que diz respeito à concepção das linhas, o RB3 da Red Bull traz diferenças bastante sutis com o STR2 da Toro Rosso, apresentado ontem em Barcelona, na Espanha.


...Focinho do outro



Os motores não são os mesmos - Renault para a Red Bull, Ferrari para a Toro Rosso. Obviamente os projetos de caixa de câmbio e suspensão não são os mesmos. E por mais que possam parecer mínimos, esses detalhes não são nada perto do que já aconteceu na categoria em 1995.

Na ocasião, Ligier e Benetton dividiam a chefia do mesmo todo-poderoso: Flávio Briatore. O italiano, além de diretor da equipe de Michael Schumacher, era o principal acionista da escuderia francesa. E mesmo com a distância toda entre as duas sedes, Magny-Cours e Enstone, as duas tinham carros aerodinamicamente idênticos - tal como Red Bull e Toro Rosso. E ninguém na época chiou porque a Benetton usava motor Renault e a Ligier o Mugen, que tinha um centro de gravidade mais alto e 17 quilos a mais, gerando mais peso e um carro mais lento que o da escuderia das cores unidas.

Hoje a situação é igual: a Red Bull tem sua sede em Milton Keynes, na Inglaterra. A Toro Rosso é sediada em Faenza, nas antigas instalações da italiana Minardi. Mas a transferência de tecnologias é muito mais usada do que há 12 anos atrás. Um computador pode passar dados para outro em segundos, através de e-mails, transferência de dados e outros quejandos.

E além do mais, que moral a Williams tem em criticar as adversárias quando fala na "compra de chassis"? Ou do que se convencionou chamar do "direito de propriedade intelectual"?

Quando a FIA permitia isso no seu auge, nos anos 70, a Williams recomeçou do zero (Walter Wolf tomou tudo o que era dele) comprando o horroroso March 761 para o belga Patrick Neve correr. A equipe também já recorrera a este artifício em 1972, com chassis March 711 e 721 para José Carlos Pace e Henri Pescarolo.

A Williams hoje está assustada com sua própria inépcia, porque em 2006 fez uma temporada capenga, conqusitando apenas 11 pontos no Mundial de Construtores e teme repetir o vexame este ano. Sabem que a Red Bull não está para brincadeira e nem a Honda, já que o modelo da Super Aguri provavelmente será o RA106 do ano passado, com melhorias.

E a Spyker, evidentemente, já sabe que não poderá fazer muito e entra na onda da tradicional equipe inglesa tentando fazer barulho. Pilotos, não tem: nem Albers e tampouco Adrian Sutil vão levar o carrinho laranja à frente. E quando digo que eles serão a pior equipe do ano de 2007, parece que não estou me enganando.

Mas deixa o campeonato começar para ver se eu terei razão. O que importa é que temos um pouco de lenha na fogueira e não estamos falando do primeiro pelotão. E sim da turma da rabeira...

2 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo,
me lembro bem da F1 em 68, 69, 70, 71,72...aliás em 72, me lembro bem do 1º GP Brasil e eu sentado em frente a entrada dos boxes e a BRM com 3 carros (se não me engano: Helmut Marko, Niki Lauda e Holden Ganley). Era extremamente comum a March em 70 com Stewart, Amon, Siffert, R. Peterson, Cevert; a Mclarem com mais uns três, idem Brabham, etc. Acho esse negócio de cada equipe com seus chassis exclusivos uma babaquice...fui..


PS 1: Sem saber falei do Waldemar Lemos e de repente posso acertar...tomara.

PS2: Fala pro Rubro-Negro F. Calazans parar de escrever bobagens e levar o PC pra casa!!!

Anônimo disse...

Uma coisa q sempre gostei da F1, eh que cada equipe construía o seu carro, então o campeonato tb poderia ser vencido por um engenheiro que imaginou algo inédito e eficaz!!! Mas pelo visto eh soh aparentemente q cada equipe faz o seu próprio carro na íntegra. Acho q devido aos altos custos do desenvolvimento de um F1.

Gostaria muito que a categoria voltasse a ser uma competição de equipes independentes, não comandadas por grandes montadoras.