A escola de virtuoses ao piano vai chegando ao fim. E no Brasil, o último expoente desse lote acaba de ir para o andar de cima.
Pedrinho Mattar, meu primo distante, faleceu nesta quinta-feira aos 70 anos, vítima de um infarto fulminante em sua casa, em Santos, litoral paulista.
É o fim de uma carreira de mais de meio século, onde o pianista acompanhou dezenas de grandes artistas da MPB como Marisa Gata Mansa, Maysa, Bibi Ferreira e até Chico Buarque de Hollanda.
Discípulo de Liberace, Pedrinho sempre foi obcecado pelo instrumento que tocava e principalmente em esconder suas partituras sempre que se apresentava. No programa "Pianíssimo", que conduziu na Rede Vida, em diversas ocasiões tampou de forma nada discreta as partituras das câmeras de televisão.
Ele alegava que seus arranjos eram plagiados e nada lhe pagavam de direito autoral. De certa forma, uma atitude correta em preservar seu trabalho. Apesar de excêntrico (quebrava a parede da própria sala de estar para içar um piano de cauda e depois mandava refazer a parede), tinha apreço pelos fãs: mandava partituras autografadas para alguns deles, sem nada cobrar por isso.
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