Ontem, quinta-feira, 1º de fevereiro, tomaram posse de seus mandatos os deputados e senadores eleitos por voto direto no ano passado.
Alguns, como a gente sabe, era melhor que nem tivesem voltado.
Para poupar o leitor de qualquer descontentamento, não vou pôr fotos de nenhum deles. Mas as figuras abomináveis de Paulo Maluf e Fernando Collor de Mello estão em Brasília, levados pelo "povo".
Das duas uma: ou os eleitores desses cidadãos nunca estiveram bem de suas faculdades mentais ou então são aquelas pessoas que acreditam piamente que os dois são inocentes.
Maluf é acusado de diversos crimes e Collor, aquele mesmo que incutiu na cabeça da população brasileira que seu adversário no segundo turno (que era o Lula) iria praticar o confisco se fosse eleito, foi quem tomou esta atitude e - pior - saiu pela porta dos fundos como o único presidente da república cassado desde 1889, depois que dezenas de acusações pairaram sobre ele e seus asseclas, especialmente PC Farias, morto em circunstâncias suspeitíssimas na casa de praia dele, em companhia da jovem Suzana Marcolino.
Collor ficou inelegível por oito anos e por diversas vezes fracassou em retornar à cena política. Em 2002, perdeu a eleição para governador de Alagoas para Ronaldo Lessa. Agora, de forma irônica, entra como senador para oito anos de mandato, na vaga que era da irascível Heloísa Helena, ex-PT, hoje PSOL, que agora vai dar aulas pelo salário de R$ 750 a cada 20 horas trabalhadas.
Eu sei que para mim, é fácil falar, pichar, condenar esses políticos. Collor, aliás, é um tipo insólito, como FHC e Celso Pitta. Os três têm uma coisa em comum: são cariocas como eu. Mas parece que nascer no Rio de Janeiro representou um acaso na vida de todos eles, porque foram fazer carreira política noutros estados - Collor em Alagoas, porque o pai Arnon era cacique político na região; Fernandenrique e Pitta, em São Paulo.
Mas ainda tem coisa pior do que Collor e Maluf.
Enéas Carneiro, o do "meu número é 56", continua para mais quatro anos, agora sem a mefistofélica barba que lhe conferia um visual no mínimo surrealista. Será que voltará mais contido?
Francisco Dornelles, a múmia paralítica da política carioca, vai continuar fazendo suas acochambrações no senado.
E Clodovil Hernandez (não podia deixar de falar dele) vai liderar a bancada dos políticos insólitos, onde também desponta o Cãozinho dos Teclados Frank Aguiar, ambos eleitos por São Paulo - sendo que Clodovil é mineiro e Frank, piauiense.
Na capa de um tablóide carioca, a prova do quão o "povo" está bem representado a partir deste ano: Clodovil foi pego em flagrante, tirando um belo cochilo, aboletado numa poltrona, NO DIA DA POSSE.
Como diria um locutor... que beleeeeeza!
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