segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Carnavalescas - II

"Quanto riso, oh! Quanta alegria!"

Alegria?!?

Bem... realmente ela comeu solta no desfile de domingo, com as seis primeiras escolas do Grupo Especial. Sem esquecer dos bafafás que fazem a alegria dos fofoqueiros de plantão.

Houve dois, pelo que se soube.

O primeiro, a prisão em plena avenida de um dos compositores do samba do Império Serrano.

O segundo e mais rumoroso, a expulsão de Beth Carvalho do desfile da Mangueira.

Integrante da escola há 36 anos, ela não podia desfilar no chão por um alegado problema de coluna. O presidente Percival Pires chegou a anunciar que ela não sairia e chegou-se a um termo de conciliação no sábado: ela poderia sair na última alegoria, a dos "baluartes", junto com cinco imortais da Academia Brasileira de Letras.

Mas qual! Ao tentar subir, um dos integrantes do carro a expulsou aos berros. E a cantora não desfilou mesmo. E dificilmente, pelas suas palavras, voltará a sair pela verde-e-rosa.

O problema é que o carnavalesco Max Lopes alega que nada foi combinado com antecedência e ainda lembrou. "Ela foi pro carnaval baiano".

Que estranho, não?!?

***

Entrementes, assisti quatro das seis escolas do domingo.

A primeira, uma velha conhecida do carnaval carioca, regressou depois de 10 anos de ostracismo. A Estácio de Sá relembrou o carnaval do "Tititi no Sapoti", empolgante samba de 1987. O intérprete Anderson Paz deu conta do recado e a escola passou animada, empolgada, pra cima.

O Império Serrano relembrou glórias de carnavais passados, seus títulos e histórias de superação com o enredo "Ser Diferente é Ser Normal". O começo foi muito bom, com as referências aos títulos da agremiação de Madureira nas primeiras alas. Mas depois da alegoria da Notre-Dame de Paris, o desfile perdeu em empolgação. A ótima bateria segurou a onda do começo ao fim, com os tradicionais agogôs em destaque.

A Mangueira, de grande torcida, levantou a avenida com seu enredo sobre a Língua Portuguesa. O intérprete Luizito, substituto do eterno Jamelão, surpreendeu e mesmo depois de um infarto sofrido há três semanas, cantou o samba do princípio ao fim. A bateria deu espetáculo com uma coreografia muito interessante e até a filha do ministro Gilberto Gil - Preta Gil estreava como Rainha da Bateria - foi aplaudidíssima. É provável que a Manga esteja entre as favoritas ao título.

Na estréia do carnavalesco Paulo Barros, a Unidos do Viradouro arrebentou com o enredo "A Viradouro Vira o Jogo". Com alegorias surpreendentes - quem iria imaginar que a bateria sairia em cima de um enorme tabuleiro de xadrez, sendo depois substituída por uma ala que a representava nos mínimos detalhes? - a agremiação de Niterói fez uma apresentação irrepreensível, perfeita e empolgante. Tanto quanto a Mangueira, foi a melhor escola da noite.

Sinceramente, me recolhi antes da passagem da Mocidade e da Vila Isabel pela avenida. Fiquei sabendo que a bateria da escola de Padre Miguel fez uma paradinha de 15 segundos, sob o comando de Mestre Jonas. E a Vila Isabel encerrou o dia com um bom desfile, muito elogiado nos sites especializados de carnaval.

Hoje tem Porto da Pedra, Unidos da Tijuca, Salgueiro, Portela, a minha Imperatriz e depois, que jamais assistirei, Grande Rio e Beija-Flor.

Amanhã tem mais carnavalescas.

Nenhum comentário: