É, as voltas que esse mundo dá...
Quem diria que na premiação máxima do cinema - o Oscar, uma atriz que já fez um filme rumorosíssimo ganhasse a estatueta de melhor atriz pelo filme The Queen?
Pois Helen Mirren, nome artístico para Iliena Vasilievna Mironov, conseguiu esta façanha.
Em seu vasto currículo onde despontam 90 produções, entre filmes e minisséries, consta a participação como outra Rainha: Caesonia, no polêmico Calígula produzido por Bob Guccione, o todo-poderoso da revista erótica Penthouse.
Helen tinha 34 anos na época e topou se expor, junto com outros artistas de grande calibre, como Sir John Gielgud, Peter O'Toole e também Malcolm McDowell, que brilhara em Laranja Mecânica, na película considerada por Gore Vidal "um ultraje" à sua obra. Não é para menos: além de cenas extremamente violentas, há sexo para todos os gostos, inclusive entre lésbicas e um ménage a trois entre Calígula, Caesonia e a irmã do Imperador, Drusilla (Theresa Ann Savoy).
O certo é que depois disso sua carreira oscilou entre filmes medíocres, produções independentes e minisséries, incluindo aparições em seriados americanos como Frasier e Third Watch. Mas o tempo passa e apaga certas máculas. E para sorte de Helen, hoje com 61 anos, veio o tardio reconhecimento por sua estupenda atuação em The Queen. Para isso, ela não derrotou um time qualquer de atrizes, pois suas concorrentes eram Penélope Cruz, Meryl Streep, Judi Dench e Kate Winslet.
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Justiça seja feita: Martin Scorsese chegou lá!
Foram seis infrutíferas e frustrantes tentativas. Afinal, o diretor fora responsável pelos brilhantes Taxi Driver, Touro Indomável e Os Bons Companheiros. E com os três filmes, levou ferro.
"Já estava me acostumando a não ganhar o Oscar", disse.
De uma só tacada, levou dois. Seu mais recente filme, Os Infiltrados, foi o campeão da noite, com prêmios de melhor montagem, roteiro adaptado, melhor filme e melhor diretor.
Bem melhor do que ganhar pelo conjunto da obra, como muitos já foram agraciados, finalmente a a Academia reconheceu que Scorsese nunca poderia ficar sem um troféu em sua estante.
Porém, há quem discorde, como o ator José Wilker, crítico bissexto de cinema que comentou a transmissão da premiação ao lado de Maria Beltrão, na Rede Globo. "Exageraram dando o prêmio a ele."
Aí é minha vez de discordar. Scorsese é ótimo. E tenho dito.
2 comentários:
Rodrigo,
Concordo com seu comentário sobre o Oscar dado ao Scorsese. Sobre o Wilker, o acho dono de uma soberba lamentável, pois quando escuto sua críticas sobre determinado Filme ou atuação de um colega, me parece que humildade é uma coisa que ele desconhece, falando como se fosse o melhor entre os melhores.
O dia que o Wilker fizer alguma coisa que tenha 0,00001% do que Scorsese fez em Ranging Bull, a gente pensa em prestar atenção nas bobagens que ele fala.
Ator brasileiro se acha, mas se fosse bom mesmo estaria trabalhando no cinema internacional.
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