Muita gente não deve ter ouvido falar de uma atriz que nasceu na Argentina e foi uma estrela efêmera do cinema brasileiro nos anos 60 e 70.
Adriana Prieto deixou saudades em oito anos de uma fulgurante e marcante carreira por aqui.
Filha de uma brasileira casada com um diplomata chileno, ela nasceu em 1950 na capital argentina, Buenos Aires - e logo veio para o Brasil. Com quatro anos de idade, já morava no Rio de Janeiro.
Em 1966, portanto menor de idade, aos 16 anos, a loirinha argentina arrebatou o diretor Nelson Pereira dos Santos. Ela participou do longa El Justiciero contracenando com o galã Arduíno Colasanti. E ganhou seu primeiro prêmio: o Governador do Estado, como melhor atriz coadjuvante.
Entremeando seus papéis na telona, ela apareceu esporadicamente na televisão e poucas vezes no teatro, onde interpretou personagens de Ibsen, Nelson Rodrigues e Augusto Boal.
Mas era o cinema que a realizava. E requisitadíssima por diversos diretores, de Reginaldo Farias a David Neves, foi a musa do que se convencionou chamar da "primeira fase da pornochanchada", em filmes como Os Paqueras, A Viúva Virgem e Ainda Agarro Esta Vizinha.
Em 1971, interpretando a garota de programa Lúcia McCartney, da obra homônima de Rubem Fonseca, recebeu o Prêmio Air France de Cinema.
Adriana ainda faria mais cinco filmes antes daquele que foi o sucesso mais estrondoso de sua carreira: O Casamento, dirigido pelo então jovem Arnaldo Jabor, onde sua personagem é amada secreta e incestuosamente pelo próprio pai.
Lamentavelmente ela não desfrutou os louros e os prêmios que merecia conquistar por seu desempenho no filme. No fim do ano de 1974, exatamente na véspera do Natal, ao dobrar uma esquina de uma rua em Copacabana, seu Fusca foi abalroado por um carro de polícia. Adriana Prieto morreu, súbita, inesperada e tragicamente, aos 24 anos de idade.
Por ser uma perda tão prematura e até hoje sentida no cinema brasileiro, esse tópico Mulheres Inesquecíveis não poderia começar de outro jeito.
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