Termino a sexta e começo o sábado homenageando um gênio do futebol.
Ferenc Puskas, o maior jogador de sua geração e provavelmente o craque da Hungria em toda a história, faleceu aos 79 anos de idade - segundo li, em decorrência do Mal de Alzheimer.
O jogador era um dos três únicos remanescentes da geração que maravilhou o mundo com o ouro olímpico em Helsinque-52 e o vice-campeonato na Copa da Suíça. Os outros dois são Buzanszky e o goleiro Grocsics.
Puskas foi o símbolo do Honved, a equipe do exército húngaro. E em 1949, era titular e o principal jogador do time. Além de ostentar patente militar (foi tenente-coronel), ganhou com o Honved um pentacampeonato de clubes e foi três vezes artilheiro máximo do país.
Além do ouro em Helsinque, Puskas brilhou em 1953 quando a Hungria tornou-se a primeira seleção da história a derrotar a Inglaterra em pleno Wembley, por 6 a 3. Ele era um dos pilares da equipe que o técnico Gyula Mandi montou e que seria a sensação na Suíça até tropeçar na soberba e perder para a limitada mas guerreira seleção da Alemanha na final em 54.
Exilado em razão da invasão soviética em 56, Puskas deixou a Hungria com a impressionante marca de 358 gols em 349 jogos - média superior a um por jogo!
E como tem coisas que só acontecem ao Botafogo, foi depois de um amistoso contra o clube carioca que Puskas foi contratado pelo Real Madrid, na época o clube espanhol de maior prestígio.
Com a camisa 'merengue', Puskas desfilou talento, arte e gols. Muitos gols. Foram 154 em 180 partidas pelo clube. Afora os títulos, entre os quais três taças da Liga dos Campeões e um pentacampeonato de 1960 a 1965.
Nesse período, como a FIFA ainda permitia que um jogador participasse de Copas do Mundo por seleções distintas, Puskas naturalizou-se espanhol e pôde ser convocado para a disputa do Mundial de 62, no Chile. Ele fez apenas quatro partidas pela 'Fúria', uma delas contra o Brasil.
Sua carreira de jogador encerrou-se em 66, mas o mito permaneceu, como diretor, dirigente e técnico em diversos clubes pelos mais variados países e continentes. E reza a lenda que, há pouco tempo atrás, antes de contrair a doença que o levou a morte, muitas pessoas se perguntaram, ao visitar o Santiago Bernabéu, quem era o moço atarracado e barrigudinho que fazia misérias com a bola, aos 70 anos.
Era simplesmente um craque: Ferenc Puskas.
Um comentário:
Bela homenagem. Realmente, é uma pena ver uma lenda como Puskas partir. Mais triste ainda é saber que muitos jovens que assistem futebol hoje nem façam idéia de quem seja o "Major Galopante" que tantas alegrias trouxe aos magyares, e também aos adoradores do bom futebol, nos idos dos anos 50.
Mas que essa alfinetada no Glorios podia ter ficado de fora dessa bela homenagem, ah, podia!
De qualquer forma, parabéns pelo texto. Brilhante, como sempre.
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