Cinco anos após sua despedida, Mika Häkkinen, duas vezes campeão mundial de Fórmula 1 e um dos únicos (há quem diga que foi o único) a desafiar de fato a supremacia de Michael Schumacher, fez sua primeira aparição ao volante de um McLaren na primeira bateria de testes de inverno em Barcelona.
E daí se ele foi o último entre os 18 que treinaram nesta quinta?
Importa se ele ficou a 3 segundos do tempo de Luca Badoer, levando pau até de Narain Kartikheyan e Michael Ammermüller, dois pilotos que ainda diziam gugu-dadá quando o finlandês já era astro na F-3 inglesa?
Häkkinen é disparado o piloto do qual os fãs mais sentem falta. Prova disto é a eleição promovida pelo site Grande Prêmio, do Flavinho Gomes, onde o finlandês venceu fácil com 56% dos votos contra 29% alcançados por Juan Pablo Montoya. Além dos dois, a pesquisa tinha ainda Jacques Villeneuve, Eddie Irvine e Heinz-Harald Frentzen.
Conversando com o amigo e estagiário do Sportv Alexander Grünwald, chegamos à seguinte conclusão:
Todo mundo sente falta do Mika porque ele foi um bicampeão de fato e direito. E era um ótimo piloto.
Muitos sentem falta do Montoya porque ele era O espetáculo.
Nem todos se sensibilizam com Jacques Villeneuve, a não ser os que não têm papas na língua.
E de Eddie Irvine e Heinz-Harald Frentzen, vamos e venhamos... alguém em sã consciência se lembraria deles?
Cabem aqui alguns parênteses: Häkkinen hoje tem 38 anos. Está alguns quilinhos mais pesado que em seu auge na F-1. E corre hoje numa categoria - o DTM - cujo ritmo e cuja guiada é muito diferente dos monopostos de seu tempo.
A experiência dele poderia ser muito útil para, quem sabe, funcionar como um coach do ótimo Lewis Hamilton, que vem despertando a atenção da mídia por ser um fenômeno desde o kart e por ser negro. E nunca em 57 temporadas a F-1 teve um piloto "afro-americano", como os politicamente corretos costumam dizer.
E não se engane quem pensa que o teste de Häkkinen com a McLaren foi mera "diversão". O carro dele levava apêndices aerodinâmicos que são avaliados pelos engenheiros e diretores técnicos da escuderia inglesa.
2 comentários:
É, sem dúvida, um dos pilotos mais humanos que já passaram pela F-1. Capaz de rir, de chorar, de viver feliz. Sem, no entanto, aliviar no acelerador.
Acredito que, com este teste, Hakkinen e a McLaren estejam levando ao pé da letra uma daquelas regras de liderança adotadas nas grandes empresas: para chefiar, mandar e motivar, primeiro é preciso saber fazer. Não que ele tivesse esquecido como é o negócio dentro do cockpit. Só acho que está estreitando, na prática, o abismo de cinco longos anos longe da ferramenta de trabalho mais rápida do planeta. Afinal, dentro e fora das pistas, tudo muda muito rápido na Fórmula 1.
Mika realmente faz muita falta, já que representava o bem contra o mau, na luta do "mocinho" x "bandido" e venceu com meritos.
Não seja tão injusto com o Frentzen, não podemos esquecer que além de ser derrotado nas pistas, também foi "corno", já que perdeu a Corinna para o "bandido".
O resto é resto, abraço.
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