Muito me preocupa o que eu, você, nós, o Brasil inteiro vimos pelas câmeras, lentes e telas de TV nesta quinta-feira.
Ataques a guaritas de policiais, delegacias, incêndios em ônibus e toda a sorte de depredações.
Já houve este ano algo parecido em outra grande cidade do país: São Paulo.
Mas lá o problema residia no PCC e em seu líder, Marcos Marcola, que não aceitava o chamado Regime Diferenciado de Detenção (RDD). Da cadeia, ele ordenou que seus comparsas ainda soltos 'tocassem o terror' por lá.
Eu estive, aliás, em São Paulo, poucos dias depois dos maiores ataques naquela época. E achei a cidade estranhamente calma.
Aqui no Rio está acontecendo o seguinte: as milícias da polícia civil estão tomando conta dos morros. Já expulsaram de várias favelas os traficantes. E em represália, vieram os ataques.
Em troca, muitas vidas inocentes já se perderam. Muitos foram feridos, entre apedrejados, baleados e, lamentavelmente, queimados.
E o que mais assusta: estamos a três dias do fim do ano. E teremos, como de hábito, a festa popular da orla marítima, que atrai mais de 2 milhões de pessoas, entre cariocas e turistas.
Eu gostaria de poder estar lá, mas não vou.
Já tive uma experiência desagradável em 98, quando voltei para casa (ainda morava em Ramos, no subúrbio) depois de três e bordoada, tendo que pagar - e caro - pelo táxi, que não estava rodando por bandeirada e sim por preço pré-estabelecido. Uma vergonha!
E depois em diante cumpri a promessa de nunca mais ver os fogos na orla.
Agora até já estava disposto a mandar essa história às favas e ver, no mínimo, o que aconteceria na Praia do Flamengo. Mas, depois de tudo isso que vem acontecendo, melhor não arriscar.
Acabo de ler que a cidade terá reforço policial para o Reveillón. Ok, medida correta. Mas o melhor vai acontecer na virada do ano: a lamentável governadora Rosinha Matheus, aquela da terra do chuvisco e da goiabada cascão, vai deixar (aleluia!) o Palácio Guanabara. Seu sucessor, Sérgio Cabral Filho, não é essa coca-cola toda como político, mas... enfim, é o que temos no Rio.
Torçamos, então, para que este não seja o Reveillón do "rá-tá-tá". E que um dia não tenhamos que dormir à base do toque de recolher.
Uma coisa é certa: tenho saudades do Rio de Janeiro dos anos 70, onde havia violência sim, mas a cidade tinha menos habitantes, a população era muito mais cordial, os pequenos comerciantes prosperavam e a vida era muito, mas muito melhor.
Lamentavelmente, tudo isso fica na memória ou então registrado em fotografias. Porque é um tempo que não voltará mais.
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