domingo, 13 de agosto de 2006

Relíquia VII

Continua a caça, ou melhor, o resgate da história do automobilismo brasileiro.

As estrelas da vez vêm de Brasília, sendo que uma delas tem um pedigree daqueles!

O carro abaixo é, acredite quem quiser, o famoso Fitti-Porsche, que nos anos 70 foi comprado por Toninho Martins em sociedade com Paulo Guaraciaba. Em 1975, o protótipo voltou às pistas graças a uma alteração na mecânica (ganhou um motor VW retrabalhado de 2 litros) e na carroceria, mexida na Auto Modelo, oficina de Karl Von Negri.



Toninho fez as etapas planaltinas do Brasileiro de Divisão 4 daquele ano. Em Brasília, foi décimo na geral e sexto na categoria até 2 litros. E em Goiânia, na última aparição do Fitti, fechou em 11º e sétimo na classe.

O outro carro é o Elgar, um grã-turismo construído com chassi tubular e carroceria de fibra. O GT-104 foi considerado num teste da revista Quatro Rodas (que saudade da época em que ela fazia reportagens de Automobilismo com A maiúsculo...) um dos carros de competição mais bonitos existentes no país. As linhas da carroceria tinham um mix entre a Ferrari Dino e o Porsche 904.

Com variações mecânicas (sempre VW entre 1.600 e 2.000 centímetros cúbicos), os Elgar correram em seis provas entre 1969 e 1970. Aliás, o parceiro de Ênio Garcia nessas corridas era Toninho Martins. O melhor resultado deles foi um 5º lugar nos Mil Quilômetros da Guanabara, em 69.

Abaixo, o Elgar espera a largada do GP do Nordeste, no autódromo do Eusébio, em Fortaleza.

3 comentários:

Anônimo disse...

O Alfa T33 acabou ganhando no final de sua existência aqui no Brasil um motor Maverick V8,mas não sei se chegou a correr.
O Elgar que só foram feitos 2 unidades parece que não existe mais nenhum.
Era lindo né.

Jonny'O

Anônimo disse...

Maravilha, vamos por partes:
O Fitti-Porsche anteriormente já havia sido vendido pelos Fittipaldi para o Pedro Victor Delamare que o utilizava para instrução em sua escola de pilotagem. Foi então comprado por Sérgio Magalhães que o reequipou com motor VW 1600 a ar. Correu algumas provas em dupla com Mauricio Paes de Barros e Eduardo Souza Ramos (sim, o atual presidente da Mitsubishi Motors do Brasil e também emérito velejador). O carro então foi vendido a um piloto de Ribeirão Preto, reaparecendo depois em Brasilia com o Toninho Martins, como explicado no texto. A última vez que vi este carro, o mesmo participava de uma prova feminina, o Festival do Batom, com a esposa do falecido Paulo Guaraciaba ao volante. Fim inglório para um dos mais belos carros já construidos no Brasil.

Anônimo disse...

Continuando: vi e acompanhei a construção do Elgar GT104 pelo Waldir Lomazzi em Brasilia. O carro estreou nos Mil Km do DF de 69, Ênio garcia e Toninho Martins nos comandos. Projeto do Ênio utilizando plataforma e toda mecânica de seu Fusca Brasal de 1.6 litro que era o papão de todas as corridas do Planalto naquela época. Duas unidades foram construidas, uma acabou-se em um incêndio a segunda teve sua capota cortada (assassinos!!!) e a última vez quer tive noticia deste carro foi numa prova de arrancada na ainda Marginal Pinheiros em construção, em 1971.