Olá povo, estou de volta após o périplo por São Paulo. Três noites dormindo longe de casa, muita sola de tênis gasta, boa música, velocidade na veia, coisas muito bacanas.
Mas vou começar pelo Salão do Automóvel.
Adotei a estratégia perfeita: hotel na Paulista, bem ali perto da Rua da Consolação e metrô dali mesmo até o Terminal Tietê, com direito a transporte gratuito para os visitantes do evento.
Aí é que a coisa começou a pegar. Primeiro, o metrô estava sem ar condicionado e o mormaço da quinta tava queimando pra valer. Fila imensa para pegar o ônibus - e felizmente viajar sentado o pequeno trecho até o Anhembi.
Chegando lá, já de posse do ingresso, entrei no pavilhão. Um puta formigueiro humano, músicas altíssimas, pessoas se esbarrando lá e cá, dezenas delas mal-educadas. De mochila nas costas e câmera digital na mão, fui tentando tirar fotografias onde podia e não podia.
A única loucura que cometi foi na lojinha da Renault. Sem regatear e pensar muito no preço, comprei uma camiseta simples do time bicampeão de F-1. Custo da brincadeira: 80 reais.
Andei mais um bocado e parei numa fila no stand da Fiat. Curioso, fiquei. Era para participar de um jogo de perguntas e respostas sobre a nova linha do fabricante italiano. Acertei tudo, mas a minha equipe não. Pelo menos ganhei a miniatura do modelo Idea.
Observei alguns showcars de Fórmula 1, quatro Stock Car (inclusive o novo Peugeot 307), dois Super Clio e outros modelos de competição, e continuei andando quando me deparei com um tumulto em torno do espaço da Lamborghini. Olho para a frente e no Murciélago preto que contemplo, há um papel no pára-brisas escrito: "Apreendido - Polícia Federal".
Não entendi lhufas. Afinal, em mais de 40 anos de evento, nunca acontecera de um importador ou montadora ter seus carros apreendidos. Tudo se esclareceu: os cinco esportivos expostos estavam com o prazo de importação temporária vencido. E não podiam estar ali. Afora que há testemunhas que me garantiram que para o responsável do stand ser confundido com um mafioso, só faltavam chapéu e charuto.
O espaço da marca italiana também era o mais brega possível, iluminado com lustres de cristal e painéis negros onde despontavam o nome do fabricante italiano e o touro miúra símbolo da Lamborghini. E o circo armado pela PF, que saiu levando os carros rua afora, deu certo, pois a mídia deu ao acontecimento uma dimensão de escândalo.
Continuei minha visita, mesmo com o calor fudido que fazia no Anhembi e com os preços exorbitantes cobrados de quem visitou o evento. O ingresso, 25 reais. Uma garrafa de água mineral, 3 reais. Uma latinha de cerveja beeem gelada, 5 reais. Coisas absurdas que só acontecem por aqui. Forrei o estômago com dois pães de queijo e uma coca-cola e fui em frente.
Tive a oportunidade de ver bem de pertinho o FEI X-1, o primeiro projeto experimental do já falecido engenheiro espanhol Rigoberto Soler (mas não pude tirar fotos), bem como outros carros muito interessantes que abrilhantaram o evento. Alucinei com as Mercedes, em especial do ateliê de preparação AMG. Vi o Porsche que Totó Porto capotou em maio no circuito de Interlagos e que, reconstruído, já está aqui para a disputa da próxima temporada. E nos stands de Renault e Toyota, brinquei de companheiro de equipe das duplas que competiram a mais recente temporada da F-1.
Entre enfastiado, cansado e irritado com o barulho e a falta de educação da maioria dos visitantes, preferi me recolher. Enfrentei novamente a quilométrica fila do transporte gratuito e na viagem de volta do Tietê até a Paulista, me distraí com o meu IPod e com a simpatia de uma garotinha de 4 anos que não parava de sorrir e brincar comigo.
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