Terminou neste domingo o mais imprevisível campeonato do Mundial de MotoGP desde sua concepção em fins de 2001.
As motos de 990cc que fizeram parte da festa de 2002 até o fim deste campeonato entram para a história - vão dar lugar a protótipos com 800cc, na teoria menos potentes e velozes.
E no local da decisão, o circuito Ricardo Tormo em Valência, aconteceu o improvável.
Valentino Rossi, o grande, o multicampeão da categoria, sete títulos no bolso, o doutor, o garoto de ouro, perdeu.
Perdeu pra ele mesmo. Podem acreditar, mas os grandes também erram. E ele errou feio, na terceira volta de uma corrida de 30, quando vinha na frente do rival Nicky Hayden e com o título no bolso do macacão.
Até voltar e buscar uma reação, foi uma tarefa humanamente impossível. E o esforço de Rossi foi plenamente reconhecido pela Yamaha, porque ele foi buscar a uma corrida do final um campeonato que parecia impossível de se conquistar.
Afinal de contas, este foi um ano em que o italiano sofreu com quebras, muito mais do que em toda a sua carreira, além da primeira fratura em 10 anos no Mundial. Até nisso Rossi tem vantagem sobre os rivais. Enquanto vários deslocam clavículas, fraturam costelas, operam joelhos, ele estava lá, firme e forte.
E o campeão? Bem... o campeão de 2006 não faz jus à grande linhagem de pilotos americanos a alcançarem o topo - só pra citar alguns: Spencer, Roberts, Schwantz, Rainey e Lawson, tá bom assim? Até o Kenny Roberts Júnior, que não é tudo isso, é ligeiramente melhor que Hayden. Acho que não foi à toa que a imprensa européia o qualificou de medíocre.
Verdade seja dita: Hayden é um piloto de fato medíocre, no sentido amplo do termo, que quer dizer mediano. Tem apenas três vitórias no currículo - duas delas neste ano que terminou. Rossi ganhou cinco vezes, mas ficou fora dos pontos em três oportunidades por quebra. Não fossem os azares, e ele seria merecidamente o campeão.
De resto, foi uma temporada mais equilibrada que todas as outras, pois a Ducati venceu quatro corridas, a Honda Gresini triunfou em igual número e some-se às duas conquistas de Hayden as outras duas de Pedrosa. Foram oito vitórias do construtor campeão, contra cinco da Yamaha e quatro da Ducati.
Para 2007, o panorama se desenha alentador. Ainda mais porque figurinhas como Sete Gibernau vão dar adeus às pistas. E Alexandre Barros estará de volta, e junto com ele, toda a nossa torcida por uma grande temporada no ano que vem.
Um comentário:
Parabens Mattar !falou tudo.
Teremos de voltar mais de 30 anos ,para achar um Campeão da categoria maxima com 3 vitorias.
Até o Lucchinelli campeão de 81 e dado como um mediocre venceu 5 em seu titulo, se bem que em minha opinião ,no caso do Lucky ,ele perdeu é vontade de acelerar na época onde um novo estilo de pilotagem ,as derrapadas controladas dos americanos iniciava um longo dominio na Historia das 500cc.
Gozado é que o unico piloto que viveu essa época e ainda está ai é Alexandre Barros,e acho até que as novas regras vão deixar as maquinas mais nervosas, menor cilindrada ,mais rotação ,menor torque ,consequentemente menor faixa util de potência.
Vamos ver!!
Jonny'O
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