domingo, 22 de outubro de 2006

Ecos de Interlagos


Acabou... fim... terminou a Fórmula 1 2006.

Encerrou-se neste 22 de outubro, por tabela, uma Era que durou mais de uma década. O período de domínio de Michael Schumacher fará parte do passado, com as curvas e retas do Autódromo José Carlos Pace como palco.

E que palco, rapaz!

Arrisco em dizer que o GP do Brasil foi tomado por atuações que entrarão para a história.

Começando pelo bicampeão. Fernando Alonso, com a frieza e a correção que vêm marcando sua carreira até aqui, chegou ao segundo título consecutivo - torna-se, portanto, o bicampeão mais jovem da história da Fórmula 1. Aos 25 anos, tem tudo para ser o número 1 não só em 2007 novamente como também por muito tempo. É só a turma bobear.

Felipe Massa fez corrida de gente grande. Na primeira corrida em que Schumacher jamais foi páreo para ele, deitou e rolou. Vitória praticamente de ponta a ponta, que o colocou em terceiro no campeonato e pôs fim a um sofrido e longuíssimo jejum de 13 anos sem vitórias de pilotos brasileiros no país.

Parabéns para ele. Mas, vamos com calma. Ano que vem, mesmo que tenha a vantagem de conhecer as engrenagens da Ferrari, terá como companheiro de equipe um osso duríssimo de roer, chamado Kimi Raikkönen. E o nórdico é a aposta de Maranello para a sucessão do alemão.

Jenson Button sacou do bolso do macacão um pódio milagroso. Largou em décimo-quarto, mercê uma péssima classificação, e acelerou o tempo inteiro. Se havia alguma dúvida de que o inglês é hoje o número 1 da Honda, ela deixou de existir.

E Schumacher?

Bem... verdade seja dita, o alemão fez uma corrida monumental neste domingo, no dia de sua despedida.

Competitivo como sempre foi, acredito que ele pensou em vitória no seu gran finale. Porém, acredito que tudo o que aconteceu com ele hoje em Interlagos só serviu para que ele saísse de cena por cima.

E olha... teve de tudo. Pneu furado, volta mais rápida atrás de volta mais rápida, disputas e ultrapassagens sensacionais e um quarto lugar no qual, acredito, ninguém apostava depois de vê-lo em último, quase uma volta atrás de Felipe Massa.

Perguntarão: E "se" o pneu não fura? Será que ganhava?

Talvez... mas Alonso seria, com inteira justiça, com muito mérito, o bicampeão do mundo.

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Este ano de 2006 foi o pior de Rubens Barrichello na F-1 desde sua última temporada na Stewart. Fez muita diferença ter um carro menos competitivo que a Ferrari e a difícil adaptação que ele enfrentou no começo de ano pela Honda. Mas, vamos e venhamos, se ele repetir a performance no próximo ano, perdendo (feio) no confronto direto com Jenson Button, é melhor ele ir pra casa e esquecer que um dia correu entre as feras da categoria máxima.

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A pior equipe do ano começou a mostrar sinais de vida na última prova da temporada. A Super Aguri não marcou um único ponto (a Spyker-MF1 também não), mas para quem começou fazendo papel ridículo correndo com os antediluvianos chassis da Arrows, o desempenho dos dois pilotos em Interlagos foi digno de nota. Takuma Sato chegou na décima colocação, apenas uma volta atrás de Massa. E Sakon Yamamoto fechou o dia como o sétimo mais veloz na pista - foi mais rápido que gente como Barrichello, Heidfeld, Kubica e De La Rosa.

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Terrível ano para a Williams. A tradicional equipe inglesa ficou sem um único pódio depois de 27 anos, desde que Clay Regazzoni fez um 2º lugar em Mônaco, iniciando a fase vitoriosa da escuderia de Grove. Foram onze pontos marcados por seus pilotos Mark Webber e Nico Rosberg e a corrida de encerramento não poderia ser pior. Os dois "se acharam" na primeira volta e depois Nico bateu muito forte na Curva do Café.

Provavelmente o alemão foi a maior decepção deste ano.

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E aproveitem para anotar aí a numeração das equipes para o próximo campeonato:

1/2 - McLaren Mercedes
3/4 - Renault
5/6 - Ferrari
7/8 - Honda
9/10 - BMW
11/12 - Toyota
14/15 - RBR Renault
16/17 - Williams Toyota
18/19 - STR Ferrari
20/21 - Spyker Ferrari
22/23 - Super Aguri Honda

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