O querido Ameriquinha do Rio de Janeiro é tido como o segundo clube de muitos na Cidade Maravilhosa. Como eu ainda sou do tempo em que o "Diabo" dava trabalho, assim como o Bangu, a Fluminense, Flamengo, Vasco e Botafogo, é claro que tinha minha simpatia - principalmente quando roubava pontos preciosos dos adversários.
Em 1982, a CBF preencheu parte do calendário do futebol brasileiro com o Torneio dos Campeões, reunindo 18 das principais agremiações do país. O América entrou justamente como o 18º de um ranking que contemplava os times que tivessem participado de finais de competições nacionais: o Torneio Rio-São Paulo, a Taça de Prata e o Campeonato Brasileiro.
O América entrou no Grupo C com Grêmio, Cruzeiro e Atlético-MG. Sem se destacar por atuações sensacionais, o time treinado por Dudu, o grande cabeça-de-área da "Academia" do Palmeiras e tio de Dorival Júnior, hoje treinador do Internacional, fez o chamado dever de casa na primeira fase, onde os times jogavam em turno e returno dentro do grupo, para definir os dois classificados para as quartas-de-final.
Após empates com Cruzeiro e Grêmio, ambos por 1 x 1, o América pregou uma peça no Galo, em pleno Mineirão. Com um gol de Elói, venceu por 1 x 0, fechou o primeiro turno com 4 pontos ganhos. E teria vencido o segundo, se não perdesse a chance no saldo de gols contra o mesmo Atlético-MG. Porém, o América tirou partido do fato de conhecer bem o adversário nas quartas-de-final e desclassificou o Galo com mais uma vitória por 1 x 0, desta feita no Maracanã.
Pelo caminho, a Portuguesa de Desportos, time com melhor campanha da primeira fase e que surrou o Fluminense, na época com um time muito fraco, sem dó nem piedade, por 3 x 1. A Lusa jogava com o mando de campo e o América, nem aí para o fato de atuar fora, abriu o placar no Pacaembu. Os paulistas empataram e a decisão da vaga para a finalíssima ficou para as cobranças de pênaltis.
Gasperin, goleiro gaúcho que atuava no América, brilhou. Pegou um pênalti cobrado por Toquinho e quando Odirlei mandou uma bomba no travessão, o "Diabo" estava na decisão do Torneio dos Campeões.
O adversário do time carioca era o Guarani de Campinas, de brilhante campanha no Brasileirão de 1982, que terminara meses antes da decisão da competição, marcada para os dias 10 e 12 de junho. Na primeira partida, no Brinco de Ouro, empate em 1 x 1. A final, num sábado à noite e disputada no Maracanã, teve público pagante de 11.329 torcedores, proporcionando uma renda de Cr$ 5.099.600,00.
O América entrou em campo com Gasperin, Chiquinho, Duílio, Everaldo e Zé Dílson (depois Sérgio Pinto); Pires, Gilberto e Elói (depois João Luís); Serginho, Moreno e Gilson Gênio. O Guarani alinhou com Sidmar, Sóter, Darci, Odair e Almeida; Éderson, Júlio César (depois Henrique) e Jorge Mendonça; João Luís (depois Delém), Marcelo e Ernâni Banana. O treinador do Bugre era Zé Duarte.
A partida foi dura e disputada debaixo de chuva. O América tentou se impor diante do campo mais pesado e de um adversário com jogadores de ótima técnica, como Jorge Mendonça, que jogou o fino no Brasileirão e inexplicavelmente foi esquecido da seleção para a Copa de 1982. E logo aos 13 minutos, Moreno abriu o placar no Maracanã.
O Guarani não se deu por vencido e no segundo tempo buscou o empate. Aos 17 minutos, o reserva Delém pegou a sobra de um cruzamento mascado de Jorge Mendonça e fuzilou Gasperin, empatando o jogo, que foi para a prorrogação.
Os jogadores lutaram com todas as suas forças e o América, ligeiramente melhor em campo, tinha mais chances. Faltando cinco minutos para o apito final do árbitro Carlos Rosa Martins, Gílson Gênio pegou rebote de um chute desferido por ele mesmo e que batera num defensor do Guarani. Sidmar nada pôde fazer. O América venceu a partida por 2 x 1 e se tornou o Campeão dos Campeões, slogan que emoldura a fachada decorada em mármore na sede social na Rua Campos Sales, na Tijuca.
Fiquem com um vídeo mostrando os grandes momentos do Mequinha no Torneio dos Campeões.
Um comentário:
Muito bom seu blog. Show de bola esse vídeo foi uma homenagem que fiz pra esse grande time que nos deu tantas alegrias.
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