Não foram poucas as vezes em que um Campeonato Brasileiro de Futebol terminou no ano seguinte ao seu início. O de 1988 - a segunda e também última edição da Copa União - não foi exceção. Aquela competição, ganha pelo Bahia, só terminaria em fevereiro de 1989, o que gerou sem nenhuma dúvida um duplo carnaval em Salvador.
Enfim: para chegar lá, o Bahia derrotou o Internacional após vencer os gaúchos na Fonte Nova por 2 x 1 e segurar o empate no Beira-Rio. Isso tudo depois de eliminar o Fluminense e o Colorado ganhar do Grêmio no famoso "Gre-Nal do Século".
A fase de "mata-mata", comum até a introdução definitiva dos pontos corridos, reservava grandes jogos e um deles não foi exceção: o confronto entre Fluminense e Vasco, pelas quartas-de-final.
Na primeira etapa da Copa União, com os times divididos em dois grupos de 12, Fluminense e Vasco jogaram em 23 de outubro de 1988. Foi o famoso jogo em que até Acácio e Ricardo Pinto bateram pênaltis - todo jogo que terminava empatado ia para as cobranças de tiros livres diretos da marca fatal. O Vasco foi mais feliz e levou o ponto extra.
Tanto o tricolor quanto o time de São Januário se classificaram para a fase de quartas-de-final e formaram um dos confrontos eliminatórios. O primeiro jogo foi em 29 de janeiro de 1989, um domingo. Vitória do Flu pelo score mínimo - golaço contra do folclórico Zé do Carmo.
A decisão foi na quarta-feira seguinte, dia 1º de fevereiro. O Estádio Mário Filho apanhou um bom público (75.157 pagantes) para acompanhar um jogo que, sem dúvida, prometia muito.
O Fluminense alinhou com Ricardo Pinto, Carlos André, Edinho, Édson Mariano e Eduardo "Cachaça"; Jandir, Donizete, Romerito e Paulinho Andreoli; Cacau e Washington. O técnico era Sérgio Cosme.
Jandir, Romerito e Washington eram os últimos remanescentes do time do tricampeonato estadual 83/84/85, que também consagrou-se campeão brasileiro em 1984.
Já o Vasco vinha com Acácio, Paulo Roberto, Célio Silva, Leonardo e Mazinho; Zé do Carmo, Geovani e Bismarck; Vivinho, Roberto Dinamite e Sorato. Zanata era o treinador cruzmaltino.
Com ares de favorito, porque tinha um time superior no papel e fizera a melhor campanha nos dois turnos da Copa União antes da fase de "mata-mata", o Vasco foi surpreendido aos nove minutos, numa jogada bem ao estilo do Fluminense dos anos 80. Contra-ataque rápido, puxado por Romerito, daí para Washington e um passe primoroso para Donizete, que com um toque venceu Acácio e fez o lado esquerdo do estádio explodir. Flu 1 x 0.
O Vasco era um time perigoso. E com Roberto Dinamite, já com 34 anos, não se podia brincar. Foi o eterno artilheiro que descobriu Bismarck livre. A jovem revelação de São Januário pegou de primeira, vencendo Ricardo Pinto e empatando a peleja.
A partir daí, o jogo foi defesa contra ataque. O Fluminense encolhido porque o 1 x 1 bastava para que o tricolor se classificasse para as semifinais. O Vasco, mesmo com a expulsão de Célio Silva após um golpe de caratê em Washington, buscou a vitória até o fim. E foi premiado pela insistência, mercê um erro - segundo os cruzmaltinos - do árbitro José Roberto Wright, que marcou jogo perigoso de Edinho num adversário em vez de dar um pênalti.
A falta foi cobrada com maestria por Geovani, que colocou a bola na cabeça de Leonardo, executando um tirombaço que fez o lado alvinegro do Maraca calar a torcida tricolor. A partida iria para a prorrogação e o empate, agora, era do Vasco.
Enfim: para chegar lá, o Bahia derrotou o Internacional após vencer os gaúchos na Fonte Nova por 2 x 1 e segurar o empate no Beira-Rio. Isso tudo depois de eliminar o Fluminense e o Colorado ganhar do Grêmio no famoso "Gre-Nal do Século".
A fase de "mata-mata", comum até a introdução definitiva dos pontos corridos, reservava grandes jogos e um deles não foi exceção: o confronto entre Fluminense e Vasco, pelas quartas-de-final.
Na primeira etapa da Copa União, com os times divididos em dois grupos de 12, Fluminense e Vasco jogaram em 23 de outubro de 1988. Foi o famoso jogo em que até Acácio e Ricardo Pinto bateram pênaltis - todo jogo que terminava empatado ia para as cobranças de tiros livres diretos da marca fatal. O Vasco foi mais feliz e levou o ponto extra.
Tanto o tricolor quanto o time de São Januário se classificaram para a fase de quartas-de-final e formaram um dos confrontos eliminatórios. O primeiro jogo foi em 29 de janeiro de 1989, um domingo. Vitória do Flu pelo score mínimo - golaço contra do folclórico Zé do Carmo.
A decisão foi na quarta-feira seguinte, dia 1º de fevereiro. O Estádio Mário Filho apanhou um bom público (75.157 pagantes) para acompanhar um jogo que, sem dúvida, prometia muito.
O Fluminense alinhou com Ricardo Pinto, Carlos André, Edinho, Édson Mariano e Eduardo "Cachaça"; Jandir, Donizete, Romerito e Paulinho Andreoli; Cacau e Washington. O técnico era Sérgio Cosme.
Jandir, Romerito e Washington eram os últimos remanescentes do time do tricampeonato estadual 83/84/85, que também consagrou-se campeão brasileiro em 1984.
Já o Vasco vinha com Acácio, Paulo Roberto, Célio Silva, Leonardo e Mazinho; Zé do Carmo, Geovani e Bismarck; Vivinho, Roberto Dinamite e Sorato. Zanata era o treinador cruzmaltino.
Com ares de favorito, porque tinha um time superior no papel e fizera a melhor campanha nos dois turnos da Copa União antes da fase de "mata-mata", o Vasco foi surpreendido aos nove minutos, numa jogada bem ao estilo do Fluminense dos anos 80. Contra-ataque rápido, puxado por Romerito, daí para Washington e um passe primoroso para Donizete, que com um toque venceu Acácio e fez o lado esquerdo do estádio explodir. Flu 1 x 0.
O Vasco era um time perigoso. E com Roberto Dinamite, já com 34 anos, não se podia brincar. Foi o eterno artilheiro que descobriu Bismarck livre. A jovem revelação de São Januário pegou de primeira, vencendo Ricardo Pinto e empatando a peleja.
A partir daí, o jogo foi defesa contra ataque. O Fluminense encolhido porque o 1 x 1 bastava para que o tricolor se classificasse para as semifinais. O Vasco, mesmo com a expulsão de Célio Silva após um golpe de caratê em Washington, buscou a vitória até o fim. E foi premiado pela insistência, mercê um erro - segundo os cruzmaltinos - do árbitro José Roberto Wright, que marcou jogo perigoso de Edinho num adversário em vez de dar um pênalti.
A falta foi cobrada com maestria por Geovani, que colocou a bola na cabeça de Leonardo, executando um tirombaço que fez o lado alvinegro do Maraca calar a torcida tricolor. A partida iria para a prorrogação e o empate, agora, era do Vasco.
Os primeiros 15 minutos de bola rolando no tempo suplementar terminaram, como disse Denis Menezes na transmissão da Rádio Globo, em "0 x 0 Vasco". Mas bastou a virada de campo e tudo mudou.
Sérgio Cosme, antes da bola voltar a rolar, processou uma alteração que, ironicamente, mudaria os rumos da partida. O inoperante Cacau deu lugar ao jovem Zé Maria, prata da casa que, a exemplo de muitos, teria vida curtíssima nas Laranjeiras.
Logo a 1 minuto do segundo tempo da prorrogação, Eduardo bateu uma falta pelo lado esquerdo, um mini-córner. Alexandre Cruz, que entrara na vaga de Romerito, hesitou. Mas Zé Maria, não. Ele chutou firme, seco e de pé direito, vencendo Acácio. Delírio tricolor. Frustração alvinegra.
Com a desvantagem do jogador a menos e a covardia de Zanata, o Vasco, cansado pelo esforço em levar a partida à prorrogação, levou o tiro de misericórdia no finalzinho. Zé Maria fez jogada pela direita e serviu Washington, marcado para sempre na memória de Acácio pelo gol cheio de dribles no Carioca de 1987. O camisa 9 do Fluminense, desta vez, caprichou na maldade. Encobriu o arqueiro do Vasco e fez o segundo gol que classificou o Flu para a fase semifinal da Copa União de 1988.
Confira o vídeo com a reportagem de Marcelo Rezende.
Sérgio Cosme, antes da bola voltar a rolar, processou uma alteração que, ironicamente, mudaria os rumos da partida. O inoperante Cacau deu lugar ao jovem Zé Maria, prata da casa que, a exemplo de muitos, teria vida curtíssima nas Laranjeiras.
Logo a 1 minuto do segundo tempo da prorrogação, Eduardo bateu uma falta pelo lado esquerdo, um mini-córner. Alexandre Cruz, que entrara na vaga de Romerito, hesitou. Mas Zé Maria, não. Ele chutou firme, seco e de pé direito, vencendo Acácio. Delírio tricolor. Frustração alvinegra.
Com a desvantagem do jogador a menos e a covardia de Zanata, o Vasco, cansado pelo esforço em levar a partida à prorrogação, levou o tiro de misericórdia no finalzinho. Zé Maria fez jogada pela direita e serviu Washington, marcado para sempre na memória de Acácio pelo gol cheio de dribles no Carioca de 1987. O camisa 9 do Fluminense, desta vez, caprichou na maldade. Encobriu o arqueiro do Vasco e fez o segundo gol que classificou o Flu para a fase semifinal da Copa União de 1988.
Confira o vídeo com a reportagem de Marcelo Rezende.
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