tag:blogger.com,1999:blog-219742832024-03-13T04:55:42.279-03:00SACO DE GATOS<i>Como o próprio nome diz, um balaio de gatos onde todo assunto vale a pena para ser comentado e discutido por quem escreve e por quem passa aqui: esporte, música, cinema, poesia, livros, amor, sexo, justiça, dinheiro e todos os temas e problemas do nosso cotidiano. </i>Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.comBlogger1885125tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-67687623497651904702019-02-26T01:52:00.000-03:002019-02-27T01:59:11.274-03:00Carnaval 2019 - Os sambas do Grupo Especial<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKA-ZK1leNZstpYW-hBjPJq8T0Y44fMhLgVcQpOm4orL9TpXWx3MTISlc8YOL5H7TTVTpOEqlDq6Cxixc9XiFMexfrXahMyt4ZdEpwvkE019P3uzDO99K7v7qYVyMPt6tuhrv6yg/s1600/transferir+%252812%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="194" data-original-width="259" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKA-ZK1leNZstpYW-hBjPJq8T0Y44fMhLgVcQpOm4orL9TpXWx3MTISlc8YOL5H7TTVTpOEqlDq6Cxixc9XiFMexfrXahMyt4ZdEpwvkE019P3uzDO99K7v7qYVyMPt6tuhrv6yg/s1600/transferir+%252812%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ano passado, ganhou o desenredo da Beija-Flor, em que pese a escola de Nilópolis ter apresentado um bom samba e um chão fortíssimo. Veremos como será em 2019, no ano do 70º aniversário da "Deusa da Passarela"</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Após o texto publicado com meus pitacos sobre os sambas do Grupo de Acesso, agora vamos aos sambas do <b>Grupo Especial</b>, que é a grande atração do carnaval carioca em 2019.</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
É uma safra da qual eu gosto, no geral. Tem coisas pavorosas, mas outras realmente excepcionais. Não dá para ignorar as deficiências de alguns sambas e, por outro lado, há que se valorizar vários outros que certamente sairão da Sapucaí com a nota máxima.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKaXEyGvvdsmA0KPOATrrqgdAz_4hC3olG5GAckOr53qcrqrn0Nf3U-tsx4fX9ZbTEaAqaZJld8j5dNHUlq8huQNbyItVhCf5zfZ0zKs4ETxHU6I9wpo4kDU4T1uyGzlYdjSmabA/s1600/temer_carnaval.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="750" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKaXEyGvvdsmA0KPOATrrqgdAz_4hC3olG5GAckOr53qcrqrn0Nf3U-tsx4fX9ZbTEaAqaZJld8j5dNHUlq8huQNbyItVhCf5zfZ0zKs4ETxHU6I9wpo4kDU4T1uyGzlYdjSmabA/s320/temer_carnaval.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O "presidente-vampiro" foi um destaques do surpreendente desfile do Paraíso do Tuitui em 2018. O que será que Jack Vasconcellos nos aprontará neste ano?</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
E samba-enredo hoje tem sido um negócio muito sério e definitivo. Tanto que a Beija-Flor, com um grande chão e um visual altamente duvidoso, venceu o carnaval do ano passado - situação que até hoje rende muita polêmica. De repente, pode ser o quesito de desempate - como também não pode. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tem muita outra coisa que define carnaval, desde o tempo de 1900 e guaraná de rolha - e infelizmente o que temos visto são viradas de mesa que têm diminuído a credibilidade do Carnaval do Rio de Janeiro.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Mas vamos lá... temos 14 escolas, sete em cada dia, trazendo homenagens, temas polêmicos, reedição, galhofa e crítica social. Tem gente no páreo, outras ali na zona da marola, algumas com chance bem razoável de voltar no Sábado das Campeãs e pelo menos uma escola já largaria rebaixada para o Acesso - minha opinião.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Seguem abaixo as agremiações por ordem de apresentação no desfile e não pelo que se ouviu no CD produzido mais uma vez por Laíla e Mário Jorge Bruno, gravado "ao vivo" na Cidade do Samba e mixado e complementado no estúdio Cia. dos Técnicos.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<b>IMPÉRIO SERRANO</b></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: O que é, o que é?</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Paulo Menezes</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Compositor: Luiz Gonzaga Júnior (Gonzaguinha)</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Intérpretes: Silas Leleu e Anderson Paz</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho muito carinho pelo Império Serrano. A escola de Madureira é madrinha da minha Imperatriz Leopoldinense. Quando comecei a acompanhar mais a fundo esse negócio de Carnaval e samba-enredo, sempre ouvi falar em Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola, o filho deste, Jorginho do Império, Beto Sem Braço e Aluízio Machado. Bambas da maior qualidade.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Não obstante, o último carnaval ganho pela verde e branco de Magno é o histórico "Bum Bum Paticumbum Prugurundum", de 1982. Um senhor samba e um desfile que ficou para a história e na memória.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
E eis que para 2019 o Império joga totalmente no lixo sua tradição de 72 anos e vem com a ideia de transformar um clássico da MPB em enredo e, pior, em samba-enredo. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Não seria discutível pegar a música de Gonzaguinha e torná-la o mote do enredo do carnavalesco Paulo Menezes e acredito até nas melhores intenções do artista. Mas, façam-me o favor: aquilo é música popular. Pra ser cantado no jeito de samba-enredo não cabe, não tem métrica de samba-enredo como "Vai passar", de Chico Buarque de Hollanda. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acompanhei o ensaio técnico do último dia 23 e, embora o componente cante com emoção e fervor - e a bateria tenha dado um sacode, com Mestre Gilmar à frente da competentíssima Sinfônica - não dá pra salvar o que não tem salvação.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Com todo respeito ao Império, até porque o Império merece todo o nosso respeito: vilipendiar a própria história do Carnaval carioca e do próprio samba-enredo e suas raízes imperianas, é demais para o meu gosto.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<b>UNIDOS DO VIRADOURO</b></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Viraviradouro</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Paulo Barros</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Renan Gêmeo, Bebeto Maneiro, Thiago Carvalhal, Ludson Areia, Júnior Filhão, Raphael Richaid, Ricardo Neves, Carlinhos Viradouro e Rodrigo Gêmeo</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Zé Paulo Sierra</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De volta ao Grupo Especial, a Unidos do Viradouro retorna com um samba que é a cara dos enredos de Paulo Barros. A letra não diz nada com nada, mas é tremendamente funcional, bem construída, com melodia valente e um grande intérprete - sou fã de Zé Paulo Sierra e falei isso pra ele, pessoalmente, no Baródromo - quando o cantor se apresentou na casa ano passado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E não só o samba é adequado. A própria Viradouro se preparou muito bem para permanecer no lugar em que muitos dizem que não devia ter saído. Contratou Ciça para comandar uma bateria que tem feito um trabalho excepcional e principalmente um Paulo Barros que retorna à agremiação do Barreto e vem mordido para querer fazer um grande carnaval e mostrar que continua um gênio indomável e por vezes polêmico - deveria, por exemplo, ter ficado calado quando falou que "enredos críticos são modinha". Nada menos exato.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nos bastidores, dizem que a escola está pronta e que pode voltar ao Sábado das Campeãs. E torço para que volte. Mas o samba-enredo não é daqueles fora de série. A escola pode perder alguns décimos por conta da letra - porém, cabeça de jurado é que nem bunda de neném: você não sabe o que pode sair de dentro dela...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>ACADÊMICOS DO GRANDE RIO</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Quem nunca...? Que atire a primeira pedra</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalescos: Renato e Márcia Lage</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Moacyr Luz, Cláudio Russo, André Diniz, Licinho Júnior, Elias Bililico e G. Martins</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Evandro Malandro</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Grande Rio sambou na cara de quem vive do Carnaval. "Quem tem amigos, tem tudo" - frase do presidente da agremiação de Caxias, quando se negociou a vergonhosa virada de mesa que manteve a tricolor no Grupo Especial.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para piorar, veio o deboche do título do enredo proposto por Renato Lage e a mulher deste, Márcia, para 2019. Uma tentativa de se redimir do pecado cometido no ano passado na estreia do carnavalesco com o enredo sobre o genial Chacrinha, quando ficaram em penúltimo lugar. E apesar da griffe que carregam Moacyr Luz, Cláudio Russo e André Diniz, o samba deixa a desejar nos argumentos e na proposta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Se errei, peço perdão"</i>, é um escárnio da letra. A escola errou e feio. Não há quem não negue. <i>"Falam de mim, eu falo de paz"</i>. Que paz? Não haveria essa palhaçada toda e não perderíamos tempo criticando a segunda vergonha seguida perpetrada pela LIESA se o regulamento fosse cumprido à risca.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lamento que o ótimo intérprete Evandro Malandro faça sua merecida estreia no Grupo Especial cantando um samba tão despropositado. A notar que a bateria da Tricolor voltou a ter a mesma qualidade dos tempos de Odilon, comandada pelo novato Fafá. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Grande Rio poderia voltar aos seus ótimos enredos dos anos 1990, para resgatar alguma simpatia deste escriba aqui. Porque, olha... tá difícil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>ACADÊMICOS DO SALGUEIRO</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Xangô</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Alex de Souza</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Demá Chagas, Marcelo Motta, Renato Galante, Fred Camacho, Getúlio Coelho, Leonardo Gallo, Vanderlei Sena, Francisco Aquino, Guinga do Salgueiro e Ricardo Fernandes</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Emerson Dias</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se existe um samba com a cara de uma escola, esse é o do Acadêmicos do Salgueiro. Uma letra bem construída, poderosa, forte e bem ao gosto da nação salgueirense - que viveu momentos de indefinição absoluta no período pré-carnavalesco.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sai Regina, volta Regina, sai Regina de novo, volta Regina mais uma vez, sai Regina. Definitivamente. E sem Regina Celi Fernandes, talvez a vermelho e branco da Tijuca possa ter paz. A nova diretoria trouxe o casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira que a antiga presidente resolveu botar no olho da rua e, em troca disso, Mestre Marcão, um dos grandes diretores de Bateria do nosso Carnaval, foi demitido. Quinho, intérprete-símbolo do Sal por muitos anos, também afastado pela ex-presidente, voltou para dar mais "molho" ao carro de som.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outros acertos foram a permanência de Alex de Souza como carnavalesco e a vinda de Emerson Dias a reboque do acerto que manteve a Grande Rio no Grupo Especial. O Salgueiro ganha em peso com um intérprete que finalmente poderá mostrar o que vale cantando um grande samba. Eu gosto da obra de Marcelo Motta e parceiros. Vamos ver se a escola sai da fila que pode chegar a 10 anos...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em tempo: Xangô é o orixá da Justiça. E em tempos que é preciso se fazer justiça, veremos se haverá uma no resultado final.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porque em 2018... melhor deixar pra lá.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Quem não viu vai ver... As fábulas do Beija-Flor</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Comissão de Carnaval (Cid Carvalho, Bianca Behrends, Leo Mídia, Rodrigo Pacheco e Victor Santos)</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Di Menor BF, Júlio Assis, Kirazinho, Diego Oliveira, Fabinho Ferreira, Diogo Rosa, Dr. Rogério, Carlinho Ousadia, Márcio França, Kaká Kalmão, Jorge Aila e Serginho Aguiar</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Neguinho da Beija-Flor</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Beija-Flor chega ao carnaval do seu 70º aniversário com mudanças drásticas em sua estrutura de Carnaval. Laíla e Fransérgio deixaram a escola, rumo a novos desafios. Um mal-parado com Gabriel David, que parece ser o herdeiro de Anísio Abrahão David na hierarquia nilopolitana, pode trazer sérias consequências para o desfile de 2019.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Começaram mal com a escolha do samba. Na verdade, anunciaram um que em princípio parecia perfeito. Depois, a direção da agremiação decidiu por um "Frankenstein" enfiando partes de um dos sambas derrotados na final - piorando a obra que seria aquela que impulsionaria os 75 minutos de desfile da 'Deusa da Passarela'.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E é um samba aquém do que se imaginava para se falar de sete décadas "do Beija-Flor", como diz o título do enredo e como disse Neguinho da Beija-Flor ao abrir o samba de 1976 com um "Olha o Beija-Flor aí, meu povo". Logo na primeira estrofe, já fala em humildade - algo que falta não só à escola como aos seus próprios componentes - que são fieis xiitas e apaixonados, justiça seja feita. Foi até pelo chão e pela comunidade que venceram - injustamente - o desfile de 2018. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como letra, não gosto. Acho fraco. Um dos piores da safra. Poderia ser bem mais descritivo das histórias e tradições da Beija-Flor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Me dá um dinheiro aí!</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalescos: Mário Monteiro e Kaká Monteiro</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Elymar Santos, Márcio Pessi, Jorge Arthur, Maninho do Ponto, Júlio Alves e Dudu Miller</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Arthur Franco</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Era uma vez uma sinopse terrível, cortesia de uma ideia de enredo desproposital para as tradições da Imperatriz Leopoldinense, que gerou uma eliminatória e uma safra abaixo da crítica e um samba apontado como um dos piores do ano pelos críticos e eu, gresilense fanático, torci muito o nariz. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando você olha a letra de um samba que tem entre seus compositores alguns dos campeões de 2018 e nada mais nada menos que Elymar Santos, um apaixonado pela GRESIL, você até pode pensar... 'eles podiam ter feito melhor'. Sim, sem dúvida, se a sinopse tivesse ajudado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o Carnaval nos traz coisas que só o imaginário popular pode nos proporcionar. Fui alertado de que o bicho poderia não ser tão feio quanto se imaginava. E eu imaginava a Rainha de Ramos como séria candidata ao rebaixamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só que muitos outros sambas trash como este da Imperatriz (não tão pior quanto a nefasta obra de 1988 e o ridículo samba do Bacalhau, registre-se) tornam-se audíveis, palatáveis e até gostosos de ouvir - depois que você se acostuma com ele e o teu viés de avaliação muda. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pela galhofa, pela sacanagem do refrão dúbio no meio (<i>"Troca troca ê... na beira da praia</i>")... afinal, Carnaval não é alegria e galhofa? Pois a Imperatriz vem diferente, muito diferente de suas tradições.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eu vi uma Imperatriz animada, alegre, feliz e descompromissada no ensaio do último sábado. Não só com um samba na ponta da língua, como a bateria está espetacular. A Swing da Leopoldina chega ao desfile em forma absurda. Mestre Lolo está de parabéns com o trabalho de reconstrução de um ponto crucial de um desfile, na parte melódica e de harmonia musical. Se fizer o dever de casa, sai com quatro notas máximas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>UNIDOS DA TIJUCA</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Cada macaco no seu galho. Ó meu pai, me dê o pão que eu não morro de fome!</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Comissão de Carnaval (Laíla, Fransérgio, Annik Salmon, Hélcio Paim e Marcus Paulo)</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Márcio André, Júlio Alves, Daniel Katar, Diego Moura, Dr. Jairo, Nêgo, Elias Lopes e Júnior Trindade</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Wantuir</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais um grande samba da safra 2019. Fruto da vinda de Laíla para a escola do Borel, quase quatro décadas após sua primeira passagem pela agremiação. E uma obra que emula - demais - muitos dos sambas ouvidos e depois vistos na avenida apresentados pela Beija-Flor. Foi a impressão que tive na primeira audição - e muitas outras me fizeram ter essa certeza.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É um samba denso, de melodia pesada, mas que eu adoro. Acho emocionante, bonito - do início ao fim - e com uma belíssima melodia. Depois de toda a polêmica da virada de mesa de 2017 e do resultado digno do ano passado (7º lugar), a Unidos da Tijuca vem com toda a força para brigar pelo título.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outro destaque é o retorno do ótimo Wantuir ao carro de som da escola e o intérprete foi muito bem na gravação da obra tijucana, que tem entre seus compositores o excepcional cantor Nêgo, irmão de Neguinho da Beija-Flor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>SÃO CLEMENTE</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: E o samba sambou</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Jorge Silveira</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Mais Velho, Helinho 107, Nino, Chocolate e Alceu Maia</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérpretes: Leozinho Nunes e Bruno Ribas</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Única a apostar numa reedição para a safra de 2019 do Grupo Especial, a São Clemente luta pela permanência na elite do Carnaval carioca tendo na obra de 1990 o seu grande trunfo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na época, com o título "E o samba sambou...?" do enredo, a nação clementiana pisou forte na Marquês de Sapucaí e o samba assinado por Mais Velho, Helinho 107, Chocolate, Nino e o grande cavaquinista e arranjador Alceu Maia, pegou na veia. Surpreendeu pela crítica ácida e absolutamente pertinente à estrutura de carnaval que tínhamos - o Império já fizera o mesmo em 1982 - e ainda temos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muito embora pareça uma crítica datada para uns, para outros - e para mim - continua soando como algo pertinente. Resta ver se o carnavalesco Jorge Silveira dará o seu recado na concepção da proposta. O samba é imortal. Pra mim, um dos melhores da história da São Clemente, que precisa trazer de volta à avenida o seu <i>status quo</i> de escola irreverente, ousada e crítica, que tanto faz falta à festa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>UNIDOS DE VILA ISABEL</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Em nome do pai, do filho e dos Santos, a Vila canta a cidade de Pedro</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Edson Pereira</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Evandro Bocão, André Diniz, Professor Wladimir, Marcelo Valência, Júlio Alves, Deco Augusto e Ivan Ribeiro</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Tinga</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo CEP que o Povo do Samba traz para 2019 exaltando Petrópolis, com um samba apenas de razoável para bom. E olha que estamos falando de uma obra que é assinada por craques como André Diniz e Evandro Bocão - que acabou mexida desde as eliminatórias e a final e piorou depois das modificações.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas cabe esperar pelo trabalho de barracão que será feito pelo excelente Edson Pereira, que já mostrou seu valor em carnavais muito bons no Grupo de Acesso (Série A) e já trabalhou como assistente de Alexandre Louzada na Mocidade. Com uma estrutura hoje sólida financeiramente, a Vila está tranquila no que diz respeito à sua estrutura de desfile - tanto que até trouxe de volta o intérprete Tinga, que defendia a Unidos da Tijuca. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A bateria Swingueira de Noel, agora sob o comando de Macaco Branco, após a polêmica passagem de Chuvisco pela azul e branco, parece também retomar a velha forma. A conferir no desfile principal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>PORTELA</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma sabiá</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesca: Rosa Magalhães</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Jorge do Batuke, Waltinho Botafogo, Rogério Lobo, Beto Aquino, Claudinho Oliveira, José Carlos, Zé Miranda, D' Sousa e Araguaci</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Gilsinho</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Clara Nunes finalmente é enredo da escola do coração, que a abraçou quando começou a decolar na carreira, no início dos anos 1970. Trinta e seis anos depois da morte de uma das maiores cantoras que este país teve a oportunidade de conhecer, a "Sabiá" será cantada pela Portela com toda devoção e emoção no Carnaval de 2019.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho certeza que os portelenses sentem cheiro de gol e a chance é grande, naquele que pode ser o último carnaval de Rosa Magalhães na Marquês de Sapucaí (aliás, independentemente de título ou não, a artista está fora da escola em 2020). O samba de Jorge do Batuke e parceiros ganhou a quadra desde as primeiras eliminatórias e era a chamada "pule de 10", não tinha como perder e não perdeu na final.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ouvi o samba pela primeira vez após a vitória, cantado por Zé Paulo Sierra no Baródromo - e eu adorei a entonação do refrão ao fim da segunda (parte), que lembrava o jeito que Clara Nunes cantava o samba "Guerreira" (<i>"Sou a mineira guerreira, filha de Ogum com Iansã..."</i>). Na voz do intérprete oficial, Gilsinho, o tom adotado foi mais de emoção, mais pra cima. Faz parte...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E é um samba que tem como característica a descrição em primeira pessoa, e que é a cara da Portela, como "Xangô" é a cara do Salgueiro - embora eu saiba que muitos torçam o nariz pra ele. Paciência... </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sou suspeito: amo de paixão a cantora Clara Nunes e minha mãe é portelense. Na falta de chances da Imperatriz, torço pelo título da Portela.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: A peleja poética entre Rachel e Alencar no avarandado do céu</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Severo Luzardo</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Myngal, Marcelão da Ilha, Roger Linhares, Marinho, Cap. Barreto, Eli Doutor, Fernando Nicola e Marco Moreno</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Ito Melodia</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muitos são críticos ao samba da União da Ilha, apontando-o disparadamente como o pior entre os inéditos, descontando o samba que não é samba do Império Serrano (acho os de Grande Rio e Beija-Flor ainda piores). Outros apontam o dedo para as escolhas da própria agremiação, que muitos dizem não saber mais escolher direito suas obras que vão para a avenida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E num ano difícil e com alguns excelentes sambas, realmente a Ilha foi aquém de suas possibilidades. A proposta de enredo do carnavalesco Severo Luzardo é muito boa - e é um achado homenagear o Ceará puxando pelo lado poético e cultural, falando em Rachel de Queiroz e José de Alencar, ícones do estado nordestino. Mas... não foi brindado infelizmente com um grande samba.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só que a Ilha tão criticada surpreendeu positivamente ao escriba aqui no ensaio técnico. Vi uma escola cantando forte o samba, que treinou animada e com uma bateria simplesmente espetacular. A Baterilha fez um belíssimo trabalho e está de parabéns. Mas notei também uma queda nos setores finais, que até pode ser encarada como natural - mas que pode ser um complicador para quem é apontada como uma das possíveis candidatas a rebaixamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>PARAÍSO DO TUIUTI</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Entedo: O Salvador da Pátria</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Jack Vasconcelos</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Cláudio Russo, Moacyr Luz, Aníbal, Zezé e Jurandir</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérpretes: Celsinho Mody e Grazzi Brasil</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Disposta a mostrar que o vice-campeonato do Grupo Especial no ano passado, após um desfile tão emocionante quanto sensacional e surpreendente, a Paraíso do Tuiuti quer pisar na avenida para mais uma vez dar o seu recado na Sapucaí.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Novamente Jack Vasconcelos propõe um enredo panfletário com obra encomendada e assinada por Cláudio Russo e Moacyr Luz. Não chega a ter o mesmo brilhantismo do samba de 2018, mas é igualmente excelente, empolgante, pega na veia e pelo visto o Tuiuti vem de novo meter o dedo em feridas que insistem em se manter abertas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eu vejo um ponto muito positivo no crescimento da escola de São Cristóvão, que é a afirmação da excelente cantora Grazzi Brasil como intérprete de avenida e de Celsinho Mody. Foi um achado a permanência de ambos em detrimento do discutível Nino do Milênio - e há quem diga que um dia a Grazzi vai ser intérprete principal sozinha. Será?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que muito se discute do enredo e do samba é que o Bode Ioiô, eleito vereador em 1922 no Ceará e chamado de "O Salvador da Pátria" seja uma metáfora para se citar o ex-presidente Lula, do mesmo modo que a novela global que teve Lima Duarte interpretando o inesquecível boia-fria Sassá Mutema, foi apontada como panfletária e pró-Lula às vésperas da eleição presidencial de 1989. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Críticas e alusões a parte, temos tudo para assistir a mais um grande desfile do Tuiuti.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Histórias para ninar gente grande</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Leandro Vieira</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Márcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Marquinho Art'Samba</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Leandro Vieira é um gênio do Carnaval do Rio de Janeiro. Quem presta atenção em suas propostas recentes de enredo já teve a dimensão exata do que ele tem feito em termos de trabalhos estéticos, alegóricos e, principalmente, de propor discussões.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que o enredo da Mangueira nos traz para 2019 é a desconstrução de alguns mitos da história do país. Virando os livros pelo avesso, o Leandro nos aponta os reais heróis e heroínas de um país tão carente e que, cultural, política e sociologicamente, passa por um dos períodos mais nefastos dos últimos tempos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O samba composto por Deivid Domênico e parceiros é uma porrada. Me emocionou de saída na gravação da demo com a doce menina Cacá, que estava (ou está, já que não assisto) no The Voice Kids, da RGT ao lado do Wantuir. Já era dentre as obras que concorriam nas 14 escolas do Especial, a mais falada e comentada. Ganhou a disputa e caiu no gosto dos bambas. No Baródromo, a cada vez que é executado pelo Grupo Arquibancada, é urrado por todos os presentes na casa sediada na Lapa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim... se os sambas-enredo tivessem a mesma penetração midiática que já tiveram nos anos 1980 - e a própria LIESA tem culpa no cartório, assim como as próprias escolas - a Mangueira seria pule de dez entre as mais ouvidas não só no Rio como no Brasil inteiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Carnaval precisa de mais cabeças como a de Leandro Vieira. Precisa de mais sambas como o da Mangueira. Pra nos fazer acordar e ver que os livros de história nem sempre apontam a verdade e muito menos nos dizem quem foram aqueles que lutaram para que o Brasil existisse. Que nesse período de trevas, a Velha Manga nos traga luz, nos emocione e nos faça crer que o samba ainda pulsa nas nossas veias como um instrumento de protesto e comoção social.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Eu sou o tempo. Tempo é vida</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Alexandre Louzada</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Jefinho Rodrigues, Diego Nicolau, Marquinho Índio, Jonas Marques, Richard Valença, Roni Pit Stop, Orlando Ambrosio, Cabeça do Ajax</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Wander Pires</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Elza Soares, que será enredo da verde e branco de Padre Miguel em 2020, com seu timbre característico, apesar dos seus 88 anos vividos e sofridos, abre a faixa da última escola que desfilará na Sapucaí em 2019, fechando o Grupo Especial. É um bonito samba o eleito pela Mocidade, composto por Jefinho Rodrigues e parceiros. Mas confesso que gosto muito mais dos dois últimos, em especial o do título dividido de forma polêmica com a Portela ano retrasado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A agremiação da Zona Oeste renasceu após tempos difíceis, flertando com o Grupo de Acesso, e parece disposta a repetir os bons carnavais dos últimos dois anos. Mas a Mocidade esbarra num problema: se a Mangueira for o rolo compressor que se aguarda, a tendência é que a expectativa pelo carnaval que será mais uma vez concebido por Alexandre Louzada, pode diminuir assim como a presença de público na Sapucaí.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só que a escola tem, além de um belo samba, um dos cinco melhores do ano - no meu gosto pessoal - quesitos capazes de fazê-la brigar lá na frente. Se a bateria "Não existe mais quente" for bem julgada e os responsáveis pelas notas estiverem de bom humor, só na parte relativa à música, a chance é grande de 80 pontos. Aí temos que ver como vem a parte estética e a Mocidade era uma das escolas mais atrasadas de barracão. Mas Louzada garante que tudo estará pronto a contento e acho que veremos um belo espetáculo de encerramento do desfile deste ano.</div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-11344698660526365692019-02-01T13:47:00.000-02:002019-02-01T14:00:07.054-02:00Carnaval 2019 - os sambas do Grupo de Acesso<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKF2nkZkn5xtxnqi2OraHK47mCzSTcl7AQj4823cbIwqVbOx7ffwLhfzPLrLZpp2Wmrq-FlzHH8uRh8sP9vwxbMyKmzmNIFDrLlC58kanvOqwA2TPmYZZD5c1ml85Tvwj735b5Bg/s1600/viradouro_carnaval2018-2031.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKF2nkZkn5xtxnqi2OraHK47mCzSTcl7AQj4823cbIwqVbOx7ffwLhfzPLrLZpp2Wmrq-FlzHH8uRh8sP9vwxbMyKmzmNIFDrLlC58kanvOqwA2TPmYZZD5c1ml85Tvwj735b5Bg/s400/viradouro_carnaval2018-2031.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ano passado, a campeã do Grupo de Acesso foi a Unidos do Viradouro. Quem será a vencedora em 2019? A parada é difícil, pois há bons sambas. Mas o momento de crise pelo qual passa o carnaval pode refletir nos desfiles</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muito tempo depois da última atualização, o Saco de Gatos ressurge com uma postagem sobre Carnaval.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pois é... muitos podem não gostar da folia momesca. Mas eu gosto. É uma das maiores manifestações de arte e cultura deste país. E muito embora venha sendo vilipendiada e maltratada, principalmente pela prefeitura neopentecostal do pífio Marcelo Crivella, a festa aqui no Rio de Janeiro ainda atrai turistas e visibilidade para a outrora Cidade Maravilhosa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E em tempos onde o Carnaval e o samba-enredo como gênero musical estão de mal com o Brasil e com o povo do Rio de Janeiro, cada vez mais sectário, medíocre, bitolado e atrasado, o gênero agoniza, mas não morre.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A safra de 2019 no Grupo de Acesso (Série A) que desfila em dois dias, no início de março, nos traz enredos alentados, obras muito boas e uma reedição patrocinada pela volta da Unidos da Ponte à Marquês de Sapucaí.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sem perda de tempo, seguem abaixo as 13 agremiações que vão lutar por uma vaga no Grupo Especial para o Carnaval de 2020, por ordem de apresentação na Marquês de Sapucaí - e não na ordem do CD mais uma vez produzido por Leonardo Bessa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>UNIDOS DA PONTE</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Oferendas</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalescos: Guilherme Diniz e Rodrigo Marques</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositor: Jorginho</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérpretes: Lico Monteiro e Tiganá</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Campeã do Grupo B em 2018 na Intendente Magalhães, a Unidos da Ponte aposta num dos grandes sambas de sua alentada safra dos anos 1980 para permanecer na Marquês de Sapucaí, onde chegou a figurar por muito tempo na Elite e no Grupo de Acesso. "Oferendas" foi a obra do desfile de 1984 onde, mesmo com a escola rebaixada ao então Grupo 1-B, o samba agradou por sua excepcional cadência na oportunidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Contudo, a gravação não está à altura do que se (ou)viu com Grilo na condução do samba de Jorginho. Por mais que Tiganá e Lico Monteiro se esforcem - com direito a um alusivo longuíssimo - a versão 2019 é menos inspirada do que a original, embora houvesse uma tentativa de deixar a obra o mais próxima possível em termos de cadência. Sobre o samba como um todo, não é necessária qualquer avaliação, já que é uma reedição. É nele em que a Ponte e a turma de São João de Meriti se agarra para permanecer mais um ano na Série A.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>ALEGRIA DA ZONA SUL</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Saravá, Umbanda!</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Marco Antônio Falleiros</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Márcio André, Neyzinho do Cavaco, Lopita 77, Ribeirinho, Elson Ramires, Beto Rocha, Telmo Augusto, Fábio Xavier, China, Girão e Samir Trindade</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Igor Vianna</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A agremiação que congrega as comunidades do Cantagalo e Pavão/Pavãozinho segue, apesar de algumas dificuldades, firme na Série A com boas posições nos últimos desfiles. A expectativa é que a Alegria da Zona Sul mantenha os mesmos objetivos, embora a obra para 2019 não tenha a mesma qualidade que o samba do último desfile, que rendeu à escola um bom 8º lugar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O samba de Márcio André, Samir Trindade e cia., com direito à participação de integrantes de parcerias vencedoras noutras agremiações em carnavais passados, é apenas regular - há quem diga que animado demais para falar de Umbanda. Sobre a interpretação, sem comentários adicionais: Igor Vianna está muito à vontade na gravação da faixa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>ACADÊMICOS DA ROCINHA</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Bananas Para o Preconceito</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Júnior Pernambucano</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Cláudio Russo, Diego Nicolau, Renato Galante, Kirrazinho, Ralf e Fadico</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Ciganerey</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um tema sempre necessário e atual no Carnaval, o preconceito é abordado com muita propriedade na proposta de enredo de Júnior Pernambucano para o carnaval da Acadêmicos da Rocinha. Muito oportuno também, por conta de tudo o que vivemos e viveremos no futuro. Melhor pular essa parte para não entrar numa seara, digamos, nebulosa...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar de bons momentos indiscutíveis, especialmente na primeira estrofe e no refrão principal, o samba de craques como Cláudio Russo e Diego Nicolau é bom - porém, um pouco distante de outros que considero superiores. Num primeiro momento, achava esse samba da Borboleta um dos melhores para o ano de 2019, mas a cada audição, mudei de opinião. Com o reforço de Ciganerey (um tanto quanto contido na gravação), dispensado pela Mangueira, no carro de som, veremos como a Rocinha se sairá neste carnaval.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>ACADÊMICOS DE SANTA CRUZ</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Ruth de Souza - Senhora Liberdade, Abre as Asas Sobre Nós</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Cahê Rodrigues</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Samir Trindade, Elson Ramirez e Júnior Fionda</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Roninho (Participação Especial: Xande de Pilares)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Santa Cruz não tinha enredo, não tinha samba, não tinha nada. Isso até o fim do primeiro semestre de 2018. Em agosto, veio o anúncio da chegada do carnavalesco Cahê Rodrigues, que sugeriu um enredo sobre a atriz Ruth de Souza, uma das primeiras negras a subir no palco do Teatro Municipal para a encenação de "Imperador Jones", de Eugene O'Neill, em 1945.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A carioca de 97 anos recebe da escola da Zona Oeste uma homenagem à altura de sua carreira. Aliás, para o meu conceito, o melhor samba do Grupo de Acesso - mesmo sendo encomendado à Samir Trindade, Elson Ramirez e Júnior Fionda, a toque de caixa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De rica trajetória no teatro, cinema e televisão, a Dama Negra é homenageada com um samba de formato tradicional e de letra excepcional, com momentos emocionantes e uma referência ao enredo "Heróis da Resistência", apresentado pela agremiação nos anos 1990. Roninho divide a ótima gravação com Xande de Pilares, que acabou convidado pelo presidente Zezo para dar mais um 'molho' a um samba que tem tudo para acontecer na Sapucaí.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O problema é justamente este: a enorme expectativa se transformar em decepção, diante do histórico de más colocações nos recentes desfiles da escola.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>UNIDOS DE PADRE MIGUEL</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Qualquer Semelhança Não Terá Sido Mera Coincidência</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: João Victor Araújo</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Jefinho Rodrigues, Igor Leal, Jonas Marques, Wagner Santos, Gulle, Eli Penteado, Roni Pit Stop e Ruth Labre</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Pixulé</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Qualquer Semelhança Terá Sido Mera Coincidência": quem nunca, ao final das novelas da Rede Globo, nunca leu algo semelhante nos créditos finais da maioria dos folhetins apresentados pela referida emissora carioca por muito tempo?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pois é... a Unidos de Padre Miguel, cansada de bater na trave nos últimos anos, aposta numa bem-sacada homenagem a Dias Gomes, para buscar o sonhado título rumo ao Grupo Especial em 2020. A agremiação da Vila Vintém tem um bom samba de Jefinho Rodrigues e parceiros para tentar superar as outras 12 escolas concorrentes - muito embora a melodia seja muito parecida com as obras dos últimos dois anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É preciso fazer justiça, principalmente, que a letra cita personagens e obras do dramaturgo baiano sem apelar a clichês e lugares-comuns, como o samba em que sua primeira mulher, Janete Clair, foi homenageada pelo Leão de Nova Iguaçu em 1992. E principalmente que a letra casou de forma perfeita com o momento atual vivido neste país. Basta prestar atenção na mensagem passada pelos compositores e pelo enredo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um samba forte, não tão à altura da obra-prima apresentada em 2017, mas que pode muito bem levar a UPM ao tão esperado "final feliz" do refrão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>INOCENTES DE BELFORD ROXO</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: O Frasco do Bandoleiro (baseado num causo com a boca na botija)</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Marcus Ferreira</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: André Diniz e Cláudio Russo</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Nino do Milênio</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este é uma incógnita entre os sambas da safra de 2019. Carrega a assinatura de André Diniz e Cláudio Russo, com a escola da Baixada Fluminense recorrendo a (mais uma) obra encomendada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas apesar da grife, não gosto. Princpalmente por conta do intérprete. Nino do Milênio é muito, muito chato. Perdoem-me quem gosta do referido cantor, mas eu não consigo gostar. No Tuiuti, ano passado, foi simplesmente engolido no desfile principal pelos demais integrantes do carro de som. Logo após o Desfile das Campeãs, foi preterido por Grazzi Brasil e Celsinho Moddy.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E em seu retorno à escola, não consegue dar um destaque maior a um samba confuso, de melodia estranha. Se a Inocentes chegar perto do 4º lugar alcançado em 2018, parabéns.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>ACADÊMICOS DO SOSSEGO</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Não Se Meta Com Minha Fé, Acredito em Quem Quiser</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Leandro Valente</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Felipe Filósofo, Orlando Ambrosio, Michel do Alto, Sergio Joca, Fabio Borges, Serginho Rocco, W. Motta, Ademir Ribeiro, Diego Tavares, Mário da Vila, Gilmar Silva e Lucas Donato</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérpretes: Guto e Juliana Pagung</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quantidade nem sempre significa qualidade e muito menos excelência em samba-enredo. Para a obra de 2019, a Acadêmicos do Sossego - que se salvou do rebaixamento por conta de outra virada de mesa - conta com nada menos que 12 compositores de uma das obras mais fracas do ano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acho válida a tentativa de fazer alguma coisa diferente em termos de estrutura de letra. Ano passado, o bom samba "Ritualis" não tinha verbo. O deste ano não tem rima. Mas até aí, morreu o neves: "Raízes", clássico da Vila Isabel de 1987, que tinha Martinho da Vila na parceria, também usou deste recurso e foi muito mais bem sucedido que a parceria encabeçada por Felipe Filósofo e por Lucas Donato, sobrinho do saudoso Roberto Ribeiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Até que o novato Guto, egresso do carnaval de Nova Friburgo e Juliana Pagung, guindada do carro de som da Mocidade Independente de Padre Miguel, não comprometem. Mas a obra da escola do Largo da Batalha, em Niterói, soa irregular e um tanto quanto estranha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por falar na Sossego, a escola já apresentou sua parcela de polêmica para o carnaval 2019. Ela apresentará uma alegoria de um demônio com traços que lembram muito o prefeito carioca Marcelo Crivella. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Qualquer semelhança...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>UNIDOS DE BANGU</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Do Ventre da Terra, Raízes Para o Mundo</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalescos: Alex de Oliveira e Edson Pereira</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Samir Trindade, André Kaballa, Márcio de Deus, Wellington Amaro, Paulinho Ferreira, Henrique Costa, Fabio Fonseca, Fabio Martins, Neizinho, Julio Assis, Marlon P. e Vinícius Sombra</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérpretes: Tem-Tem Jr. e Luis Oliveira</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Após se segurar na Sapucaí para o carnaval de 2019, a Unidos de Bangu abrirá o desfile do sábado com outro samba que também deixa um pouco a desejar na safra da Série A. O enredo já não ajuda muito, embora a escola da Zona Oeste até esteja bem servida de carnavalescos. Mas quando o tema é a... batata (!), fica difícil defender.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Daí a sinopse não ajuda muito e a obra, que conta com 12 compositores - igualzinho à Sossego - não diz nada com nada. Será uma tarefa árdua para os banguenses e principalmente para os novatos intérpretes Tem-Tem Jr. e Luis Oliveira, que até deram o seu melhor num samba muito bem gravado no CD. Mas no geral, é uma obra abaixo da maioria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>RENASCER DE JACAREPAGUÁ</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Dois de Fevereiro no Rio Vermelho</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalescos: Raphael Torres e Alexandre Rangel</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Moacyr Luz, Cláudio Russo e Diego Nicolau</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Diego Nicolau</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sexto ano de sambas encomendados à dupla Moacyr Luz/Cláudio Russo, desta vez com Diego Nicolau participando da composição - e o resultado não poderia ser outro: mais uma obra espetacular para a Renascer de Jacarepaguá desfilar na Marquês de Sapucaí.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredos sobre Bahia normalmente são repletos de clichês, mas - por mais que alguns deles estejam aqui presentes, o samba é muito bom. Tem ótimos refrães e um meio de primeira parte realmente muito bonito e inspirado, na referência à Gabriela. E Diego Nicolau dá um show na gravação, na melhor performance de qualquer intérprete neste disco.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Obra propícia para a excelente bateria da Renascer deitar e rolar na avenida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>ESTÁCIO DE SÁ</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: A Fé Que Emerge das Águas</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Tarcísio Zanon</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Alexandre Naval, Edson Marinho, Tinga, Jorge Xavier, Luiz Sapatinho, Cláudio, Álvaro Roberto, Alexandre Moraes, Hugo Bruno e Júlio Alves</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Serginho do Porto</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Samba de excelente sinopse de autoria de Daniel Targueta, a obra estaciana para 2019 pode ser uma das boas surpresas do desfile. Inspirado na festa do Cristo Negro do Panamá, o enredo do carnavalesco Tarcísio Zanon ganhou uma obra que a princípio parecia resvalar no meio-termo, mas que com as devidas mudanças cresceu e ficou muito interessante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar dos clichês religiosos, tem belíssimos momentos - sem contar a boa interpretação de Serginho do Porto. Resta ver se no retorno de Mestre Chuvisco à frente da bateria da agremiação vermelha e branca, se o samba terá a sustentação de ritmo e cadência necessários para ser bem defendido pelos componentes e entendido pelo público na avenida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>UNIDOS DO PORTO DA PEDRA</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Antônio Pitanga, Um Negro em Movimento</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Jaime Cezário</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Bira, Claudinho Guimarães, Duda SG, Márcio Rangel, Alexandre Vilela, Guilherme Andrade, Adelyr, Bruno Soares, Rafael Raçudo, Paulo Borges, Oscar Bessa e Eric Costa</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Luizinho Andanças</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Porto da Pedra foi protagonista de um dos maiores equívocos para o carnaval 2019. Tudo porque a agremiação de São Gonçalo abriu mão da obra apresentada pela parceria de Altay Veloso, Zé Glória e Paulo César Feital, que disparadamente era não só o melhor samba do Grupo de Acesso como também de todo o carnaval do Rio de Janeiro para este ano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E até parecia favas contadas no anúncio do enredo que o samba seria este, pois houve o rumor que não haveria disputa. O homenageado Antônio Pitanga deixou-se fotografar com Feital e Altay no lançamento do enredo, mas a diretoria da Porto da Pedra decidiu pelas eliminatórias. E na final, a surpresa: foi escolhida a obra de Bira, Claudinho Guimarães e parceiros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Num primeiro momento, até gostei do samba vencedor - muito bem defendido por Evandro Malandro na demo (aliás e a propósito), mas depois de muitas outras audições com o intérprete Luizinho Andanças, já não me agrada tanto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em termos de impacto e importância, o samba derrotado era disparado muito, mas muito melhor. Enfim... veremos na apuração o desfecho dessa escolha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>IMPÉRIO DA TIJUCA</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Império do Café, o Vale da Esperança!</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalesco: Jorge Caribé</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Diego Nicolau, Tinga, Pixulé, Jota e Braguinha Cromadinho</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Daniel Silva</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Samba com grife - tem Tinga, Pixulé e Diego Nicolau na parceria - acaba sendo outra das boas surpresas da safra de 2019.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para falar da saga do Vale do Café, formada por 15 municípios do Rio de Janeiro, apela para as referências um tanto quanto batidas do trabalho escravo dos negros africanos - o que não pode ser omitido - mas a composição guarda belos momentos e dois ótimos refrães.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desnecessária a "lacração" ao falar de agronegócio na última frase da segunda parte. Mas no geral, é uma obra muito agradável. E Daniel Silva é um dos cantores da nova geração que me agrada bastante com seu timbre grave bem característico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>ACADÊMICOS DO CUBANGO</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: Igbá Cubango - A Alma das Coisas e a Arte dos Milagres</div>
<div style="text-align: justify;">
Carnavalescos: Gabriel Haddad e Leonardo Bora</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Robson Ramos, Sardinha, Duda Tonon, Anderson Lemos, Altinho, Sérgio Careca, Carlão do Caranguejo e Samir Trindade</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Thiago Brito</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O fechamento do desfile de 2019 promete muita emoção. A Acadêmicos do Cubango nos oferta mais um belo enredo à altura das tradições da verde e branco de Niterói, com referências a sortilégios, milagres, amuletos e fé - de temática afro e com uma merecida homenagem ao lendário enredo "Afoxé", campeão do carnaval niteroiense há 40 anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gozado que no começo não gostei muito da gravação - não pela presença do intérprete Thiago Brito, muito pelo contrário - mas da produção em si. Não a achei à altura da obra num primeiro momento. E desgostei um pouco do samba quando vi que a segunda parte da letra (praticamente toda), bem como alguns outros trechos, fora clamorosamente mexida em relação à obra original de Sardinha e parceiros, gravada na demo por Tinga e Diego Nicolau.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas é aquela história: você escuta, uma, duas, cinco, dez vezes, e passa a gostar do samba. E ele realmente é bom, muito bom. Se pegar na avenida, pode ser um "sacode" para quem sabe conduzir Cubango ao desfile principal, que nunca a escola visitou - o oposto da Viradouro, que já foi inclusive campeã em 1997.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E um pequeno aparte: guardem os nomes dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. Os dois já fizeram ano passado um excepcional trabalho no enredo alusivo a Arthur Bispo do Rosário. Daqui a pouco, vai ter escola do Especial disputando os dois a tapa.</div>
<br />
<br />Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-14462192987207246842014-07-20T22:08:00.001-03:002014-07-20T22:08:47.211-03:00Lições desaprendidas, o retorno<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5gp0xUUFtWNJk7MgYimqQ3ADPL_63hfRnMSq5ATeSwXTIZjtXTMvbOs0zfhugpXcw6YDhX_N8Y9gXhAf4gSBTidZ__0y-hXk186oORFZdDl4zeO9zcMv90A7n4lI5TjyF39GSRA/s1600/h5ZCa_d7bc769daf3727ea549afe90069c3223.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5gp0xUUFtWNJk7MgYimqQ3ADPL_63hfRnMSq5ATeSwXTIZjtXTMvbOs0zfhugpXcw6YDhX_N8Y9gXhAf4gSBTidZ__0y-hXk186oORFZdDl4zeO9zcMv90A7n4lI5TjyF39GSRA/s1600/h5ZCa_d7bc769daf3727ea549afe90069c3223.jpg" height="250" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Inacreditável, mas ele vai voltar...</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nem Tite, muito menos um nome do exterior. A seleção brasileira terá novamente um velho conhecido do público em seu comando a partir da próxima terça-feira. Uma entrevista coletiva deve anunciar o nome de Dunga para regressar ao cargo que foi seu desde a saída de Carlos Alberto Parreira até a derrota diante da Holanda, na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em que pese o bom retrospecto de Dunga, não é o que a seleção precisava neste momento. Todos - torcedores e imprensa - clamando por uma renovação da estrutura do futebol brasileiro a partir das divisões de base e, após a saída de Luiz Felipe Scolari, os erros continuam e a irritação do público só aumenta. Ninguém engoliu o aumento de poder a Alexandre Gallo, muito menos a contratação de Gilmar Rinaldi como o coordenador de seleções da CBF. O mesmo Gilmar Rinaldi que, na coletiva realizada nesta última semana, fez questão de esclarecer que não é mais empresário de jogadores. E por que fez questão de afirmar isto com veemência? Quem não deve, não teme, não é mesmo?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gilmar foi companheiro de Dunga como jogador no Internacional e na seleção brasileira. E foi esse passado que provavelmente influenciou na decisão do retorno dessa polêmica personagem ao centro das atenções. Como muita gente sabe, Dunga incomodou muita gente - principalmente na Rede Globo - pelos privilégios que a emissora deixou de ter ao longo da Copa do Mundo de 2010. Não deixa de ser irônico que o grande inimigo daquela ocasião esteja de volta. E para quem diz que a CBF abre as pernas para a emissora carioca, a volta de Dunga soa como um soco, daqueles bem doloridos, bem no meio das partes baixas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só não sei se realmente é o que esperávamos. Aliás, acho que ninguém contava com essa. A vinda de Tite só aumentaria o "cordão" de gaúchos que tomaram conta do comando técnico da seleção desde 2001, com exceção da vinda de Carlos Alberto Parreira, um carioca. A volta de Dunga, mais do que dar continuidade à "República dos Pampas", é um retrocesso. O Brasil está ridicularizado após o 7 x 1 sofrido em seus próprios domínios diante da Alemanha e não é Dunga quem vai recuperar o moral da seleção.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cabe lembrar que em 2010, embora - repito - tenha tido um bom retrospecto até a derrota diante da Holanda, morreu abraçado a jogadores como Felipe Melo, em quem depositava todas as suas fichas e em suas convicções, abrindo mão de Neymar e PH Ganso, que poderiam ser boas opções no banco de reservas. Tal como Scolari, Dunga não tinha alternativas em seu time. Alguns dos jogadores que ele levou para aquele Mundial são dignos de risada. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, é isso. Parabéns (só que não) a José Maria Marín e Marco Polo Del Nero, os mandatários da CBF, pela teimosia e pela inoperância de não mexer na estrutura e não ousar trazer um técnico estrangeiro. Venceu o corporativismo. Venceu a ignorância. Venceu o comodismo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O preço poderá ser muito caro: poderemos ver o Brasil fora de uma Copa do Mundo brevemente. É só continuarem com os erros que isso vai acontecer.</div>
Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-50055152706155042302014-07-10T22:55:00.000-03:002014-07-11T10:11:51.785-03:00Lições (des)aprendidas<div style="text-align: justify;">
Em 29 de novembro de 2012, este blog <a href="http://www.sacovaziodegatos.blogspot.com.br/2012/11/um-passo-atras.html"><b>cantou a pedra</b></a>. Parecia que eu estava adivinhando o desfecho da campanha da seleção brasileira na Copa de 2014, sob o comando de Scolari e Parreira. O acachapante 7 x 1 que a Alemanha impôs em Belo Horizonte, no maior vexame da história de mais de 100 anos do Brasil no futebol, nos dá mais uma lição que insistimos em não aprender.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBsjczz_SI15YhVgjYPtHFiisO-ZgC5rkXWlaT4pPX7a9BclRcAgTz3GekLcMDQRcPN9FdHL2WAJy3AJtQc3g4Kk3JMGtweD5JcRyQyalNVt8X_cWbVwn7z3WQwjOGvrXmnIw0lQ/s1600/klose.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBsjczz_SI15YhVgjYPtHFiisO-ZgC5rkXWlaT4pPX7a9BclRcAgTz3GekLcMDQRcPN9FdHL2WAJy3AJtQc3g4Kk3JMGtweD5JcRyQyalNVt8X_cWbVwn7z3WQwjOGvrXmnIw0lQ/s1600/klose.jpg" height="251" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Klose, 16 gols em Copas. Ronaldo mereceu ter o recorde quebrado, por tudo o que fez e fala fora dos gramados</b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Os sintomas de que alguma coisa está muito errada - e faz tempo - estão aí para todo mundo ver. O Santos, não satisfeito em levar um 4 x 0 do Barcelona na final do Mundial de Clubes, levou oito num amistoso, ano passado. O Internacional perdeu para o canhestro Mazembe, da República Democrática do Congo. E o Atlético-MG foi impiedosamente derrotado pelo Raja Casablanca na semifinal do Mundial de Clubes. Sem contar que na atual edição da Copa Bridgestone Libertadores, não há nenhum clube do país entre os quatro finalistas. Enchiam a boca os entendidos para exaltar a presença de Cruzeiro, Flamengo e do próprio Atlético e todos ficaram pelo caminho, em meio a derrotas e campanhas pífias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vamos combinar também que o Campeonato Brasileiro não é dos mais atrativos também. Ingressos caros num país de salário mínimo de R$ 670 desmotivam o torcedor, que prefere ficar em casa - já que as partidas são transmitidas (quase todas) pela televisão, atendendo sempre aos critérios da Globo, que prefere dar ibope a Corinthians e Flamengo do que transmitir partidas de acordo com a importância das mesmas na classificação do campeonato. Como efeito, as médias de público decaem e dos principais centros do futebol mundial - é claro - o Brasil não figura com um clube sequer entre os principais campeões de renda no planeta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E aí entra em cena a Alemanha, de novo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuNSEpZDm6eNT13h-BL62Wa8K_Set1QknS3xLzCRomJ492ufDlLmW9EJMbfrkvlk6upUB4byBjcFfIvLB7hM1crK_K4g9RO61MYe0QdOFR-GzC_zyHgkGtU7X8Mztz-9uuE2Zknw/s1600/julio_cesar_muller_667.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuNSEpZDm6eNT13h-BL62Wa8K_Set1QknS3xLzCRomJ492ufDlLmW9EJMbfrkvlk6upUB4byBjcFfIvLB7hM1crK_K4g9RO61MYe0QdOFR-GzC_zyHgkGtU7X8Mztz-9uuE2Zknw/s1600/julio_cesar_muller_667.jpg" height="257" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>O 7 x 1, o "Mineirazo", é uma vergonha pra ninguém botar defeito. Deveria servir de lição, mas...</b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Alemanha que nos massacrou terça-feira, que nos impingiu um banho de bola como poucas vezes eu vi uma seleção fazer em cima do Brasil. Esqueçam o <i>Maracanazo </i>de 1950 no quesito vergonha. Esqueçam o 3 x 0 de Saint-Denis em 1998, dos gols do Zidane e da convulsão do Ronaldo. Vergonha? Vergonha foi isso que todo mundo viu em HD e rede mundial, para deixar qualquer um sem saber onde enfiar a cara. E podia ser de muito mais do que sete: ao fim do primeiro tempo, 5 x 0 a favor no placar, os próprios jogadores alemães - em RESPEITO aos torcedores e à história da seleção brasileira - tiraram o pé. Afinal, para que o esforço se o resultado já os punha na decisão? Schurrle fez mais dois, mas entende-se: entrou para mostrar serviço ao técnico Joachim Löw. Mas os alemães já tinham feito o estrago e nem o gol de Oscar atenuou o vexame.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os nossos adversários da semifinal, velhos conhecidos de Copas do Mundo, com 13 semifinais e agora oito decisões no currículo, também tiveram suas lições para aprender. E aprenderam. Foram espiaçados pela Croácia, uma nação estreante, com um sonoro 3 x 0 na Copa de 1998. Caíram fora da Euro 2000 logo na primeira fase. A Deutsche Füssball Bund acordou para a vida e percebeu que, se não houvesse uma reformulação, os alemães perderiam o prumo no futebol mundial.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em 2002, um time mesclando jogadores de técnica duvidosa - alguns até inexpressivos - a veteranos como Bierhoff, um solitário craque (Michael Ballack) e um desconhecido e predestinado atacante, chamado Miroslav Klose, conseguiu ir além do que se esperava e perdeu para o próprio Brasil na final em Yokohama. E o que se viu depois disso? Mais três semifinais consecutivas, com dois 3ºs lugares e um vice da Eurocopa de 2008. Afora a constância, uma geração formidável de jogadores surgiu na base e o resultado está aí.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os próprios clubes do país se fortaleceram, a Bundesliga hoje é uma das ligas mais valorizadas da Europa e do futebol mundial e temos visto, com frequência irritante, Bayern de Munique e Borussia Dortmund entre as melhores equipes do continente, com jogadores excelentes e futebol bem jogado, dinâmico, pra frente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Parece o Brasil, não é mesmo? Só que não.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em vez de melhorar, dar passos à frente, queremos retroceder. Fala-se de Tite para 2018. Pode ser um vencedor, no que não discordo, mas a mentalidade dele não difere muito dos que lá estiveram na seleção - Dunga, Mano, Felipão - todos, por sinal, gaúchos. Nada contra o povo do Rio Grande do Sul, mas chega! Está na hora de RENOVAÇÃO. De REFORMULAÇÃO. De RECRIAÇÃO.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Querem o quê? Que a seleção fique fora da Copa de 2018? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O problema está na mentalidade retrógrada dos abjetos donos do poder que se mantém na CBF. O filhote da ditadura e Muttley nas horas vagas José Maria Marin e seu futuro sucessor, Marco Polo del Nero, numa ciranda na qual quem roda, de verdade, é o futebol brasileiro. Roda, roda e não sai do lugar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Marin é refratário à ideia de um técnico estrangeiro, o que seria tremendamente saudável para a seleção brasileira. Que se dane a barreira do idioma. Por que não arejar as ideias com gente nova, capaz de trazer propostas ousadas e devolver ao futebol brasileiro o talento que tem faltado? As divisões de base, mais do que uma mina de ouro onde empresários inescrupulosos garimpam falsos craques a preço de banana, são de uma aridez desértica em termos de talento. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quem tivemos, de natureza excepcional, nos últimos 10 anos no futebol brasileiro? O Neymar. E paramos por aqui! Não existe renovação, não existe a busca do craque. Bom mesmo é formar jogadores altos, de defesa ou volantes, de preferência de muita correria e obediência tática. Craques? Esqueçam. Ninguém se preocupa com eles.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU0S3LfE1o94KeTKnkdJX4bLib4Zvm71nmpqkGBVHr6aOWk3ye0rK1SZ5sZDH-LsF2MLnjUS6abiS7-w9y1rQBT3APLtIV5YoEFQM92FplkClByF1MUxr3C6buylKoN6L4TReKHQ/s1600/Alemanha-7-x-1-Brasil-derrota-de-Goleada--1024x649.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU0S3LfE1o94KeTKnkdJX4bLib4Zvm71nmpqkGBVHr6aOWk3ye0rK1SZ5sZDH-LsF2MLnjUS6abiS7-w9y1rQBT3APLtIV5YoEFQM92FplkClByF1MUxr3C6buylKoN6L4TReKHQ/s1600/Alemanha-7-x-1-Brasil-derrota-de-Goleada--1024x649.jpeg" height="252" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>O único culpado? Menos... MUITO menos</b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
E aí, nós vamos discutir a seleção brasileira do Scolari, em que a culpa do fracasso desta Copa, ao invés de recair em quem convoca e quem escala, fica nas costas de um único jogador, que foi sacaneado sucessivamente por todo mundo. Claro que falo do Fred.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acusa-se o Fred de ser poste, cone, bosta, inútil, imóvel e o cacete a quatro. Mas esse mundo é engraçado: em 2013, TODO MUNDO gritava "O Fred vai te pegar" após cada gol marcado contra - vejam bem os adversários - Itália, Uruguai e Espanha. Alguma coisa aconteceu de errado em 365 dias, porque o meio-campo da seleção inexistiu em TODA a Copa (Oscar é um morto e Hulk é ridículo) e Neymar jogou mais recuado, para conduzir a bola vindo de trás e o camisa #10 apelava mais para o individualismo do que qualquer outra coisa. Aí, meus caros, centroavante morre de fome se a bola não chega a ponto de que se marque um gol. E Fred fez só um. E Fred foi considerado o culpado por tudo. Até pela fratura da 3ª vértebra da coluna do Neymar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ4iIkjRC51FfHCOGXprK6M_v9oZedsqli36OYphyphenhyphenp9P85SqA5usO720EhAN3MFDRJ8WOIEah-FvU-Fekc1MZ0FcJIK9bd52cVXJ-EOyhmwFdpxxR8cVW9uyrKwo6HDcPaYhc8jw/s1600/felipao_jogo4_reu_95.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ4iIkjRC51FfHCOGXprK6M_v9oZedsqli36OYphyphenhyphenp9P85SqA5usO720EhAN3MFDRJ8WOIEah-FvU-Fekc1MZ0FcJIK9bd52cVXJ-EOyhmwFdpxxR8cVW9uyrKwo6HDcPaYhc8jw/s1600/felipao_jogo4_reu_95.jpg" height="271" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Explicar o inexplicável? Tenta a sorte, Scolari...</b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Acho uma sacanagem imputar a culpa ao jogador, como se fosse o único. Perderam TODOS. Todos os 23 convocados, toda a comissão técnica - que depois nos ofertou um espetáculo de empáfia, soberba e arrogância numa entrevista coletiva das mais patéticas que já existiram - e a Confederação Brasileira de Futebol. O esporte é coletivo e não individual. Parem com essa perseguição idiota, que beira o clubismo. Fica claro que, para quase todo mundo, Fred é um pária porque veste a camisa do Fluminense, hoje odiado pela grande maioria dos torcedores dos clubes rivais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa é mais uma lição que infelizmente deixamos de aprender. A Copa não foi perdida só porque o Fred não fez os gols que deveria fazer. Foi perdida a partir do momento em que se entregou de volta o comando da seleção a Felipão e Parreira. Perdeu-se a grande chance de uma renovação e de uma reinvenção que poderia ter rendido frutos ou, talvez, uma derrota muito menos vexaminosa que o <i>Mineirazo </i>de 8 de julho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O 7 x 1 deveria sacudir as estruturas do futebol brasileiro. Da base da pirâmide até o topo. Mas o que eles querem?, pergunto novamente, como fiz em 2012: atingir o fundo do poço?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A soberba e a presunção nos fizeram cair fora em 1974 quando Zagallo fez troça da Holanda; perdemos em 1982 porque não soubemos segurar um resultado de empate; caímos fora em 1986 porque quem deveria cobrar o pênalti no tempo normal amarelou; perdemos em 1990 porque começamos a dar as costas para a essência do nosso futebol; fomos eliminados em 2006 porque o oba-oba deu a tônica desde a preparação em Weggis e o ego dominava aquela seleção e, finalmente, nos mandaram pra casa mais cedo em 2010 porque não tivemos equilíbrio e força para reagir após a virada dos holandeses.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não vou me estender mais no assunto. Afinal, quem sou eu para desagradar a Dona Lúcia, não é mesmo?</div>
<br />Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-40052692985297511972014-07-07T09:22:00.004-03:002014-07-07T09:26:18.460-03:00Bendito, Benedito, Bem dito Assis, o "Carrasco"<div style="text-align: justify;">
Bendito o dia em que Benedito pisou nas Laranjeiras em 1983.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKP2-q4hFrRdFUr_ikBlC_fgJitjmS3f6P3vKk9JuQB6hZFmwzfgRQdnZqDfygagFGB6RD1USTFK4arBE3HpEkDOW5tCHOG-CfqtvDhK1yhUYNfKM1GFcvOKh9-p8uzFZzw8iB7Q/s1600/assis-washington-manoelsoares-glo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKP2-q4hFrRdFUr_ikBlC_fgJitjmS3f6P3vKk9JuQB6hZFmwzfgRQdnZqDfygagFGB6RD1USTFK4arBE3HpEkDOW5tCHOG-CfqtvDhK1yhUYNfKM1GFcvOKh9-p8uzFZzw8iB7Q/s1600/assis-washington-manoelsoares-glo.jpg" height="242" width="400" /></a></div>
<div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Benditos aqueles que enxergaram, em dois negros espigados, magros, altos e que tinham química, uma simbiose como poucas vezes vimos no futebol brasileiro nos últimos anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Benditos os gols marcados por essa dupla, logo chamada de "Casal 20", alusão muito bem-humorada ao seriado global estrelado por Robert Wagner e Stephanie Powers - que em tempos modernos de <i>cyberbulling </i>seria vítima, sem dúvida alguma, de brincadeiras jocosas e infelizes.</div>
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyz8048Q20ueqhIGX31JsqHJ-jhqkt5V0rlQnrPrVukkvlGB4ILSDGr44e2VNHT4E9MQNAo9jAideuSh9uc0KLvA2__v2C23Y475rN3yiYx8_-Blk2jcMjwxKXBeVcz3jhizV2NA/s1600/gol_assis_flaflu_odia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyz8048Q20ueqhIGX31JsqHJ-jhqkt5V0rlQnrPrVukkvlGB4ILSDGr44e2VNHT4E9MQNAo9jAideuSh9uc0KLvA2__v2C23Y475rN3yiYx8_-Blk2jcMjwxKXBeVcz3jhizV2NA/s1600/gol_assis_flaflu_odia.jpg" height="251" width="400" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bendito Benedito, que aos 45 minutos do segundo tempo de um Fla-Flu em fins de 1983, recebeu lançamento primoroso de Deley, esticou a bola na frente e, com passadas largas e convicção tremenda, avançou rumo ao gol flamengo defendido por Raul Plassmann. O lado tricolor das arquibancadas, que já deixava o Mário Filho, explodiu com o gol fatal, histórico, irreversível, inenarrável.</div>
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYKwEnIXywPBSv_qZEoHmBo_gcsdQbNWnKt6DoWVsKIau5fUSFId8Ik1ttoVbzXmE05NBkPSg-DVJ5GhLIoAP_G-sG5_mmtsqoxZZlJhJy6GUDarf6AzDU4g8mK9Za2Y1cFlXXUA/s1600/assis-comemora-1983.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYKwEnIXywPBSv_qZEoHmBo_gcsdQbNWnKt6DoWVsKIau5fUSFId8Ik1ttoVbzXmE05NBkPSg-DVJ5GhLIoAP_G-sG5_mmtsqoxZZlJhJy6GUDarf6AzDU4g8mK9Za2Y1cFlXXUA/s1600/assis-comemora-1983.jpg" height="271" width="400" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bendita comemoração, mãos na cabeça como quem diz "eu não acredito!", que fica para sempre marcada dentro dos nossos corações tricolores. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bendito título, o primeiro.</div>
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTW1tsP2PkXCOywW1e65feJJhSy7ZU5EFp0pJa4G5D4p5S-HuUZ9fBZO7_2pbUKUBMrL86x9Y8j2HDre3hthX2V8zE-HaNSyS0MwO7nMgnH9NErsteQRjhdsVPTwgd7lpkroLKcw/s1600/assis1984.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTW1tsP2PkXCOywW1e65feJJhSy7ZU5EFp0pJa4G5D4p5S-HuUZ9fBZO7_2pbUKUBMrL86x9Y8j2HDre3hthX2V8zE-HaNSyS0MwO7nMgnH9NErsteQRjhdsVPTwgd7lpkroLKcw/s1600/assis1984.jpg" height="254" width="400" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bendito Benedito, que no ano seguinte, noutro Fla-Flu, subiu alto, impávido colosso, para finalizar de cabeça um cruzamento perfeito do nosso camisa #4 Aldo. Bendito Benedito que fez Ubaldo Matildo Fillol brincar de estátua. Bendita explosão nas arquibancadas. Bendita alegria. Bendito bicampeonato carioca.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bendito título, mais um, de um Flu campeão brasileiro de 1984 e tricampeão carioca em 1985.</div>
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW4-SZFrh83JGo-ok0veANazuGM1uItSl9-A5x_WluYVBUNlAFan-5tPu1g4wLrTDZ9vz99TveQaUnfYFLlpfa0Wg7c2nSw0AM92RKW5cx8hbL-AUFYDrfGvY4pAkpUl74rc9Orw/s1600/assis-washington-otaviomagalhaes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW4-SZFrh83JGo-ok0veANazuGM1uItSl9-A5x_WluYVBUNlAFan-5tPu1g4wLrTDZ9vz99TveQaUnfYFLlpfa0Wg7c2nSw0AM92RKW5cx8hbL-AUFYDrfGvY4pAkpUl74rc9Orw/s1600/assis-washington-otaviomagalhaes.jpg" height="242" width="400" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bendito sorriso que não se apagava do rosto de Benedito Assis Silva. Benditas comemorações dos amigos eternos, mãos espalmadas, pulos de alegria e abraços sinceros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bendito destino que levou Washington em 25 de maio, vítima de uma doença degenerativa - esclerose lateral amiotrófica (ELA). Destino que une, mais de três décadas depois, o camisa #9 daquele time histórico do Fluminense e o velho amigo Benedito, nocauteado aos 61 anos por uma insuficiência renal.</div>
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnWovIKcUdBtL8iG7h2jt5JohW1iTnqTcwWb5tvK378RjS7_goYIhz-CZ50fiFQHpsO1B5vyXP1zZWZcJR6-jv7FCS971r1SNHWUWF2d8piHZ_RcCg8rRqW6eonpjHk13wku9lOg/s1600/asssiwash-e1404659153767.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnWovIKcUdBtL8iG7h2jt5JohW1iTnqTcwWb5tvK378RjS7_goYIhz-CZ50fiFQHpsO1B5vyXP1zZWZcJR6-jv7FCS971r1SNHWUWF2d8piHZ_RcCg8rRqW6eonpjHk13wku9lOg/s1600/asssiwash-e1404659153767.jpeg" height="235" width="400" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As tabelinhas infernais e os gols do Casal 20 agora serão noutro plano. E celebradas pelas crônicas imortais de Nelson Rodrigues.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Benditos ídolos Washington e Assis. Ah, pobres de espírito aqueles que profanam pelas esquinas que o Fluminense não tem ídolos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aí está a prova: Assis, o Carrasco, vira mito. Fica para a eternidade. A nação tricolor chora a perda daquele que honrou a camisa #10 como ninguém.</div>
<div>
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio0S_eFgHKqFfYrv2If7YSMp8A2SbqN7dtFbxvk_7OLnd77ULBscfGGPzPzAjVoxndfwzTjO375AvMlJaDHoVpsi0Zhq9u1Hkb2BGxAKf8dF7uBjma6EuaWsPCVUU6hOguE3mljg/s1600/Maracana-Bruno-Haddad-Fluminense-FC_LANIMA20131031_0092_29.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio0S_eFgHKqFfYrv2If7YSMp8A2SbqN7dtFbxvk_7OLnd77ULBscfGGPzPzAjVoxndfwzTjO375AvMlJaDHoVpsi0Zhq9u1Hkb2BGxAKf8dF7uBjma6EuaWsPCVUU6hOguE3mljg/s1600/Maracana-Bruno-Haddad-Fluminense-FC_LANIMA20131031_0092_29.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vai com Deus, ídolo eterno!</td></tr>
</tbody></table>
<div>
Bendito, Benedito... bem dito Assis, o "Carrasco".</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Saudade!</div>
</div>
Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-35252138965715172862014-02-18T00:28:00.000-03:002014-02-21T16:42:21.369-03:00Carnaval 2014 - os sambas do Grupo Especial<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW_TNlgnfJHOu7o4WPdyv6Nwjo7wVb5s3m_tN28BWNs1yjuorKxoXHxwXIVvSm1UR0WuePv_wSmEHnKBIodrmWaguVJqEiGSb52Lw_4UNWM56-rl71jbULu3ksWYCgf0gONwqeHQ/s1600/exclusivo-blu-ray-carnaval-rj-portela-2013_MLB-F-4259696745_052013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW_TNlgnfJHOu7o4WPdyv6Nwjo7wVb5s3m_tN28BWNs1yjuorKxoXHxwXIVvSm1UR0WuePv_wSmEHnKBIodrmWaguVJqEiGSb52Lw_4UNWM56-rl71jbULu3ksWYCgf0gONwqeHQ/s1600/exclusivo-blu-ray-carnaval-rj-portela-2013_MLB-F-4259696745_052013.jpg" height="180" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>Maior campeã do carnaval do Rio de Janeiro com 21 títulos, a Portela busca sair de uma longa "fila" com o melhor dos 12 sambas do Grupo Especial no ano de 2014</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como eu prometera no post anterior, agora chegou a vez dos pitacos sobre os sambas do Grupo Especial. Repito que esta é uma análise despretensiosa, coisa de quem gosta de samba e acha que pode dar opinião sobre a safra de 2014. Longe de mim querer parecer gato-mestre da matéria, mas acompanho carnaval há uns bons 30 anos, então creio que possa discorrer sobre o tema sem nenhum problema.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para começar, vou meter o pé na porta: o que é a gravação dos sambas deste ano? Apresentar explanações dos carnavalescos sobre cada um dos doze enredos? O que o ouvinte quer é SAMBA, música pura e simplesmente. Dessa vez, o sr. Laíla, de quem já não tenho muita simpatia por meter o bedelho dele em tudo e ainda por cima se achar o <i>todo poderoso </i>da Beija-Flor, se superou no <i>nonsense</i>. Não tenho curtido também o formato de gravação ao vivo, adotado novamente desde 2011. Enfim, questão de gosto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nenhum dos 12 sambas das principais escolas do carnaval do Rio de Janeiro está alçado à categoria de obra-prima, mas é certo que alguns se sobressaem, enquanto outros elevam o nível da categoria dos <i>bois com abóbora</i>, algo que nunca é esperado de grandes escolas, mas por vezes isso acaba acontecendo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vamos então aos comentários, por ordem de apresentação na avenida, como feito na análise dos sambas da Série A.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Império da Tijuca</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Batuk"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Márcio André, Rono Maia, Karine Santos, Tatá, Vaguinho e Alexandre Alegria</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Pixulé</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Campeã da Série A em 2013, a agremiação do morro da Formiga volta ao Grupo Especial após 18 anos e com um grande samba. A parceria de Márcio André acertou na mosca e o que eles nos trazem é um refrão de cabeça poderoso - <i>Vai tremer... o chão vai tremer... é nó na madeira, segura que eu quero ver...</i> - e uma obra bastante adequada ao enredo proposto pelo carnavalesco Júnior Pernambucano, que faz sua estreia no grande desfile. Outro grande achado é a escola se intitular "o primeiro império do samba", o que não deixa de ser verdade, pois o Imperinho veio em 1940 e o Império Serrano surgiu em 1947. Se a escola fizer tudo direitinho e os jurados não canetarem esse samba-enredo, as chances de permanência no Grupo Especial são boas. Mais uma estreia merece destaque: a do intérprete Pixulé, que com "muita habilidade" conduz a gravação, onde foi mudado o tom na frase <i>"Lua... clareia na aldeia... celebração... é dom de comunicação". </i>Nada comprometedor, pelo contrário. <b><i>Nota 9,8</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Acadêmicos do Grande Rio</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Verdes olhos de Maysa sobre o mar, no caminho: Maricá"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Deré, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro, Hugo da Grande Rio e Toni Vietnã</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Emerson Dias</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo CEP, como já se sabe e alusivo aos 200 anos de Maricá, com uma resvalada na cantora Maysa, para dar um pouco mais de credibilidade à escolha, já que a intérprete dos olhos que na definição de Manuel Bandeira eram "dois oceanos não-pacíficos", morou na cidade até o fim de sua vida em 1977. Não tenho a menor simpatia pela agremiação de Duque de Caxias pelo viés midiático que lhe é dado. Tenho enorme restrição a enredos do gênero porque eles apelam para os inevitáveis clichês na construção de uma letra de samba-enredo. E para piorar, o andamento da bateria comandada por Mestre Ciça é excessivamente acelerado, beirando a marcha. Apesar dos pesares, o samba não é dos mais terríveis do ano, embora seu refrão principal seja bem fraquinho se comparado ao da Império da Tijuca - aliás, é covardia a comparação. Emerson Dias, que conduz a gravação sozinho, esteve bem e seguro. <b><i>Nota 9,1</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>São Clemente</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Favela"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Ricardo Góes, Serginho Machado, Grey, Anderson, FM e Flavinho Segal</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Igor Sorriso</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A agremiação de Botafogo aposta, como algumas outras coirmãs têm feito depois da aposta bem-sucedida da Portela, num samba com estrutura de três refrões. Eu estive numa das eliminatórias e para o meu gosto, havia obras melhores que a escolhida para representar a São Clemente em 2014. Mas a letra é bem construída e não compromete no resultado final. O intérprete Igor Sorriso foi apenas correto - nos dois últimos anos, especialmente em 2012, ele deu um show nas gravações. <b><i>Nota 9,2</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Estação Primeira de Mangueira</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "A festança brasileira cai no samba da Mangueira"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Lequinho, Júnior Fionda, Paulinho Carvalho e Igor Leal</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Luizito</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E não é que a Mangueira vem para o carnaval de 2014 despida da antipatia que vinha conquistando nos últimos carnavais? Nada de "a maior escola do samba do planeta" e nada de "É surdo um, mané!". A verde e rosa de Cartola e Carlos Cachaça retoma suas tradições e rebatiza a lendária bateria com o lema de sempre - "Tem que respeitar meu tamborim". Foram condições impostas pelo presidente Chiquinho da Mangueira e o intérprete Luizito, que vinha com o alusivo ao qual me referi primeiro, seguiu à risca as ordens do 'chefe'. E ele brinda o ouvinte com uma interpretação fabulosa de um dos melhores sambas do ano, cortesia da parceria de Lequinho, Júnior Fionda e Igor Leal, já campeã noutros anos. O refrão de cabeça é ligeiramente duvidoso com o "<i>Oba Oba... eu quero ver quem vai..."</i>, mas não compromete o restante da obra. <b><i>Nota 9,7</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Acadêmicos do Salgueiro</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Gaia, a vida em nossas mãos"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Xande de Pilares, Dudu Botelho, Miudinho, Betinho de Pilares, Rodrigo Raposo e Jassa</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérpretes: Quinho, Leonardo Bessa, Xande de Pilares e Serginho do Porto</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lá vem o Salgueiro com seus exageros de sempre. Quatro intérpretes e um samba que os bambas qualificam como um dos melhores do ano - mas será que só sou eu que não gosto dele? À primeira audição, não me pegou e mesmo tendo escutado bem mais do que uma vez, continua não me agradando. O clichê <i>"Caô, meu pai, Xangô"</i> eu já ouvi zilionésimas vezes noutras obras e noutros carnavais, alguns bem recentes. Que pena, Salgueiro... seu samba não tocou meu coração. <b><i>Nota 9,4</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Beija-Flor de Nilópolis</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "O astro iluminado da comunicação brasileira"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Sidney de Pilares, JR Beija-Flor, Júnior Trindade, Zé Carlos, Adílson Brandão e Diogo Rosa</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Neguinho da Beija-Flor</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um dos grandes desastres de 2014. O pior samba da Beija-Flor desde os seus dois infames enredos de exaltação ao governo militar nos anos 70. Também pudera: fruto de uma escolha absolutamente infeliz de enredo, ao homenagear o ex-vice-presidente de operações da Rede Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, como mote para falar da comunicação do Brasil, só podia sair um samba tenebroso como este apresentado pela agremiação de Nilópolis. Um autêntico <i>boi com abóbora </i>que nem Laíla conseguiu salvar. Começaram muito mal quando o samba foi apresentado. Havia um <i>"A campeã voltou"</i> que logo foi descartado pelo diretor de carnaval porque podia soar mal para a BF - como se a própria fama da agremiação já não contribuísse para isso. Ao mexer na letra, Laíla piorou ainda mais a obra, como se ainda fosse possível. O refrão do meio é horroroso. Alguém gostou desse negócio de <i>"Um lado a comunicar, o outro comunicou"</i>? E o tal do <i>"que babado é esse, de samba no pé"</i>? Meu Deus... nem nos meus piores pensamentos podia imaginar a Beija-Flor apelando para um samba tão ruim. Enfim, gosto não se discute. Lamenta-se. Os componentes vão cantar com a fúria costumeira e vão achar tudo lindo, tudo ótimo, como sempre acham. Tomara que os jurados não se deixem levar pelo peso do enredo e coloquem a Beija-Flor fora do desfile das campeãs, que é o que ela merece. <b><i>Nota 8,5</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Mocidade Independente de Padre Miguel</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Pernambucópolis"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Dudu Nobre, Jefinho Rodrigues, Marquinho Índio, Jorginho Medeiros, Gabriel Teixeira e Diego Nicolau</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Bruno Ribas (participação especial Dudu Nobre)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sambão! Se a Mocidade Independente de Padre Miguel precisava de algo para recuperar a auto-estima dos seus componentes, eis uma obra à altura das tradições da agremiação verde-e-branco. A homenagem a um dos grandes nomes da escola, o carnavalesco Fernando Pinto, autor de enredos lendários como "Ziriguidum 2001" e "Tupinicópolis", emociona. O samba é uma delícia de se ouvir, com belíssima melodia e ótima interpretação de Bruno Ribas - contratado em cima da hora para o lugar de Luizinho Andanças - e com uma forcinha de um dos compositores, Dudu Nobre. Faz tempo que a turma da Zona Oeste não vinha tão bem em termos de samba como agora em 2014. O problema é que a escola segue envolta com os velhos problemas de sempre: a indefinição política, resolvida há dias com a renúncia de Paulo Vianna na presidência, o atraso no barracão e demais imbróglios envolvendo até a troca da Rainha de Bateria. Que nada abale o desfile da Mocidade. <b><i>Nota 9,8</i></b><br />
<b><i><br /></i></b>
<b>União da Ilha do Governador</b><br />
Enredo: "É brinquedo, é brincadeira! A Ilha vai levantar poeira!"<br />
Compositores: Paulo George, Gabriel Fraga, Carlinhos Fuzil, Régis, Canindé e Flávio Pires<br />
Intérprete: Ito Melodia<br />
<br />
A segunda escola de quase todo mundo que gosta de carnaval no Rio de Janeiro vem com um bom samba para o desfile do Grupo Especial de 2014, para apagar a frustração dos insulanos com a obra apresentada ano passado na homenagem a Vinícius de Moraes. A tricolor da Ilha do Governador traz um enredo à altura da alegria que a agremiação tem como característica na maioria absoluta de seus desfiles. O único senão de um samba que tem uma boa melodia e boas sacadas como no refrão do meio é que falta o chamado "algo mais". Nada que comprometa o trabalho de Carlinhos Fuzil e parceiros. Ito Melodia, filho do saudoso Aroldo Melodia, conduz a gravação com segurança e animação. <b><i>Nota 9,5</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Unidos de Vila Isabel</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Retratos de um Brasil plural"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Evandro Bocão, Arlindo Cruz, André Diniz, Professor Wladimir e Artur das Ferragens</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Gilsinho</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Campeã incontestável de 2013 com um samba que estava furos acima do resto, desta vez a Vila Isabel não tem uma obra-prima à altura do ano passado para lutar pelo bicampeonato, embora mais uma vez estejam entre seus autores o mala e onipresente Arlindo Cruz e também André Diniz, no que já é lugar comum em matéria de disputa na terra de Noel Rosa. Melodicamente, é uma obra que lembra em alguns momentos o samba do ano passado, mas não passa disso. A letra é menos inspirada, embora seja um bom samba - mesmo apelando para referências batidas como o <i>canto do uirapuru </i>e a lenda do <i>negrinho do pastoreio</i>. A Vila ganhou com a vinda de Gilsinho, que deixou a Portela. O intérprete saiu-se muito bem na gravação. <b><i>Nota 9,5</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Imperatriz Leopoldinense</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Arthur X - o reino do Galinho de Ouro na corte da Imperatriz"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Elymar Santos, Me Leva, Guga, Gil Branco e Tião Pinheiro</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Wander Pires</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais uma tentativa de trazer o futebol ao carnaval: a Imperatriz Leopoldinense faz uma aposta duvidosa num enredo sobre Zico (que faz 60 anos exatamente no dia do desfile, 3 de março) para angariar a simpatia da torcida flamenga para a agremiação de Ramos, sempre espiaçada pelos bambas e tida como uma escola "fria" e "certinha". Coisa de quem, convenhamos, não entende do riscado porque já vimos a Imperatriz levantar a avenida, como aconteceu em 1980/81, em outros dois anos em que não foi campeã - 82/83 - e em 1989, no ano em que derrotou o luxo do lixo da Beija-Flor de Joãozinho Trinta. Mas isso não vem ao caso, agora. Voltemos à aposta duvidosa: afirmo isso me baseando no que aconteceu com a Estácio de Sá em 1995 (100 anos do Flamengo), com a Unidos da Tijuca em 1998 (100 anos do Vasco) e com a Acadêmicos da Rocinha (100 anos do Fluminense). Foram enredos que não deram em nada ou em rebaixamento - caso da agremiação do Borel. E que fique claro: desde o início, achei a proposta de enredo equivocada, sendo que eu sou torcedor doente da Imperatriz. E com imenso pesar, não vou torcer pela minha escola do coração pela primeira vez nos últimos 34 anos. O samba também não é grande coisa. Na gravação, ficou sem explosão nenhuma, embora o refrão de cabeça seja pura apelação para fazer a galera levantar na arquibancada. E para o meu gosto, havia coisa melhor na disputa: o samba defendido por Wantuir e Preto Jóia na gravação e assinado por Zé Catimba (há quem diga que era de André Diniz, que não pode pôr o nome na parceria, por já estar na Vila) era mais melódico do que a obra que vai para a avenida. Só posso dizer uma coisa: em 2015 volto a torcer, a menos que se escolha outro enredo ridículo. <b><i>Nota 9,2</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Portela</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Um Rio de mar a mar: do Valongo à glória de São Sebastião"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Toninho Nascimento, Luiz Carlos Máximo, Waguinho, Edson Alves e J. Amaral</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Wantuir</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais um grande samba da parceria de Luiz Carlos Máximo, o que tem sido normal nos últimos três anos. A Portela segue sua aposta em obras com três refrões, mantendo o padrão que encantou os bambas e também os jurados, que premiaram a agremiação de Oswaldo Cruz com cinco notas máximas em 2012 e 2013. Samba delicioso de ouvir, cheio de bossa, ginga e malandragem, digno de fazer o Rio circular de terno de linho e chapéu panamá, feito malandro da Lapa. A estreia de Wantuir é em grande estilo. Foi uma excelente aquisição para o microfone da azul e branco no lugar de Gilsinho, que foi para a Vila. É a melhor das 12 obras do Grupo Especial neste ano. <b><i>Nota 9,9</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Unidos da Tijuca</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Acelera, Tijuca!"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Gustavinho Oliveira, Fadico, Caio Alves e Rafael dos Santos</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Tinga</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A <i>viagem </i>do carnavalesco Paulo Barros sobre o tema Ayrton Senna, cuja morte completa 20 anos em 2014 nos traz o outro <i>boi com abóbora </i>do carnaval deste ano no Grupo Especial. E não é porque sou fã declarado do outro tricampeão de Fórmula 1, Nelson Piquet, que critico duramente a obra da agremiação do morro do Borel. É porque o samba é ruim. No primeiro refrão já pega pesado com dois dos grandes rivais de Ayrton - Alain Prost e Michael Schumacher. Tem quem ache que não, mas um refrão que diz <i>"Tentando trapacear, deu mole, rodou na pista... ficou para trás o Vigarista"</i>, sendo que Schumacher era jocosamente chamado de Dick Vigarista pela imprensa brasileira e o Prost rodou na volta de apresentação do GP de San Marino de 1991, fica bastante claro quem são os vilões da história, não é mesmo? E o final do segundo refrão, que tinha <i>"Ayrton Senna do Borel"</i> foi trocado para <i>"Ayrton Senna do Brasil"</i>, com certeza para fazer um ligeiro afago no ego de Galvão Bueno. E sobre o samba, a escolha foi infeliz: havia, sem nenhuma dúvida, pelo menos uma obra melhor do que esta, assinada pela parceria de Luiz Thiago e Diego do Carmo. <b><i>Nota 8,7</i></b></div>
Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-68737861186774521432014-02-17T18:11:00.000-03:002014-02-18T23:38:51.218-03:00Carnaval 2014 - os sambas do Grupo de Acesso<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidquUfmYvxhdfyp81TZdnaKeJLq0hpbwo524dxchnRRknzRgSagnZtTzgWr6TdFFIYBebaaUp8j6LNCCogd7ZOP35aZFk3VITGKEG5NPHbajX6ReWMJJ79kT331KzGrOPo-Zs3XA/s1600/2013020901855.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidquUfmYvxhdfyp81TZdnaKeJLq0hpbwo524dxchnRRknzRgSagnZtTzgWr6TdFFIYBebaaUp8j6LNCCogd7ZOP35aZFk3VITGKEG5NPHbajX6ReWMJJ79kT331KzGrOPo-Zs3XA/s1600/2013020901855.jpg" height="180" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>A Unidos do Viradouro é uma das dezessete escolas que lutarão pelo título da Série A no carnaval do Rio de Janeiro. Desfiles serão em 28 de fevereiro e 1º de março</i></b></div>
<br />
Este blog raramente é atualizado, mas como eu também gosto de carnaval - não só de música em geral e principalmente de esportes - vou dar os meus pitacos sobre a safra de sambas-enredo do Carnaval de 2014 do Rio de Janeiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vou começar pelo Grupo de Acesso, que tem - com exceção das reedições, que aqui não serão avaliadas - bons sambas. Não é uma safra tão boa quanto a de 2013, mas temos pelo menos quatro obras que podem impulsionar suas escolas a brigar pelo título e dentre as reedições, uma é - logicamente - aguardada com imensa expectativa. Refiro-me, claro, à volta do Em Cima da Hora à Sapucaí com "Os Sertões", sua obra-prima do Carnaval de 1976, num ano de muitas chuvas - algo que está previsto no roteiro para este ano, o que deve mexer muito com os brios da rapaziada de Cavalcante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sem grandes delongas, vamos às análises, por ordem de apresentação das 17 escolas da Série A:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Em Cima da Hora</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Os Sertões"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositor: Edeor de Paula</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérpretes: Antônio Carlos e Arthur Franco</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Campeã do Grupo B em 2013, a escola de Cavalcante marca sua presença de volta à Sapucaí revivendo o maior samba de sua história e um dos maiores do Carnaval do Rio de Janeiro. Não é uma tarefa das mais fáceis reeditar uma obra de 1976, quando os sambas eram mais dolentes e cadenciados. Mas a produção do CD, a cargo de Leonardo Bessa, trabalhou bem para que a melodia não se descaracterizasse e mesmo num andamento mais acelerado - um tom acima, os intérpretes Antônio Carlos (ex-Sereno de Campo Grande) e Arthur Franco, que vinha defendendo os sambas da Mocidade Vicentina na Intendente Magalhães, brilharam. Tomara que a previsão de chuva não se concretize e que possamos ver uma apresentação digna da agremiação suburbana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>União de Jacarepaguá</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Os Iorubás - A história do povo nagô"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Alexandre Valle, Dona Ivanísia, Neyzinho do Cavaco, Mário Araújo, James Bernardes e Girão</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Tiganá</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Após uma digna apresentação em 2013, a União de Jacarepaguá tem a difícil missão de continuar numa Série A que prevê o rebaixamento de três agremiações. Jorge Caribé idealizou mais um enredo <i>afro</i> entre enésimos já apresentados na Marquês de Sapucaí e o samba foi o primeiro inédito da safra para este ano. Não chega a ser dos melhores do gênero, mas está longe de comprometer. Tiganá defendeu muito bem a composição de Alexandre Valle e parceiros na gravação. <b><i>Nota 9,5</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Acadêmicos da Rocinha</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Do paraíso sonhado, um sonho realizado..."</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Alexandre Naval, Anderson Benson, Flavinho Segal, F. Maria, J. do Táxi, Leandro RC, Marcelinho e Maurício Amorim</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Leléu</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não satisfeita com o samba <i>trash </i>de 2013 e que, surpreendentemente, rendeu a ponto da escola realizar um excelente desfile ano passado, a Acadêmicos da Rocinha aposta na mesma parceria para a obra de 2014. O enredo é apelativo: uma ode à Barra da Tijuca, bairro detestado por sete entre dez cariocas. E a letra do samba, com todo respeito aos compositores, está longe de colocar qualquer agremiação no rol das favoritas. Rimar <i>lelé da cuca</i> com Barra da Tijuca, convenhamos, não é algo agradável aos ouvidos exigentes de quem foi amamentado com sambas-enredo dos anos 70 e 80. A escola vai ter que cortar um dobrado para agradar a plateia. Na gravação da faixa no CD, Leléu defendeu o samba com garra. E só. <b><i>Nota 8,9</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Renascer de Jacarepaguá</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Olhar caricato. Simplesmente, Lan!"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Moacyr Luz e Cláudio Russo</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérpretes: Diego Nicolau e Evandro Malandro</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lanfranco Aldo Ricardo Vaselli Cortellini Rossi Rossini. Simplesmente, Lan. O caricaturista fã do Flamengo, da Portela e de belas mulheres, preferencialmente mulatas, que terá completado 89 anos de intensa vida antes do desfile oficial, é o homenageado da Renascer de Jacarepaguá para este carnaval da Série A. E temos um belo samba inédito aqui, cortesia da parceria entre Moacyr Luz e Cláudio Russo, duas <i>griffes</i> do gênero. Variações melódicas interessantes e sacadas inteligentes como usar a frase "O Rio de Janeiro é todo Lan!" por duas vezes num dos três refrões da letra compõem uma obra simpática, muito bem defendida por Diego Nicolau e Evandro Malandro, substitutos do antigo intérprete Rogerinho. <b><i>Nota 9,7</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Unidos do Porto da Pedra</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Majestades do Samba: os defensores do meu pavilhão!"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Bira, Márcio Rangel, Wilson Bizzar, Eric Costa, Alexandre Villela e Duda SG</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Anderson Paz</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Porto da Pedra tem como grande mérito livrar-nos do tenebroso samba de Paulinho Direito, uma das piores coisas já concebidas para qualquer disputa de quadra em qualquer tempo. Tudo bem que a "obra" entrou para o terreno do <i>trash </i>e para o folclore do carnaval carioca, mas querer que fosse para a avenida é inconcebível. O samba escolhido para o desfile de 2014 tem bela melodia e apenas isso. Nenhuma menção explícita aos homenageados do enredo idealizado pelo carnavalesco Leandro Valente, para exaltar a figura de mestre-sala e porta-bandeira. Anderson Paz, de volta às gravações, defendeu bem a obra de Bira, Márcio Rangel e parceiros. <b><i>Nota 9,3</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Paraíso do Tuiuti</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Kizomba, a Festa da Raça"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Daniel Silva</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa é uma das duas reedições sob o grande signo da incógnita nesta Série A. Principalmente porque esta é uma obra da Vila Isabel reeditada pelo Paraíso do Tuiuti, simpática mas pequena agremiação de São Cristóvão que escapou por pouco de ser rebaixada para o Grupo B ano passado. O enredo idealizado por Martinho da Vila e que foi apresentado no ano do centenário da Abolição da Escravatura (e que ganhou brilhantemente o carnaval de 1988) será responsabilidade do carnavalesco Severo Luzardo, que ano passado fez um carnaval bastante pretensioso no Acadêmicos do Cubango, que não deu em nada. A atuação de Daniel Silva na gravação da faixa é correta. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Inocentes de Belford Roxo</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "O triunfo da América - O canto lírico de Joaquina Lapinha"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Altamiro, Tico do Gato, Vinícius Ferreira, Claudinho, Chiquinho do Bar, Manelão, Abílio Mestre Sala, Paulo e Juruna Zona</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Ciganerey</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Laíla mal chegou à agremiação da Baixada Fluminense e já fez das suas: juntou dois sambas para fazer um, em homenagem à mineira Maria Joaquina Lapinha, soprano de grande carreira no século XIX. Até que a obra de Altamiro e parceiros começa bem e sua melodia é bem dolente até o refrão do meio. Mas é um samba sem explosão e com tendência a se arrastar até o refrão final, que também não é lá grande coisa. Boa participação de Ciganerey na gravação. <b><i>Nota 9,3</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Império Serrano</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Angra com os Reis"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Paulinho Valença, Henrique Hoffmann, Popeye, Victor Alves, Filipe Araújo, Tião Pinheiro, J. Centeno e Beto do Império</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Clóvis Pê</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais um enredo CEP trazido pelo Menino de Quarenta e Sete para a avenida. O Império Serrano, em mais um ano no Acesso, aposta em Angra dos Reis para voltar ao Grupo Especial. Não será uma tarefa fácil e o maior império de bambas do carnaval carioca terá que se desdobrar para atingir um objetivo que é cada vez mais complicado. Apesar disto, o samba de Paulinho Valença e parceiros é dos mais agradáveis, de letra menos rebuscada que o habitual e com bela melodia, com boas sacadas para falar do "negro guerreiro de Bracuí". Ótima interpretação de Clóvis Pê e destacada participação do combo percussivo com os agogôs que são marca registrada da agremiação de Magno. <b><i>Nota 9,6</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Tradição</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Sonhar com Rei da Leão"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositor: Neguinho da Beija-Flor (Neguinho da Vala)</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Marquinhos Silva (participação especial de Neguinho da Beija-Flor)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lá vem a Tradição, com mais uma reedição. Com o perdão da rima, ninguém aguenta mais a escola de Campinho apelando para não cair para a Intendente Magalhães, rua onde fica sua quadra-sede. É a sexta reedição de enredos por parte da agremiação - quatro de coirmãs. A <i>vítima </i>da vez é a Beija-Flor com seu enredo de 1976 que deu para a escola de Nilópolis seu primeiro título entre as grandes escolas. Afora o fato de ser uma alusão ao jogo do bicho, atividade eminentemente ilegal, o samba está longe de ser dos melhores já produzidos por qualquer compositor da Beija-Flor. Creio que um dos motivos da reedição seja a alusão a Natal da Portela, pai do presidente da Tradição, Nésio Nascimento, na segunda estrofe após o refrão do meio, porque pelos motivos já descritos, nada justificaria a volta deste samba ao carnaval após 38 anos. O fraco Marquinhos Silva, que assassinou o sambaço da Portela reeditado ano passado no desfile da Tradição, foi ajudado pelo próprio Neguinho da Beija-Flor, compositor e intérprete do samba na avenida, que até 1976 era conhecido pela alcunha de <i>Neguinho da Vala</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Alegria da Zona Sul</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Sacopenapã"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Márcio André Filho, Gabriel Braga, Virgínia, Adelson, Edvander e Telmo Augusto</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Edmilton di Bem</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A origem de Copacabana é cantada pela Alegria da Zona Sul, agremiação dos morros do Cantagalo, Pavão e Pavãozinho. É uma bela proposta de enredo, com um bom samba, de melodia valente, letra bastante interessante e dois refrões bem gostosos de se cantar. O ótimo Edmílton di Bem, que já teve passagens por Tradição, Estácio de Sá e Unidos de Lucas, que já se saíra muito bem no ano passado durante o desfile que homenageou o Cordão do Bola Preta, tem excelente desempenho na gravação. Pena que o samba tem apenas uma passada e meia no CD. <b><i>Nota 9,5</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>União do Parque Curicica</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Na garrafa, no barril, salve a cachaça, patrimônio cultural do Brasil"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Washington, Júnior Bebezão, Thiago Silveira, Fael Cachinho, Vagner Silva, Bola, Pitimbu, Dudu, Zé Luís e Cláudio Russo</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Ronaldo Yllê</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não será uma missão fácil para a União do Parque Curicica a permanência na Série A depois da reedição do sambaço da Portela de 1994, com um enredo 'inédito' sobre a cachaça - que, convenhamos, não é novidade nenhuma em se tratando de carnaval. Apesar do tema já recorrente, a escola optou pela junção de dois sambas para apresentar sua obra definitiva na avenida. No disco, Ronaldo Yllê tem bom desempenho. Se enredo e samba vão funcionar no desfile oficial, já é outra história. <b><i>Nota 9,2</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Caprichosos de Pilares</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Dos malandros e das madames: Lapa, a estrela da noite carioca"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Jorginho Moreira, Frank, Rafael Gigante, Victor Rangel, Max Colonna e Edinho de Pilares</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Thiago Brito</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lapa, outro enredo recorrente em carnavais do Rio de Janeiro, é o tema da Caprichosos de Pilares, que traz um samba apenas correto e sem explosão. O refrão principal foi modificado - para pior, o que deixou a obra ainda mais pasteurizada do que já estava. Destaque para o retorno de Thiago Brito ao carro de som da agremiação suburbana, após dois anos na Inocentes de Belford Roxo. <b><i>Nota 9,3</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Unidos do Viradouro</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Sou a terra de Ismael. Guanabaran vou cruzar, pra você tiro o chapéu, Rio vou te abraçar"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Dudu Nobre, Diego Tavares, Zé Glória, Paulo Oliveira, Dílson Marimba e Júnior Fraga</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Zé Paulo Sierra</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vice-campeã da Série A em 2013, a Unidos do Viradouro continua sua saga para voltar ao Grupo Especial, do qual foi campeã em 1997. E desta vez, o samba que ganhou a disputa não tem o mesmo brilho da obra do ano passado, embora seja funcional, adequado ao enredo, com melodia valente e um refrão delicioso de cantar. Vamos ver como a obra de Dudu Nobre e parceiros se sairá na avenida, no primeiro carnaval concebido por João Victor Araújo para a agremiação do Barreto. Zé Paulo Sierra, após um bom tempo na Estação Primeira de Mangueira, faz sua estreia na Viradouro no CD da Série A, com boa atuação. <b><i>Nota 9,5</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Estácio de Sá</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Um Rio à beira-mar: ventos do passado em direção ao futuro!"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: China do Estácio, Thiago Daniel, Jorge Lopa, Guto Smuk, Filipe Medrado, Renato Pinto, Eduardo Moreira e Ricardo Basile</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérpretes: Leandro Santos e Dominguinhos do Estácio</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O berço do samba vem com um enredo que, certamente, vai fazer a alegria do prefeito Eduardo Paes (Calma, isto não é um elogio ao político, pelo contrário). Assim como a obra alusiva ao Teleporto - e que rendeu um bom samba - este enredo fala do "bota-abaixo" de Pereira Passos e também remete às obras do Porto Maravilha e a revitalização consequente daquela área, oferecimento do atual alcaide - a Estácio de Sá vem com um dos melhores sambas da Série A em 2014. A gravação é uma das melhores do disco, com a volta de Dominguinhos do Estácio à escola que o revelou para o carnaval. Ele e Leandro Santos conduzem muito bem a obra de China do Estácio e parceiros. <b><i>Nota 9,8</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Acadêmicos de Santa Cruz</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Do toque do criador à cidade saudável do Brasil - Jundiaí, uma referência nacional"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Preguinho, Léo do Tamborim, Douglas Ramos, Robinho do Cavaco e Rodolfo Frez</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Paulinho Mocidade</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com todo o respeito aos jundiaienses e habitantes daquela região do interior de São Paulo, mas Jundiaí não dá samba. Por mais que a Acadêmicos de Santa Cruz nos queira mostrar que isso é possível, o único mérito da obra da escola da Zona Oeste é trazer sangue novo para as composições da agremiação, já que venceu a parceria de Preguinho, Léo do Tamborim e parceiros. No mais, não é um grande samba, posto que é um enredo CEP (como já fora o alusivo ao Ceará em 2013, mas com um samba bem melhor). Aliás, a Santa Cruz já apresentou coisas bem melhores no Acesso. Paulinho Mocidade, que será a voz da escola mais uma vez na avenida, conduziu o samba muito bem no disco. <b><i>Nota 9,1</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Unidos de Padre Miguel</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Decifra-me ou te devoro: enigmas da vida!"</div>
<div style="text-align: justify;">
Compositores: Arlindo Neto, Pedrinho da Flor, Jefinho Rodrigues, Jorginho Medeiros, Lauro Silva e Fernando Piá</div>
<div style="text-align: justify;">
Intérprete: Marquinhos Art Samba</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Após trazer um samba de temática <i>afro </i>de viés bastante duvidoso em 2013 e fazer um desfile bem razoável, a Unidos de Padre Miguel quer surpreender neste ano, com uma obra assinada pelo bamba Pedrinho da Flor, de grandes composições para o Império da Tijuca nos anos 80 e que também tem entre os parceiros Arlindo Neto, filho do onipresente Arlindo Cruz. É um bom samba, de melodia dolente e dois bons refrões. O enredo da vermelho e branco remete à ideia de carnaval de Paulo Barros para a Unidos da Tijuca em 2010. Vamos ver como será o trabalho plástico do bom carnavalesco Edson Pereira. O samba foi muito bem defendido por Marquinhos Art Samba em sua gravação. <b><i>Nota 9,5</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Acadêmicos do Cubango</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Enredo: "Continente Negro - uma epopeia africana"<br />
Compositores: Sardinha, Gustavo Soares, Diego Moura, Deigre Silva, Júnior Fionda, Lequinho e Igor Leal<br />
Intérprete: Marcelo Rodrigues<br />
<br />
Um dos melhores sambas do carnaval do Rio de Janeiro. Não há outra obra tão boa na Série A quanto a que a Cubango apresentará na avenida e a agremiação niteroiense é especialista em temas <i>afro</i>, tendo reeditado "Afoxé", lendário enredo de 1979, em 2008, afora outras ótimas obras que foram para a Sapucaí em 2004 e 2005. Candidato a todos os prêmios de melhor samba-enredo do ano no Acesso e deve conquistá-los sem nenhuma contestação. A rapaziada da melhor qualidade capitaneada por Sardinha e Diego Moura, com o auxílio luxuoso de Júnior Fionda, Lequinho e Igor Leal, campeões na Mangueira, está de parabéns. A letra diz que "a demanda da Cubango é vencer". Será que chegou a hora? <b><i>Nota 10</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-44617683873447860972012-11-29T21:30:00.004-02:002012-11-29T21:44:04.561-02:00Um passo atrás<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW5FVZ9wCZoOKl8QotklXYn64Z5V-qgBEBPwbkA8AJXaczLhKVsB-NX0HNlADv4RRPsA4ORr1N8Nw0yTdx7UsovhV3nD_Oo6oNMHOrkJJGmI9PKDwFeAeRiS33eIzBAitqz3FQug/s1600/marcopolodelnero_felipaoscolari_parreira_josemariamarin_rubenslopes_andur.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="201" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW5FVZ9wCZoOKl8QotklXYn64Z5V-qgBEBPwbkA8AJXaczLhKVsB-NX0HNlADv4RRPsA4ORr1N8Nw0yTdx7UsovhV3nD_Oo6oNMHOrkJJGmI9PKDwFeAeRiS33eIzBAitqz3FQug/s320/marcopolodelnero_felipaoscolari_parreira_josemariamarin_rubenslopes_andur.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><i>Todo mundo feliz e sorridente na foto, agora. Quero ver se caso a seleção fracassar em 2014, quem vai dar risada...</i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Confederação Brasileira de Futebol pisou feio na bola e resolveu dar um passo atrás para, quem sabe, conseguir dar dois à frente. A saída de Mano Menezes do comando da seleção não era esperada para agora, mas a julgar pelo desempenho pífio na Copa América do ano passado e por mais um vice-campeonato olímpico, ficou claro que ele não duraria muito no cargo. E Mano, é bom lembrar, fora uma escolha do antigo presidente Ricardo Teixeira, não do atual, José Maria Marín, que assumiu o cargo em meio a denúncias de corrupção sobre o mandatário anterior - mas que, cabe a ressalva, não é dos mais queridos no meio. Muitos o têm como uma figura abjeta, governador biônico do estado de São Paulo, malufista, filhote da ditadura, enfim... coisas da política nacional.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Saiu da seleção um técnico de currículo mediano, carisma beirando a zero e que por muitas vezes convocou jogadores insípidos e outros, visivelmente, visando negociações com o mercado internacional da bola. Não é de se espantar que Hulk, atleta do Porto antes dos jogos olímpicos de Londres, tenha sido negociado por uma fortuna absurda para o Zenit St. Petersburg, da Rússia. Como explicar tal fenômeno? Com a palavra, as ligações estranhas entre o técnico e seu empresário, Carlos Leite, que também era responsável por dezenas de jogadores convocados por... Mano Menezes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De certa forma, a demissão de Mano põe fim a um fenômeno que incomodava boa parte da imprensa: o corinthianismo que começava a imperar dentro da seleção, pois além do técnico, que trabalhou no alvinegro de Parque São Jorge, havia ainda Andrés Sanches por lá. Deram-lhe um cargo de diretor de seleções, quando Teixeira ainda mandava alguma coisa. Chegou Marín e as coisas mudaram. O vice de Marin é o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo del Nero, com passado ligado à Sociedade Esportiva Palmeiras. Como dois bicudos não se beijam e, após a saída de Mano, Andrés insistiu que Tite, treinador do seu Corinthians, seria a escolha perfeita para substituir Mano. Erro fatal: ontem, o dirigente e Marín chegaram a um acordo e Andrés pediu demissão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A CBF não conseguiu enganar ninguém quando disse primeiro que anunciaria o novo treinador "em janeiro de 2013", mudando depois para "quinta-feira", vulgo "hoje". O acordo com Luiz Felipe Scolari já estava sacramentado, pronto, engavetado e esperando o momento exato para que, livre de Mano, Marín pudesse acertar com o treinador que ele e Marco Polo queriam para a seleção. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<i>Consumatum est</i>, a reboque do acerto, veio Carlos Alberto Parreira, para exercer a função de coordenador. Com oito Copas do Mundo na bagagem - o que, convenhamos, não é pouco, Parreira é um homem viajado, educado, teórico e político. E principalmente, muito mais conhecedor de futebol do que o bronco Andrés Sanches, que exercia, na opinião de muitos, um cargo além do poder que um homem como ele poderia ter dentro dos bastidores do futebol brasileiro. O binômio Felipão-Parreira, mais do que uma combinação "vitoriosa", porque foram os treinadores das duas últimas conquistas do Brasil em Copas, em 94 e 2002, é uma forma de Marín e a CBF lavarem as mãos em público. Disse o presidente da entidade, que aliás cometeu a gafe de chamar Parreira de <i>Antônio Carlos Parreira</i> (<i>à la</i> Roberto Horcades, que chamou Fred de <i>Fábio</i> na apresentação do centroavante no Fluminense em 2009), que "está feita a vontade popular". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não, presidente, <b>não está</b> feita a vontade popular. Pior: a CBF joga nas costas de Felipão e Parreira a completa responsabilidade da conquista do hexa. Sabem aquela fala do Capitão Fábio em <i><b>Tropa de Elite</b></i>? "Essa pica não é mais minha. Agora tá na mão do aspira." Pois é... a "pica" agora está nas mãos dos dois que chegam para apagar o incêndio que tomou conta da seleção brasileira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No fundo, a escolha até pode ter algum fundamento. Felipão é um treinador que se dá bem em competições de tiro curto. Com um Palmeiras de elenco tenebroso, levou no primeiro semestre a Copa do Brasil e levou o alviverde, recém-rebaixado à Série B, de volta para a Libertadores da América. Mas não são poucos os que creditam esse rebaixamento ao trabalho que Scolari (não) fez no segundo semestre. Claro que há uma corrente favorável a pôr toda a culpa na diretoria encabeçada pelo presidente Arnaldo Tirone, que - vamos e venhamos - é um péssimo dirigente. Mas Felipão também deixou o barco correr frouxo, o clima ficou ruim, insustentável e aí é fácil largar o mesmo barco à deriva quando se sabia que a corrente já tinha levado a embarcação palmeirense rumo à Segundona.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E tem mais: o Felipão de 2013/14 não é mais o mesmo de 2002 - com relação a conquistas, porque a metralhadora giratória continua a mesma, repleta de frases de efeito e outras infelizes, como a que ele soltou sobre os funcionários públicos. Quantos títulos após o penta ele conquistou mesmo? E Parreira? Que conquistas relevantes teve como treinador nos últimos tempos? Sem querer tirar os méritos dos dois quando a seleção ganhou Copas do Mundo sob o comando de ambos, insisto: a escolha é um passo atrás da CBF.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O futebol brasileiro, 14º colocado no ranking de seleções da FIFA, nunca atingiu um nível de descrédito tão grande, nem mesmo quando a antiga CBD trocou Aimoré Moreira por João Saldanha - e olha que João Saldanha era jornalista e só tinha sido treinador, de forma 'experimental' no Botafogo, de 1955 a 1959. Uma seleção que prefere enfrentar Gabão, China e outros menos votados a fazer confrontos, como nos velhos e bons tempos, contra potências feito a Argentina de Lionel Messi, a Alemanha de Özil e Götze, a Holanda de Robben e Sneijder e, principalmente, a Espanha cuja filosofia de jogo lembra o Barcelona do mesmo Messi citado linhas acima, só pode estar onde está no futebol internacional.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há não muito tempo atrás, quem jogava pra frente, de forma envolvente, alegre, objetiva e que encantava a torcida, éramos nós, os brasileiros. E hoje, o que jogamos? O que os nossos treinadores mostram de envolvente, objetivo e alegre em seus times? O Fluminense, embora campeão brasileiro com méritos e uma campanha de números incontestáveis, fez várias partidas onde irritou sua torcida. Venceu várias delas jogando mal, mas é do esporte. E olha que eu sou torcedor do Fluminense, nunca é demais lembrar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Futebol, hoje, é resultado, bola na rede e três pontos. Que se exploda o placar. Mas poderia haver, como houve noutros tempos, o diferencial, a jogada que vale a pena ser vista e revista, o toque refinado do craque. E o treinador que, na minha concepção, seria perfeito para reimplantar a vocação de futebol bem jogado que sempre tivemos, não era um brasileiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para o meu gosto, Pep Guardiola é que deveria ser chamado para dar uma injeção de moral e ânimo para a seleção brasileira. Hoje, na coletiva de apresentação de Felipão e Parreira, José Maria Marín desdenhou e disse que Guardiola "nunca foi treinador de seleção". Não deixa de estar certo o presidente da CBF. Mas, puxemos pela memória: Dunga fora treinador de seleção, quiçá de clube, antes de assumir após a saída de Parreira e o fracasso na Copa de 2006? E Mano? Tinha credenciais e peso para treinar uma seleção brasileira? Nem Felipão tinha treinado seleção alguma antes de pegar o rabo de foguete em 2001 e conseguir o penta. Só depois disso é que foi treinar Portugal numa Eurocopa e numa Copa do Mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A CBF esqueceu que o futebol brasileiro só experimentou renovações e reinvenções na parte tática com a presença de estrangeiros. Com o WM de Herbert Chapman, introduzido aqui - se não me falhe a memória - pelo húngaro Dori Kruschner, saímos da idade da pedra para um 3º lugar na Copa da França em 1938. Depois disso, tivemos que pagar tributo ao uruguaio Ondino Vieira, a outro húngaro, Bela Guttman e também ao paraguaio Fleitas "Feiticeiro" Solich.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não é a toa que a mentalidade de "seleção brasileira dirigida por brasileiros" só foi quebrada uma única vez, com Filpo Nuñez no comando de um Palmeiras travestido de seleção brasileira, que derrotou por 3 x 0 o Uruguai num amistoso em 1965, em Belo Horizonte. Enquanto continuarmos assim, a nossa decadência técnica, tática e competitiva vai ficando cada vez mais latente e o Brasil cada vez mais atrasado e defasado em relação aos seus adversários.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Será que a surra que o Santos levou do Barcelona há quase um ano já não tinha servido de lição? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pelo visto, o pessoal quer levar mais porrada para ver onde é que fica o fundo do poço. Se bobear, o futebol brasileiro está bem pertinho dele. É só fracassar mais uma vez - e em casa - para ver o que vão falar da CBF de José Maria Marín e asseclas pós-2014.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É isso.</div>
Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-80503543197936441342012-11-17T09:45:00.002-02:002014-02-18T23:43:02.244-03:00O início. O fim. O meio.<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><i>“Não importa o quão duro você é. A vida te bate e vai querer te deixar na lona. Mas não se trata de quão forte você pode bater; se trata do quanto você aguenta apanhar e continuar seguindo em pé. É assim que a vitória é conquistada”.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><i>(do filme Rocky Balboa)</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; font-style: italic; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Pode soar piegas, mas é assim que devo encarar as coisas. Desde ontem, 16 de novembro, como muita gente já sabe, eu não trabalho mais no SporTV e por consequência, nas Organizações Globo.</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Foram nove de 13 anos dedicados ao trabalho intenso dentro do automobilismo, com o extinto Grid Motor, no Linha de Chegada e nas inúmeras corridas que comentei e até narrei, que perdi a conta. Fiz de tudo por lá. De Fórmula 1 ao kart.</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Como disse no facebook, não guardo mágoa e nem tristeza. Até porque eu mantenho comigo o que me fez ser respeitado, gostado e admirado por algumas pessoas. O conhecimento, a competência e o amor pelo automobilismo e pelo esporte em geral continuam aqui. São meus bens mais preciosos, depois de tantos anos. Existe uma minoria que pode ter uma falsa impressão a meu respeito. Pois que tenham. Um cara que nunca se importou com ostentações, que nem carro possui, não pode ser taxado de "arrogante", como sei que já fui chamado por aí.</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Enfim, é vida que segue. É hora de começar um novo caminho. Uma porta se fechou? Não tem problema: outras se abrirão, no devido tempo, no momento certo.</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">E enquanto o novo blog A Mil Por Hora (afinal, os textos são meus e o nome é ideia minha) não migra para uma plataforma "independente", volto para onde tudo começou.</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">É... o Saco de Gatos não morreu. Ele sempre deu um tempo. Sempre esteve aqui quando precisei. Igual à quem deu força nesse momento complicado. Aliás, é nessas horas em que a gente vê quem é amigo. E quem, em contrapartida, não é.</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Bom sábado para todos.</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">PS.: Ah! Meu e-mail passa a ser este: rodrigomattar36@terra.com.br</b></div>
<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-3533174730173960512012-10-21T22:23:00.000-02:002012-10-22T15:26:21.537-02:00+1 DOSE, BARÃO!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifJgXodjkuo4zOYTOQbN0YnbXDUoJaAYfJQBUeH3zqH9xQP-9iLXeXTyMQ8Oiegs2d6VZva9Zl_F5OLod0dlHh8K0zrxrqzUvuhMR4toi0fh9TfHwl7pt16NmSg3nTdjbbe8pLAw/s1600/051.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifJgXodjkuo4zOYTOQbN0YnbXDUoJaAYfJQBUeH3zqH9xQP-9iLXeXTyMQ8Oiegs2d6VZva9Zl_F5OLod0dlHh8K0zrxrqzUvuhMR4toi0fh9TfHwl7pt16NmSg3nTdjbbe8pLAw/s320/051.JPG" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>Com o cartaz do show ao fundo</i></b></div>
<br />
Vinte de outubro. Uma noite para a história. Minha e de muita gente sedenta de rock and roll, que foi na Fundição Progresso, na Lapa, reduto da boemia carioca, para ver, celebrar e cantar junto com uma das bandas fundamentais do rock brasileiro: o <b>Barão Vermelho</b>.<br />
<br />
Surgido há 30 anos do rompante juvenil de Maurício Barros e Guto Goffi, os dois reais fundadores do grupo, o Barão foi o motor dos petardos poéticos de Cazuza, indicado por Leo Jaime para ser o vocalista, lá por 1982. Os ensaios eram no Rio Comprido, na casa de Maurício e os primeiros shows, caóticos. Mas os Barões tinham energia e pegada nas músicas. E foi essa energia, essa pegada, que cativaram Ezequiel Neves, que conseguiu para eles a abertura de um show de Sandra Sá no Morro da Urca.<br />
<br />
Vieram os primeiros discos, os primeiros sucessos, o Rock in Rio I, a debandada de Cazuza, Frejat assumindo os vocais, os problemas com Dé Palmeira, a entrada de Fernando Magalhães e Peninha, a vinda de Dadi, a saída de Maurício e também de Dadi e depois Rodrigo Santos assumindo o baixo... um turbilhão de acontecimentos e o Barão sobrevivendo aos temporais.<br />
<br />
Eles experimentaram o apogeu, a queda e o ressurgimento. Pararam quando acharam que tinham que parar. E deixaram nos fãs aquela vontade de vê-los juntos de novo. E aconteceu.<br />
<br />
Eu fui na Fundição na qualidade de convidado, "na faixa". Por conta de uma daquelas surpresas do destino, um dos leitores do meu blog A Mil Por Hora, do SporTV, é Duda Ordunha, que trabalha com a banda e já foi produtor do Noites Cariocas. E citado no livro "Vale Tudo" - a ótima biografia de Tim Maia, escrita por Nelson Motta. Um belo dia, chegou um pacote aqui em casa: um livro e um DVD duplo do Barão. Presente do Duda, que num e-mail, certa ocasião, falou: "O Barão deve se reunir para um show que celebrará os 30 anos do grupo. Quer ir?"<br />
<br />
Enjeitar um convite destes? Nem de brincadeira...<br />
<br />
E na base do RSVP o convite veio.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZLzWDrpOkiY0uFkNJkmbYuB0eJVdf0i4e04azFqpj4vTrIPyj9W2MzAbg8yH_amSbnzbnqhKW7zHWwA8acGwsghE67IEn4wit4S-Z5zpZFd7y0uG2Veh7uSSDe7LlK8_H4uSGUg/s1600/015.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZLzWDrpOkiY0uFkNJkmbYuB0eJVdf0i4e04azFqpj4vTrIPyj9W2MzAbg8yH_amSbnzbnqhKW7zHWwA8acGwsghE67IEn4wit4S-Z5zpZFd7y0uG2Veh7uSSDe7LlK8_H4uSGUg/s320/015.JPG" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>Os arcos da Lapa iluminados na noite escura</i></b></div>
<br />
Saí do plantão no sábado e fui para a Lapa. Não é fácil sair da Barra da Tijuca às 22h e se mandar pro Centro do Rio. Mas lá fui eu, sedento de rock and roll e de uma boa cerveja gelada. Fui indicado para a entrada dos convidados e, com o nome na lista, uma menina indagou. "Convidado do Duda, né?". E no saguão dos elevadores, ganhei não só uma pulseira, mas duas, de livre circulação no 5º andar dos camarotes.<br />
<br />
Chegando lá dentro, encontro a lenda, o mito Fausto Fawcett - assim como eu, tricolor de quatro costados. Sem ter o que fazer, fiquei zanzando pelo espaço, bebendo uma cervejinha esperta, até que o Duda apareceu. "Bem-vindo. Está sendo bem tratado? Fique à vontade!" Não podia estar mais à vontade. Melhor que isso, só se eu pudesse descer e ver os Barões de perto ao fim do show, que prometia muito.<br />
<br />
O espaço para o público na pista e numa espécie de arquibancada foi enchendo aos poucos e a abertura coube aos Autoramas, banda do Gabriel Thomaz, ex-Little Quail and The Mad Birds e do Bacalhau, antigo batera do Planet Hemp. Show enxuto, honesto, legal de acompanhar. Muito barulho para um grupo com três integrantes - a baixista é uma mulher, Flavia Couri.<br />
<br />
E nisso começou o horário de verão. Pra lá de 1h da manhã, com a excitação da plateia a mil após um breve intróito de Perfeito Fortuna, que acolheu na lona do Circo Voador (em tempos de Arpoador, diga-se) o Barão nos seus primórdios, o grupo estava pronto. Os primeiros riffs de guitarra detonados por Frejat e Fernando Magalhães foram a senha para a explosão - no bom sentido - do público. "Por que a gente é assim?", da famosa frase 'Mais uma dose!', abriu os trabalhos, seguida por "Ponto Fraco" e "Pense e dance". Rock do bom, rock na veia da rapaziada e da mulherada. E sem tirar de dentro!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidRnJ-YVlKR1o1ZMvz3EZW57YjVnsAtseNO98Dp5UbrLqnxyGO2fV02ipj-Q2395s-3YCnQDYdI1IZclIY0EF04-7n_GSg7TopYNO5XPi7FAoOJnyxOOEAC7_4-kL-S3BVtLC3xQ/s1600/038.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidRnJ-YVlKR1o1ZMvz3EZW57YjVnsAtseNO98Dp5UbrLqnxyGO2fV02ipj-Q2395s-3YCnQDYdI1IZclIY0EF04-7n_GSg7TopYNO5XPi7FAoOJnyxOOEAC7_4-kL-S3BVtLC3xQ/s320/038.JPG" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>Essa era minha visão do alto, do 5º andar</i></b></div>
<br />
Um <i>mix </i>de rocks dos primeiros tempos do Barão, como "Menina Mimada", "Billy Negão" e músicas mais recentes - "Cuidado", "Carne de Pescoço" e "Meus bons amigos" - foram capazes de manter o nível do show até chegar a parte onde os violões e a emoção tomarem conta da plateia, que cantou junto com Frejat em "Por você" e se emocionou na hora em que Cazuza foi homenageado, na execução da 'inédita' "Sorte e Azar", de "O Poeta está vivo" e da maravilhosa "Todo amor que houver nesta vida".<br />
<br />
Caju não foi o único lembrado da noite. Renato Russo também, com a versão do Barão para "Quando o sol bater na janela do seu quarto". E não podia faltar o pai do rock brasileiro, Raul Seixas, com sua "Tente outra vez" cantada em uníssono.<br />
<br />
E com a plateia ganha, foi barbada para Frejat e cia. levarem a Fundição abaixo com "Bete Balanço", "Vem quente que eu estou fervendo", "Malandragem dá um tempo", "Maior abandonado", "Down em mim", "Pro dia nascer feliz", "O Tempo não para" e o apoteótico final com "Satisfaction", emulando o encerramento do CD ao vivo gravado no Dama Xoc nos anos noventa.<br />
<br />
Entrementes, no momento onde saí para tirar uma água do joelho, encontro de novo o Duda. Morrendo de curiosidade, pergunto se após o término do show vou poder entrar no <i>backstage</i> e ele logo responde que a pulseira vermelha que eu tinha - além de uma outra laranja - dava livre acesso aos bastidores após o show. Quase caí pra trás quando soube que ia ver as feras do Barão de pertinho!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKCZW8FiRmOff4huRQScampXfWDnTIKXQVf3Rn-IUoVnAFhwnR-y10kmOx8s_uUcXmhvnMH_oDU4Ze-vrW1JPw3TvMOECy1caoslpM9TSHOuWq6hLNE1Fsl-MjS8-cAtBicFt_ww/s1600/055.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKCZW8FiRmOff4huRQScampXfWDnTIKXQVf3Rn-IUoVnAFhwnR-y10kmOx8s_uUcXmhvnMH_oDU4Ze-vrW1JPw3TvMOECy1caoslpM9TSHOuWq6hLNE1Fsl-MjS8-cAtBicFt_ww/s320/055.JPG" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>Celebrando com Fernandão Magalhães. ROCK AND ROLL!</i></b></div>
<br />
E lá fui eu... que como muitos, acabei barrado por um segurança e depois com a entrada liberada pela intervenção salvadora do Duda. Não demorou muito e os Barões apareceram, um por um. Com exceção do Maurício Barros, com quem não consegui falar, agradeci pelo show, pela volta do grupo e tirei fotos com todos: Guto, Peninha, Fernando, meu xará Rodrigo e Frejat. De bônus, uma foto com Fausto Fawcett. E ainda tive o prazer de reencontrar outro xará meu: Rodrigo Pinto, ex-aluno da ECO/UERJ e biógrafo do Barão Vermelho.<br />
<br />
Saí inebriado, em êxtase, depois dessa celebração ao Barão e ao bom rock and roll lá por cinco horas da manhã, meio perdido no tempo e no espaço. A muito custo consegui um táxi e voltei para a Tijuca feliz por fazer parte de um momento tão especial na trajetória de um grupo que fez parte de 30 anos da minha vida.<br />
<br />
+1 DOSE, BARÃO!Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-45251507006057337702012-04-26T17:41:00.002-03:002012-05-28T20:14:01.009-03:00Fosfosol - o dia em que o Fluminense ganhou dos "campeões do mundo"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimV7qBxAc2tKX8ahifiZxkNj-cub9ggnPoVPBaTaccSkozKyMEn1z7hXv_vcnSWO3faoHQwsnjxehl56VLVrubQVXRdT2xtMlqt7hjgWKje9CgbvXpThg7PDiN82gVoE7rDN51jQ/s1600/Flu-x-Bayern.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimV7qBxAc2tKX8ahifiZxkNj-cub9ggnPoVPBaTaccSkozKyMEn1z7hXv_vcnSWO3faoHQwsnjxehl56VLVrubQVXRdT2xtMlqt7hjgWKje9CgbvXpThg7PDiN82gVoE7rDN51jQ/s320/Flu-x-Bayern.jpg" width="239" /></a></div>
Sempre existirá um engraçadinho que vai tentar, com uma chacota aqui e alhures, diminuir a história do "Retumbante de Glórias". O Fluminense incomoda. Sempre incomodou. E agora que sabemos que Bayern de Munique e Chelsea farão a final da UEFA Champions League na Allianz Arena, no sábado dia 19 de maio, me veio à mente que somente um clube dos 16 que avançaram para as fases de "mata-mata" da Libertadores da América jogou contra o vitorioso clube alemão.<br />
<br />
O ano de 1975 marcou um divisor de águas na história do Fluminense. O juiz de direito Francisco Cavalcanti Horta, um vibrante e apaixonado sócio do clube, se tornara presidente e, numa cartada audaciosa, tirou Rivellino do Corinthians por Cr$ 3 milhões, uma soma astronômica, a maior transação do futebol brasileiro naquela época.<br />
<br />
"Rivellino é só o primeiro. Virão muitos craques mais para o tricolor", prometia Horta. E vieram: Zé Mário, que comprou seu próprio passe vinculado ao Flamengo com dinheiro dado pelo próprio Horta; o polêmico e talentoso ponteiro-esquerdo Mário Sérgio, o "Calibre 38" (porque andava armado); o veloz e impetuoso "Búfalo" Gil - todos vieram se integrar a um elenco que tinha os campeões de 73 Félix, Toninho Baiano, Cléber, Assis, Marco Antônio, Silveira e Manfrini, além de um projeto de craque, Carlos Alberto "Pintinho", um cabeça-de-área tremendamente promissor.<br />
<br />
Quando o Flu foi disputar pela primeira vez o Torneio Internacional de Paris, a convite de Daniel Hechter, então presidente do Paris Saint-Germain, Horta convenceu o presidente do Olympique Marseille a vender Paulo César Lima, o <i>Pôl Cezár</i> dos franceses, o <i>Caju</i> das louras gostosas, o craque tido como arrogante, narcisista, mas muito bom de bola. Estava formada a Máquina.<br />
<br />
E para mostrar que essa Máquina estava azeitada e tinha poder de fogo, Horta marcou um amistoso contra ninguém menos que o FC Bayern München, o Bayern de Munique, o maior clube alemão e da Europa na época, como provado no bicampeonato europeu em 1974/1975, conquistado em vitórias sobre o Atlético de Madrid por 4-0 na final em 74 e os 2-0 sobre o Leeds United em 75.<br />
<br />
Além disto, o Bayern respondia por meio time da seleção alemã que, comandada por Helmut Schön, derrotou o mítico Carrossel Holandês de Rinus Michels, Cruyff, Neeskens, Rep e Rensenbrink por 2-1 na final da Copa de 74. Basta dizer que o <i>Kaiser </i>Franz Beckenbauer era titular deste Bayern, assim como o goleiro Sepp Maier, o letal atacante Gerd Müller, além do zagueiro Schwarzenbeck e do atacante Kapellmann, convocados por Schön para o Mundial de seleções.<br />
<br />
O público anunciado pelos alto-falantes do Maracanã, palco do jogo disputado em 10 de junho de 1975, foi de mais de 60 mil pagantes. Mas muita gente entrou sem ingresso e não é exagero dizer que quase 100 mil torcedores assistiram ao confronto da Máquina contra o maior time europeu daqueles tempos.<br />
<br />
O Fluminense alinhou com Félix, Toninho Baiano, Silveira, Assis e Marco Antônio; Zé Mário e Kléber; Cafuringa, Rivellino, Paulo César Caju e Mário Sérgio. Agora, notem bem o timaço do Bayern: Sepp Maier, Durnberger, Schwarzenbeck, Franz Beckenbauer e Weiss; Roth,Törstensson e Karl-Heinz Rummenigge; Zöbel, Gerd Müller e Kapellmann.<br />
<br />
Muito bem: dada a saída, o tricolor logo apresentou seu cartão de visitas. Com menos de 10 minutos de jogo, Rivellino deu um daqueles 'elásticos' que deixaram a zaga bávara sem ação. Logo depois, o "Curió das Laranjeiras" deixou Kléber na cara do gol e era só o garoto faturar para cima de Sepp Maier. Mas, num dos perversos acasos do destino, Gerd Müller, que ajudava na defesa, tentou cortar e fez contra. Logo ele, artilheiro de dois Mundiais somando 14 gols. E logo um gol contra? Fluminense 1-0 Bayern.<br />
<br />
A partida prosseguiu e o Fluminense agressivo, insinuante. O Bayern, apenas se defendendo, acuado. Sepp Maier pegou até pensamento no Maracanã, numa grande atuação de <i>O Gato</i>, como o lendário goleiro era conhecido. E Cafuringa, o folclórico ponteiro-direito tricolor, fez uma partida memorável, entortando impiedosamente o lateral-esquerdo Weiss. Por seu turno, Mário Sérgio fez gato e sapato de Durnberger na extrema-esquerda, numa atuação que provocou derramados elogios do presidente Horta, jogado ao chuveiro de terno e tudo no vestiário, quando fora cumprimentar o irreverente atacante tricolor.<br />
<br />
O placar de 1-0 não traduz a enorme superioridade que o elenco brasileiro impõs sobre o poderoso Bayern. Era apenas um amistoso? Não importa. O Fluminense não ganhou um Brasileiro com a Máquina, que nunca disputou uma Libertadores?<br />
<br />
E daí?<br />
<br />
Vencemos o melhor time da Europa, que aliás e a propósito, se consagraria tricampeão continental derrotando o Saint-Etienne em 12 de maio de 1976 e que derrotaria o Cruzeiro na disputa do Mundial de Clubes, no fim daquele mesmo ano.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/DRqt7lQx1qQ?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<br />
<br />Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-71086223861801712942011-12-16T11:40:00.011-02:002012-02-07T17:32:55.337-02:00Fosfosol - "Recordar é viver... Assis acabou com vocês"<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicX8w-ViZ-UwoEnqnVDZUfb8SLuCyGXAHDjbdMBG48CizYcDpgx_VzZZbW5fQi6bugJmi6pIKK7TkrkQ-GuJFB3XH3VHkLaErjPGqkThhtZxnRI5tuQjRkIjX_h3UHUTd5ultJKw/s1600/flu1984.gif"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 243px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5686728222258350434" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicX8w-ViZ-UwoEnqnVDZUfb8SLuCyGXAHDjbdMBG48CizYcDpgx_VzZZbW5fQi6bugJmi6pIKK7TkrkQ-GuJFB3XH3VHkLaErjPGqkThhtZxnRI5tuQjRkIjX_h3UHUTd5ultJKw/s400/flu1984.gif" /></a>Dezesseis de dezembro de 1984. Maracanã, o templo sagrado do futebol brasileiro, palco de mais uma decisão do Campeonato Carioca. Flamengo x Fluminense, o clássico eterno, de maior festa, de maior colorido, prometendo mais um jogão de bola para os torcedores.<br /><br />Fla-Flu que naquele ano foi um confronto envolto em algumas polêmicas, como na Taça Guanabara, onde alguns jogadores do Flu foram presentear o General Figueiredo, então o último presidente do período nefasto da ditadura militar - e também tricolor, com uma camisa do clube. Mal assessorados, estes jogadores (entre eles Delei e Paulo Victor) se deixaram ser fotografados na companhia de Paulo Salim Maluf, o candidato do PDS na eleição indireta que aconteceria em janeiro de 1985.<br /><br />A imprensa repercutiu - mal - o episódio nas hostes tricolores e fez a festa. A chamada "Malufada" não pegou bem mesmo e claro que a torcida do rival do Fluminense caiu na pele dos tricolores. "Maluf é corrupção, Tancredo é solução", bradava uma faixa na arquibancada do Maracanã no dia do confronto decisivo entre a dupla Fla-Flu. O Fluminense sentiu o golpe da "Malufada": perdeu por 1 x 0, gol de Adílio. Sobrou para Luiz Henrique Menezes, que era o treinador e foi demitido.<br /><br />No returno, o Fluminense continuou em campanha regular e o Flamengo, relaxado por ter ganho o primeiro turno do Estadual, cometeu deslizes que hoje seriam imperdoáveis. Na penúltima rodada, o rubro-negro empatou com o Campo Grande em 1 x 1, antes do Fla-Flu da rodada final, que aconteceu num sábado à noite. E para desespero dos flamengos, o tricolor venceu: 2 x 1, com gols de Washington e Assis. E com isso, credenciou-se para jogar o triangular decisivo do campeonato, posto que, com 33 pontos, fez melhor campanha no cômputo geral em relação a Flamengo e Vasco, que ganhou a Taça Rio.<br /><br />Com Carlos Alberto Torres, o "Capita" de 70, no banco orientando aquela constelação de craques, o Fluminense teve lá seus problemas ao longo da competição. Ricardo Gomes, excelente zagueiro de apenas 19 anos, foi alijado por uma contusão séria no joelho e entrou o raçudo e por vezes tosco Vica, que viera da Ferroviária de Araraquara. Branco, também às voltas com problemas físicos, vez por outra dava lugar ao eficiente Renato Martins. E Delei, sem contrato durante grande parte do campeonato, era substituído ora por Leomir, ora por Renê. Sem que a meia-cancha que tinha ainda Jandir, Assis e o craque Romerito, perdesse sua eficiência.<br /><br />O Flu atropelou o então freguês Vasco na primeira partida do tricolor no triangular por 2 x 0 e esperou o desfecho do jogo entre cruzmaltinos e flamengos para ver como ficaria sua situação no último jogo. O Fla venceu por 1 x 0 e isso fez com que, quem vencesse o clássico, levaria o título para casa. Empate forçava a realização de um jogo extra na quarta seguinte, pois não havia critério de desempate por saldo de gols.<br /><br />Nada menos que 153.520 torcedores pagaram ingresso para assistir àquele Fla-Flu decisivo, proporcionando uma renda de Cr$ 788.175.000,00. José Roberto Wright foi indicado para apitar o jogo e o Fluminense, com Raul Carlesso no banco - pois Carlos Alberto Torres estava suspenso pelo STJD da federação - entrou para o jogo com Paulo Victor, Aldo, Duílio, Vica e Renato; Leomir, Renê e Assis; Romerito, Washington e Tato.<br /><br />O Flamengo, com um time tão forte quanto o do Fluminense, jogou com Fillol, Jorginho, Leandro, Mozer e Adalberto; Andrade, Adílio e Tita; Bebeto, Nunes e Élder. O técnico era Mário Jorge Lobo Zagallo.<br /><br />Com a bola rolando, os jogadores mostraram porque o Fla-Flu é um confronto tão emblemático quanto imprevisível. Ambos os times vinham com disposição e vontade de vencer e sim, de fato, o Flamengo deu muito trabalho à defesa tricolor. Mas Paulo Victor, muralha inexpugnável, pegou tudo naquela tarde-noite de dezembro.<br /><br />O confronto caminhava para um empate que decretaria o jogo extra na quarta-feira dia 19 de dezembro. Mas para alguém vencer, era preciso explorar a mínima desatenção do adversário. E aos 30 minutos do 2º tempo, aconteceu.<br /><br />O Fluminense saiu jogando do seu campo defensivo, bola de pé em pé, com o Flamengo na roda. A pelota passou para o lado direito do gramado, onde Renê e Aldo fizeram ótima trama. O gaúcho fez o passe e o amapaense dos cruzamentos perfeitos passou pelas costas de Adalberto e recebeu livre para fazer o levantamento para a área adversária.<br /><br />Num desses caprichos do destino, a bola encontrou um velho conhecido da torcida tricolor e também da rubro-negra: Benedito de Assis Silva, o Assis, o Carrasco de 1983, meteu a cabeça na bola e Fillol, o goleiraço argentino, ficou "paradão, paradão, paradão", como disse José Carlos Araújo na narração do gol pela Rádio Globo.<br /><br />Assis, que tantas alegrias nos dera no ano anterior, voltava a pôr na boca dos rubro-negros o gosto amargo de mais uma derrota. O Fluminense, como ótimo time que era, administrou o resultado, ganhou o bicampeonato estadual e fechou o ano de 1984 com chave de ouro, provando que fora de fato e de direito, o melhor do país.<br /><br />"RECORDAR É VIVER, ASSIS ACABOU COM VOCÊS!"<br /><br />Saudações tricolores!Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-53800030973170786132011-12-05T18:48:00.009-02:002011-12-07T02:20:38.965-02:00Fosfosol - América Campeão dos Campeões (1982)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb25AhispdzqF1h1BA-Vj6Ufu4ImfECHQJ3p5RdCzMcgemrb4R_ADokRPFhKPtGuB8kMa1lRV8wntPPwTiN9n3m7yHmtal-Lc00He8cnvRLgba673kT1hLPshGKqMg-EZYQZ7xEQ/s1600/america%252B1982.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 386px; DISPLAY: block; HEIGHT: 196px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5682755772763697266" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb25AhispdzqF1h1BA-Vj6Ufu4ImfECHQJ3p5RdCzMcgemrb4R_ADokRPFhKPtGuB8kMa1lRV8wntPPwTiN9n3m7yHmtal-Lc00He8cnvRLgba673kT1hLPshGKqMg-EZYQZ7xEQ/s400/america%252B1982.jpg" /></a>O querido Ameriquinha do Rio de Janeiro é tido como o segundo clube de muitos na Cidade Maravilhosa. Como eu ainda sou do tempo em que o "Diabo" dava trabalho, assim como o Bangu, a Fluminense, Flamengo, Vasco e Botafogo, é claro que tinha minha simpatia - principalmente quando roubava pontos preciosos dos adversários.<br /><br />Em 1982, a CBF preencheu parte do calendário do futebol brasileiro com o Torneio dos Campeões, reunindo 18 das principais agremiações do país. O América entrou justamente como o 18º de um <i>ranking </i>que contemplava os times que tivessem participado de finais de competições nacionais: o Torneio Rio-São Paulo, a Taça de Prata e o Campeonato Brasileiro.<br /><br />O América entrou no Grupo C com Grêmio, Cruzeiro e Atlético-MG. Sem se destacar por atuações sensacionais, o time treinado por Dudu, o grande cabeça-de-área da "Academia" do Palmeiras e tio de Dorival Júnior, hoje treinador do Internacional, fez o chamado dever de casa na primeira fase, onde os times jogavam em turno e returno dentro do grupo, para definir os dois classificados para as quartas-de-final.<br /><br />Após empates com Cruzeiro e Grêmio, ambos por 1 x 1, o América pregou uma peça no Galo, em pleno Mineirão. Com um gol de Elói, venceu por 1 x 0, fechou o primeiro turno com 4 pontos ganhos. E teria vencido o segundo, se não perdesse a chance no saldo de gols contra o mesmo Atlético-MG. Porém, o América tirou partido do fato de conhecer bem o adversário nas quartas-de-final e desclassificou o Galo com mais uma vitória por 1 x 0, desta feita no Maracanã.<br /><br />Pelo caminho, a Portuguesa de Desportos, time com melhor campanha da primeira fase e que surrou o Fluminense, na época com um time muito fraco, sem dó nem piedade, por 3 x 1. A Lusa jogava com o mando de campo e o América, nem aí para o fato de atuar fora, abriu o placar no Pacaembu. Os paulistas empataram e a decisão da vaga para a finalíssima ficou para as cobranças de pênaltis.<br /><br />Gasperin, goleiro gaúcho que atuava no América, brilhou. Pegou um pênalti cobrado por Toquinho e quando Odirlei mandou uma bomba no travessão, o "Diabo" estava na decisão do Torneio dos Campeões.<br /><br />O adversário do time carioca era o Guarani de Campinas, de brilhante campanha no Brasileirão de 1982, que terminara meses antes da decisão da competição, marcada para os dias 10 e 12 de junho. Na primeira partida, no Brinco de Ouro, empate em 1 x 1. A final, num sábado à noite e disputada no Maracanã, teve público pagante de 11.329 torcedores, proporcionando uma renda de Cr$ 5.099.600,00.<br /><br />O América entrou em campo com Gasperin, Chiquinho, Duílio, Everaldo e Zé Dílson (depois Sérgio Pinto); Pires, Gilberto e Elói (depois João Luís); Serginho, Moreno e Gilson Gênio. O Guarani alinhou com Sidmar, Sóter, Darci, Odair e Almeida; Éderson, Júlio César (depois Henrique) e Jorge Mendonça; João Luís (depois Delém), Marcelo e Ernâni Banana. O treinador do Bugre era Zé Duarte.<br /><br />A partida foi dura e disputada debaixo de chuva. O América tentou se impor diante do campo mais pesado e de um adversário com jogadores de ótima técnica, como Jorge Mendonça, que jogou o fino no Brasileirão e inexplicavelmente foi esquecido da seleção para a Copa de 1982. E logo aos 13 minutos, Moreno abriu o placar no Maracanã.<br /><br />O Guarani não se deu por vencido e no segundo tempo buscou o empate. Aos 17 minutos, o reserva Delém pegou a sobra de um cruzamento mascado de Jorge Mendonça e fuzilou Gasperin, empatando o jogo, que foi para a prorrogação.<br /><br />Os jogadores lutaram com todas as suas forças e o América, ligeiramente melhor em campo, tinha mais chances. Faltando cinco minutos para o apito final do árbitro Carlos Rosa Martins, Gílson Gênio pegou rebote de um chute desferido por ele mesmo e que batera num defensor do Guarani. Sidmar nada pôde fazer. O América venceu a partida por 2 x 1 e se tornou o Campeão dos Campeões, <i>slogan </i>que emoldura a fachada decorada em mármore na sede social na Rua Campos Sales, na Tijuca.<br /><br />Fiquem com um vídeo mostrando os grandes momentos do Mequinha no Torneio dos Campeões.<br /><br /><br /><br /><br /><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='500' height='366' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dz7hxNxwYGseRwujsd5z0D88HvoEc6qYeJFry8lzPf9RS0G-W0W44LJFQku5TNNV1zdLg2j2ddRY1M' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe>Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-46880563698258777782011-12-04T15:01:00.007-02:002011-12-07T02:25:13.393-02:00O Doutor da bola<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaB2zRmF63h2yXKmhkbzQYV6yog4PcMy58CDsfKebUx4lbt0XrkZ1GBPpga3zxXbRG1UsYO8VIibDUiLVtLmsr2897DiCwhqm42CrwMf5qwIXNm_tnZGyzfPhZWQQZG1B9gIUdPQ/s1600/sc3b3crates.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5682323728377585362" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 275px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaB2zRmF63h2yXKmhkbzQYV6yog4PcMy58CDsfKebUx4lbt0XrkZ1GBPpga3zxXbRG1UsYO8VIibDUiLVtLmsr2897DiCwhqm42CrwMf5qwIXNm_tnZGyzfPhZWQQZG1B9gIUdPQ/s400/sc3b3crates.jpg" border="0" /></a><br /><strong><em>"Sócrates morreu de tanto viver, que é uma boa forma de morrer" </em></strong></div><br /><div align="center"><strong><em>(Flavio Gomes)</em><br /></strong><br /></div><br /><div align="left">O futebol brasileiro e mundial chora hoje a perda de uma personagem que entrou para a história do esporte. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira nos deixou na madrugada deste domingo, aos 57 anos de idade, vítima de um choque séptico, após uma luta imensa para seguir vivendo do jeito como queria, gostava e desejava.<br /><br />Libertário por natureza, o Doutor Sócrates tinha características que admiro muito nas pessoas. Um caráter acima de qualquer suspeita. Posições firmes, precisas. Sinceridade expressada nas palavras e também em como atuava no campo, defendendo primeiro a camisa do Botinha, o Botafogo de Ribeirão Preto, onde estourou para o futebol nos anos 70, com a elegância que seu 1,90 metro permitia. Aquele rapaz magro, de rosto marcado pela acne, não por acaso passaria a ser conhecido como <em>Magrão</em>.<br /><br />O <em>Magrão</em> chegou ao Corinthians em 1979 e tornou-se ícone de uma torcida sofrida e apaixonada. Conquistou títulos que, por exemplo, Rivellino não conseguiu. E tornou-se, junto a Adílson Monteiro Alves, Wladimir, Casagrande, Édson Boaro e tantos outros, um dos pilares da chamada Democracia Corinthiana. Extinta a necessidade da concentração, os jogadores passaram a ser donos do próprio nariz. E Sócrates, já adepto de uma boa cervejinha, naturalmente era defensor da liberdade no Parque São Jorge.<br /><br />Em votação popular, foi eleito o Atleta do Ano na revista <em>Placar</em> em tempos onde a democracia estava refugiada em porões de uma feroz ditadura militar, usurpando esse direito do povo brasileiro por 20 anos. Em tempos de Diretas Já, o Doutor subiu em palanques, fez campanha igualmente feroz e apaixonada pelo voto direto e, num comício histórico diante de 1 milhão de pessoas e outras tantas em rede nacional, garantiu a brasileiros, paulistanos e corinthianos que ficaria no país se a emenda Dante de Oliveira fosse aprovada. Posou de D. Pedro semanas antes do alvinegro ser eliminado pelo Fluminense de Assis, Romerito, Washington e Tato na semifinal do Brasileiro de 1984. Reprovada a emenda Dante de Oliveira, Sócrates assinou com a Fiorentina.<br /><br />Na <em>Squadra Viola</em>, o <em>Dottore </em>não foi feliz. Ficou por lá só uma temporada e pouco. Regressou em 86. Foi para o Flamengo jogar ao lado de Zico, que conhecia da seleção desde 1979. Marcado por lesões, quase não jogou. Após uma fracassada negociação para ingressar na Ponte Preta, Sócrates encerrou a carreira aos 35 anos no Santos de Pelé.<br /><br />As minhas grandes lembranças de Sócrates, como aliás de muitos brasileiros com mais de 40 anos, como eu, certamente estão naquele time mágico da Copa de 1982, cultuado mundo afora não pelos títulos que não conquistou, mas sim pelo futebol vistoso, ofensivo, onde Sócrates, jaqueta com o número 8 às costas, era um dos virtuoses, um dos estilistas. São marcantes, para mim, o lindo gol contra a URSS e sua comemoração cheia de alegria, sorriso aberto e peito estufado, afora o gol contra a Itália, chute rasteiro, com categoria e classe para vencer um paredão chamado Dino Zoff.<br /><br />O futebol, quase sempre alegre, hoje fica marcado por um momento que para nós, é triste. Vai-se o talento. Vai-se o homem, o caráter, o ser humano, a lealdade, a personalidade. Ficam na nossa memória os gols, os passes, os toques classudos de calcanhar, a categoria e o gênio.<br /><br />Obrigado, Doutor Sócrates.</div>Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-20101289817293955312011-12-02T01:35:00.009-02:002012-01-12T20:18:00.104-02:00Fosfosol - Palmeiras 1 x 2 Internacional de Limeira (1986)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtS_Vs2N31D5nitIkXvli1sD8frcivZMQP6lZA0IOQu0K7Oxmf8li_OhvyKADEpJQYCRq-Pmv9rvoVeVQu2YKb9_cCCXMm3OzUWov__Z033O7Zl8HPmAF4DLexOVdW3g0v50RELg/s1600/inter_lim_campsp86.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 341px; height: 228px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtS_Vs2N31D5nitIkXvli1sD8frcivZMQP6lZA0IOQu0K7Oxmf8li_OhvyKADEpJQYCRq-Pmv9rvoVeVQu2YKb9_cCCXMm3OzUWov__Z033O7Zl8HPmAF4DLexOVdW3g0v50RELg/s400/inter_lim_campsp86.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5681375275945054050" /></a><br />O ano de 1986 foi marcante para um até então desconhecido time do interior de São Paulo. A Associação Atlética Internacional, de Limeira, entrou para a história do futebol brasileiro a ser o primeiro time fora da capital - descontando o Santos de Pelé, claro - a ganhar o Paulistão.<br /><br />Foi uma conquista surpreendente, mas com muitos méritos. O alvinegro limeirense foi de fato o melhor time de toda a competição, eliminando o Santos em dois jogos de forma incontestável para enfrentar o Palmeiras treinado por Carbone, campeão carioca com o Fluminense em 1983.<br /><br />Se por um lado o Verdão tinha jogadores do naipe de Jorginho, Edmar, Mirandinha, Éder e Mendonça, a Inter contava com um trunfo e tanto fora das quatro linhas - além da fanática torcida: José Macia, o Pepe, maior artilheiro do Santos depois de Pelé.<br /><br />Pepe montou um time de operários da bola. O goleiro era Silas, eterno reserva do Santos. Na zaga, estavam Bolívar (pai do Bolívar do Inter, que acabou de levar uma suspensão de seis meses do STJD, reduzida a uma punição ridícula de 15 dias graças a um efeito suspensivo) e Juarez, que depois jogaria na Itália. Gilberto Costa era o pilar do meio-campo, junto ao experiente Manguinha, ex-Guarani e Náutico. No ataque, letal, brilhavam Kita com seus gols e o ponta Tato, homônimo do atacante do Fluminense, de grande velocidade nas arrancadas.<br /><br />O Palmeiras despachou o Corinthians na outra semifinal, com direito a gol olímpico de Éder e despontou na decisão como favorito. No primeiro jogo, disputado em 31 de julho no Morumbi - palco das duas partidas - o Verdão não conseguiu furar a defesa limeirense e não houve gols nos primeiros 90 minutos do confronto.<br /><br />A noite histórica de 3 de agosto teve 68.564 torcedores no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, proporcionando uma renda na época de pouco mais de 2 milhões de cruzados, a moeda corrente de 1986. O Palmeiras entrou em campo com Martorelli, Diogo (depois Ditinho), Márcio, Amarildo e Denys; Lino (depois Mendonça), Gérson e Jorginho; Mirandinha, Edmar e Éder. A Inter jogou com Silas, João Luís, Bolívar, Juarez e Pecos; Manguinha, Gilberto Costa e João Batista (depois Alves); Tato, Kita e Lê (depois Carlos Silva).<br /><br />No primeiro tempo, o Palmeiras de novo não conseguiu furar a defesa rival e os primeiros 45 minutos terminaram com o zero no placar, aumentando a apreensão do alviverde, que vivia uma seca de 9 anos sem títulos. Aí, aconteceu. Aos cinco minutos do segundo tempo, Kita chutou forte de fora da área, quase caído, e venceu Martorelli. Foi o 24º gol do gaúcho João Leithardt Neto no Paulistão de 1986.<br /><br />A vibração dos alvinegros continuou e a casa palmeirense caiu de vez em cinco minutos. Denys cometeu uma falha grotesca num domínio de bola e Tato, espertíssimo, roubou a bola e, com Martorelli batido, ampliou. Delírio limeirense no Morumbi.<br /><br />A partir daí, a pressão do Palmeiras aumentou e Silas deu conta do recado até os 29 do segundo tempo, quando a insistência deu resultado e o zagueiro Amarildo, de cabeça, descontou. Kita ainda perdeu um gol feito sem goleiro e a chance do 3º gol da Internacional. E o Palmeiras, no desespero, por pouco não chegou ao empate. Silas deu rebote num chute de fora da área e Mirandinha cabeceou para fora.<br /><br />Mas a festa, estava escrito, era do pequeno time do interior. E no apito final de Dulcício Wanderley Boschilla, veio a explosão de alegria dos torcedores da Inter, campeã paulista de 1986.<br /><br />"Este é um título que eu ofereço à toda torcida de Limeira, à minha esposa e à família do falecido Zezinho Figueroa (vítima de um aneurisma cerebral aos 34 anos, em fevereiro daquele mesmo ano). Venceu o melhor realmente", afiançou Pepe.<br /><br />Quem quiser que discorde de José Macia...<br /><br />Confira o vídeo da reportagem do Globo Esporte de 4 de setembro, apresentado por Léo Batista. A narração dos gols é de Luiz Alfredo.<br /><br /><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='540' height='380' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyVCcXAj7O1g5tM4_278fQm2F8Ily3g1i_KZz9oLsNYT8IpThhUDdcDskxHCe6XR9OySkPT7_nVzgg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe>Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-82406809442324046822011-12-01T15:06:00.013-02:002011-12-02T02:09:52.968-02:00Carnaval 2012 - pitacos sobre o CD do Grupo EspecialGosto de carnaval. Muito. A culpa, claro, é paterna. Nos anos 70, todo início de ano, todo fim de semana, lá vinham os discos com as feéricas capas da Top Tape ocupar a vitrola. Claro que eu, pequeno, não sabia patavina das letras, mas não resistia a chamar minha mãe, portelense roxa, de "nega fulô", quando ouvia 'Memórias poéticas de Jorge de Lima', samba da Estação Primeira de Mangueira do ano de 1975. E olha que de "nega fulô", minha mãe não tem nada.<br /><br />O tempo passou, os discos de samba-enredo foram embora quando meu pai saiu de casa, mas a empolgação pelo carnaval, os sambas e os desfiles não feneceu. Pelo contrário, só cresceu. Com o passar dos anos, me interessei mais e mais pelo carnaval e a história dos desfiles, a ponto de passar tardes inteiras na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro lendo apaixonadamente a cobertura dos carnavais mais antigos, folheando edições de <span style="FONT-STYLE: italic"><span style="FONT-STYLE: italic"></span>O Globo<span style="FONT-STYLE: italic"></span></span> caindo aos pedaços.<br /><br />A partir de 1981, com o coração conquistado pela Imperatriz Leopoldinense de forma definitiva, tornei-me um torcedor alucinado da agremiação de Ramos, bairro onde passei quase três décadas da minha vida. Essa paixão nunca me impediu, contudo, de elogiar a performance de outras escolas na avenida nem como deixar de admirar grandes sambas que tomaram conta da Marquês de Sapucaí.<br /><br />Vejo que 2012 está marcado por um ano com sambas muito acima da média do que vínhamos ouvindo neste começo de século XXI. Se por vezes uma obra se salvava em meio à mediocridade e, por vezes, nenhuma era digna de registro, para o carnaval do ano que vem temos uma autêntica obra-prima, um samba que tinha tudo para sê-lo (mas não foi) e outros dois ou três muito bons. Infelizmente, não nos livramos dos chamados "bois com abóbora" nesta safra.<br /><br />Proponho aqui minha humilde avaliação, ressaltando, mais uma vez: não sou especialista, não sou um crítico. Apenas um admirador desta festa que, por uma semana, iguala pobres e ricos numa só paixão.<br /><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold"><span style="FONT-WEIGHT: bold"></span>Beija-Flor de Nilópolis<span style="FONT-WEIGHT: bold"></span> </span>- Vou entrar de sola numa questão polêmica acerca do samba da Beija-Flor. A junção proposta entre as duas obras finalistas "matou" uma possível obra-prima do carnaval de 2012. No meu entender, o samba da parceria de Samir Trindade, com seu excepcional refrão <span style="FONT-STYLE: italic"><span style="FONT-STYLE: italic"></span>"Meu São Luís do Maranhão... poema encantado de amor... onde canta o sabiá... hoje canta a Beija-Flor"<span style="FONT-WEIGHT: bold"></span></span> era de letra e melodia superior à composição de J. Velloso e parceiros, da qual aproveitou-se a segunda parte e o refrão do meio. Não é um samba ruim, muito longe disso. Mas a decisão da junção fez a Beija-Flor dar em si mesma um "tiro no pé". Perderam a chance de figurar como uma das melhores obras do carnaval por conta disso. <strong>Nota 9,6</strong><br /><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold"><span style="FONT-WEIGHT: bold"></span>Unidos da Tijuca<span style="FONT-WEIGHT: bold"></span></span> - A agremiação do Borel também não foi feliz na escolha do seu samba-enredo para 2012. Tem alusões muito bem sacadas a Luiz Gonzaga, o "Rei do Baião" homenageado pela escola vice-campeã do ano passado, mas o samba não chega a empolgar. A melodia é apenas correta. Bruno Ribas gravou o samba muito bem, só que na gravação, o tom da voz do intérprete ficou mais alto do que deveria - o que pode dificultar o canto dos componentes na hora do desfile. Passando ao largo da comparação com o espetacular samba "Lua Viajante", enredo da Unidos de Lucas de 1982, esta homenagem a Gonzagão ficou devendo um pouquinho. <strong>Nota 9,5<br /><br /></strong><span style="FONT-WEIGHT: bold"><span style="FONT-WEIGHT: bold"></span>Estação Primeira de Mangueira<span style="FONT-WEIGHT: bold"></span></span> - A homenagem ao Cacique de Ramos é mais uma sacada inteligente de Ivo Meirelles após o desfile deste ano, com um enredo alusivo ao baluarte da verde-e-rosa Nelson Cavaquinho. Mas alguma coisa ficou estranha na gravação do samba de 2012: justamente a primeira 'passada', aquela em que o ouvinte tem que ser cativado pela voz do intérprete, é uma reunião de 'bambas' que, se soou inovadora pela proposta, por outro lado tornou-a estranha pelo desnível de vozes como as de Beth Carvalho e Jorge Aragão, por exemplo. No mais, o samba é bom, com uma segunda parte irresistível, porém com dois pequenos problemas: citações desnecessárias à própria Mangueira (uma vez que o homenageado é o Cacique de Ramos) e o refrão, destoando do resto da obra pela pobreza. <strong>Nota 9,5<br /><br /></strong><span style="FONT-WEIGHT: bold"><span style="FONT-WEIGHT: bold"></span>Unidos de Vila Isabel<span style="FONT-WEIGHT: bold"></span></span> - Vira e mexe a azul e branco da terra de Noel Rosa nos brinda com grandes sambas. Este de 2012 não é exceção. A escolha de mais um enredo "africano" nos remete a Kizomba e outros tantos desfiles carregados de emoção que a Vila Isabel já nos proporcionou no carnaval carioca. E mais uma vez, a escola leva para a avenida um samba de André Diniz, o maior vencedor das disputas de samba-enredo do Rio de Janeiro. Uma obra belíssima, com dois refrões sensacionais - <span style="FONT-STYLE: italic"><span style="FONT-STYLE: italic">"Reina Ginga ê matamba vem ver a lua de Luanda nos guiar... Reina Ginga ê matamba negra de Zambi, sua terra é seu altar"</span> e <span style="FONT-STYLE: italic">"Semba de lá, que eu sambo de cá... Já clareou o dia de paz... Vai ressoar o canto livre... Nos meus tambores, o sonho vive"</span></span> - e uma linha melódica perfeita. Tinga cantou o samba à perfeição na gravação do disco. O problema é que, na avenida, o intérprete costuma apelar para os gritos, o que pode comprometer a escola no seu desfile. <strong>Nota 9,9<br /></strong><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold">Acadêmicos do Salgueiro</span> - Outro samba que foi praticamente unânime na final da agremiação vermelho e branco do Andaraí, o "Cordel Branco e Encarnado" se encaixa na proposta de enredo de Renato Lage, com um refrão muito bom, para cima, um dos melhores do carnaval: <span style="FONT-STYLE: italic"><span style="FONT-STYLE: italic">"Salgueiro é amor que mora no peito... Com todo respeito, o rei da folia... Eu sou o cordel branco e encarnado... "Danado" pra versar na Academia"</span></span>. Mas a impressão que fica no ar é que este mesmo samba não levou a fundo o lema da escola. "Nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente". Num ano de grandes sambas, o do Salgueiro não pode ser comparado aos melhores, justamente porque faltou o 'diferente' que poderia virar as coisas a seu favor. No meu gosto, o samba que Wantuir defendia nas eliminatórias era melhor. Mas a obra de Marcelo Motta e parceiros caiu no gosto dos componentes. E para o Salgueiro é isso que importa. <strong>Nota 9,6<br /><br /></strong><span style="FONT-WEIGHT: bold"><span style="FONT-WEIGHT: bold"></span>Imperatriz Leopoldinense<span style="FONT-WEIGHT: bold"></span></span> - A "Rainha de Ramos" teve neste ano a disputa mais acirrada para a escolha do seu samba - muito mais do que em qualquer outra das 12 coirmãs, mostrando a excelência de sua Ala de Compositores, hoje provavelmente a melhor do carnaval do Rio de Janeiro. De princípio, simpatizei mais com os sambas das parcerias de Me Leva e cia. (vencedores das disputas para 2010 e 2011) e de Josimar e cia. (autores dos sambas dos carnavais de 2008 e 2009), por serem mais descritivos e mais condizentes com a homenagem a Jorge Amado em seu centenário. Mas, correndo por fora, ganhou corpo a obra de Jefferson Lima e parceiros, que de maneira até certo ponto surpreendente, venceu a disputa. É um samba criativo, de melodia eminentemente afro e de versos inspirados como os da segunda parte: <span style="FONT-STYLE: italic"><span style="FONT-STYLE: italic">"O vento soprou... As letras em liberdade... Joga a rede, pescador!... O povo tem sede de felicidade... A brisa a embalar... Histórias que falam de amor... Memórias sob o lume do luar... O doce perfume da flor"</span></span>, mas que peca pelos refrões, especialmente o chamado 'refrão de cabeça'. Não compromete, mas está abaixo por exemplo, de "Brasil de Todos os Deuses", esta sim uma obra-prima da Imperatriz neste século. <strong>Nota 9,8<br /></strong><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold"><span style="FONT-WEIGHT: bold"></span>Mocidade Independente de Padre Miguel<span style="FONT-WEIGHT: bold"></span></span> - Não é implicância com a escola da Vila Vintém, mas honestamente não consegui ser atraído pelo samba que alude a Cândido Portinari, outro artista já homenageado em outras ocasiões nos desfiles das escolas de samba. Se ano passado a Imperatriz abusou do direito de pôr frases com a terminação "ar" - foram 25! - a parceria de Diego Nicolau, Gabriel Teixeira e Gustavo Soares apelou para um quarteto de "al" - <span style="FONT-STYLE: italic">real, mural, ideal e carnaval</span> - no fim da segunda parte do samba, que tem uma linha melódica que também não é das melhores do ano. É uma obra acima da média do que a agremiação mostrou nos últimos anos, mas longe de ser excepcional. <strong>Nota 9,4<br /></strong><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold"><span style="FONT-WEIGHT: bold"></span>Unidos do Porto da Pedra<span style="FONT-WEIGHT: bold"></span></span> - Não há como dizer que o samba da escola de São Gonçalo é o grande "boi com abóbora" de 2012. Também pudera: o enredo não ajuda na composição de um bom samba e a obra de Vadinho e parceiros cai na vala comum dos sambas que rapidamente serão esquecidos pelos bambas. Salvou-se a ótima performance de Wander Pires, que economizou nas firulas e mostrou que, quando quer, pode ser um excepcional cantor de samba-enredo. A bateria comandada por mestre Thiago Diogo também foi um ponto positivo na gravação do pior samba do ano. <strong>Nota 9,1</strong><br /><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold">Unidos de São Clemente</span> - Impossível não gostar do samba da agremiação de Botafogo, a única da Zona Sul do Rio no Grupo Especial - embora sua quadra seja na Cidade Nova. O refrão, com seu <span style="FONT-STYLE: italic">"Tem bububu no bobobó"</span> gruda no ouvido que nem chiclete e é o mais "alegre", "pra cima" de todo carnaval, marcando, quem sabe, a volta da irreverência da São Clemente perdida ao longo dos anos e que, grosso modo, remete também aos bons tempos da Caprichosos de Pilares. Embora o samba não tenha outros momentos de grande inspiração e trechos como <span style="FONT-STYLE: italic">"Puxa, aqui Paris é avenida"</span> beirem a grosseria, a obra passa sem grandes problemas. A destacar a interpretação do jovem Igor Sorriso, uma das melhores de todo o disco. <strong>Nota 9,5<br /><br /></strong><span style="FONT-WEIGHT: bold">Acadêmicos do Grande Rio</span> - Tanto falatório para uma grande decepção. É assim que considero o samba da agremiação tricolor da Baixada Fluminense, dado o que se aguardava do enredo de 2012, cujo mote é a superação. Nem de longe o samba é capaz de lembrar do que aconteceu à Grande Rio ano passado e aludir a outras histórias parecidas ou específicas do tema. Muito estranha, fora de contexto, é a citação ao Festival de Parintins, mesmo que de forma indireta, o que torna o samba ainda mais incompreensível para quem, como eu, esperava uma obra emocionante sem ser piegas. E isto, Edispuma e seus parceiros não conseguiram fazer. Talvez seja o pior samba da Grande Rio desde sua última volta ao Grupo Especial em 1994. <strong>Nota 9,3</strong><br /><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold"><span style="FONT-WEIGHT: bold"></span>Portela<span style="FONT-WEIGHT: bold"></span></span> - Um samba com a cara da Portela. Comovente. Lindo. Extraordinariamente belo. Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo, Toninho Nascimento e Naldo estão de parabéns. Atingiram a altura da obra-prima num samba que merece ser o grande <span style="FONT-STYLE: italic"><span style="FONT-STYLE: italic"></span>hit<span style="FONT-STYLE: italic"></span></span> do carnaval de 2012. Sem deixar de olhar para o futuro, os compositores flertam com o passado, numa junção absolutamente feliz de tempo e espaço, trazendo para o nosso deleite um samba de três partes, com refrões emocionantes e que já fazem parte do panteão de trechos inesquecíveis do carnaval carioca. Madureira vai subir o Pelô! <strong>Nota 10<br /></strong><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold">União da Ilha do Governador</span> - A safra de sambas da União da Ilha para 2012 foi considerada pelos 'bambas' muito abaixo da média do que a escola poderia proporcionar. De fato, com um tema bastante interessante, aludindo aos Jogos Olímpicos de Londres puxando para a competição que será disputada no Rio em 2016 e ao fato de que a Grã-Bretanha é uma ilha feito a Ilha do Governador, os compositores desta vez não foram tão inspirados. A junção das obras das parcerias de Marquinho do Banjo e Aloísio Vilar, melodicamente, não foi ruim, mas o conjunto ficou confuso. Uma lástima para uma escola que angaria a simpatia de muitos dos que gostam de carnaval. Destaco o refrão de cabeça, que assim como o da São Clemente, gruda nos ouvidos feito chiclete. E Ito Melodia, mais uma vez foi muito bem na interpretação de um samba insulano. <strong>Nota 9,3<br /></strong><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold">Renascer de Jacarepaguá</span> - A caçula do Grupo Especial estreia em 2012 com um enredo homenageando o artista plástico Romero Britto e com um samba, no meu entender, apenas correto. A composição de Cláudio Russo e parceiros não consegue atingir o píncaro do que se espera de um samba. Não tem um refrão explosivo, não tem emoção, não tem 'pegada'. Apenas algunas sacadas inteligentes relativas ao homenageado se salvam numa obra meramente descritiva. Rogerinho Renascer não comprometeu na gravação, mas a escola buscou se socorrer de um nome de peso. Veio Nêgo, que durou pouco mais de uma semana na Renascer e já está no olho da rua. Só um milagre deverá manter a agremiação de Jacarepaguá no Grupo Especial em 2013. <strong>Nota 9,2</strong>Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-31287519954601942232011-11-24T01:31:00.012-02:002011-11-27T01:03:50.810-02:00Fosfosol - Fluminense 3 x 2 Vasco (1989)<div align="left">Não foram poucas as vezes em que um Campeonato Brasileiro de Futebol terminou no ano seguinte ao seu início. O de 1988 - a segunda e também última edição da <span style="font-weight:bold;">Copa União</span> - não foi exceção. Aquela competição, ganha pelo Bahia, só terminaria em fevereiro de 1989, o que gerou sem nenhuma dúvida um duplo carnaval em Salvador.<br /><br />Enfim: para chegar lá, o Bahia derrotou o Internacional após vencer os gaúchos na Fonte Nova por 2 x 1 e segurar o empate no Beira-Rio. Isso tudo depois de eliminar o Fluminense e o Colorado ganhar do Grêmio no famoso "Gre-Nal do Século".<br /><br />A fase de "mata-mata", comum até a introdução definitiva dos pontos corridos, reservava grandes jogos e um deles não foi exceção: o confronto entre <span style="font-weight:bold;">Fluminense</span> e <span style="font-weight:bold;">Vasco</span>, pelas quartas-de-final.<br /><br />Na primeira etapa da Copa União, com os times divididos em dois grupos de 12, Fluminense e Vasco jogaram em 23 de outubro de 1988. Foi o famoso jogo em que até Acácio e Ricardo Pinto bateram pênaltis - todo jogo que terminava empatado ia para as cobranças de tiros livres diretos da marca fatal. O Vasco foi mais feliz e levou o ponto extra.<br /><br />Tanto o tricolor quanto o time de São Januário se classificaram para a fase de quartas-de-final e formaram um dos confrontos eliminatórios. O primeiro jogo foi em 29 de janeiro de 1989, um domingo. Vitória do Flu pelo <em>score </em>mínimo - golaço contra do folclórico Zé do Carmo.<br /><br />A decisão foi na quarta-feira seguinte, dia 1º de fevereiro. O Estádio Mário Filho apanhou um bom público (75.157 pagantes) para acompanhar um jogo que, sem dúvida, prometia muito.<br /><br />O Fluminense alinhou com Ricardo Pinto, Carlos André, Edinho, Édson Mariano e Eduardo "Cachaça"; Jandir, Donizete, Romerito e Paulinho Andreoli; Cacau e Washington. O técnico era Sérgio Cosme.<br /><br />Jandir, Romerito e Washington eram os últimos remanescentes do time do tricampeonato estadual 83/84/85, que também consagrou-se campeão brasileiro em 1984.<br /><br />Já o Vasco vinha com Acácio, Paulo Roberto, Célio Silva, Leonardo e Mazinho; Zé do Carmo, Geovani e Bismarck; Vivinho, Roberto Dinamite e Sorato. Zanata era o treinador cruzmaltino.<br /><br />Com ares de favorito, porque tinha um time superior no papel e fizera a melhor campanha nos dois turnos da Copa União antes da fase de "mata-mata", o Vasco foi surpreendido aos nove minutos, numa jogada bem ao estilo do Fluminense dos anos 80. Contra-ataque rápido, puxado por Romerito, daí para Washington e um passe primoroso para Donizete, que com um toque venceu Acácio e fez o lado esquerdo do estádio explodir. Flu 1 x 0.<br /><br />O Vasco era um time perigoso. E com Roberto Dinamite, já com 34 anos, não se podia brincar. Foi o eterno artilheiro que descobriu Bismarck livre. A jovem revelação de São Januário pegou de primeira, vencendo Ricardo Pinto e empatando a peleja.<br /><br />A partir daí, o jogo foi defesa contra ataque. O Fluminense encolhido porque o 1 x 1 bastava para que o tricolor se classificasse para as semifinais. O Vasco, mesmo com a expulsão de Célio Silva após um golpe de caratê em Washington, buscou a vitória até o fim. E foi premiado pela insistência, mercê um erro - segundo os cruzmaltinos - do árbitro José Roberto Wright, que marcou jogo perigoso de Edinho num adversário em vez de dar um pênalti.<br /><br />A falta foi cobrada com maestria por Geovani, que colocou a bola na cabeça de Leonardo, executando um tirombaço que fez o lado alvinegro do Maraca calar a torcida tricolor. A partida iria para a prorrogação e o empate, agora, era do Vasco.</div><div align="left"><br /></div><div align="left">Os primeiros 15 minutos de bola rolando no tempo suplementar terminaram, como disse Denis Menezes na transmissão da Rádio Globo, em "0 x 0 Vasco". Mas bastou a virada de campo e tudo mudou.<br /><br />Sérgio Cosme, antes da bola voltar a rolar, processou uma alteração que, ironicamente, mudaria os rumos da partida. O inoperante Cacau deu lugar ao jovem Zé Maria, prata da casa que, a exemplo de muitos, teria vida curtíssima nas Laranjeiras.<br /><br />Logo a 1 minuto do segundo tempo da prorrogação, Eduardo bateu uma falta pelo lado esquerdo, um mini-córner. Alexandre Cruz, que entrara na vaga de Romerito, hesitou. Mas Zé Maria, não. Ele chutou firme, seco e de pé direito, vencendo Acácio. Delírio tricolor. Frustração alvinegra.<br /><br />Com a desvantagem do jogador a menos e a covardia de Zanata, o Vasco, cansado pelo esforço em levar a partida à prorrogação, levou o tiro de misericórdia no finalzinho. Zé Maria fez jogada pela direita e serviu Washington, marcado para sempre na memória de Acácio pelo gol cheio de dribles no Carioca de 1987. O camisa 9 do Fluminense, desta vez, caprichou na maldade. Encobriu o arqueiro do Vasco e fez o segundo gol que classificou o Flu para a fase semifinal da Copa União de 1988.<br /><br />Confira o vídeo com a reportagem de Marcelo Rezende.<br /><br /><br /><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='540' height='380' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyC3baBZ6Le-awpxHwDgUqXPd4_J6Yu9qRuCrfMXcWCFW8vKYB8uVtPZDssoGuN1YwSSINoWBBvbYI' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-65911979000610406672011-09-30T03:41:00.004-03:002011-09-30T03:45:06.529-03:00Meninos, eu vi - Stevie Wonder no RiR<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeQgAxKArx8uZ0IMnevoh4mGKLLsQR93ueokVruo0IOFqIs8pE45SmD5JfcwhAzEl736N-66K4RK7XCAcH32X8omoEX6eE3JVo9WXyoPb2HF_xkzDq9j5Jx2xlWy4M2woPb6PN-Q/s1600/sw-300x350_.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 350px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeQgAxKArx8uZ0IMnevoh4mGKLLsQR93ueokVruo0IOFqIs8pE45SmD5JfcwhAzEl736N-66K4RK7XCAcH32X8omoEX6eE3JVo9WXyoPb2HF_xkzDq9j5Jx2xlWy4M2woPb6PN-Q/s400/sw-300x350_.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5658039291584482306" /></a><br /><div>A quinta-feira foi um dia extra na programação do Rock in Rio. Aparentemente, o dia 29 estava riscado do mapa do festival.Agora, o dia 29 de setembro entra (mais um dia!) na história do evento, da música e com certeza na minha memória.<br /><br />Mais cedo, escrevi no twitter que era o dia do aprendiz e do mestre. Jamiroquai antes, como um 'aquecimento' e Stevie Wonder, a lenda, o mito, o Pelé do soul e do R&B, tocando em nossa terra depois de muito tempo.<br /><br />De fato, a apresentação de Jamiroquai foi correta, mas não muito além disso. Faltaram clássicos como "Space Cowboy" e "Virtual Insanity" e embora o <i>groove</i> de suas canções dissesse 'presente', faltou interação com o público. Se eu tivesse que dar uma nota para Jay Kay e sua ótima banda, daria um 7. O show dele esteve para o evento de 2011 como o de Beck esteve para o de 2001. Perfeito para um evento como o Free Jazz Festival, por exemplo, se o Free Jazz existisse.<br /><br />O intervalo entre o show de Jamiroquai e Stevie Wonder só fez aumentar a expectativa do que o veterano cantor e compositor faria no Palco Mundo do Rock in Rio. E do começo ao fim, sem tirar nem pôr, o que vimos, ouvimos e presenciamos foi simplesmente fantástico. Um desfile de grandes canções e um artista e uma banda felizes por estarem ali diante de uma multidão igualmente fantástica.<br /><br />Stevie mandou muito bem nos clássicos de costume, enchendo nossos ouvidos de <i>groove</i> e nos emocionando com músicas como "Overjoyed", cantada ao piano após uma épica e histórica intervenção dele, de sua filha Aisha (uma das integrantes do coro de apoio) e do próprio público, em participação maciça, em "Garota de Ipanema" e, surpresa das surpresas, em "Você abusou", clássico de Antônio Carlos & Jocafi que fez sucesso internacional nos anos 70. Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Antônio Carlos e Jocafi nunca se sentiram tão homenageados musicalmente por um artista internacional e por uma plateia de mais de 80 mil pessoas.<br /><br />Claro, não podiam faltar as pérolas de seu repertório: "Higher Ground", "Sir Duke", "As", "Superstition", "I just called to say I love you" - canção que lhe conferiu o Oscar nos anos 80, e não foi à toa que o 'Pelé do Soul' ganhou 25 <i>Grammys</i> em sua carreira.<br /><br />Ele insistiu em nos emocionar com "My chérie amour" e "You are the sunshine of my life" e pôs todo mundo para cantar com ele em "Isn't she lovely". E não foi só isso... a partir de sua emocionante versão de "Garota de Ipanema", ele virou do avesso o seu próprio <i>setlist</i> e não cantou baladas épicas como "For once in my life" e "Ribbon in the sky".<br /><br />Pensando bem, e daí?<br /><br />Daí que foi um show memorável, épico, espetacular, incrível, que dispensa demais adjetivos. Uma goleada musical que varou a madrugada e fez valer cada momento, cada nota, cada melodia, cada lágrima que derramamos nesta noite de quinta-feira.<br /><br />Certeza que viver vale a pena depois de ver um homem com quase 50 anos de carreira fazer o que faz de melhor com alegria, paixão, carinho e respeito pelo público e pela música brasileira. Como disseram Tom e Vinícius em "Garota de Ipanema"... 'o mundo inteirinho se enche de graça e fica mais lindo por causa do amor'.<br /><br />E foi esse amor do público brasileiro por Stevie Wonder que ele sentiu intensamente na pele, na alma e no coração.<br /><br />Obrigado por existir, Stevie!</div>Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-16071126070168277672011-09-26T04:04:00.002-03:002011-09-26T04:16:38.251-03:00Meninos, eu vi - Metallica no RiR<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0ZGvkoSoMplGICziAao2Zo9huG7XheXUpDh_eW-QNsqoyM9Yt5GNoVHZoJjlWXNiJv4rsM1tWMUpYX3HdBmtK6cfe2JcDL_JhZLrkg0nUvIORD3lf8IqnM32o7nDZU79TsBDJLQ/s1600/metallica24.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="278" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0ZGvkoSoMplGICziAao2Zo9huG7XheXUpDh_eW-QNsqoyM9Yt5GNoVHZoJjlWXNiJv4rsM1tWMUpYX3HdBmtK6cfe2JcDL_JhZLrkg0nUvIORD3lf8IqnM32o7nDZU79TsBDJLQ/s400/metallica24.jpg" /></a></div>
Sabem aqueles momentos que você vive e quer guardar para sempre na retina, como um sonho bom?<br /><br />Pois é... neste domingo, 25 de setembro, a música mais uma vez foi capaz de proporcionar a mim, a você, a todos nós que gostamos da boa música, um desses momentos. Quase quatro horas de adrenalina, de energia, de um absurdo de apresentação que foi a participação do Metallica na 'noite do metal' desta edição 2011 do Rock in Rio.<br /><br />É fácil 'jogar com a plateia ganha'? Claro, é uma barbada - para quem sabe das coisas. O Metallica não é uma dessas bandinhas formadas na esquina. Os caras têm 30 anos de estrada, ganharam cancha, amadureceram, tratam bem demais o público - nada de palavrões desnecessários como os mascarados do Slipknot, a banda que (erroneamente) antecedeu James Hetfield, Lars Ulrich, Rob Trujillo e Kirk Hammett.<br /><br />A Cidade do Rock explodiu em som e fúria da primeira à última música. Quando entrou no telão uma cena do filme "Três homens em conflito", estava deflagrada uma das maiores apresentações da história do festival. Eles aumentaram o fogo da panela de pressão com "Creeping Death", um dos clássicos obrigatórios em qualquer discoteca de metaleiro. E seguiram o mesmo roteiro do show com o Big Four, ocorrido há menos de duas semanas.<br /><br />Ligados na tomada em 220V, Hetfield e seus camaradas entraram aceleradíssimos e sem tirar de dentro em "From Whom The Bell Tolls" e "Fuel", quando ele e Kirk Hammett trocaram de guitarra pela primeira vez - aliás, jurei que contaria quantas vezes isso aconteceu ao longo do show, mas no meio, empolgado com o som e a qualidade do espetáculo, perdi a conta.<br /><br />A plateia, ensandecida, pedia mais. E vieram "Ride The Lightning", "Fade To Black", "Cyanide" e "All Nightmare Long", antes de um dos grandes sucessos do maior sucesso comercial da história do Metallica, que é o <i>Black Album</i> - "Sad But True". Aqui em casa, as esquadrias de alumínio da janela estremeceram, o quarteirão não dormiu, o som estéreo aumentou o volume e a TV trazia a imagem nítida, limpa, cristalina, em alta definição.<br /><br />Não foi difícil para o Metallica manter o altíssimo nível de sua apresentação, com uma espetacular "cozinha" formada por Lars Ulrich e Rob Trujillo (o veterano de guerras, ex-baixista de Suicidal Tendencies, Infectious Grooves e da banda de Ozzy Osbourne), que com seu instrumento quase na altura dos joelhos, deu uma aula de como tocar baixo sem ser fanfarrão - embora o Flea, que é um mestre dos mestres das quatro cordas, possa parecer um. E aí vieram a excepcional "Welcome Home (Sanitarium)", a sensacional "Orion" e "One", talvez a primeira música deles que ouvi na minha vida, lá pelo fim dos anos 80. <br /><br />Daí para diante, o esporro sonoro foi absurdo, ajudado por 100 mil gargantas, almas e vozes urrando o que ainda lhes restava dentro de si. "Master of Puppets" e "Blackened" antecederam a outros dois clássicos do <i>Black Album</i>, a belíssima balada "Nothing Else Matters" (sim, belíssima, como não?) e a suprema "Enter The Sandman". <br /><br />O bis, sumariamente omitido pela Rede Globo, que transmitiu todas as 15 músicas anteriores sem qualquer tipo de interrupção, porém com uma gravíssima falha de colocar apenas uma palavra de cada nome das músicas no setlist (normal, todo mundo abrevia os nomes, não pensaram nisso na hora?), coisa que daria demissão nos tempos em que Boni era o todo-poderoso da emissora. Como os tempos são de Boninho... melhor pular essa parte e voltar para o que interessa: as últimas três músicas, simplesmente arrasadoras - a cover de "Am I Evil?" (Yes I am!), a velocíssima "Whiplash" e, clássico dos clássicos, símbolo apoteótico da catarse, "Seek And Destroy". <br /><br />O show terminou com uma merecida homenagem a Cliff Burton, baixista-fundador do Metallica, um monstro do seu instrumento, que morreu de forma trágica há 25 anos. Exatamente hoje, num 26 de setembro como este, só que de 1986.<br /><br />Ao fim de 18 músicas, uma certeza: assistimos hoje a uma aula de show de rock and roll, talvez um dos poucos que mereçam figurar a partir de agora no topo das apresentações épicas do Rock in Rio, dentre as quais citaria Queen e Rod Stewart em 1985, Faith No More em 1991, Neil Young, Iron Maiden e R. E. M. em 2001 e, dez anos após a última passagem do evento por aqui, Metallica.<br /><br />Uma certeza só? Tem certeza?<br /><br />Que tal duas?<br /><br />Então tá: Roberto Medina, fecha o barraco, rapaz. Já pode acabar com o Rock in Rio, tá? Obrigado.Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-65139381883641512862011-09-24T01:35:00.002-03:002011-09-26T04:14:18.606-03:00Meninos, eu vi - Elton John no RiR<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI1oIs06wafw4bKtymbsuFkc0zURrusvqOsELKp6hv55ZJbxKeBMmqoyK9EpwSDBu1-vVMnRvCyNMR1wav2_LM1O6ot2Vf94C_7h_jDP-l-bUU_2HUTTWvU1aCfEAIS1d13eQRQA/s1600/24100002.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="216" width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI1oIs06wafw4bKtymbsuFkc0zURrusvqOsELKp6hv55ZJbxKeBMmqoyK9EpwSDBu1-vVMnRvCyNMR1wav2_LM1O6ot2Vf94C_7h_jDP-l-bUU_2HUTTWvU1aCfEAIS1d13eQRQA/s400/24100002.jpg" /></a></div>
Elton John foi o primeiro artista que ouvi na minha vida. É sério. Com quatro anos de idade, ganhei do meu pai um "Greatest Hits" em cuja capa o cantor/compositor estava elegantemente trajado de branco: terno, calça, sapatos, chapéu - e com direito a um 'oclão' enorme.<br /><br />Em suma: Reginald Kenneth Dwight e seu parceiro Bernie Taupin merecem todo o nosso respeito. Até porque, na minha modesta opinião - modesta sim, pois não sou crítico musical, apenas um apreciador de boa música - essa dupla talvez seja a maior dupla de compositores pop existente depois de Lennon-McCartney nos Beatles.<br /><br />Quem quiser, que discorde.<br /><br />Enfim... estamos em 2011 e em pleno século 21, Elton John, do alto dos seus 64 anos, deu hoje na Cidade do Rock uma AULA de como fazer um ótimo show pop sem resvalar na cafonice de Katy Perry e seu festival de fantasias de fazer inveja a qualquer escola de samba da Intendente Magalhães ou mesmo no repertório dançante-sem-sal da Rihanna. E isso porque não falei de Claudia Leitte, até porque a presença da mesma num festival de rock é totalmente incompreensível.<br /><br />Elton jogou para a galera desde a primeira música, a clássica "Saturday's night alright for fighting", mostrando desde a primeira nota ao que ele e sua coesa - e ótima banda - vieram fazer no show. Os anos passam e ele continua um prodígio à frente do seu piano Yamaha, o que não é de se espantar.<br /><br />E não se desgrudou dos clássicos. Do lendário álbum <em>Madman across the water</em>, de 1971, mandou em sequência "Levon" e "Tiny Dancer". E embalou os corações e as emoções dos mais empedernidos com os petardos de sempre. "Goodbye Yellow Brick Road" e "Rocket Man", evocada no casacão de seu figurino e, segundo consta a minha querida amiga Karol Stutz, nome do título do filme que está sendo produzido para biografar a vida e a obra do artista britânico.<br /><br />Mas não ficou por aí. Ele ainda mandou "I guess that's why they call it the blues", uma nova de seu repertório, "Hey Ahab", e fechou com uma sequência de clássicos pra ninguém botar defeito: "Honky Cat", "Daniel", "Don't let the sun go down on me", "Skyline Pigeon", a maravilhosa "Bennie And The Jets", "The Bitch is Back" e a sensacional "Crocodile Rock", que, confesso, é uma música que já adorava ouvir quando tinha a tenra idade de quatro anos.<br /><br />Só que o pior aconteceu: nos últimos acordes de "Crocodile...", alguns imbecis que provavelmente não sabem o que é música ou não têm o menor respeito pelo artista que acabavam de ouvir, parte do público clamava por Rihanna. De acordo com o <em>setlist</em> inicial, Elton John cantaria "Your song", clássico eterno de seu repertório, como um bis.<br /><br />Mas não houve bis. Também pudera: ele já entrara no palco com um considerável atraso de 40 minutos. Lamentável sob todos os aspectos. Pela reação do público, infeliz pelo 'clamor' à artista seguinte, denotando desrespeito a Elton John e, principalmente, pela falha gravíssima da organização, que não permite a um cantor do naipe de Reginald Kenneth Dwight de fazer seu show completo.<br /><br />Mesmo assim, só posso dizer...<br /><br />THANK YOU, SIR ELTON JOHN!Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-15050845968981484562008-04-30T16:15:00.003-03:002008-04-30T16:19:17.026-03:00De casa novaAmigos, como eu tinha postado por duas vezes, deixando um mistério no ar - embora muitos já soubessem da história, hoje é dia de falar de uma novidade. E uma grande novidade.<br /><br />A partir de hoje, 30 de abril, estou em novo endereço na internet.<br /><br />Façam o favor de trocar em seus favoritos para este link: <a href="http://amilporhora.globolog.com.br/">http://amilporhora.globolog.com.br</a><br /><br />Espero que vocês continuem interagindo comigo tanto quanto faziam aqui no Saco de Gatos.<br /><br />A fórmula que fez algum sucesso neste blog até aqui independente, vai continuar, vai ter seqüência. Muitas seções vão migrar para o novo endereço e a velocidade seguirá sendo o carro-chefe do novo blog.<br /><br />Valeu por tudo! Depois de 1.866 postagens, contando com esta, deixo este endereço como uma grande lembrança de dois anos de bons momentos por aqui.<br /><br />Vejo vocês no <strong>A Mil Por Hora</strong>!Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-91657659099835322732008-04-30T13:03:00.002-03:002008-04-30T13:10:15.604-03:00O exemplo dado lá no outro lado do mundo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihJp2ptwo2GeIp2OyfgBeWCYV9_BaszhVJfO0Is8dJJInjR6AToSQrbT9fohh1EV1tw7_WrWTjcXHoswK2btPRRYHWcb8VdK_vZwg4wsj6WEDrxXlUSb4TYxzGs-4v49a3j1GB9A/s1600-h/00_Presentation_Tokai_03.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihJp2ptwo2GeIp2OyfgBeWCYV9_BaszhVJfO0Is8dJJInjR6AToSQrbT9fohh1EV1tw7_WrWTjcXHoswK2btPRRYHWcb8VdK_vZwg4wsj6WEDrxXlUSb4TYxzGs-4v49a3j1GB9A/s400/00_Presentation_Tokai_03.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5195071297935417010" border="0" /></a><br />Pena que no Brasil não é assim...<br /><br />A <span style="font-weight: bold;">Tokaï University</span>, do Japão, apresentou no último dia 24 seu carro com que vai disputar as 24 Horas de Le Mans.<br /><br />Trata-se de um Courage LC70 modificado lá mesmo pelos engenheiros formados pela Tokaï e dotado de um motor YGK com o bloco Zytek V-8 de 5 litros de capacidade cúbica e potência ao redor de 630 HP.<br /><br />O protótipo, que correrá na classe LMP1 com pneus Yokohama Advan, reúne três pilotos locais que se revezarão durante a corrida: o veterano <span style="font-weight: bold;">Toshio Suzuki</span>, que venceu as 24 Horas de Daytona em 1992 pela Nissan, foi vice-campeão de Le Mans em 1999 com Toyota e fez duas provas de F-1 pela Larrousse; <span style="font-weight: bold;">Masami Kageyama</span>, sexto colocado em 2000 com o Panoz da equipe Asahi Dragon; e <span style="font-weight: bold;">Haruki Kurosawa</span>, que ano passado foi vice-campeão da LMP2 em Le Mans na companhia de Adrián Fernandez e Robbie Kerr.Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-59356126727397281872008-04-30T12:44:00.002-03:002008-04-30T12:49:05.880-03:00Decida-se, Rubinho!Já está ficando chato.<br /><br />Até quando a imprensa será obrigada a abrir manchetes falando do recorde de GPs disputados de Rubens Barrichello?<br /><br />Num mero exercício de retórica e de matemática, o piloto brasileiro já esteve presente - assim como Riccardo Patrese - em 257 eventos da Fórmula 1. Só que enquanto o italiano não correu em uma única ocasião, o GP da Argentina de 1979, Rubens aparece de fora, para efeito de estatística, em quatro.<br /><br />O primeiro foi o GP de San Marino de 1994, onde bateu logo no treino livre e, hospitalizado, nem disputou a classificação. Quatro anos depois, ele foi envolvido numa tremenda confusão no GP da Bélgica, em Spa. E em 2002, nas corridas da Espanha e da França, seu carro ficou parado no grid e ele não teve condição de correr.<br /><br />Em suma: Rubens tem de fato 253 GPs. Se ele conta as três corridas onde alinhou e não correu, ele vai comemorar o recorde em Mônaco. Mas de direito, ele só atinge 257 provas disputadas no GP da França, em Magny-Cours.<br /><br />Decida-se, Rubinho! Depois não reclame quando o tricampeão mundial Nelson Piquet diz que a única coisa que lhe sobrou na F-1 foi superar a marca do Patrese...Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-15090520324258408762008-04-29T21:49:00.004-03:002008-04-29T21:50:26.093-03:00Enigma da semana<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjML3ZxPlHhkZgtzhSxNS0ApoqFiNBCb5rRC1m6XGN3InNufqV4gsE16fw976ElCG4k-RFRoGboMKb3Hmab_fM8FBhxfO6Y5DKGBg5KboMNQAT3EcL3WFV9aqQ8FDMitBXmlVetpg/s1600-h/01.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjML3ZxPlHhkZgtzhSxNS0ApoqFiNBCb5rRC1m6XGN3InNufqV4gsE16fw976ElCG4k-RFRoGboMKb3Hmab_fM8FBhxfO6Y5DKGBg5KboMNQAT3EcL3WFV9aqQ8FDMitBXmlVetpg/s400/01.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5194834280165187234" border="0" /></a><br />Que carro de Fórmula 3 é esse que vemos disputando o famoso GP da Loteria, em Monza?<br /><br />Aguardo respostas.Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-21974283.post-86678081841097491942008-04-29T20:54:00.003-03:002008-04-29T21:01:02.144-03:00Ridículo!Acabo de ler que o show programado para 1º de maio na praia de Copacabana, que homenagearia com inteira justiça os 50 anos de nascimento do cantor Cazuza, falecido em 1990, não vai mais acontecer.<br /><br />A ordem é da Secretaria Estadual de Segurança Pública. O motivo? Um cálculo de público estimado em 60 mil pessoas, que poderia ser bem maior por causa dos artistas que se apresentariam, entre eles Zélia Duncan, Ângela Ro Ro, Ney Matogrosso e outros.<br /><br />Agora... é estranho que a Polícia tenha liberado a realização de um show da cantora baiana Cláudia Leitte para a gravação de um DVD, quando o público esperado era de 80 mil e o total de pessoas que acorreu à praia foi dez vezes maior. Houve confusão e ninguém falou nada. Por que será?<br /><br />Quer dizer que uma cantora sem raízes cariocas, dona de um repertório chatíssimo e medíocre, pode tranqüilamente cantar sua musiquinha enquanto artistas que queriam homenagear um artista que foi nascido e criado no Rio não podem?<br /><br />Ridículo!<br /><br />Que a delegada da 12ª DP, Marta Rocha, encontre outra desculpa. Essa do cálculo errôneo de público não cola!Rodrigo Mattarhttp://www.blogger.com/profile/18141995278664447988noreply@blogger.com8