Elton John foi o primeiro artista que ouvi na minha vida. É sério. Com quatro anos de idade, ganhei do meu pai um "Greatest Hits" em cuja capa o cantor/compositor estava elegantemente trajado de branco: terno, calça, sapatos, chapéu - e com direito a um 'oclão' enorme.
Em suma: Reginald Kenneth Dwight e seu parceiro Bernie Taupin merecem todo o nosso respeito. Até porque, na minha modesta opinião - modesta sim, pois não sou crítico musical, apenas um apreciador de boa música - essa dupla talvez seja a maior dupla de compositores pop existente depois de Lennon-McCartney nos Beatles.
Quem quiser, que discorde.
Enfim... estamos em 2011 e em pleno século 21, Elton John, do alto dos seus 64 anos, deu hoje na Cidade do Rock uma AULA de como fazer um ótimo show pop sem resvalar na cafonice de Katy Perry e seu festival de fantasias de fazer inveja a qualquer escola de samba da Intendente Magalhães ou mesmo no repertório dançante-sem-sal da Rihanna. E isso porque não falei de Claudia Leitte, até porque a presença da mesma num festival de rock é totalmente incompreensível.
Elton jogou para a galera desde a primeira música, a clássica "Saturday's night alright for fighting", mostrando desde a primeira nota ao que ele e sua coesa - e ótima banda - vieram fazer no show. Os anos passam e ele continua um prodígio à frente do seu piano Yamaha, o que não é de se espantar.
E não se desgrudou dos clássicos. Do lendário álbum Madman across the water, de 1971, mandou em sequência "Levon" e "Tiny Dancer". E embalou os corações e as emoções dos mais empedernidos com os petardos de sempre. "Goodbye Yellow Brick Road" e "Rocket Man", evocada no casacão de seu figurino e, segundo consta a minha querida amiga Karol Stutz, nome do título do filme que está sendo produzido para biografar a vida e a obra do artista britânico.
Mas não ficou por aí. Ele ainda mandou "I guess that's why they call it the blues", uma nova de seu repertório, "Hey Ahab", e fechou com uma sequência de clássicos pra ninguém botar defeito: "Honky Cat", "Daniel", "Don't let the sun go down on me", "Skyline Pigeon", a maravilhosa "Bennie And The Jets", "The Bitch is Back" e a sensacional "Crocodile Rock", que, confesso, é uma música que já adorava ouvir quando tinha a tenra idade de quatro anos.
Só que o pior aconteceu: nos últimos acordes de "Crocodile...", alguns imbecis que provavelmente não sabem o que é música ou não têm o menor respeito pelo artista que acabavam de ouvir, parte do público clamava por Rihanna. De acordo com o setlist inicial, Elton John cantaria "Your song", clássico eterno de seu repertório, como um bis.
Mas não houve bis. Também pudera: ele já entrara no palco com um considerável atraso de 40 minutos. Lamentável sob todos os aspectos. Pela reação do público, infeliz pelo 'clamor' à artista seguinte, denotando desrespeito a Elton John e, principalmente, pela falha gravíssima da organização, que não permite a um cantor do naipe de Reginald Kenneth Dwight de fazer seu show completo.
Mesmo assim, só posso dizer...
THANK YOU, SIR ELTON JOHN!
Um comentário:
Digo...Perfeito o seu artigo ...Parabéns !!! Bj
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