Certa vez, nos idos dos anos 60, Vinícius de Moraes estava no famoso bar Baíuca, reduto da boemia paulistana para ouvir Johnny Alf e seu repertório de bossa nova e sambas-canção. Furioso com uma mesa que não o deixava ouvir o pianista, o poetinha vociferou:
"São Paulo é o túmulo do samba."
Em parte, o imortal Vinícius tem razão. E os paulistas e paulistanos hão de me desculpar, mas quanto ao Carnaval e às Escolas de Samba, o Rio ainda é imbatível.
Mas, duas semanas antes do desfile oficial, a Liga Independente de Escolas de Samba de São Paulo resolveu botar lenha na fogueira. E esse incêndio promete não ter fim.
A Gaviões da Fiel foi excluída do desfile principal. Ou seja, a escola ligada à maior torcida organizada do Corinthians (logo qual...) não vai poder marcar pontos. Ela estava amparada por uma liminar da 33ª Vara de Justiça de São Paulo para poder desfilar.
O que já se sabia de antemão desde o resultado do ano passado é que tanto a Gaviões quanto a Mancha Verde, agremiação surgida da maior torcida organizada do Palmeiras, não poderiam desfilar no Grupo Especial e pontuar, sob a alegação de que haveria o desmembramento em um grupo das "Escolas Esportivas" - que pode aumentar porque as torcidas Dragões da Real, do São Paulo e Camisa 12, também do Corinthians, estão no Grupo de Acesso disputando vaga na elite do samba paulistano.
Se São Paulo é o "túmulo do samba", então se preparem para ver os mortos deixarem suas tumbas para ver no que é que isso vai dar...
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